Do BOL, em São Paulo
  • Fábio Braga/Folhapress
    7.out.2014 - Antes favorita, Marina Silva, candidata do PSB, terminou a disputa à Presidência da República em terceiro lugar, com 22,1 milhões de votos 7.out.2014 - Antes favorita, Marina Silva, candidata do PSB, terminou a disputa à Presidência da República em terceiro lugar, com 22,1 milhões de votos
Marina Silva (PSB) já começou a preparar o discurso e negociar o formato do anúncio de seu apoio a Aécio Neves no segundo turno das eleições à Presidência da República. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Preocupada em não parecer incoerente ao declarar o seu apoio ao tucano, Marina está estudando pontos de seu programa de governo e pedirá que sejam incorporados pela candidatura do PSDB. A reforma política, com o fim da reeleição, a educação em tempo integral e a sustentabilidade estão entre os itens colocados à mesa pela ex-senadora. Todos eles já aparecem contemplados no programa de governo tucano.
 
De acordo com a reportagem, Marina já se reuniu com seus principais aliados em São Paulo e deixou claro que, caso não haja consenso entre o PSB, partido que a abriga desde outubro de 2013, e a Rede de Sustentabilidade, seu grupo político, tomará uma posição individual pró-Aécio.
 
"A avaliação é que não dá para ter mais quatro anos desse governo. Isso é ponto pacífico. O nosso compromisso é com o movimento de mudança", disse João Paulo Capobianco, um dos mais próximos assessores de Marina.
 
Um dos trunfos no discurso de Mariana em apoio ao tucano é o eventual apoio da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, a Aécio. Segundo a Folha de S.Paulo, Renata começou nesta segunda consultas a aliados para formular seu discurso em favor de Aécio. O irmão do ex-governador, Antônio Campos, declarou voto no tucano em sua página do Facebook, mas ressaltou que aquela era uma posição pessoal.
 
A Rede marcou reunião para a noite de terça-feira (7), em São Paulo, na qual deve se comprometer com a mudança, mas liberar seus filiados para escolher entre Aécio e Dilma Rousseff (PT). Já o PSB convocou encontro em Brasília na quarta-feira (8) para definir o futuro político do partido no segundo turno. 

O presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, defendia apoio à petista, mas tem dito que "às vezes um reacionário pode ser um avanço", em referência ao candidato do PSDB. O anúncio oficial deve sair na quinta-feira (9).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deflagrou nesta segunda a ofensiva para conquistar o apoio de Marina e do PSB a Aécio. FHC e integrantes da cúpula tucana procuraram marineiros para construir a ponte entre as candidaturas. A ex-senadora, por sua vez, telefonou a Dilma e a Aécio para parabenizá-los pelo desempenho na campanha, mas não tratou de apoio.

O tucano confirmou ter falado com a pessebista, mas disse que aguarda o "tempo de cada um" para definições de apoio e que vê mais "convergências" do que divergências" entre seu programa de governo e o de Marina. 

Interlocutores da ex-senadora afirmam que também foram procurados por petistas. Marina, porém, está refratária à campanha do PT que, desde o início de setembro, investiu na desconstrução de sua imagem, o que acarretou em sua queda nas pesquisas. Antes favorita, a candidata do PSB terminou a disputa em terceiro lugar, com 22,1 milhões de votos.

(Com informações da Folha de S.Paulo)