segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Olha para mim.
Sou um leitor do teu corpo,
consumidor habitual da ternura
com que serves o amor. Sou um louco
cheio de lucidez, um habitante da luz branca
das estrelas que cintilam nas páginas do imenso
livro da sabedoria.
As paredes da nossa casa têm séculos
de emoções, e da noite escorrem pássaros e
outros animais antigos que a própria noite devorou
para homenagear a fala,
para exultar o que em nós permanece
cantando.
Olha para mim.
Quero muito beijar esses teus olhos
para agradecer à vida a luz
do teu olhar.
*/Joaquim Pessoa
in
O POETA ENAMORADO, 2.ª ed.

De: Yara Darin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...