quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

INTRIGA CARNAVALESCA

Por Valério Mesquita, escritor.

01 - Natal boêmia dos anos cinquenta. Natal lírica que se reunia toda no grande ponto. A história é desse tempo. Era carnaval no reinado do inesquecível Severino Galvão, amigo de Luiz de Barros e Roberto Freire. O compositor Dosinho lançava os seus últimos sucessos carnavalescos. E a animação tomava conta da capital que exportava folia. Tanto assim, que os jornais anunciavam a visita do rei Momo, primeiro e único Severino Galvão, à capital do Oeste - Mossoró, levando toda a sua corte. Não podia haver notícia melhor para estreitamento das relações entre Natal e Mossoró, pois andavam tensas por causa das estórias que os maledicentes inventavam com os mossoroenses.
Tudo pronto, transporte providenciado, discurso afiado do monarca nos trinques, parte a caravana real com confete e serpentina. Mas, em todo reino que se preza, sempre há um vilão à espreita que desmancha prazer e ameaça a coroa. O folião de longo curso Roberto Bezerra Freire resolve bagunçar o coreto e a viagem. Irreverente e brincalhão o engenheiro natalense enviou telegramas urgentes a Mossoró para o prefeito e o Delegado de Polícia alertando que "O Rei Momo que está chegando aí é um impostor". "Inclusive", prossegue o teor telegráfico, "ele vai insultar Mossoró urinando Praça Rodolfo Fernandes". Continua: "Trata-se individuo perigoso e todo cuidado é pouco. Saudações Roberto Freire". Ora, o mossoroense habituado, desde a resistência a Lampião, a reagir a provocação, entrou em estado de alerta para não dizer de "sitio. A chegada que se prenunciava triunfante foi tensa e hostil com todo o destacamento local formado para repelir os embusteiros. Detido o ônibus real do soberano Severino Galvão, ante a sua incontida perplexidade, não precisa dizer que a rainha e os súditos permaneceram prisioneiros no coletivo enquanto o rei momo era conduzido à delegacia para dar explicações sobre a inditosa viagem e o telegrama delator. Só depois de muita negociação diplomática foram liberados. Não havia Telern ainda e o discurso real foi transformado em desculpas intermináveis ante o lamentável incidente que abalou as ligações entre os dois povos.

02 - Zé de Papo sempre se dintinguiu como uma figura curiosa e querida de Macaíba. Dentre os afícios que exerceu posso lembrar o de carnavalesco (feiticeiro da tribo de índio do bloco de Zé Batata), músico, garçom, boêmio. gostava de caçar e jogar futebol no velho campo do cemitério de Macaíba, pelo time do Rio Branco. Na atividade esportiva, um fato é lembrado ainda com muito humor. Os calções dos clubes de futebol daquele tempo eram ordinários e não possuíam sunga. Zé de Papo parecia possuir um testículo caído que sempre apresentava ao público sem que ele o percebesse. Nas monobras bruscas, perna levantado, surgiu surpreendentemente o ovo de papo saudando a galera. "Bota pra dentro Zé! Bota pra dentro!", gritava a torcida. Ele pensava que era a bola e respondia para o público que não fazia gol porque ninguem lhe dava oportunidade.

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POESIA

Fernando de Sá Leitão é outro poeta da nova geração do Assu. Da antologia intitulada "Vertentes" (reunião com 25 poetas assuenses), publicizado pela Coleção Assuense, 2002, transcrevo o poema sob o título "Cavalo Selvagem":

Entre a dúvida e o desejo, correm cavalos selvagens,
Instintos e razão,
Que fazer, então?

Entre a dúvida e o desejo,
Há sempre cupidez,
Faces rubras ou palidez,
Boca seca, mãos frias...
Olhares alfinetantes...

Entre a dúvida e o desejo,
Existem o risco da insensatez,
E o momento de lucidez,
Onde os cavalos são domados.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

BATATA QUE O POVO GOSTA

Essa estória é muito antiga mas vale a pena relembrar. Renato Caldas poeta matuto, boêmio e andarilho (um dos maiores poetas populares do Brasil, falecido em 1991) tomando "umas e outras" pela feira livre da sua terra natal, fora abordado por uma certa vendedora de legumes que, ao vê-lo passar, disse: "Seu Renato ajude-me a vender minha bata que se encontra encalhada". Já era final de feira e aquela senhora ainda não tinha vendido nada da sua mercadoria. Renato pegou um pedacinho de papel e mandou brasa, escrevendo assim:

Batata rainha prata
É dessa que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 10 quilos de bosta.

"Mas Seu Renato  se eu for divulgar esse versinho não vou vender minha mercadoria!" Ai Renato dobrou a doze, escrevendo noutro pedaço de papel outra trovinha conforme adiante:

Batata, bata doce
Batata que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 20 quilos de bosta.

domingo, 24 de janeiro de 2010

BRASÃO E ORIGEM DA FAMÍLIA CALDAS

CALDAS

Procedem de D. Garcia Rodrigues de Caldas, rico-homem de pendão e caldeira, natural do Reino das Astúrias, que se diz ser da Casa dos senhores de Caldelas. Tomou partido contra D. Henrique. Conde de Trastamara, nas lutas havidas com seu irmão o Rei de Castela D. Pedro, o Cruel, pelo que quando este foi vencido e aquele, com o nome de Henrique II, subiu ao trono, teve de fugir a sua vingança, vindo para Portugal na companhia de D. Fernão Anes de Lima, seu parente.

Recebeu-se com D. Leonor Sousa de Magalhães, filha de Luis Gonçalves de Sousa e de sua mulher, D. Leonor de Magalhães, senhora que lhe levou em dote as quintas da solda, Camposa e S. Martinho de Vascões, em Coura; e apresentação da igreja de Camposa, na vila dos arcos, e S. Martinho de Vascões; a quinta de Vila Verde e do paço de Coura, na freguesia de Vascões.
Seus filhos continuaram o apelido.

Desta família e das suas armas dizia-se, como informa o Padre Antônio Soares de Albergaria no primeiro terço do século XVII: "De Caldas nem armas nem almas."

As armas que usam os destes apelido são: De prata com cinco ciprestes de verde. Timbre: Um cipreste do escudo.

(Pesquisa do Museu de Ciências Naturais - Horto de Dois Irmãos - Recife - Pernambuco). Pesquisador: Petrônio Machado Cavalcanti.

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POESIA

Angélica Lana de Medeiros já nasceu com a poesia no sangue. Seu pai assuense Diassis Medeiros é poeta da nova geração. É de sua autoria os versos intitulado "Dor (Trova), que transcrevo a seguir:

Uma palavra mal-dita
Uma dor mais fincada
Uma lágrima ferida
Uma vida sofrida...
Ainda chamam-me,
Trova (dor), canta (dor),
Canto, á dor.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

CASARÕES


Fotografia: Gean Lopes. Janela da casa da escritora assuense de Lavras (MG) Maria Eugênia Montenegro.

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CARNAUBAIS - ADMINISTRAÇÃO LUIZINHO CAVALCANTE


PENDENCIAS...

Manoel Rodrigues de Melo, poeta, escritor pendencese. Do livro "Chico Cabôclo e Outros Poemas, 1957.

Sob o formoso céu que te cobre e ilumina,
Vives como a cantar uma canção serena...
Desde o bosque ao jardim, do roçado á campina,
Deixas sempre exalar um cheiro que envenena!...

Minha terra! Meu ninho azul, onde a bonina,
Aberta ao rubro sol da tarde, incita pena...
Tenho n1alma e terei mirrada e bem franzina
Uma saudade atroz que maltrata e condena!

Minha terra! Meu berço amado eu te amo tanto,
Que se um dia o estilete agro da Dor vier
Matar-me, servirás de meu repouso santo.

És o templo bendito, onde aprendi primeiro,
Entre o aroma sutil do brando malmequer
A divina canção dolente do vaqueiro.

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Fotografia de Jean Lopes.

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BRASIL DA INDIFERENÇA

*Por João Batista Rufino de Souza

Brasil da corrupção
Uma guerra não vencida
O desemprego, a fome
A renda mal dividida
Trava o combate do filho
Pela batalha da vida

Brasil da desigualdade
Indigência, conflitos sociais
Os pobres sem moradia
Ricos em mansões colossais
Não ver que a justiça divina
Prega por todos iguais

Vou fazer prece aos céus
Pra mudar isso, talvez
Ao invés de fome, violência
Paz, comida sem escassez
E o Brasil não mais seja
Um erro de português.

*Jõão Batista Rufino de Souza é poeta assuense (de São Rafael-RN). Seu livro de estréia intitula-se Contos e Fatos de Um Poeta, 2000.

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

JESSIER QUIRINO NO "FORRÓ DO POTE"

O paraibano Jessier Quirino que no meu entender é um Renato Caldas (poeta matuto assuense) mais aperfeiçoado, é o maior poeta popular do Brasil. No próximo sábado dia 22, as 22 horas apresenta em Natal o seu espetáculo intitulado "Berro Novo", título este que também leva a sua mais recente obra "Berro Novo", enriquecendo mais e mais a literatura popular brasileira. Berro Novo vem como a sua obra de estréia intitulada Paisagens de Interior, acompanhado de um CD com seus causos matutos e canções, com a participação de Domiguinhos, Josildo Sá, Maestro Spock e Xangai. Do seu livro Paisagens de Interior transcrevo o poema seguinte:

Eu já tô com esta idade
Papai beirando os noventa
Louvo pela mocidade
Com vinte, trinta e quarenta
Dizia em tom revoltado:
- Este é um governo safado,
Mas um governo que vem
Perante a lei fundiária
Fará a reforma agrária
E o povo gritando amém!

Feito o bicho oprimido
Sofrendo apuro desgosto
Papai ficou convencido
Que rei morrido é rei posto
No dia da eleição
Papai virou cidadão
Mamãe, cidadã também
Votaram em força contrária
Querendo a reforma agrária
E o povo gritando amém!

A coisa foi piorando
Pro lado dos piorais
E a reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um Vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problemas
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém

A coisa se melhorando
Cheio de mais, mais e mais, mais
E a tal reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problema
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém

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POESIA AMOROSA

Por João Lins Caldas

Na morada dos astros luminosos
Fui astro. Namorado das estrelas,
Desci, cheguei à terra. Entre as donzelas
Estava o meu amor. Ébrio de gosos.

Olhei-te. Amei-te então. Os teus formosos,
Olhos meigos, lembrando estrelas belas,
Eram graça, eram luz. Pelas procelas
Cantava o nome teu. Os amorosos.

Que à terra moram, invejosos, graves,
Me invejam também. Quantos felizes
Que o mundo guarda nos seus longos lastros...

Mas, ó! Deixando a terra e seus entraves,
Diferente de mim, que já maldizes,
Me deixaste buscando o céu dos astros.

Assu, 26.5.1909
(Do livro Poeira do Céu, 2009)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

BARRA PESADA

Por Valério Mesquita, escritor

01) A longa estiagem castigava o Nordeste, lá pelos anos cinquenta. O então deputado Aluízio Alves teve a idéia de mandar preparar em sua cidade natal, um cuscuz de xique-xique, pesando mais ou menos um quilo. Esse era o alimento dos angicanos, como também dos nordestinos castigados duramente pela seca. De posse do cuscuz, Aluízio rumou para o Rio de Janeiro, e, lá no Instituto Bromatológico, a peça foi analisada para se averiguar o teor da vitamínico. A surpresa foi grande. Encontraram na peça alimentar, apenas 0,5 c.c. de H20. Aluízio, dias depois, fez um teco-teco sobrevoar algumas cidades, soltando boletins, mostrando a realidade e em que situaçãoo se digladiavam o povo e o governo. O ferrenho adversário de A.A., Zé Doido, pegando um dos boletins, comentou: "Olha o tamanho do papel que Aluízio manda pra nós... Não dá nem pra limpar o fió-fó..." E completando: "Ele tá certo. O que se come é relativo ao que se...".
02) Um exemplo típico de atrfiamento e escárnio do idioma pátrio aconteceu com o vereador Sadoque Xavante, ao convidar o colega Expedito Bolão para comemorarem juntos as festas de fim de ano, lá pelos idos sessenta. Aproveitando a deixa, o irreverente Expedito sugere o insólito: "A entrada do "anus" a gente festeja lá em casa. Já a festa do "Rei", vai ser na sua, mas deixe que eu mando brasa. Você é meu amigo, e, eu vou com jeito...". Coisas da jurisprudencial irreverência expeditiana.
03) Natal vivia a época da guerra. Os cabarés estavam sempre em alvoroço com a presença marcante de marinheiros - tipo de pessoas com as quais o saudoso Luiz Tavares não simpatizava. Final de tarde, no bairro da Ribeira, o lupanar estava repleto. Luiz, frequentador assíduo, encostou-se no umbral de uma das portas e ficou olhando a farra. Observou um gatinho todo trêmulo de fome comendo as migalhas que caiam da mesa. Depois, o bichano encostou-se na botina de um dos marujos. O militar sentindo-se incomodado, pisou propositadamente na calda, desfechando-lhe um chuite. Após algum tempo, a cena se repetiu. Tudo isso observado por Luiz, que, revoltado com a agressão ao animal decidiu reagior. Pegou o gatinho, acariciou-o e partiu para os marinheiros, colocando-o no centro da mesa. Bateu no ombro do agressor e ameaçou com aquele vozeirão: "Eu digo que você e esse navio é cheio de bons marinheiros se você chutar esse gatinho novamente". Vendo que a barra era pesada o marujo afroxou, diante de Tavares com aquela insustentável leveza de ser.
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SOBRE GERALDO MELO - PPS

O ex-senador Geraldo Melo ao contrário do que foi divulgado ontem através de alguns blogs, deve ser mesmo candidato a deputado federal. Aquele ex-senador entende que por existir uma aliança do PPS (partido presidido no Rio Grande do Norte pelo deputado Vober Junior)  com o PSB, irá conversar com outros partidos. Porém, entende que a tendência do PPS é continuar com a governadora Vilma de Faria no pleito de 2010. Em nota divulgada pelo "Jornal de Hoje", diz Geraldo: "Falo do governo de Iberê. Para você apoiar um candidato agora vai ter que se discutir qual o papel que se espera do nosso partido no governo dele. Então, é claro que abre uma negociação entre nós e o candidato. E o partido, naturalmente, saberá se conduzir nesse processo pelas mãos do nosso presidente".

Em tempo: O autor deste blog (que já foi vereador e presidente da câmara dos vereadores do importante município do Assu) apesar de pleitear uma vaga para se candidatar a deputado federal pelo PPS, apostando no sentimento do povo da região do Vale do Assu, sentimento este já demonstrado nas urnas com a candidatura de Alberto Luiz, do PT (atual vice-prefeito do Assu), que  teve uma expressiva votação naquela região, dentre outros em eleições passadas para câmara federal,  não poderia deixar de externar   a sua admiração pelo ex-senador Geraldo Melo (em quem já votou para o senado da república) pelos seus muitos serviços prestados ao estado potiguar e ao Brasil. Fica o registro.
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PAGAR O BANCO

Absalão era uma das figuras espirituosas de pendências, importante cidade do Vale do Assu. Essa estória não é para denegrir a sua memória, nem a de seus familiares e amigos, absolutamente. Tem apenas o sentido humorístico. Naquela terra pendencense (ele, Absalão, não dava valor a dinheiro e, o que era seu erqa também do povo, um mão aberta) Absalão foi prefeito, salvo engano, nos idos de sessenta ou começo de setenta. Boêmio, mulherengo, amigo leal, cheguei a conhecê-lo nas suas idas ao Assu para jogar cartas (baralho) com Walter de SáLeitão, entre outros amigos. Pois bem, Absalão certa vez fizera um empréstimo agrícola no Banco do Brasil, agência de Assu e, esperando perdão do governo federal como sempre existia naquelas épocas de seca braba ou mesmo de enchentes provocadas pelo rio Piranhas/Assu que corta também aquele município, deixou atrasar aquela operação bancária. Chico Queiroz pessoa muito conhecida na região fora seu avalista e, certa vez recebeu uma cobrança do próprio gerente, para seu constrangimento. Procurou logo Absalão para resolver o problema, dizendo assim ao enconcrá-lo: "Compadre Absalão o empréstimo que você fez no Banco do Brasil e que eu sou o avalista tá vencido, rapaz! Estive lá no banco e o gerente me cobrou". Absalão não perdeu a esportiva: "Compadre Chico você é muito irresponsável. Vá pagar o banco, rapaz!"
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O VALOR DO SEU VOTO

*Por Izaías gomes de Assis

Eu quero meu caro amigo
Neste verso te alertar
Sobre a tal corrupção,
Que pode contaminar
Nos anos das eleições
Querendo te devorar.

É uma coisa do diabo
A tal da corrupção
Ela corrompe a moral
E desgraça o cidadão,
Fazendo uma bandidagem
Controlar nossa nação.

E tudo isso pelo amor
Do maldito e bom dinheiro,
Que infesta a humanidade,
Desgraçando o mundo inteiro,
É um mal do capitalismo,
Que viciou o brasileiro.

Meu caro amigo eleitor
Que é honesto e bom cristão,
Não venda nem troque o voto,
Deus não gosta disso, não,
O anjo Dele te ilumine
Te trazendo educação.

O leitor nem imagina,
Como o voto tem poder,
Ele está nas suas mãos,
Esperando acontecer
Te alerto nesse meu verso
Seu voto faça valer.

Em nosso imenso país,
Onde tem democracia,
O que vale é nosso voto,
Ele tem supremacia,
E se for bem aplicado
Terá grande serventia.

Mas um cabra safadão,
Com uma ação desonesta,
Ele trás corrupção,
Que ao povão ela infesta,
E compra o voto do povo
Com cachaça e muita festa.

Mas a tal corrupção
Tem muitos bons aliados,
Pois não são só os políticos
Que ficam endiabrados
Os eleitores também
Ficam endemoniados.

Quando um safado corrupto,
Ele consegue ganhar
Pessoas da laia dele
Souberam nele votar
Ladrão só ganha eleição
Se outro ladrão lhe apoiar.

O cabra vem comprar votos
Com remédio e botijão,
Com uns litros de cachaça,
Com forró e animação;
Desgraçando todo mundo
Com a tal corrupção.

Compra o voto do paizão
E dos filhinhos também,
Com um saco de cimento
Todo mundo se dá bem
O cabra ganha carisma
E num perde nem pro trem.

O povão fica iludido,
Pois não tem educação,
Totalmente desconhece
O que é ser cidadão
Até quando, nosso Deus,
Sofrerá nossa nação?

Quando um homem que é honesto
Aparece num lugar,
Trazendo suas propostas
Sem votos querer comprar
É xingado de pão duro.
Como é que ele vai ganhar?

Nosso povo é mais corrupto
Que os próprios politiqueiros,
Pois eles são minoria
Porém tem alguns dinheiros,
Que compram as multidões
Enrolando os brasileiros.

Tira um carro do Detran,
E paga uma cirurgia,
Dá mil tijolos a um trouxa,
Já a outro dá uma pia,
Do outro tira o CPF;
Está feita a freguesia.

O cabra que era banguelo,
Já não tá mais desdentado,
Uma menina ala-moça
Seu emprego tá arranjado,
Um bêbo ganhou dez contos,
O dinheiro tá afrouxado.

O eleitor também corrupto,
Ele pensa tá lucrando;
Os cabras corruptores
Esses ficam se gabando,
Pois enganam os otários
E deles ficam mangando.

O eleitor sem consciência,
Devido a politicalha,
Vota em branco, às vezes nulo,
Porém ele também falha,
Além de não ajudar
A eleição ele atrapalha.

Se você votar em branco
Falta-lhe cidadania,
Pois não ter nenhuma escolha,
Isso sim que é covardia,
Se você não participa
Cadê a democracia?

Meu querido camarada,
Que se acha bom eleitor;
Nas próximas eleições
Seja você construtor,
Não vote nesses corruptos
Mostre ao mundo seu valor.

O que eu acho interessante
É que tem gente estudada,
Que passou por bons estudos,
De vida bem sossegada
Se embaraça na política
Ficando contaminada.

Pois quer ter uns privilégios,
E o demo vai lhe enganando
Querendo ser importante
Nossa verba vai gastando
Vira bandido também
E Deus fica observando.

Quando um corrupto ganha
A impunidade é selada,
Pois uma pessoa dessa
Jamis será condenada,
Enquanto estiver por cima
Ninguém não lhe fará nada.

Quem já viu ser condenado
Algum mau parlamentar?
A justiça brasileira,
Só sabe lhe preservar
Também o eleitor corrupto
Que nele soube votar.

Meu caro  amigo  estudante,
Meu amigo professor,
Seja você consciente,
Um verdadeiro eleitor,
Nosso Brasil custa caro
Pois seu voto tem valor.

Essas minhas reflexos
São anotações diárias
Se eu pudesse mandaria
Xerocópias fazer várias
Dessas minhas conclusões
Que são todas necessárias.

Não cito nome de gente
Neste cordel popular,
Pois essa é a minha arma
Que manejo e sei usar,
E você que é consciente
Também pode me ajudar.

Cópias deste folheto,
Tire corra e distribua,
Nas praças, nas avenidas,
Na escola e na rua,
Vamos falar a verdade
A VERDADE NUA E CRUA.

Um abraço para todos
Pra todo bom cidadão,
Que nunca vendeu o voto,
Que tem ele educação,
Que ele orgulha de ser
Construtor desta nação.

Esse cordel cidadão
Faça favor de emprestar
Pro colega e pro patrão,
Pra quem você encontrar,
Aprenda ser cidadão
O brasil vai acordar.

Abraços para os leitores,
Té mesmo pra quem não fez
O dever de cidadão,
Mas fará bem desta vez;
Izaías se despede
Um abraço pra vocês.

*Izaias Gomes de Assis é poeta cordelista potiguar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ASSU ANTIGO


SOLON WANDERLEY

Solon Wanderley era proprietário da famosa Padaria Santa Cruz, junto com seu irmão Afonso Wanderley. Sua mãe Alice Wanderley era poeta. Solon gostava de produzir trovas jocosas, amorosas, religiosas. Num certo Concurso Internacional de Trovas promovido pelo Clube dos Trovadores do Seridó no começo da década de setenta ele partcipou com a seguinte trovinha classificada em sétimo lugar que diz assim:

Das mil estradas da vida,
Por uma Jesus desceu.
Quero galgar-lhe a subida...
Pobre mortal! Quem sou eu?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CARNAUBAIS



*Por Aluízio Lacerda

Carnaubais nosso berço nativo, tu és tão maravilhosa quanto o ufanismo expresso dos cariocas com a beleza do Cristo Redentor, mas vóis sois tão magestosa, altaneira de princípios, ordeira, pacata, sentimento dos nossos ancestrais, beleza ética dos verdes carnaubais.
Seu povo, costumes, tradições e riquesas, sobrevivem de geração pra geração, admirando o leito do Piranhas, rio que nos deu tudo e muito levou.
Nas suas águas correm nossas mágoas pra transbordar no oceano em forma de esperança.
Carnaubais defendemos teu nome com orgulho, coragem, perseverança, serás sempre admirada por uns, criticada por outros, não importa a razão, nem o motivo, o que vale é enaltecer o teu valor.
Estamos continuadamente na luta pelo teu progresso, os ideais permanecem, os objetivos com certeza serão concretizados.
Salve à todos que lutam em prol do teu crescimento, independente da cor ou facção partidária, sempre estaremos na trincheira do seu porvir.

*Aluzio Lacerda é professor, jornalista, blogueiro.

domingo, 17 de janeiro de 2010

CHICO DIAS, DE NOVO

Chico Dias é uma figura folclórica e espirituosa da cidade de Assu por onde foi candidato a vereador por diversas vezes. Atualmente é corretor de imóveis bem sucedido. Não perde a oportunidade para soltar um repente, um dito espirituoso. Pois bem, Ivete Medeiros fundou naquela terra assuense uma instituição denominada GAVA - Grupo Ambientalista do Vale do Assu. Ao se encontrar com Chico Dias fez o convite: "Chico estou lhe convidando para fazer parte do GAVA, posso contar com você?" "Ora, Ivete, mataram Chico Mendes imagine Chico Dias!" Recusou Chico em cima da bucha.

AMOR


AMOR

Amor recompensado, que compensa,
Que se revela amado e, se não fosse,
O mesmo não seria, atado e doce
- O coração talhado na descrença.

Amor que sente e vê, amor que pensa,
Que pensando se fez e cauculou-se,
Amor que se escondeu, e revelou-se
Só quando refletido n´outra crença.

Amor que os passos vê, que conta os passos,
Fugitivo da dor, dos embaraços,
Os pesares notando, os males vendo.

Não é este, sem dúvida, o amor buscado.
Porque o amor no meu amor notado
É o bem mais cégo na cegueira ardendo.

João Lins Caldas

ZILDA ARNS


Que a alma de Zilda Arns "há de brilhar e florescer como talvez em nenhuma outra alma no mundo."

É a homenagem deste blog.

sábado, 16 de janeiro de 2010

RAPAZES ASSUENSES


Rapazes assuenses, início da década de setenta. Direita para esquerda: Francisco de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto), Rubian Soares, Arnourd Abreu (Arnouzinho)?, (?) Arnóbio Abreu e Osman Alves. Juninho é advogado, Rubian é dentista, Arnouzinho galeceu recentemente, Arnóbio também jpa falecido foi deputado estadual presidente da Constituinte de 1989 e Osman é dentista aposentado. Como não podia ser diferente para um bom assuense, todos tomando "umas e outras". O local é o Centro Cearense que ficava na esquina da rua João Pessoa com a Deodoro, em Natal.

CARNAUBAIS ONTEM


A fotografia acima fora tirada na posse de Texeirinha como prefeito de Carnaubais (RN) onde podemos ver o agropecuarista Juca Benevides (falecido recentemente), (?), (?), o deputado Olavo Montenegro, Francisco de Souza (Chico de Ernesto) e o prefeito recém empossado Texeirinha que, se não me engano, foi o terceiro prefeito daquele importante município do Vale do Assu. Carnaubais antes de ter foros de cidade em 1963 através do projeto de lei do deputado Olavo Montenegro era denominada Santa Luzia.

Em tempo: Que o dinâmico prefeito e blogueiro Luizinho Cavalcanti e o professor e também blogueiro Aluízio Lacerda me ajude a identificar as outras figuras constantes naquela fotografia do arquivo do dentista assuense de Carnaubais Osman Alves.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SOBRADO DE ZÉ BELEZA


Sobrado conhecido pelos assuenses mais antigos como Sobrado de Zé Beleza, funcionou seminário, grupo de escoteiros. É de propriedade, se não me engano, da Paróquia de São João Batista, padroeiro do Assu-RN. Está assentado na rua Moisés Soares, antiga rua de Ortas, Centro daquela terra de centenários casarões.

OLIVEIRA JUNIOR


Olegário de Oliveira Junior (1895-1983), poeta dos bons, escritor, articulista, colaborou nos jornais do Assu sua terra natal e na imprensa da cidade do Natal, como "Jornal de Natal", dentre outros. Em 1961 imortalizou-se ingressando na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Sobre ele, disse alguém: "poeta de classe, um artista de fibra, conhecedor emérito dos segredos das rimas". Oliveira Junior está antologiado por Rômulo Wanderley na sua antologia intitulada "Panorama da Poesia-Norte-Rio-Grandense", 1965, além da antologia de Ezequiel Fonseca Filho intitulada "Poetas e Boêmios do Assu, 1984. Da sua antologia intitulada "Frutos do Meu Pomar" (sonetos), transcrevo estes belos versos amorosos como prova da grandesa do seu poetar, sob o título "Eu", que diz assim:

Fiz de ti minha musa e meu sinsero culto,
E fiz de teu afeto  o deus da miséria crença,
Sinto a minha alma e festa, e canto, e rio, e enxulto,
Quando fitas em mim, cheia de graça imensa.

Deixa que nos malsine o mundo vil e estulto,
Pois rigores não há que um grande amor não vença.
Amparado na fé e a contemplar teu vulto,
Jamais naufragarei nos mares da descrença.

Confia, espere e crê nos dias do futuro
Viverás sempre em mim como um sol refulgente,
A iluminar o céu de nosso amor tão puro.

Vencerei a maldade, a inveja, o preconceito,
Tendo a guiar-me na vida o teu olhar ardente,
Contra nas perfídias do ódio e a fúria do espelho.

Ainda é dele, Oliveira Junior, esta estrofe adiante: E eu sozinho! E eu tão só, a chicotear-me o vento.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SAUDADES DE MARIA EUGÊNIA


Maria Eugênia Maceira Montenegro foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Potiguar de Letras. Natural de Lavras, Minas Gerais, e assuense por escolha. No Assu começou a fazer (onde viveu mais de sessenta anos) versos por influência dos poetas daquela terra principalmente do grande bardo João Lins Caldas com quem conviveu na intimidade. Fica a homenagem e a lembrança deste blog. É produção  daquela escritora imortal (que com sua partida para o outro lado deixou o Assu "mais pobre e deserdado de seu talento"), o poema seguinte de tanta verdade:

Minhas mãos são asas.
Taças,
Preces.
Quando anseio a liberdade,
Quando tenho sede de amor, quando minha alma se transforma em dor.

NOTA


cada dia mais nos empolgamos com a força do povo. Pois tenho andado, sentindo. Não tenho dúvidas: o povo faz liderança na hora que quer. E o povo está cada dia mais aprendendo com o sofrimento. Lamento profundamente que a grande imprensa divulgue que Assú só tem um pré-cadidato a deputado estadual. Isso é atropelar a história e a realidade, pois na verdade o Assú tem três pré-candidatos a deputado estadual.
Ao amigo Fernando Caldas (Fanfa). Fanfa li o seu comentário e gostei. Gostei amigo, pois amigo é pra essas coisas. Desculpe pela ausência, realmente foi um lapso de memória. Mas da mesma forma leio o seu blog todos os dias. Pra quem não sabe Fanfa é pré-candidato a deputado federal. E temos outro conterrâneo nosso candidato a Câmara federal Tião de Aurinha. Um pelo PC do B e o outro pelo PPS.

Postado por Juscelino França

CAUSOS

"Memórias Provincianas" é um dos livros do escritor (de minha admiração) Valério Mesquita, publicado em 2004 pela editora "Sebo Vermelho", de Natal. Aquela edição tem prefácio do imortal Iaperi Araújo. Daquele livro, transcrevo quatro estórias referentes a figuras da região do Assu (minha terra natal). Vejamos para o nosso bem estar, adiante:

"01 - Oliveira Júnior era uma figura estimada, escritor e articulista. Escreveu um livro intitulado "Frutos do Meu Pomar", bastante conhecido e lido, na época. Foi relator da Folha da Tarde de Djalma Maranhão e adépto de idéias de João Café Filho.  Seus filhos Guaracy, Queiroz e Paulo Oliveira no tempo de Revolução de Março de 1964 foram detidos pelo arbítrio e alojados nas selas do quartel da Polícia Militar do Estado. Certo dia, foi ao quartel visitar os filhos e ao chegar, ouviu de outro preso político Hélio Vasconcelos, uma saudação inesperada e humorada: "Oliveira, bom dia, venha ver onde estão os frutos do seu pomar".

02 - O meu amigo Edgard Borges Montenegro, ex-deputado, ex-prefeito do Assu, é tido por alguns como "pão duro". Talvez por ter sido, ao longo de sua vida pública, muito assediado pelo povo. Em sua casa de Assu, quando chegava alguém ao portão, perguntando: "Edgarstá?" Lá dentro Edgard resmungava automaticamente: "Nenhum tostão!"

03 - Chico Barreto, aos 77 anos de idade, era brigado com a esposa. Moravam juntos mas não se cumprimentavam. Briga igual só a de judeu com palestino. Mas, nas horas de refeição havia uma trégua esquisita. Para não chamar pelo nome do marido, assim o convoca à mesa: "Xô galinha, xô"! Aí Chico Barreto vinha, sentava e comia. Briga é briga. Senha é senha.

04 - Chico Barreto sempre comparecia aos velórios e enterros em Pendências, mas custumava nunca entrar no cemitério. O fato se tornou notório. Um dia um curioso observador perguntou-lhe: "Chico, por que você não entra no cemitério?" Resposta na ponta da língua: "Porque  quem não é visto não é lembrado".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A TRAJÉDIA QUE ENLUTOU O RIO GRANDE DO NORTE

"O mergulho do avião no Rio do Sal levou para o silêncio da morte planos e intenções"


Às 4h15 da manhã do dia 12 de julho de 1951 decolava do aeroporto de Parnamirim o avião Douglas, de prefixo PL - 3 PPLG da LAP - Linhas Aéreas Paulistas com destino ao Rio de Janeiro. A bordo daquela aeronave, o governador potiguar Dix-Sept Rosado que regressava aquela capital carioca com o objetivo de tratar de assuntos políticos e, principalmente, conseguir recursos para "reconstruir o Estado dos efeitos desastrosos da calamidade climática".

Em sua companhia alguns seus auxiliares e amigos como Mário Negócio, Felipe Pegado Cortez, Jacob Wolfson, José Gonçalves de Medeiros, Fernando Tavares [Vem-Vem] e sua esposa Maria Celste Tavares (meus avós maternos), além de Marina Nina de Oliveira e seu filho pequeno, bem como Pedro dos Santos, Agenor Coelho, além dos tripulantes comandante aviador Áureo Miranda, co-piloto José de Souza Neto, o radioperador Eurico Pereira Bendelho e o comissário Sérvulo Duarte Gonçalves, dentre outros.

Aquele avião teria que fazer escala no Recife, Aracajeió. Naquela aeronave viajava também o assuense Majó Manuel de Melo Montenegro que teria desembarcado na capital pernambucana. Do Recife, o avião proseguiu viagem. A próxima escala seria a cidade de Aracaju, antes, porém, de entrar em reta final sobrevoou o rio do Sal daquela capital sergipana para pouso quando segundo informações dos moradores do povoado Sobrado, o avião começou a inclinar as asas, para ouvirem em seguida, o barulho ensurdecedor provocado pela queda da aeronave. O desastre ocorreu precisamente às 8h40 no riacho Calumbi, afluente do rio do Sal. Poucos minutos depois os jornais recebiam notícias da grande trajédia que enlutou o Rio Grande do Norte e Sergipe, conforme informações do Sergipe-Jornal, edição do dia 12 de julho de 1951.

Outra matéria sobre aquele acidente vamos encontrar naquele mesmo jornal datado de 13 de julho daquele mesmo ano. O pesquisador Valderley Ferreira de Matos, de Aracaju, diz que aquele periódico informa que "muitas horas após a trajédia a agência da LAP em Aracaju não sabia informar quais passageiros e tripulantes viajavam e fazia crítica à falta de manutenção da aeronave, dizendo que "avião que cai é avião sem manutenção e com carga acima do limite". Foi, segundo se comentava na época, o excesso de carga a causa daquele episódio que vitimou 28 passageiros e quatro tripulantes.

Aquele pesquisador ainda depõe que naquele acidente "morreram seis membros da família Diniz e três da Sampaio Melo, famílias tradicionais da capital pernambucana, além do sergipano Raimundo Leite Torres, filho de Anízio Fontes Torres, fazendeiro de Estância, interior Sergipano.

Há informações que aquela "aeronave estava sobrecarregada e no limite máximo de passageiros, tudo leva a crê que o comandante fez uma manobra brusca para entrar em reta final do pouso, perdendo, contudo, o controle do avião. Não houve incêndio, como a princípio se pensou. Os corpos das vítimas foram transportados do local do acidente para o Hospital Cirurgia, para serem embalsamados e enviados para os estados de origem."

Os corpos do fazendeiro e comerciante em Açu chamado Fernando Tavares e sua esposa dona Celeste foram identificados pelo médico Samuel, casado com uma assunse que naquela época clinicava em Aracaju. Foi o vigésimo desastre aviatório ocorrido no Brasil.

A propósito daquele acidente, o cancioneiro popular escreveu:

[...]

No dia 12 de julho
Se viu no firmamento
Que o sol resplandecia
Os seus raios pardacento
Como quem dava sinal
Deste acontecimento.

O nosso governador
Jerônimo Dix-Sept-Rosado
Formando uma viagem
A qual tinha projetado
Para o Rio de Janeiro
A benefício do Estado

Em sua companhia
Os seus auxiliares
A interesse do mesmo
Ocupando seus lugares
E junto dr. Jacob,
Sr. Fernando Tavares.

Dona Celeste Tavares
E d. Maria Nina
E seu filhinho querido
Nesta hora matutina
Sandoval, Pedro dos Santos
Que tiveram curta sina

Sr. Agenor Coelho,
Seguia neste transporte;
Foram 12 companheiros
Do Rio Grande do Norte.
Sem pensar que neste dia
Fosse pouco a sua sorte

As 4 horas e 15
Todos eles embarcaram
Num avião da LAP
Conforme se combinaram
Sem menor perda de tempo
No aparelho voaram.

Todos bem regozijados
Regressando da cidade
Pra fazerem a viagem
Com Paz e felicidade
Não julgavam nem por sonho
Na triste fatalidade.

O rifão tem um ditado
Que o provérbio nos diz
Que jamais se sabe a hora
De alguém está feliz
Quando a gente não esperava
Chegar o momento infeliz

Todos eles satisfeitos
Em uma só harmonia
Exceto Vem-Vem
Que viajar não queria
Como quem advinhava
Seu coração lhe dizia.

Muita gente de Açu
As vezes lhe perguntava
Para o Rio de Janeiro
Quando ele viajava
Ele dizia que esta
Viagem muito receava

Porém Dix-Sept chamo-o
Como seu maior amigo
Para conhecer o Rio
Em companhia consigo
Não julgando que eles fossem
Vítima deste perigo.

E provou que era amigo
Até o último transporte
Muito embora neste dia
Tivesse mesquinha sorte
Porém provando que era
Amigo de vida e morte.

fernando.caldas@bol.com.br

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PPS - RN


Partido Popular Socialista (naquela agrmiação partidária sou filiado desde o ano de 2000) partido pelo qual fui candidato a vereador de Natal nas eleições de 2008. Agora, sou candidato a candidato a deputado federal, carregando no meu currículo a experiência legislativa e ter execido importantes cargos públicos no Governono e na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, além de ter sido com muita honra vereador por um longo peródo e presidente da Câmara Municipal do Assu. Fica o registro.

ASSU AÉRIO


CARRO DE LATA


Do blog de Francisco Martins (Mané beradeiro). Vale a pena conferir o seu blog.

domingo, 10 de janeiro de 2010

ASSU ANTIGO


RESGATE DE UMA "MEMÓRIA ASSUENSE"

(Transcrevo abaixo, o importante artigo escrito pela professora Terezinha de Queiroz Aranha no "Jornal da Colônia Assuense, edição de março de 1995, sobre o Assu e região do Baixo Assu. Vejamos adiante):

"Na hora em que se mobilizam pessoas e instituições para festejar um século e meio de emancipação da Cidade de Assu e sugere-se a sistemátização de uma memória assuense é bom que divulguemos o que já vem sendo feito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte através do Projeto de Trabalho Vale do Assu.
Entendendo que uma Memória não deverá se restringir apenas a edição de textos, o grupo de trabalho responsável, resolveu como passo inicial, dar um enfoque especial à coleta e armazenamento da documentação existente sobre a região, espalhada por diversas entidades do Estado.
Resultante desse esforço de coleta, a "Coleção Documental" já conta com uma organização preliminar que agrupa seu acervo, nos seguintes itens:
- Produção jornalística, de escritores, cronistas e poetas;
- Recursos hídricos existentes (barragem, açudes e lagoas);
- a política de irrigação no Vale do Assu;
- recursos naturais (sal, carnaúba, petróleo, cerâmica, etc.);
- sistema econômico do Vale;
- esforço acadêmico empreendido por alunos e professores de Universidades locais e nacionais através de atividades tais como artigos em periódicios, monografias, projetos de pesquisa, dissertações de mestrado. Desse esforço acadêmico sobre o Vale do Assu já foram referenciados duzentos e vinte títulos.
A edição de textos foi iniciada com sete títulos, lançados em outubro de 1993, na cidade de Assu, e que se refere: ao estudo da Lagoa do Piató, ao desemprego na região de Macau, ocorrido pela modernização do parque salineiro; à parceria na agricultura irrigada; às alternativas tecnológicas para a cera de carnaúba; à história do autoristarismo e resistência que envolveu a implantação do Projeto Baixo Assu e finalmente a biografia e produção de vinte e um anos da vida do jornalista Osvaldo Amorim.
Na linha de biografias de pessoas da região, estamos concluindo o estudo sobre Manoel Rodrigues de Melo, escritor que imortalizou pelos livros que fez sobre paisagens, tipos e costumes do Vale do Assu, e que deverá ser lançado ao público possivelmente até meados de junho.
Afora esse trabalho que registra quase setenta anos de produção do autor e informes sobre ele (1926-1995), contamos com a sua mais recente produção "Memória do Livro Potiguar - apontamentos para uma bibliografia necessária", editada pela Editora Universitária e lançado ao público em 28/12/94.
Essa Memória, que arrola 1.005 verbetes, correspondente a produção de trezentos autores, abrangendo o período limite de 1870-1971, decorreu de uma exposição feita por Manoel Rodrigues de Melo quando dirigia a Academia Norte-rio-grandense de Letras. Sobre a finalidade dessa memória é ele mesmo que informa na apresentação original: "esse catálogo tem uma finalidade facilmente compreensível; arrolar a bibliografia norte-rio-grandense dispersa e muitas vezes perdidas, torná-la conhecidoa de leigos e especialistas e fixá-la para sempre num compêndio de fácil manuseio pelos interessados na matéria".
Dessa grande lição dada por esse varziano do Assu aos estudiosos e pesquisadores da bibliografia estadual, feita numa época em que os recursos da informática não chegavam até ele, resta um largo caminho a ser seguido pelos pesquisadores interessados no levantamento de novos títulos sobre temáticas do Rio Grande do Norte e suas diversas regiões entre as quais se inclui o Vale do Assu.
Sabendo que o resgate de uma Memória a ser localizada em Museus ou Centros de Documentação Histórica não se limita ao trabalho realizado até agora dentro da UFRN, pelo Núcleo da Seca, que precisava de inicio estimular a participação da comunidade assuense, é que partimos para interessar a Universidade Regional do Estado a se incorporar  ao nosso esforço no sentido de criar e implantar no Campus Avançado de Assu um Centro de Pesquisa e Documentação Histórica, capaz não só de realizar projetos de pesquisas mas também mobilizar a participação de assuenses/varzianos que vivendo fora da vida universitária se interesse pelo assunto.
A partir de um trabalho que já vinha sendo desenvolvido, pela UFRN, essas novas intenções foram respaldadas pela Reitoria da Universidade Regional de Mossoró, que no dia 22 de julho de 1994, assinou convênio com o Reitor da UFRN, visando subsidiar e acompanhar o Núcleo de Informação e Documentação Histórica do Vale do Assu, com o apoio do Núcleo Temático da Seca, da UFRN, e realizar em conjunto um projeto coletivo de pesquisa envolvendo diversos aspectos do Vale do Assu.
Com esse Convênio pretende-se dinimizar uma ação investigativa que engaje professores e alunos dos diversos Departamentos que funcionam o Campus Avançado de Assu.
Não resta dúvidas que avançamos um pouco nesse trabalho conjunto. Debates e cursos de pesquisas já foram realizados. Espera-se com isso tornar mais curto o caminho de quem deseja participar conosco dessa tarefa. Entendemos porém que foram passos iniciais.
O que desejamos com o Núcleo de Informação e Pesquisa Histórica do Vale do Assu é disseminar entre As Escolas da região, não só a impórtância da utilização desse resgate  bibliográfico, mas integrá-las nos esforços de transformação dese Centro Histórico num verdadeiro "laboratório de interrogações" sobre o passado da população que habitou essa região e que também seja capaz de assegurar um conhecimento do seu presente notadamente das mudanças que o processo de modernização do parque salineiro de Macau e da agricultura troxeram, para o homem que vive, trabalha e sonha no Vale do Assu e na sua região salineira."


Terezinha de Queiroz Aranha

fernanado.caldas@bol.com.br

POESIA RELIGIOSA


                                                                     Arte: Lúcia Caldas

SENHOR JESUS

Senhor Jesus, abrange a minha vida para tirá-la de todos os pecados
Dá-me das tuas mãos, com os cravos dolorosos
A benção eterna do Teu nome.

Mas senhor, se fora de mim eu não conheço felicidade,
Se a minha felicidade se distancia de todos os outros pólos consagrados,

E a minha felicidade é, única, a minha felicidade,
Morta a minha felicidade,
Morta a minha felicidade, já que os assassinos m'a mataram,
Tu, Senhor, para me ressuscitares a minha felicidade?

Eu convenci-me, Senhor, que fora das nossas há outras estradas,
Sadias aos nossos pensamentos, vivas às nossas verdades...
Ah! Senhor, a minha única verdade
A verdade única do meu pensamento.

Mas Tu, Senhor, da tua força podes talvez também me dar a única verdade.


João Lins Caldas

fernando.caldas@bol.com.br

sábado, 9 de janeiro de 2010

VAQUEJADA


Arte: Lúcia Caldas - Lúcia é filha do assuense (primeiro filho do Assu a se formar em engenharia civil) Raul de Sena Caldas, que regressou ao Rio de Janeiro no início da década de trinta, onde veio a falecer. Ela é natural do Rio de Janeiro onde reside atualmente.

DO POETA CALDAS

- De todas as glórias?
- A literária.
- Das literárias?
- A poética.

João Lins Caldas 

fernando.caldas@bol.com.br

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

SAI 'FOLIODUTO', ENTRA 'FABIODUTO'

Por Paulo Sérgio Martins, jornalista.

Parece até que o "capitão" Rodrigues Neto está fazendo escola. Questionado recentemente por um repórter Novo Jornal, o presidente da Fundação Capitania das Artes disparou que estava "cagando e andando" para os eventuais críticos de sua controvertida maneira de gerir a coisa pública. A partir daí a coisa desandou a feder e parece ter contaminado consideravel parte do borboletário verde da prefeita Micarla de Sousa.
Outra razão não há que justifique o escandaloso fato de a Prefeitura do Natal ter que desembolsar a "módica" quantia de R$ 221 mil pela apresentação do padre-cantor Fábio de Melo, na noite véspera do Natal, no estádio Machadão. Só para se ter uma ideia, o último show do cantor Roberto Carlos na cidade, este ano, custou à iniciativa privada a bagatela de R$ 150 mil. E olha que ele desembarcou aqui de "aero-rei" trazendo consigo todo o equipamento, pessoal de apoio e músicos, a hospedagem já incluída.
Em sua coluna na Tribuna do Norte, ontem, o jornalista Wodem Madruga - a pretexto de comentar o futebol - abriu um generoso parêntese para o momentoso assunto: "E por falar em futebol, o padre Fábio de Melo é o craque da semana. Cracão. Faturou, por menos de uma hora no Machadão, 221 mil reais. Dinheiro bancado pela Prefeitura de Natal, que tem saco maior que o de papai noel. Tardinha de ontem na calçada do Cova da Onça, mestre Gaspar fazia comparações:
- Adriano, o Imperador do Flamengo, tem salário mensal de 400 mil reais, apontado como o mais alto do futebol carioca e um dos maiores do país. Para botar toda essa grana no bolso, Adriano tem que jogar duas vezes por semana ou oito por mês. Isso quer dizer exatamente que cada vez que joga (e são 90 minutos com intervalo de 15) Adriano recebe 50 mil paus. O padre Fábio não cantou mais de 50 minutos e o seu cachê foi de 221 mil reais. Adriano bota no Maracanâ 80 mil pessoas; padre Fábio não conseguiu atrair ao Machadão nem 15 mil."
Batizado pelos internautas de "Fabioduto", o indecoroso cachê tem rendido para a verve popular até mais que as chuvas para o próprio Madruga, um incorrigivel perseguidor das nuvens. Observador atento de nossas mazelas culturais e políticas, o poeta Laélio Ferreira registrou o lamentável episódio em forma de versos sem medo de ser feliz:

Nas Boas-Festas abunda
a fama do sacerdote...
- O bonitão come brote,
Arranjou-se uma barafunda
e a coisa foi engrossando:
muito dinheiro rolando,
muita conversa-fiada...
- Proteja a traseira amada,
Padre Fábio está chegando!

O sacolejo natalino natalino da batina mais alegre e dispendiosa do Brasil tem rendido que não acaba mais. Na blogosfera, então, nem se fala. A começar pelo jornalista Ricardo Noblat, que traçou um comparativo dos mais altos cachês cobrados pelo shoow-business brasileiro e lançou desafio: "Você entregaria sua alma aos cuidados do padre Fábio?"  Nem foi preciso responder. O borboletário verde ficou numa agitação que só vendo. Mas o lugar mais apropriado para quem quer inteirar-se do assunto, todavia, continua sendo o blog da jornalista Laurita Arruda Câmara.
Transformada involuntariamente no principal holofote do "Fabioduto", a titular do Território Livre foi publicamente desancada pelo bad boy Eugênio Bezerra, o controvertido "assessor especial" da prefeita Micarla de Sousa. Ele ameaçou detonar de seu twitter um suposto "babado forte" envolvendo a vida privada da moça, caso ela não parasse de abordar o escândolo, mas terminou por confirmar o adágio popular de que "cão que ladra não morde". Acovardou-se diante de enorme repercussão negativa da ameaça que fizera e que originou toda a polêmica.
Do blog de Laurita, aliás, extrai-se um comentário de fatura especulativa mas não menos interessante. Sobrescrito pelo internauta Elves Alves, eis o seu inteiro teor:
"Tá no prelo da Gráfica Manimbu, da Fundação José Augusto, um cordel curiosamente intitulado "A facada do padre e a cagada do capitão". (Grifo nosso) Uns especulam que trata-se do escândalo natalino conhecido como "Fabioduto", ou seja, o cachê escorchante de R$ 221 mil cobrado pelo padre Fábio de Melo à prefeitura de Natal; outros dizem que é sobre a doutrina filosófica ("Filosofia da vaca") instaurada pelo presidente da Capitania das Artes, o impávido "capitão" Rodrigues Neto, que disse estar "cagando e andando" para eventuais criticos de sua glamurosa gestão. Pelo sim, pelo não, prefiro apostar nas duas hipóteses, menos que o autor da obra venha a ser o cordelista Crispiniano Neto, presidente da FJA. Assim já seria demais, né...?
Ora, se é.
Incontinência fecal à parte, o "Fabioduto" tem lá a sua parte positiva. Na tentativa desesperada de represar a sua repercussão, fazendo valer até mesmo ameaças veladas e intimidações anacrônicas, os debochados mandarins do Palácio Felipe Camarão terminaram por revelar que, pelo menos na seara cultural, o seu modulos operandi é idêntico ao do Governo do Estado: secreto e guardado a sete chaves. Realmente é um governo que, se "andando" está, é num passo quase imperceptível, mas que está "cagando" copiosamente, disso não resta a menor dúvida.

Obs: O artigo transcrito acima fora remetido para este blog no dia 30 de dezembro último. O autor deste blog pede desculpa ao jornalista Paulo Sérgio Martins por não ter publicado na data enviada. Mas nunca é tarde para postar um artigo de boa qualidade como os que Paulo escreve. 

sábado, 2 de janeiro de 2010

SOBRE LIMA CAMPOS

Lima Campos um dos grandes nomes da literatura brasileira, conviveu na intimidade com o grande vate potiguar João Lins Caldas no seu tempo de Rio de Janeiro (1912-33). Ele se conheceram na afamada liraria Garnier, que ficava na Rua do Ouvidor, Centro daquela terra carioca. Aquela livraria já era naquele tempo o ponte de convergência da intelectualidade brasiliera. O escritor Campos sentindo que a morte lhe chegara (me contou a escritora Maria Eugênia que convivia diariamente com o poeta Caldas) teria lembrado e dito algo em referência a Caldas que um dia, saudos, escreveu em homenagem a memória daquele grande amigo, dizendo em forma de poema, de tal modo:

Quando na história do mundo se falar no que foi uma grande amizade
- Eu não sei o que foi a hitória do mundo mas sei o que foi uma grande amizade -
E a alma de César da Câmara de Lima Campos há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo.

Conta-se que quando Caldas comentava o seu relacionamento com Lima Campos embargava a voz com lágrimas nos olhos.

fernando.caldas@bol.com.br

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

POEIRA DO CÉU

Poeira do céu é a segunda antologia póstuma do grande poeta potiguar João Lins Caldas editado pela EDUFRN, com organização, introdução e notas da professora de literatura Cássia de Fátima Matos dos Santos. Ao comparecer O lançamento no Museu Câmara Cascudo, em Natal, no última dia onze, recebi daquela professora um exemplar daquela coletânea com a seguinte dedicatória: "Para o Sr. Fernando Caldas, por sua incansável luta para fazer viva a poesia do nosso querido João Lins Caldas. Um abraço.
Nesta oportunidade quero agradecer aquela professora pela citação do meu nome que ela registra na sua apresentação, dizendo assim: (...) agradecemos ainda aos familiares do poeta, como Fernando Caldas, primo e admirador de João Lins, que também nos forneceu material para a pesquisa (...).
Aquela coletânea que, sem dúvida, engrandece as letras potiguares vamos encontrar belos sonetos, poema de diversos estilos e temas.

Num dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E em que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.

E esse outro:

Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...

Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...

Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...

Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...

Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....

fernando.caldas@bol.com.br

OSVALDO AMORIM

(A propósito do falecimento do saudoso jornalista Osvaldo Amorim em 16 de junho de 1971 o jornalzinho intitulado O Vaqueiro editado por um grupo de jovens inteligentes assuenses durante os festejos (novenário) do padroeira do Assu São João Batista, o escritor Francisco Amorim (primo de Osvaldinho como ele era mais conhecido) escreveu naquele periódico, edição de 20 de junho daquele ano, o que transcrevo adiante:

"É com imensa tristeza que registramos o falecimento de Osvaldo Amorim, ocorrido às 6.45, de 16 do mês em curso, no Hospital Barão de Lucena, em Recife, onde se encontrava, aos cuidados de especialistas, na esperança de recuperação do seu estado de saúde, últimamente abalado.
Se bem que esperada, dada a gravidade da moléstia, a notícia da sua morte repecutiu melencolicamente em meio da sociedade açuense, habituada a sentir na sua atividade, na sua movimentação, o estímulo e orientação para o grangeio de benefícios para a sua terra e para a sua gente.
Profundo conhecedor dos problemas rurais, estudioso das necessidas do meio rurícola, a sua constância se dirigia no sentido de desenvolver, acionar e multiplicar os instrumentos que se faziam precisos para que o homem do campo tivesse a assistência e, sobretudo, a educação agropecuária, fatores primordiais para o nosso desenvolvimento.
Daí, ninguém avaliar as dimensões que o vazio do seu desaparecimento causou, não só a sua família, à terra do seu nascimento, como à própria região do Baixo Açu.
Secretário da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu (CODEVA) a sua agilidade intelectual, o seu dinanismo congênito, estiveram ao serviço do aprimoramento, não somente no setor da agricultura mas, também, no domínio educacional.
Presidente, por mais de um período, da Associação Comercial, Presidente do Lions Clube do Açu, Assessosr do Lions Internacional para Assuntos do Desenvolvimento do Nordeste, soube sempre desempenhar a contento as funções que foram atribuídas, gozando, pela eficiência no agir, a confiança e o prestígio que, antes de constituir vaidade, recebia as deferências como um prêmio ao seu desinteressado e altruístico labor.
Após a missa de corpo presente, na manhã seguinte, realizou-se o seu sepultamento. Incalculável multidão compareceu. Delegações de todos os estabelecimentos de ensino, com o seu pavilhão à frente estiveram presentes. À beira do túmulo usaram da palavra dr. Edgard Montenegro, em nome do Sr. Governador do Estado, da CODEVA e das Associações Comerciais de Açu e Natal; nosso companheiro Geraldo Dantas, em nome dos que fazem a poesia açuense; dr. Cascudo Rodrigues em nome da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; dr. José Mariano, em nome do Instituto Pe. Ibiapina e do Centro Operário Açuense, e, por último, o professor José Anchieta, agradecendo em nome da família as palavras dos oradores. Sobre o seu ataúde via-se a bandeira do Lions Clube local, além de muitas grinaldas e coroas de flores em sua memória."

Em tempo: Transcrevo ainda um soneto de autoria do poeta Renato Caldas em homenagem a memória de Osvaldo Amorim intitulado O Sol, que diz assim:

Não se apaga do sol a realeza.
O sol é luz, é força e inteligência.
Ninguém pode ir de encontro á natureza.
Devemos nos curvar à providência.

Por que não respeitar essa beleza
Na hora triste da coincidência,
Se nós temos, da vida, uma incerteza
Nos momentos ditosos da existência?

Osvaldo foi na terra um operário
Que muito trabalhou conscientemente
Sem pensar na vileza do salário.

Sol que brilhou em sua trajetória
E há de ficar brilhando eternamente
Na beleza do céu da nossa história.

fernando.caldas@bol.com.br

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SEGREDO

Conta-se que na cidade de Parelhas, região do Seridó (RN) tinha um senhor chamado Manuel Vigílio do Nascimento que em 1967 já passava dos seus bons 80 anos de idade. Ele  tinha o privilégio de ser amigo íntimo de Monsenhor Walfredo Gurgel que naquela época governava o Rio Grande do Norte. Aquele governador ao ver o velho amigo pelas ruas de Parelhas acompanhao de umas vinte crianças, indagou-lhe: "Manuel, e esses meninos são seus netos?" "Não, compadre! São meus filhos!" Para surpreza daquele governante. E Manuel sertanejo de fibra longa disse ainda, risonho: "O segredo é treinar, né, governador!"


fernando.caldas@bol.com.br
Fernando "Fanfa" Caldas - 84.99913671

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AMÉRICA DE NATAL - FUTEBOL DE SALÃO


Fotografia do time do América que participou e ganhou o primeiro campeonato de futebol de Salão (Taça Brasil de Fuitebol de Salão. Dois filhos do Assu fizeram parte daquela agremiação futebolística. Mais uma prova como diz o jornalista assuense Auideri Dantas: "O Assu é +". São eles Francica de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto) agachado, o segundo da direita para esquerda e Edval Germano Martins (goleiro) o segundo da direita para esquerda. Juninhoátualmente é advogado e Edval atualmente é presidente em exercício da COPHAB. Aquele campeonato foi realizado em 1968, em Santa Catarina.
Dê um clique para melhor visualizar a imagem.

fernando.caldas@bol.com.br

domingo, 13 de dezembro de 2009

POESIA


VOLÚPIA

Eu fui pertubar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.`Pela tua mocidade.
O lençol revolvido,
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.

João Lins Caldas
(Do livro Poeira do Céu, EDFURN, org. Cássia Matos, 2009). 

fernando.caldas@bol.com.br

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

POESIA



Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canso de
Olhar as estrelas.

João Lins Caldas

fernando.caldas@bol.com.br

NOTA CONVITE

Poeira do Céu é o livro de poemas do bardo assuense João Lins Caldas editado pela UFRN, NCCEN e EDFURN, que será lançado amanha, 11 de dezembro, às 10h30, no Museu Câmara Cascudo/UFRN, Av. Hermes da Fonsêca, 1398, Tirol. Aquela coletânea tem organização da professora Cássia Matos dos Santos. Convido o povo potiguar, especialmente os assuenses paa comparecer aquele evento para prestiguiar o organizador daquele trabalho, especialmente a memória do grande poeta que engrandece as letras brasileira chamado João Lins Caldas.

fernando.caldas@bol.com.br

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DO ESPIRITUOSO CHICO DIAS

Chico Dias é uma figura irreverente e espirituosa do Assu. Já foi comerciário, empresário, lider estudantil, presidente de grêmio, cabo eleitoral, candidato a vereador por diversas vezes pelo município do Assu (RN). Pois bem, recentemente apresentei ele, Chico, a um advogado que se encontrava comigo na praça de alimentação do Hiper Bom Preço, em Natal. Aquele jusista ao escutar o seu sobrenome perguntou-lhe: "O senhor é primo do deputado estadual Àlvaro Dias, de Caicó. Chico deu uma de grande: "Não! Sou primo do senador Álvaro Dias, do Paraná. É o besta. 


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

OS TAPUIAS DO ASSU

Por Olavo de Medeiros Filho

Os indígenas que povoavam a Ribeira do Assu pertenciam ao grupo étnico-cultural TRAIRIÚ, o qual compreendia diversas tribos, conhecidas na nossa historiografia sob as denominações de Janduís, Ariús ou Pegas, Sucurus, Tucurijus, Arariús, etc. A chamada Nação Tarairiú habitava o Nordeste brasileiro, do rio São Francisco ao Ceará, tendo sido confundida com os Cariris, o que representa um equívoco.
O principal local de concentração dos Tarairús era a lagoa do Piató, no rio Assu, vizinho à cidade do mesmo nome. Para ali ocorriam, os tapuias Tarairiús, quando havia a presença de um inverno satisfatório.
No ano de 1579, o cartógrafo normando Jacques de Vaudeclaye elaborou um mapa, no qual retratava o Nordeste brasileiro. No local, hoje representado pela cidade de Assu, já figurava a Aldeia Tarara Ouasou, capaz de fornecer 800 homens aos franceses, na hipótese de se oferecer uma ocasião de guerra contra a presença portuguesa.
Tomada a Fortaleza dos Reis Magos pelos holandeses, em dezembro de 1633, pouco tempo depois, ali comparecia o centenário moioral Janduí, "rei" dos tapuias dos Assu. Janduí forneceu guerreiros aos seus novos aliados holandeses, dando assim vazão ao ódio que nutria contra os portugueses.
Os autores portugueses e flamengos que trataram da presença holandesa no nordeste (1630-1654), fornecem informações hitóricas e etnográficas sobre aqueles temíveis indigenas dos nossos sertões. Assim, os Tarairiús do sexo masculino eram de elevada estatura e de hérculea conformação física, sendo as mulheres baixas, gordas e bonitas de feições. Andavam praticamente nus. Atingiam uma idade muito provecta. Praticavam a poligamia. Viviam em estado nômade, sempre à procura de sua alimentação, baseada na caça, pesca, mel, abelha e frutos silvestres. Usavam com armas, a prancheta de arremesso de dardos, e machados de pedra. Praticavam o canabilismo. A linguagem falada pelo Tarairiús desapareceu, em virtude de não ter sido dicionarizado pelos missionários. Os tupuias praticavam uma espécie de espiritismo pragmático, através do qual encontravam os territórios melhor indicados para as suas atividades de caça e pesca.
Com a chegada dos primeiros curraleiros ao sertão, vinte anos depois da expulsão dos holandeses, os tapuias logo pressentiram os maléficos que lhes adviram de tal presença, pois a implantação das fazendas de gado impossibilitava os índigenas de obterem a sua alimentação costumeira. Foi então que teve início a chamada Guerra dos Bábaros, ou Levante do Gentio Tapuia, cujo epicentro foi então Capitania do Rio Grande, em especial, a ribeira do Assu.
Cerca de quatro décadas (1683-1725) durou aquela guerra, na qual chegaram a ser utilizadas tropas especiais, conhecidas como os Terços dos Paulistas. Resultou da guerra, que os tapuias foram destroçados. Os que não fugiram para o Piauí e Maranhão, foram vitimados pelas armas, escravisados ou coagidos a se refugiarem nas missões religiosas, onde passaram a viver uma existência completamente diversa daquela que lhes era costumeira.
No Rio Grande do Norte, os tapuias foram aldeados em Guagiru (hoje Extremoz); na lagoa do Apodi, de onde foram transferidos para a serra do Portalegre; nas missões de Guararairas (Arez) e Mipibu (São José de Mipibi).
A identidade indigena perdurou, no Rio Grande do Norte, até os meados do século passado.

fernando.caldas@bol.com.br
blogdofernandocaldas.blogspot.com

domingo, 6 de dezembro de 2009

COISA PRETA


Francisco Duca da Silveira mais conhecido como "Duquinha" foi prefeito de Areia Branca, região litorânea do Rio Grande do Norte. Resolveu fazer na cidade uma praia artificial. Autorizou o seu secretário de obras colocar no local desejado, carradas e mais carradas de areia, tantas quantas forem necessárias para conclusão daquela obra ousada. Cumprindo ordens, o secretário mandou brasa. Vendo que aquela construção gastaria o que a prefeitura não podia, resolveu ir ao gabinete do prefeito para advirtí-lo: "Prefeito, a coisa tá ficando preta!" Duquinha como um raio, respondeu: "Coisa preta quem viu foi Xuxa quando namorava Pelé. Obra pra frente, rapaz!

fernando.caldas@bol.com.br

sábado, 5 de dezembro de 2009

ASSU ANTIGO


Para mim essa fotografia da antiga praça Getúlio Vargas (provavelmente do começo da década de sessenta) é um verdeiro poema. A foto é do arquivo de Renato Cabral (secretário legislativo da Cãmara dos Vereadores do Assu). Você que é bom assuense dê um clique na imagem e viva uma grande emação!

GLOSA

Lembrei minha mocidade
Toda Cheia de você,
Olhos chorando porque
Hoje eu pisei na saudade
Revi você que beldade!
Estrela loura ao luar,
Felicidade a me olhar
No seu vivido semblante,
Nosso amor de estudante,
Depois me pus a chorar.

Bonifácio Santos da Cunha
(Poeta assuense)

POESIA

ADIVINHAÇÃO

O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...

Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...

Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.

Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...

Andiére "Majó" Abreu

fernando.caldas@bol.com.br

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CASAS POPULARES - ASSU


Casas Populares - Bairro Dom Eliseu. O primeiro conjunto habitacional do Assu. Posteriormente comentarei mais sobre este assunto. A fotografia é do tempo em que aquele conjunto acabara de ser construído.

fernando.caldas@bol.com.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

NOTA


Juscelino França é uma pessoa (blogueiro) folclórica e envolvente da política assuense. Ele é do partido PHS, pré-candidato a deputado estadual. Eu não poderia deixar de registrar uma nota (logo ele que posta com carinho os artigos que escrevo no meu blog, para o seu blog) sobre a sua apresentação domingo próximo no program "Sala de Redação", apresentado pelo nosso amigo e querido conterrâneo Lucílio Filho. Fica o registro.

fernando.caldas@bol.com.br

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

JOSÉ REGES DE SOUZA, UM BOM AMIGO


A fotografia acima (santinho) é das eleições municipais de 1976. 

José Regis de Souza foi empresário, vereador (presidente da Câmara Municipal do Assu para o biênio 1977-78). Se você não sabia, Seu pai José André de Souza (Zezinho André) foi vice-prefeito daquele município, eleito nas eleições de 1972. Regis exerceu importantes cargos no governo do estado e na assembleia legislativa, onde foi Subsecretario de Administração Financeira e Orçamentária naquele parlamento estaduano, cargo que eu também, no tempo que Paulo Montenegro era deputado estadual, cheguei a exercer. Ele foi meu colega na assembleia e amigo desde os tempos de menino na nossa querida cidade de Assu de boas recordações. Em Natal no início da década de setenta Regis foi comentarista esportivo na Rádio Cabugi, daquela capital potiguar. Por sinal um bom comentarista. Atualmente apresenta um importante programa político denominado Registrando, programa de maior audiência da Rádio Princesa do Vale, de Assu.

Tipo alto, magro, bom de copo, fumante inveterado. Há muito tempo que eu desejava dizer alguma coisa sobre ele. Regis é conhecedor de muitas histórias e estórias  da política assuense que ele guarda "num baú inviolável", desde os tempos em que a política do Assu era praticada com radicalismo tenso e intenso.

Político ainda do tempo da velha ARENA - Aliança Renovadora Nacional, cuja bandeira era empunhada no Rio Grande do Norte pelo velho senador do coração do povo Dinarte de Medeiros Mariz e por Edgard Montenegro no Vale do Açu. Afinal, Regis tem serviços prestados a sua terra natal e a sua gente. Fica, portanto, o registro desta singela homenagem a este amigo desde os tempos de menino, juventude e ainda na vida adulta.

Vou ficando por aqui Regis, na minha querida cidade do Natal onde estou radicado. Mas, com os olhos e o coração voltado paro o nosso Assu e o vale. Ou melhor dizendo: cuidando da minha pré-candidatura a deputado federal pelo PPS - Partido Popular Socialista, agremiação partidária que eu sou filiado desde os tempos que ajudei a fundar  em Assu, no ano de 2000.

Fernando Caldas



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