quarta-feira, 14 de maio de 2014

MODERNISMO DE OTHONIEL

"O Mossoroense: Othoniel Menezes foi o primeiro poeta modernista potiguar. Qual a contribuição de sua obra para o movimento aqui no Estado?
Laélio Ferreira de Melo: Othoniel, segundo Cláudio Galvão - seu excelente biógrafo -, em 1914, em Macau, fez experiências poéticas como “futurista”, embora essa sua produção não se encaixasse completamente nas características do movimento que viria depois, em 1922. Em setembro de 1925, publicado na revista “Letras Novas”, em Natal, o poema “Atavismo” antecedeu, sem dúvida, à divulgação dos trabalhos de Jorge Fernandes. Essa sua primeira experiência modernista, pós-1922, acho eu, era um exercício de diletantismo – e, até, de gozação -, naquela base do “se vocês fazem, eu também posso fazer”. O próprio Câmara Cascudo (a quem Othoniel chamava de “Cascudinho”), tuxaua e morubixaba do movimento cá na Jerimunlândia, embora poeta não fosse, queixava-se de “Titó” (apodo dele, para Othoniel), dizendo-o “arredio” à novidade. Revelava que o poeta do “Jardim Tropical” divertia-se com os poemas futuristas, “como se assistindo atrevimentos de menino arteiro”, esnobando uma aproximação com Mário de Andrade, então hóspede do portento da Junqueira Ayres, em 1928: “a prosa, sim, o verso não, Cascudinho!” ( Entrevista de LAÉLIO FERREIRA DE MELO -“O Mossoroense, domingo, 8 de maio de 2011)


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