segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ASSU DO ONTEM:

A RUA SETE PECADOS
Nas minhas recordações de menino, aflora com intensidade a Rua Sete Pecados, cujo nome verdadeiro é Rua 16 de outubro, dia consagrado à fundação da cidade, em 1845.

Situada nas proximidades do Cemitério Público a sua configuração consistia em sete baixas casinhas de alvenaria. A sua denominação foi ideia de Enéas Caldas (Seu Nozinho), um dos incentivadores das festividades cívicas e religiosas de outrora, genitor do festejado poeta Renato Caldas.

Corria em meio a garotada que ali era um antro de assombração. Almas penadas apareciam pedindo Padre/Nosso para obterem a salvação. Diziam existir ranger de dentes e lamentações chorosas, Não era preciso a escuridão da noite nem a refulgência de um sol a pino para impedir a ida de um garoto mesmo na vizinhança das casas.

Tidas como mal-assombradas, propiciavam pavor aos meninos do meu tempo, em cujo rol me incluo, pois não havia oferecimento, por maior que fosse, capaz de me fazer entregar um bilhete ou dar um recado a uma pessoa ali residente. Atualmente está a rua modificada, com uma denominação e lá já habitam somente as almas deste mundo.

Ainda hoje (ano de 1982 - quando foi publicado o livro), em suas imediações, me vêm à lembrança os gostosos tempos das minhas inocentes superstições que, para desgosto meu, não voltarão jamais.

DO BLOG: Foto: Não afirmamos a veracidade da imagem. Ou seja, se da Rua 16 de outubro ou da Rua Augusto Severo. Cabe aqui alguns comentários para chegarmos ao consenso. 
Fonte: Assu da Minha Meninice - Francisco Amorim - 1982.

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).