sábado, 2 de agosto de 2014

REMINISCÊNCIAS:

A CARTA DO MAJOR
Transcrevemos o teor de uma carta escrita pelo 'Major Montenegro', a pedido do "Padre Zé Luiz", pulicada provavelmente no ano de 1999, quando o alcaide da política de Ipanguaçu e do Vale completava seus 95 anos de idade. Pelo teor da carta podemos "deduzir" o potencial intelectual do Majó. Vejamos:

"Meu caro José Luiz,

Na véspera dos meus 95 anos, você pede um testemunho do que penso sobre o nosso Vale do Açú.

Em primeiro lugar quero lhe dizer que ninguém mais do que eu, deseja vê-lo desenvolvido e feliz. procurei em toda minha vida ser correto com meus compromissos pessoais e políticos. Minha preocupação desde os 19 anos quando me casei foi deixar para meus filhos um exemplo de zêlo e honestidade. lamento em ver hoje estes critérios colocados em segundo plano. Mas tenho certeza de que um dia se saberá fazer justiça a quem viveu aqui com coragem e retidão, o caminho que devemos percorrer.

mais do que terras e bens quero deixar para meus filhos, e os filhos dos meus filhos, um exemplo de vida, dedicada à família, à minha terra e a meus amigos.

Quando meus filhos estavam na idade de colégio, eu e Candinha fomos viver com eles em Natal. Quando em Natal não havia mais estudo para eles, nos largamos para o Recife. Só voltamos, quando formados.

Aqui, retornei novamente à Picada. Vim viver onde nasci. Cada pedaço de chão tem a marca dos meus passos. 

Considero-me um homem feliz, cercado dos filhos, netos, bisnetos, conterrâneos e amigos.
Quero morrer com a certeza de que a lealdade será sempre o maior dom que deus concede a todos nós.
Com o meu abraço, a minha amizade e o meu apreço.

(assina) Manoel de Melo Montenegro"

ALGUMAS PARTICULARIDADES:

> O Major Manoel de Mello Montenegro Pessôa recebeu sua Carta Patente (cópia abaixo) por decreto de 17 de novembro de 1915, para o posto de Major Cirurgião da 21ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Assú, no Estado do Rio Grande do Norte.
> Major Montenegro foi três vezes deputado estadual (por Santana do Matos) de onde foi ao mesmo tempo prefeito, porque naquele tempo a Assembléia Legislativa só se reunia em outubro.
  
> Foi o criador do município de Ipanguaçu (antigo Sacramento) em 1948. Nunca quis ser prefeito do município. Seu filho Nelson Montenegro e a sua esposa, Maria Eugênia Maceira Montenegro, foram prefeitos com o apoio do Major. Preferia acompanhar, influenciar. 

> Com o Dr. Pedro Amorim fez um pacto: Jamais interferia na política do Assu. E assim ele fazia em relação a Ipanguaçu. Estiveram sempre unidos, mas cada um respeitando sua área de influência.

Reminiscências do nosso querido Vale.

Fonte: Assu na ponta da lingua, de Ivan Pineiro

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