segunda-feira, 25 de maio de 2020

ARNÓBIO ABREU, O MEDICO DO POVO

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Nestes dias de pandemia, desejo lembrar José Arnóbio de Abreu (1948-2000). Arnóbio era um amigo leal, admirável, influente, de bem e do bem, estatura mediana, voz rouca, andar curto e ligeiro.

Lembro-me dele (eu era ainda menino) ainda adolescentee ele já metido a gente grande, discursando nas praças públicas do Assu, sua terra natal querida, nas eleições de 1962 quando disputava a prefeitura da terra assuense, Walter Leitão e Maria Olímpia Neves de Oliveira/Maroquinha. Ele era pró Walter Leitão.

No Assu, Arnobio viveu a sua infância, adolescência e parte da juventude, passando a morar em Natal, Manaus, Rio de Janeiro onde fez amizades com renomados médicos do Brasil como Lídio Toledo que foi médica da Seleção Brasileira.

Arnóbio, conviveu na intimidade com grandes figuras da política potiguar e conheceu muitas outras do Brasil, participando das Diretas Já, ao lado de Geraldo Melo, Henrique Eduardo, Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, dentre outros.

O seu nome singelo e sonoro estampa em letras vivas nas páginas da história política do Rio Grande do Norte que ele representou na qualidade de deputado estadual presidente da Assembleia Constituinte de 1989 e promulgou a sua Carta Magna. Antes, porém teria sido candidato a prefeito do Assu nas eleições de 1982 pelo PMDB atual MDB, perdendo para Ronaldo Soares do PDS. Naquele parlamento potiguar foi líder do governo Garibaldi Alves.

Arnóbio foi também diretor do Hospital Walfredo Gurgel, empresário sócio fundador do Instituto de Traumatologia do Rio Grande do Norte – ITORN, presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado – IPE.

Para defini-lo melhor escreveu Agnelo Alves dizendo que ele, Arnobio era um festeiro permanente, tempo integral, sem perda da seriedade.

Já, Valério Mesquita escreveu: Qual pássaro estrangulado no canto desapareceu Arnóbio do nosso convívio, ainda jovem e ávido de vôos inspirativos. Menino alegre do Açu revelado líder estudantil, logo atendeu ao impulso político, disputando a Prefeitura de sua terra, para chegar a parlamentar estaduano.

De presidente da Constituinte Estadual no primeiro mandato, embora não logrando êxito nas eleições seguintes, a angústia e o sofrimento não abateram o ânimo desse anjo irrequieto, mas terno, esgrimidor de pelejas que não se fez de exilado da política, na gaiola de si próprio. Perseverou na lide tanto política quanto profissional.

Arnóbio teve uma carreira política meteórica. Viveu o transitório e transitoriamente viveu, mas deixou marcas de eternidades na efetividade dos seus gestos. Soube, melhor como ninguém, de forma forte e intensa, nos descompassos da política, ser o capataz dos silêncios e das longas esperas.

Todos sentimos a falta que ele hoje nos faz, quando penetrou na longa e interminável noite que não lhe reservará mais auroras nem mais lhe oferecerá o sol de novas manhãs da visão milagrosa do Vale do Açu.

Conforta-nos o dizer do poeta "que ao seu encontro virão um dia despedaçadas estrelas e astros da noite dos boêmios sem ostentação e com ela a saudade como uma certeza do nosso sofrimento".

Afinal, José Arnóbio de Abreu empresta o seu nome (decreto do governador em exercício Fernando Freire) a Adutora Médio Oeste, um reconhecimento pelos seus serviços prestados a terra potiguar, além com muita justiça, ao Ginásio Esportivo do Assu.

Por fim, registro a minha lembrança deste ilustre amigo (ele era afilhado de minha mãe). O seu nome honra e dignifica o Rio Grande do Norte, especialmente a cidade de Assu.

(Fernando Caldas, um assuense que ama a sua terra e sua gente).

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