quinta-feira, 10 de novembro de 2016

EU ME LEMBRO, EU ME LEMBREI

Me lembro da tabuada
Que aprendi a contar,
Lembrei da cartilha do ABC
Que me ensinou a soletrar.
Me lembro de Marifon
No futebol era enganador de apito,
Lembrei da professora Tetê
No recreio tinha pirulito.
Me lembro dos tocadores de violão
Ibani Costa e Pedro de Elvira,
Um poeta e outro seresteiro
A cidade era uma maravilha.
Me lembro de uma época
De feijoada dançante,
Me lembrei da farmácia de papai
E do caixeiro viajante.
Me lembro da camisa volta ao mundo
Da calça boca de sino e do sapato cavalo de aço,
Me lembrei de Antônio Marcos
Cantando Sonhos de um Palhaço.
Me lembro que as mulheres usavam anágua e califon
Do velho ferro à brasa e da cristaleira,
Me lembrei que as moças velhas
Guardavam baton na frasqueira.
Me lembro da máquina singer e do liquidificador Arno
De kelvinator, marca de geladeira,
Me lembrei da loja de Leopoldo
Que vendia até enceradeira.
Me lembro da bola de meia
E de Pínto vendendo poli,
Me lembrei do 'chuvisco' na televisão
Sintonizado na TV Tupi.
Me lembro do antigo rádio de pilha
Escutando Ludugero e Otrope,
Me lembrei do expectorante Bromil
Que era um ótimo xarope.

Marcos Calaça, jornalista (UFRN)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...