quarta-feira, 31 de março de 2010

SÃO JOÃO É EM AÇU

CARNAVAL DO ASSU, 1965

Na fotografia acima, esquerda para direita: Expedidito Silveira (que foi promotorm público de Assu no início na década de sessenta), Geraldo Dantas (na época funcioário do Banco do Brasil), Maria Auxiliadora Montenegro (esposa de dr. Edgar Montenegro, Francisca e Ximenes. Na fotografia abaixo esquerda para direita: Zé de Ana (comerciante em Assu), Edmar Montenegro, Maria Auxiliadora e seu marido Edgard Montenegro que naquela época, 1965, era deputado estadual, e Francisca Ximenes.

CASARÃO DO BANGUÊ - ASSU

Casarão do Banguê, distrito de Assu. Segundo depõe o historiador Ivan Pinheiro era de proprieade do Sr.Zuza Marreiro que construiu em 1911. Tempos depois d. Senhorinha Pessoa casado que era com Alexandre de Carvalho (Xanduzinho) adquiriu por herança.

terça-feira, 30 de março de 2010

UM BELO POEMA DE WALFLAN DE QUEIROZ

Ah, minha alma triste implora perdão
Nunca desejei de ti preces, ternura
Teus olhos que se encontravam com os meus
Eram como um farol me guiando no mar cheio de tormentas da minha vida.

(Walflan de Queiroz é poeta potiguar de São Miguel, conisderado um dos melhores poetas potiguares).

CORAÇÃO MALSINADO

Por João Lins Caldas

Coração malsinado das torturas,
Coração de mulher sem amor ter,
Goza um pouco a ventura de querer
Que este gozo é maior que outras venturas.

Tens, como as dores que hoje tens seguras,
Do amor a porta sem poder se erguer.
Ah! Que ventura se ilusões, das puras.
Hoje pudesses, coração, conter!

Mas não! Que o gelo que dá vida à morte
É o mesmo gelo que campeia forte
Nesse teu seio onde batalha a dor...

És para o tédio e para o mal nascido...
Muda essa sorte, coração ferido,
Abre essa porta para o meu amor!...

segunda-feira, 29 de março de 2010

LOURENÇO, O SERTANEJO (II)

"Cero dia, na estrada do Vale, Lourenço enconntrou-se com o Coronel Moisés.
- Bom dia, Lourenço. Observo que o vento norte continua soprando para você. Tudo verde no sítio... progredindo...
- Certo, Coronel. Nem todo mal é mal. O mundo dá mais volta que roleta. Hoje, sou dono da Pedras Branca. Ontem, era o senhor. Eu sei que o Coronel foi à casa de meu pai naquele dia, com seus filhos armados até os dentes. Mas, Coronel, não guardo rancor. Já se vão os anos, já sou pai de famíilia. Querendo aparecer com d. Josefa nós ficaremos contentes. Lunarda é mulher de verdade, Coronel. É a mão que pega o leme da nossa casa. Eu sou o casco do navio velho que balança o mar. Aguento o rojão... O Coronel precisa conhecer Lunarda. Como é bonita! E Juraci, um bichinho que nasceu por lá. Dá gosto de ver, Coronel. É a menina mais bonita do Vale.
O Cornel Moisés ficou engasgado. Bateu no ombro de Lourenço e disse:
- A vida também é madastra. Às vezes, vem como as ondas do mar e leva tudo na maré. O meu gado...
Ah, Coronel! Não me fale em gado! È o meu fraco. Quando vejo um bezerro escaramuçar, tenho uma vontade danada de pegar no rabo dois bichinhos e de alisar, como aliso os cabelos de minha menina... O meu negócio é comprar e vender bois. O negácio melhor do mundo, Coronel. Conhece aquela história dos franceses quando quiseram tomar o nosso Brasil? Já ouviu falar num tal de Vileganhão?
- Sim - soriu o Coronel - Eu conheço a história da Invasão Francesa, Villegagnon, o bravo aventureiro.
- Pois se reuniram na assembléia e discutiram como haveriam de governar o nosso Brasil. Apresentaram os problemas e perguntaram ao Comandante: "Qual o primeiro negócio para o norte do Brasil?" Respondeu: "Gado bem administrado". "Qual o segundo negócio para o mesmo liugar?" e o comandante ainda respondeu: "Gado sem administração". Pois bem , Coronel, é o que faço. Compro, vendo, solto os rebanhos no mato e deixo engordar. E ainda tem mais, Coronel. É um negócio alegre. Todo mundo corre para ver uma boiada, parece festa. Os meninos gritam, os vaqueiros abóiam...
É isso mesmo, Lourenço. Dou-lhe os parabéns. Agora vou me apartar. Vou à casa do Compadre Chico Inácio que está adoentado. Até à vista, Lourenço.
- Até outro dia, Coronel.
Coitado do Coronel Moisés! Está ficando velho e cansado. Os filhos no mundo... essa vida! - E Lourenço, ficando a espera no seu alazão, esquipou rumo ao lar."

Maria Eugênia

(O texto acima é o segundo capítulo do livro intitulado "Lourenço, O Sertanejo", da escritora assuense Maria Eugênia. è um romance, prosa sertaneja, cujo protagonista é o fazendeiro (falecido no início da décadade de setenta) Epifânio Barbosa, figura abastada e esperitiosa da região do Assu).

sexta-feira, 26 de março de 2010

MACAPÁ OU LAGOINHA

Macapá ou Lagoinha eram assim denominados a localidade que fica entre a rua Ulisses Calçdas até o bairro Bela Vista também denominado de Boi Chôco. Não sei porque razão aquelas denominações deixaram de serem conservadas até pelos mais antigos assuenses. Pois bem, a poetisa assuense Sinhazinha Wanderley retrata o Macapá, dizendo assim neste sonete que veremos adiante para o nosso deleite:

Macapá, Bairro outrora desprezado,
Hoje feliz, alegre, florescente...
Tendo vista boa e nobre povoado.

Em frente à "Lagoinha"; e aí ao lado
Um roçado em cultivo vividente,
Ali, o palmeiral verde, luzente,
E junto um matagal estrelaçado.

A enchente extravasou-te, "Lagoinha"
Pra descrever-te, a poesia minha
Não tem beleza, as expressões são baldas...

Mas sonhas um porvir aureolado
O pobre bairro outrora abandonado
Tem o nome febril de Ulisses Caldas!

Sinhazinha Wanderley

Fernando Fanfa Caldas

AQUELA NOITE


Por Renato Caldas

Era o finá da cuiêta...
Disso, inda tô bem lembrado.
As salina parecia,
Arguns pedaços de dia,
Qui a noite tinha rôbado.
Aquela noite bonita,
Qui se tornô tão mardita,
Qui me faz tão desgraçado.

Naquela noite de lua:
- Deus num me castigue não -
Mais ante, eu ficasse mudo,
Ficasse cêgo de tudo,
Pra num sê tão bestaião,
De cantá praquela ingrata,
Naquela noite de prata
"O Luá do meu Sertão".

Naquela noite, Seu môço...
Seu Môço, naquela noite;
Mais ante eu bebesse o fé,
Sofresse dores crué,
Levasse os quarenta açoite,
Fosse pregado na cruz,
Sofresse mais que Jesus,
Morresse naquela noite.

Fernando Fanfa Caldas

O CINEMA NO ASSU

O primeiro cinema instalado no Assu não foi o Cine Teatro Pedro Amorim, como muitos pensam. O escritor potiguar assuense Francisco Amorim depõe que o primeiro cinema "funcionou num pequeno armazém localizado à rua do Córrego", atual Aureliano Lôpo. Seu Vicente era o proprietário daquela casa cinematográfica que, penso eu (é preciso pesquisar), provavelmente no prédio edificado aos fundos (fotografia acima) onde funcionou o cinema Pedro Amorim, porque a sua arquitetura tem caracteristicas de que ali era uma casa de espetáculo, hoje abandonada por completo. Isso por volta de 1911.Tempos depois também comenta o escritor Amorim "surgiu outro cinema que fazia suas apresentações no sobrado de Sebastião, à praça Pedro Velho", onde hoje funciona a betys Boutique ) de propriedade dos amigos Elizabeth e Astênio Tinoco. E vais mais além aquele também poeta e pesquisador ao dizer que outro cinema surgiu (o terceiro) vindo "das bandas de Caicó. O seu dono era Belizio Ferrer e localisou-se no prédio da rua São João. Dai para a instalação do Cine Teatro Pedro Amorim foi um tempão", conclui Francisco Amorim no seu livro intitlulado "Assu de Minha Meninice", 1982. Portanto, foi o Cine Teatro Pedro Amorim (trazido por Aldemar de Sá Leitão e instalado pelo comerciante coronel Francisco Martins) a quarta casa de apresentação da sétima arte, instalada na cidade do Assu.

Fernando Fanfa Caldas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

CORA CORALINA


Ilustração do blog.

Por Celso da Silveira, poeta, escritor assuense já falecido.

Enquanto em Natal era recolhidos votos dos intelectuais para que o poeta Gerardo Mello Mourão fosse agraciado com o prêmio Juca Pato, eu me encontrava na cidade de Goiás Velho levando dois abjetivos principais: conhecer a antiga capital do estado e visitar Cora Coralina, poetisa com 95 anos de idade.
Poeta e doceira.
Eu vinha de Goiânia, viajando quatro horas de ônibus. Cheguei à cidade perto da meia noite e logo me alojei no Hotel Alegrama. Posta a bagagem em sossego, decidi andar´pela cidade aonde esperava ainda encontrar, àquela hora, rumores de batucada, pois estávamos às vésperas do Carnaval desse ano, que começou nos primeiros dias de março.
A cidade se recolhia. Os bares arrumavam-se para fechar. No Coreto, um pequeno bar ainda me serviu algumas doses de vodka com laranjada. Mais adiante, um restaurante a la carte vendia cervejas e linguiças até a saída do último boêmio.;
No outro dia vi - pela janela do meu quarto - que o hotel estava à margem esquerda do rio Vermelho, que banha a cidade cortando-a em duas fatias desiguais. Do meu lado do rio. avistei a ponte de madeira que leva à outra parte menor. Logo adiante, na cabeceira da ponte, à esquerda, a primeira casa serve de residência a Cora Coralina. Uma casa velha, paredes descascadas, portas e janelas de pintura antiga. Típica arquitetura colonial. Lá fui bater palmas à sua porta. Ninguém para atender. Uma mulher, do outro lado da rua, saiu para informar que Coralina estava doente em Goiânia, hospitalizada. Pensei ali, que dessa vez terminava a vida dessa mulher extraordinária, de um vigor e lirísmo inexcedíveis. Deixei, então, o meu recado:

"Cora eu, ó Coralina
que te sei descoradindinha.
Vim conhecer-te, menina,
e te tomar por madrinha"

Goiás é cidade sem ônibus. Ou se anda a pé ou de automóvel.
Como dispunha de apenas 30 horas na cidade, fiz visitas-relâpagos ao sítio histórico, aos museus e às igrejas, em táxi, cujo motorista era verdadeiro guia turístico sem ônus para o governo municipal.
Voltando a Natal, por mera coincidência vou ser leitor de Gerardo Mello Mourão, num livro de sebo. Tenho dele a impressão de que é o melhor texto da safra de escritores brasileiros de agora. Leio seus artigos e cada vez mais me convenço de que ele tinha todo o direito a aspirar uma premiação da altura do Juca Pato. Mas, do outro lado, eu tinha predileção por Cora Coralina.
Agora, numa noite chuvosa dos últimos dias de abril, a televisaão me mostra a poetisa, com lucidez mental e voz firme, dizendo sua poesia de puro lirismo, tão segura quanto pode uma mulher de 95 anos.
Ganhara o prêmio Juca Pato, concorrendo com o poeta Gerardo Mello Mourão, dos troncos dos Inhamos cearenses, e viajante do mundo.

Natal, 2.5.84
(Artigo Transcrito do livro "Anjos Meus Aonde Estais", 1996).

QUE QUENTURA! QUE MORMAÇO!

Grita o povo apavorado:
Vai morrer tudo torrado
Se Deus não meter o braço,
O homem vira bagaço,
Se procurar carne crua...
Porém no meio da rua,
Para provar que não é frouxa
Ou para pegar um trouxa
Vai a mulher andar nua.

Renato Caldas

quarta-feira, 24 de março de 2010

VELHOS CARNAVAIS DO ASSU, 1964

Na primeira fotografia acima, esquerda para direita: Zé Leitão, João Batista Macedo (JB), (?), Dilma (então funcionário da Fundação SESP e Chaguinha Pinheiro. Na foto abaixo (no Clube ARCA), esquerda para direita vejamos Nazareno Tavares (Barão) e Dedé Caldas, nos tempos da lança perfume.



MISS RIO GRANDE DO NORTE NA ADEGA DA PONTE, 1971

Adega da Ponte (antigo balneário de Assu) 1971. Esquerda para direita: Fenando Fanfa Caldas (sem camisa, sentado), Asterinho Tinôco, jornalista Paulo Macedo, Tázia (Miss Rio Gande do Norte, 1971, (?). E já se passaram quatro décadas.

segunda-feira, 22 de março de 2010

JOÃO CACHINA, O PORTUGUES

João Gonçalves Cachina era um velho português nascido numa pequena e bonita cidade de Viana do Castelo, ao norte de Portugal de onde ele fugiu para o Brasil ainda no início da sua juventude. Primeiramente desembarcou no Rio de Janeiro, morou no Recife e depois Macau, litoral do Rio Grande do Norte. Na localidade de Arapuá, então distrito de Santana do Matos e hoje pertencente ao município de Ipanguaçu-RN, comprou uma propriedade rural onde construiu uma casa em estilo português (fotografia acima), usina de descaroçamento de algodão e outra de beneficiamento de cera de carnaúba. Conta-se que ele, chateado por algum motivo, logo deixou de viver na sua fazenda Arapuá, propriedade que adquiriu no ano de 1922 (para onde nunca mais voltou), fixando residência na cidade de Assu-RN.

Cheguei a conhecer Seu João Cachina, tipo magro, estatura mediana. Decente, um pouco calado. Vestia-se de paletó e gravata. Certa vez ao passar pelas ruas da cidade de Assu que escolheu para viver até a sua morte em 1981 foi surpreendido com uma brincadeira de mal gosto por certo assuense que disse assim: "Seu João, o português é muito burro". E ele (mesmo amando o Brasil teve que defender a sua origem), dizendo:  "O português é tão burro que descobriu esta merda".

QUEM DIZ É O POVO!

Eleição para vereador de Natal pelo antigo PDS - Partido Democrático Social, 1991. Obtive 770 votos.

GINÁSIO ARNÓBIO ABREU - ASSU

A VÁRZEA

Carnaubeiras, Vale do Assu.

Sob o fresco chapéu dos carnaubais frondosos
Alvíssimo lençol de fúlgidas areias,
Pesadas de conter os escombros das cheias,
É a várzea a se alastrar sob os pinhões viçosos.

Irmãs que são dos ramos buliçosos,
Sem flores conhecer e o dissabor alheias,
As raízes dos paús vão lhe rasgando as veias,
Com que, certo, alimenta os frutos saborosos.

Mãe das ervas de maio e dos feijões maduros,
Coberta de capim nas extensões cercadas,
Guarda troncos no seio e socavões profundos.

Tem, de longe, a cercá-la, entre os moitões escuros
Enorme, rude e bravo, as águas elevadas,
Meio a meio, a rasgá-la, um rio, os seios fundos.

JLCaldas

domingo, 21 de março de 2010

OBRIGADO GOVERNADORA WILMA DE FARIA

Na qualidade de ex-vereador da terra assuense, como natural daquela importante município potiguar porque não dizer obrigado a governadora Wilma de Faria pela conclusão do Ginásio Arnóbio Abreu. Demorou? Claro que demorou! Mas, chegou como diz o professor de carnaubais Aluízio Lacerda: "Demorou mas chegou. E do bom". Pois bem, o Assu é merecedor daquele empreendimento, bem como o nome de Arnóbio (a sua memória) é merecedora da homenagem. Este blog agradece em nome do povo do Assu.

Fernando "Fanfa" Caldas

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...