quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

FRANCISCO AMORIM, O POETA DA SERIEMA

Francisco Augusto Caldas de Amorim (Chisquito) como era chamado carinhosamente, foi servidor público federal, poeta, escritor, jornalista, fundador de jornais como "A Cidade", o jornal mais antigo do interior do Estado, que circulou durante 25 anos, sob a organização dele, Francisco Amorim e de seus irmãos Otávio e Palmério Filho. Ele era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Potiguar de Trovas, entre outras instituições culturais do Estado Norte-rio-grandense e do Brasil. Foi prefeito do Assu (1953-58, sucedendo Edgar Borges Montenegro), presidiu durante muito tempo, o Banco Rural do Assu, que depois veio a ser Cooperativa Agropecuária do Vale do Açu Ltda.

Chisquito publicou diversos livros, e o seu trabalho engrandece as letras potiguares como A Eucaristia e a Questão Social, 1944 (conferência), Discurso de Saudação aos Prefeitos, 1961, Eu Conheci Sesióm, 1961, Seriema e Outros Versos, 1965, Galeria do Lions, 1969, História do Teatro no Assu, 1972, Colégio Nossa Senhora das Vitórias, 1977, As Vantagens da Eletrificação Rural (cordel), 1978, Titulados do Assu, 1982, O Assu No Roteiro das Glosas, 1983, Nos Tempos de Cristo, Assu da Minha Meninice, 1982, Trovas à Toa, 1991, Forrobodó, 1984, História da Imprensa do Assu, 1965, Teu Livro (versos), 1965, O Homem e as Cooperativas, 1965, A Reforma Agrária e o Trabalhador Rural, 1988 e Essências, 1991.

Chisquito faleceu no dia 23 de abril de 1994, aos 94 anos de idade e está enterrado no Cemitério São João Batista, de Assu. Foi ele, penso eu, o escritor assuense que mais escreveu sobre a sua terra e sua gente. Ficou conhecido no meio literário como "O Poeta da Seriema". Vejamos seu célebre soneto:

Na doce evocação do seu ledo passado,
A seriema vê, como num sonho lindo,
O riacho correndo, o Mofumbo ensombrado,
O cipoal a crescer, para o alto subindo.

E belo o panasco, o amplo campo rasgado,
As expansões febris do juremal florindo,
A sombra da oiticica o tresmalho do gado,
A alva flor do cardeiro alvas rosas abrindo.

A lembrança lhe vem dos tempos seus ditosos,
Correrias na mata, os ermos pedregosos,
Verde vegetação desabrochando a terra,

E na concentração ascética de um monge,
A pernalta desperta, olhando e vendo longe,
O panorama azul, belíssimo da terra.

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