sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

TALHADA DE ABACAXI... (Depoimento inédito de Newton Navarro)

O meu encontro poético com Othoniel se deu por acaso num banco de artes, lembro como se fosse agora; eu pareço ouvir nos meus ouvidos a sonância demorada e sofrida da sua voz:
- Navarro, você me quebrou toda a poesia!
- Poeta -respondi eu -, você é o príncipe dos poetas do meu estado...
- Mas você disse numa crônica coisa que eu não disse em verso!
Sabia eu lá o que era. Eu disse:
- Poeta qual é a frase? 
- Talhada de abacaxi com gosto de saudade. Eu gostaria muito de a ter incorporado à minha poesia...!
Daí começou a minha amizade com Othoniel, e essa amizade perdura por que os poetas não morrem. Morrem os ditadores, morrem os que matam, morrem os que assassinam, morrem os que ferem, morrem os que maltratam, morrem os que acorrentam, morrem os que aguilhoam, mas um poeta que entrega o coração ao povo não morre nunca!

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).