sexta-feira, 5 de junho de 2015

PASTORIL




Pastoril de Dona Joaquina , de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte - Foto de Isaias Carlos
Pastoril de Dona Joaquina , de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte – Foto de Isaias Carlos – CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

Texto – Valdemar Valente
O Pastoril integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, particularmente, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. É um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos, sendo os outros o Bumba-meu-boi, Mamulengo e Fandango.
De tais espetáculos, participa o povo ativamente, com suas estimulantes interferências não se comportando apenas como passivo espectador, a exemplo do que acontece com os espetáculos eruditos. Muitas destas interferências, servindo de deixa para inteligentes e engraçadas improvisações, imprimindo ao espetáculo formas diferentes e inesperadas de movimento e animação.
A comunicação entre palco – geralmente um coreto – e platéia – esta, quase sempre ocupando grandes espaços abertos – entre personagens e espectadores, não se faz somente sob influência que a peça, por seu enredo e por sua interpretação, possa exercer sobre a assistência. Nem simplesmente – aqui admitindo teatro erudito bem educado – através dos aplausos convencionais, quase sempre sob forma de palmas. Palmas que às vezes revelam apenas educação ou incentivo.
No Pastoril, os espectadores, representados pelo povo, a comunicação com os personagens faz-se franca e informalmente, não só com palmas, mas com vaias e assobios, com dedos rasgando as bocas, piadas e ditos, apelidos e descomposturas.
Tudo isto enriquece o espetáculo de novos elementos de atração, dando-lhes nova motivação, reativando-o, recriando-o pela substituição de elementos socialmente menos válidos, por outros mais atuantes e mais condizentes com o gosto e os interesses momentâneos da comunidade para a qual ele exibe. Deste modo, revitaliza-se o espetáculo, permanecendo sempre dinâmico e atualizado, alimentando no espírito do povo e no dos próprios personagens um conteúdo emocional que tem no imprevisto e no suspense sua principal tônica.
Nos começos, o auto natalino, que deve ter surgido na terceira década do século XIII, em Grecio, sua primeira apresentação teatral não passava do drama hierático do nascimento de Jesus, com bailados e cantos especiais, evocando a cena da Natividade.
Com o correr do tempo, os autos baseados na temática natalina se separam em duas direções: uns, seguindo a linha hierática, receberam o nome de Presépios ou Lapinha, outros, de Pastoris.
Em Pernambuco, o primeiro Presépio surgiu nos fins do século XVI, em cerimônia realizada, no Convento de São Francisco, emOlinda.Com as pastorinhas cantando loas, tomou o Presépio não só forma animada, mas dramática, ao lado da pura representação estática de gente e de bichos.
A dramatização do tema, agindo em função didática, permitiu fácil compreensão do episódio na Natividade. A cena para da, evocativa do nascimento de Jesus, movimenta-se, ganha vida, sai do seu mutismo, com a incorporação de recursos, não apenas visuais, também sonoros.

Pastoril Dona Joaquina - Foto de Isaias Carlos
Pastoril Dona Joaquina – Foto de Isaias Carlos

O Presépio, representado em conventos, igrejas ou casas de família, reunia mocinhas e meninas, cantando canções que lembram o nascimento de Cristo. As canções, obedecendo a uma seqüência de atos que se chamam jornadas, são entoadas com o maior respeito e ar piedoso pelas meninas e jovens de pastorinhas.
O Pastoril, embora não deixasse de evocar a Natividade, caracteriza-se pelo ar profano. Por certa licenciosidade e até pelo exagero pornográfico, como aconteceu nos Pastoris antigos do Recife.
As pastoras, na forma profana do auto natalino, eram geralmente mulheres de reputação duvidosa, sendo mesmo conhecidas prostitutas, usando roupas escandalosas para a época, caracterizadas pelos decotes arrojados, pondo à mostra os seios, e os vestidos curtíssimos, muito acima dos joelhos.
Do Pastoril faz parte uma figura curiosa: O Velho. Cabia ao Velho, com suas largas calças, seus paletós alambasados, seus folgadíssimos colarinhos, seus ditos, suas piadas, suas anedotas, suas canções obsenas, animar o espetáculo, mexendo com as pastoras, que formavam dois grupos, chamados de cordões: o cordão encarnado e o cordão azul. Também tirava o Velho pilhérias com os espectadores, inclusive, recebendo dinheiro para dar os famosos “bailes”, – descomposturas – em pessoas indicadas como alvo. “Bailes”, que, muitas vezes, terminavam, terminavam, nos pastoris antigos dos arrabaldes do Recife, em charivari, ao qual não faltava a presença de punhais e pistolas.
O Velho também se encarregava de comandar os “leilões”, ofertando rosas e cravos, que recebiam lances cada vez maiores, em benefícios das pastoras, que tinham seus afeiçoados e torcedores. Nos Presépios atuais, como nos Pastoris, encontram-se ainda os dois cordões. O Encarnado, no qual figuram a Mestra, a 1ª do Encarnado e a 2ª do Encarnado, e o Azul, com a Contra-Mestra, a 1ª do Azul e a 2ª do Azul.
Entre os dois cordões, como elemento neutro, moderando a exaltação dos torcedores e simpatizantes, baila a Diana, com seu vestido metade encarnado, metade azul.
Foram famosos no Recife, até começos da década de 30, os pastoris do Velho Bahu, que funcionava aos sábados, ora na Torre, ora na ilha do Leite, também, os dos velhos Catotas, Canela-de-Aço e Herotides.
Hoje, os pastoris desapareceram do Recife. Só nos arrabaldes mais distantes ou em algumas cidades do interior, eles são vistos. Mesmo assim, sem as características que marcavam os velhos pastoris do Recife, não deixando, no entanto, de cantar as jornadas do começo e do fim: a do Boa Noite e da despedida. O que vemos hoje são presépios ou lapinhas.
Presépio tradicional do Recife, exibindo-se em grande sítio do Zumbi, era dos irmãos Valença, infelizmente há vários anos sem funcionar.

MARCAS QUE SE FORAM:

MARCAS PIONEIRAS DO CATOLICISMO EM ASSÚ
TERRENO PARA IGREJA

1712 – Sebastião de Souza Jorge doou o terreno para serem construídas: a Igreja de São João Batista (atual Matriz) e a Casa Paroquial da então povoação do Assú.

TRABALHOS RELIGIOSOS 

1720/28 – Em Assú os primeiros trabalhos religiosos, foram desenvolvidos pelo Padre Manoel de Mesquita e Silva implantando o hábito religioso ligado à religião Católica Apostólica Romana. Os primeiros atos religiosos ocorreram sob as sombras das frondosas árvores.

FREGUESIA

24 de junho 1726 - Vigariava a Povoação o Padre Manoel de Mesquita e Silva (1726-28), quando foi criada a segunda Freguesia da Capitania do Rio Grande, uma Casa de Oração na Ribeira do Assú, tendo como Padroeiro São João Batista. (Silveira, 1995: 72). A Freguesia de São João Batista do Assú foi a quinta freguesia do Brasil e a primeira a ter como padroeiro São João Batista – O Precursor do Messias.

VISITA DO BISPO 

1746 – O Bispo de Pernambuco, D.FçR. Luís de Santa Teresa, em seu relatório, descrevia a Igreja de São João Batista do Assú: “... Cuja Igreja suficiente pelas suas dimensões, é construída de madeira e barro, tendo apenas um ornamento encarnado e branco, ressente-se absolutamente de obras de prata”.
         Na Capitania do Rio Grande, em 1746, existiam duas freguesias: Natal e Assu (já era a Paróquia do Assu viva em 1726), criando Dom Luiz de Santa Teresa (7º Bispo de Olinda) as freguesias de Caicó e Goianinha. (Marinho, 57, 2006).
        Em tempo: essa referência corresponde a primeira capela construída de madeira e barro onde atualmente esta localizada a Praça São João (marco zero da cidade).  

JULGADO

1754 - 29 de novembro - A Povoação de São João Batista da Ribeira do Assú passou à categoria de JULGADO DO ASSÚ. (Silveira, 1995: 129). O Senado da Câmara de Natal foi contra essa justa pretensão. A despeito, porém, de tal oposição, o Rei, neste dia, despachou favoravelmente o pedido, passando a então florescente Povoação à categoria de Julgado.
          A Povoação de São João Batista da Ribeira do Assú possuía 405 fogos, já era freguesia. (Silveira, 1995: 129). 

O TEMPLO DA MATRIZ

1760/71 - Coordena os trabalhos da Freguesia o Padre João Saraiva de Araújo. (Silveira, 1995:129). Em 15 de julho de 1760 teve início à construção daIgreja de São João Batista (atual Matriz) no terreno doado por Sebastião de Souza Jorge (1712) obedecendo ao projeto em estilo romano por dentro e por fora barroco. As primeiras pedras para edificação foram transportadas nos carros de bois. (Amorim, 1929; 22). Em 06 setembro de 1761 - Chegaram do Apodi alguns índios que começaram a trabalhar nos serviços da Igreja, a 14 do referido mês.

     EM TEMPO: Igreja mais antiga no Brasil que ainda continua em pé está localizada na Bahia, na cidade de Porto Seguro. Chama-se Igreja da Misericórdia. Foi construída em 1526, em cuja época era chamada de Nossa Senhora dos Passos. Não há indícios de que o referido templo tenha sido reconstruído, o que sugere que a obra arquitetônica é original mesmo.No entanto, ela é a mais antiga que continua em pé, porque a primeira igreja construída no Brasil aponta para o ano 1503, também em Porto Seguro. Em Olinda, Pernambuco, existe ainda uma terceira igreja que fora construída no século XVI, por volta de 1550, que permanece em pé, até hoje. (br.answers.yahoo.com).

FESTA DE SÃO JOÃO

2015 - A comunidade religiosa do Assú, devota de São João - o precursor do Messias - está vivenciando 289 anos de festa religiosa, ininterruptamente. Os folguedos  populares, cognominados de profanos, complementam os festejos, cada período com suas particularidades folclóricas.    

Fonte: "Marcas que se Foram" - livro inédito de Ivan Pinheiro.
Foto: Colorindo a Fé - Luiz Neto - Assu/RN - www.flickr.com

Vamos fazer a melhor campanha de todos os tempos, conto com todos vocês para ‪#‎compartilhar‬ as nossas propostas de governo para Carnaubais!
‪#‎TestadoeAprovado‬
Siga-nos no https://twitter.com/juniorpsb40
The latest Tweets from Junior Benevides 40 (@juniorpsb40): "Olá, Twitter! #meuprimeiroTweet"
TWITTER.COM

Os Anos 40

Nesta época, os conflitos armados que assolaram a década anterior chegaram ao apogeu, todas as atenções estavam voltadas para a segunda guerra mundial.

A silhueta era em estilo militar, o corte era reto e masculino, com casacos de ombros alcochoados angulosos e apertavam na cintura.

As saias eram  mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas se tornaram práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.

Em 1941, o racionamento de roupas foi estabelecido e era comum uma prática antiga, a costura feita em casa e o aproveitamento do velho, usado.

Na Grã-Bretanha, o "Fashion Group of Great Britain", comandado por Molyneux, criou 32 peças de vestuário para serem produzidas em massa.

A intenção era criar roupas mais atraentes, apesar das restrições.
O corte era reto e masculino, ainda em estilo militar.

As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o "tweed", muito usado na época.


O nylon e a seda estavam em falta, fazendo com que as meias finas desaparecessem do mercado. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.

Os cabelos das mulheres estavam mais longos que os dos anos 30. Com a dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos. Os lenços também foram muitos usados nessa época.

A maquilagem era improvisada com elementos caseiros. Alguns fabricantes apenas recarregavam as embalagens de batom, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica.

Nesse período surgiram muitos adornos e modelos de chapéus. Alguns grandes, com flores e véus, outros menores, de feltro, em estilo militar.

A alta costura ficou restrita às mulheres de comandantes alemães, dos embaixadoeres e àqueles que podiam freqüentar as grandes maisons.

O artesanato se desenvolveu, com a escasses de matéria prima, as bolsas de couro eram raras, e muitas eram confeccionadas em tecido.

Apesar de algumas bolsas já serem confeccionadas com o revolucionário zíper, houve uma restrição com relação ao seu uso e também com o fecho de metal, surgindo assim outros materiais como a madeira.

A partir da década de 40 os calçados começaram a ser fabricados em massa, as indústrias de calçados começam a trocar o couro por materiais sintéticos e pela borracha, os estilistas que se desdobrarem e serem muito criativos, então passam a incorporar nos calçados varias tipos de materiais antes não utilizados como: Peles de répteis, cortiça, solados de madeira presos por grampos, os ornamentos foram mantidos o mínimo necessário.

Algumas mulheres chegaram a utilizar alguns utensílios domésticos para decorarem seus sapatos de festas como o celofane e outros.

Em 1947, Christian Dior lançou o “New Look”, que era, basicamente, composto por saias amplas quase até os tornozelos, cinturas bem marcadas e ombros naturais.

Era a volta da mulher feminina e elegante.



CÂNDIDO PORTINARI, pintor - 1903-1962

quinta-feira, 4 de junho de 2015


EPÍLOGO
foi onde a nascente se perdeu
que o sal dos dias se fez pele
da minha pele
ainda que as águas regressem
ficarei
neste longe em que me adivinhas,
neste limbo outrora mar.
as horas
também envelhecem...
João Carlos Esteves
in “Marginália” (Edita-Me editora, 2015)
(Imagem de Milos BurKhardt Burki)

UTILIDADE PÚBLICA - DESAPOSENTAÇÃO


Desaposentação??? Não! - Surge uma nova tese para aproveitar as contribuições pagas após a concessão do atual benefício.
Surge uma nova ação para reparar uma grande injustiça para com os trabalhadores que se aposentaram e continuaram trabalhando e contribuído ao INSS, detalhe, não é a já conhecida e chamada de Desaposentação.
A desaposentação como muitos já conhecem ou ouviram falar se trata de um direito em tese onde o segurado que se aposentou e continuou contribuindo ao INSS requer através de ação judicial a renúncia do atual benefício para a concessão de um novo mais vantajoso, aproveitando assim, o histórico de contribuições do atual benefício, somado as contribuições pagas ao INSS depois de aposentado, pedindo assim um novo benefício mais vantajoso.
O direito a desaposentação já foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça, porém, atualmente aguarda julgamento pelo Supremo Tribunal Federal que dará palavra final se é possível ou não incluir as contribuições pagas ao INSS após a concessão de primeiro benefício para o cálculo de um novo benefício.
Esta nova ação que tratamos nesse assunto, apesar de também ser uma ação de renúncia ao atual benefício para a concessão de um novo mais vantajoso através das contribuições paga concessão da aposentadoria que o segurado já recebe é diferente da Desaposentação já conhecida, isto porque nela, não se pede o aproveitamento das contribuições do benefício que o segurado já recebe, pede apenas que seja concedido um novo benefício com base nas contribuições pagas ao INSS após a concessão do benefício atual.
Para facilitar o entendimento, podemos citar o caso de um segurado aposentado por tempo de contribuição em 1995 e que recebe hoje por volta de R$ 1.500,00. Após a aposentadoria, o segurado continuou trabalhando e contribuindo obrigatoriamente ao INSS por mais 20 anos com contribuições altas, próximo ao teto.
Através dos cálculos de concessão de aposentadoria, podemos verifique que, caso ele ingressasse com o pedido de renuncia ao benefício atual com pedido de uma nova aposentadoria por idade (lembrando que não incide fator previdenciário, somente se for favorável), com base nas contribuições pagas durante os 20 anos após a concessão do benefício que já recebe (lembrando que o requisito de aposentadoria por idade são 65 anos de idade para homens e 60 anos para mulheres e com o mínimo de 180 contribuições), ele teria direito há um benefício muito mais vantajoso, sendo que esse valor poderia chegar ao teto máximo pago pelo INSS, ou seja, cerca de R$ 4.666,00.
Ou seja, o que diferencia esse novo pedido é que o segurado não pretende incluir as contribuições pagas após a sua aposentadoria junto ao cálculo da aposentadoria que já recebe atualmente, na verdade ele renuncia totalmente ao seu benefício atual, desprezando todo o tempo e valores de contribuições pagos ao INSS até a concessão da aposentadoria que recebe atualmente e assim, pede a concessão de um novo benefício mais vantajoso, com base exclusivamente nas contribuições que foram pagas ao INSS após a concessão do benefício que recebe atualmente, e ao invés de pedir uma aposentadoria por tempo de contribuição, o segurado pede uma aposentadoria por idade, muito mais vantajoso.
Porém, resta deixar bem claro que, essa ação somente serviria para aposentados que recolheram mais de 180 contribuições após a concessão da aposentadoria que recebe e no caso dos homens que tenha no mínimo 65 anos e as mulheres 60 anos de idade, preenchendo assim, os requisitos de aposentadoria por idade.

Para finalizar, é imprescindível também que sejam elaborados os cálculos de forma antecipada para o segurado ter certeza que o novo benefício a ser requerido seja mais vantajoso em relação ao benefício que recebe atualmente.
Nesse sentido já vem decidindo o poder judiciário, determinando inclusive a imediata implantação do novo benefício através da chama Tutela Antecipada:

"Como se depreende da leitura do acórdão citado, é perfeitamente possível a concessão do benefício de aposentadoria por idade, com renúncia à aposentadoria por tempo de contribuição, caso o segurado cumpra os requisitos para a concessão da aposentadoria por idade com as contribuições vertidas no período posterior à concessão da primeira aposentadoria. Isso porque não se caracterizaria como desaposentação, para cômputo do mesmo período contributivo, mas de outro que se formou em data posterior, caracterizando o direito ao benefício mais benéfico ao segurado.
No caso dos autos, verifico presente o manifesto receio de dano irreparável ou de difícil reparação, considerando que a parte autora, atualmente próxima a completar 92 anos de idade, está percebendo valores equivalentes a 1/3 do valor do benefício a que tem direito, comprometendo suas necessidades de caráter alimentar e a sua dignidade. Isso posto, considerando que a parte autora conta com 228 contribuições ao sistema previdenciário, recolhidos após a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, o cumprimento do requisito idade e, ainda, os requisitos específicos para a concessão da tutela antecipada, defiro o pedido formulado pela parte autora.
Ante o exposto, ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL para permitir à parte autora a renúncia do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (NB XX/XX.XXX.XX-X) e determinar ao INSS que conceda imediatamente o benefício de aposentadoria por idade urbana, benefício mais vantajoso, em favor da autora"
Caso queira outras informações entre em contato por email :

fabiomotta@fabiomotta.adv.br ou motta_fabio@hotmail.com

Caso prefira entre em contato pelo telefone: (13) 3016 8575

Cordialmente,
Fábio Motta- advogado
OAB/SP 292.747
"Propagando o direito, defendendo a sociedade contra o sistema"

PÁSCOA DA COLÔNIA ASSUENSE EM NATAL

Missa (páscoa) dos assuenses radicados na capital potiguar (ocorrida sábado, 30 de maio), celebrada pelo pároco de Assu, Flávio Melo. Uma tradição religiosa, pois todos os anos, poucos dias antes que antecedem os festejos religiosos do Padroeiro do Assu, São João Batista O Centro Assuense em Natal organiza a vinda da imagem do padroeiro a capital potiguar. Começa com missa na igreja São João, no bairro Lagoa Seca, em Natal. Na fotografia, da direita: Padre Flávio Melo, Fernando Caldas, imagem de São João Batista e o vereador de Natal meu amigo e conterrâneo chamado Ary Gomes. A imagem é da paroquia de São João - Igreja Matriz de Assu que entre os dias 14/23 de junho comemora a sua festa religiosa maior, a do Padroeiro São João Batista, desde 1726 (Freguesia). Credito das fotografias: Cristóvão Ramalho.

Fernando Caldas






Não sei quem sou.
Sou difícil de entender,mais difícil de definir.
Tatuados na imperfeição do meu ser
pinto com palavras coloridas
os sonhos que em segredo me vestem a alma.
Descobrindo em cada um, que ainda estou viva.
Sou eu apenas, em segredo.
Em segredo me dou e em segredo me reencontro.
Cristina Costa, poetisa portuguesa 


O romance pergunta: quanto vale seu voto?

José Luiz Passos

8540679576_2da71a8d5b
Enquanto o mestre Zé Amaro, seleiro às antigas, vai “perdendo o gosto pelo trabalho”, o capitão Vitorino Carneiro da Cunha, apelidado de Papa-Rabo, se considera um “homem de partido” e visita amigos e parentes, anunciando sua candidatura à chefia política da vila do Pilar. Ele acha que a longa dominação dos coronéis está com os dias contados. O próprio Vitorino é primo de dois coronéis: o catatônico Lula de Holanda, do engenho Santa Fé, e o enérgico José Paulino, do Santa Rosa. Mas, ao contrário dos primos, o velho Vitorino é pobre, monta uma mula esfalfada e se alimenta da grandiosidade moral dos próprios bordões, que cantam contra tudo que lhe pareça corrupção, maltrato ou desrespeito. No intervalo de suas andanças, Vitorino prefere a companhia do compadre Zé Amaro, cujo ressentimento para com os poderosos invoca, na simpatia pelo cangaceiro Antônio Silvino, mais outra forma de oposição aos desmandos da velha ordem.
José Lins do Rego publicou o romance Fogo morto em 1943. Num romance em que todos os personagens estão em movimento, buscando veementemente alguma coisa que já passou ou que ainda não existe, não se deve desprezar o fato de que tal trânsito passe quase sempre diante da casa do mestre seleiro Zé Amaro. Passa o velho cabriolé do coronel Lula, tilintando; passam os tangerinos com seus bichos; o cego Torquato, mensageiro secreto dos cangaceiros; passa o negro Passarinho, cantando romances de cavalaria, e também Floripes, o ex-moleque do Santa Fé, afilhado do coronel Lula, que, aliás, avisa ao mestre seleiro: “O capitão Vitorino anda dizendo que o mestre vai votar contra o coronel José Paulino, e o meu padrinho mandou falar com o senhor para tomar cuidado”. De suas mágoas profundas, o seleiro responde a Floripes que ele, Zé Amaro, não era “escravo de homem nenhum”. Seu ressentimento tem razão de ser. O mestre recebia o lembrete de um coronel para que ele votasse em outro coronel. E o lembrete vinha pela boca de um afilhado deles, sendo o suposto adversário político um terceiro membro da mesma família, ainda que pobre e moralmente rebelado… A força do romance de José Lins ganha sua densidade maior nesses instantes em que os opostos se tocam e as diferenças se confundem, promovendo curiosamente o esclarecimento das relações em questão.
Vitorino Carneiro da Cunha esbraveja contra os corruptos e é, ele próprio, catálogo do politicamente incorreto, sempre lembrando aos demais sua condição de homem branco, munido de sobrenome e de uma vara, que ele silva no ar contra seus agressores. Bem a propósito, os moleques da região passam pelo capitão, montado em sua burra, e sem falta gritam “Papa-Rabo!”, apenas para ouvirem de volta: “É a mãe!”. E lá vai Vitorino defender o coronel Lula de Holanda das ameaças de Antônio Silvino, e defender o cego Torquato e o negro Passarinho dos militares, e, afinal, amparar o próprio compadre Zé Amaro, já suposto por muitos ser lobisomem correndo à noite na trilha de sangue, em busca de reparação para alguma coisa que ninguém dali entendia. Até nisso o capitão e o mestre seleiro se irmanam, no desespero de quem imagina valores melhores para um mundo que os congela dentro de um mito de inocência pastoral.
Aliás, num romance em que “tudo se fora na enchente do tempo”, o recurso à fragilidade esplêndida dos “aluados” Vitorino e Zé Amaro restaura o nexo oracular que, em geral, atribuímos à sabedoria dos inocentes. A traição do inocente marca a divisão entre vivos e mortos; entre o antes e o depois. Tal transigência, tão onipresente neste romance, é motor de um estilo. Vitorino, consciência-limite desse mundo, enxerga a dependência entre opostos; torna visíveis os laços entre o cangaceiro e o coronel mais afluente de todos; entre o seleiro e o seu espoliador moral, o coronel mais pobre de todos. Sendo um romance sobre como votar, e sobre os muitos lados de um voto, Fogo morto é, também, denúncia de uma situação política ainda nossa contemporânea. Não o velho voto de cabresto, nem o coronelismo clássico, mas a transigência para com o compadrio, bem como a corrupção instituída, de cátedra, altissonante, politicamente correta. Ora, José Lins vivia no bojo desses mundos misturados, em que, por exemplo, o modernizador Agamenon Magalhães — ministro da Justiça de Getúlio Vargas e, também, seu interventor em Pernambuco — enfrenta o problema da centralização do fabrico de açúcar no Estado. Por incrível que pareça, num gesto a modo de Papa-Rabo, vingador de grandes e pequenos, José Lins, depois de publicar o romance, sai em defesa dos usineiros, de um usineiro em particular, enquanto em sua ficção as usinas representavam justamente o soçobro de um universo de valores senhoriais, pertencentes ao mundo do engenho, supostamente resistente à corrupção do trato.
Como disse, Fogo morto é de 1943. A crônica “Um caso de confisco”, de José Lins para O Globo, sobre a lei antitruste de Agamenon Magalhães — e cujo principal alvo era a usina Catende, onde nasci —, é do dia 16 de junho de 1945. Em outubro do mesmo ano, o próprio Getúlio Vargas é deposto pelo Exército que o apoiara. O industrial defendido por José Lins morre em 1950. Dois anos depois, o romancista — que havia acusado as usinas no mundo da ficção, mas defendido um usineiro na imprensa — tem seu pedido de visto aos Estados Unidos negado, possivelmente por pertencer ao Partido Socialista. A imaginação desse escritor ainda nos serve de antídoto contra a perversa ingenuidade do falso quixotismo, presente nas bocas de escritores, de críticos e de gestores da política; gente que alardeia o coro da certeza e a regra de mão única. Ao menos em literatura, nem sempre as opiniões mais corretas engendram os melhores frutos, ou os frutos mais críticos. Alguém já disse: um bom romance é bem mais inteligente que seu próprio autor. E se há uma grandeza em José Lins do Rego, ela reside precisamente na imensa teia de relações que vão da incorporação do dado histórico às torções míticas do mesmo dado. Seu romance é painel de interesses vivos, tornado atual e radicalmente político pela irônica denúncia que os “aluados” fazem de uma ruína compartilhada entre um seleiro e o seu senhor.

* * * * *

José Luiz Passos nasceu em Catende, Pernambuco, em 1971. Formado em sociologia, doutorou-se em letras nos Estados Unidos. É autor dos ensaios Ruínas de linhas puras(1998) — sobre as viagens de Macunaíma — e Romance com pessoas (originalmente publicado em 2007 e reeditado pela Alfaguara em 2014). Também pela Alfaguara, publicou em 2009 seu primeiro romance, Nosso grão mais fino, selecionado para o prêmio Zaffari & Bourbon de literatura, e, em 2012, O sonâmbulo amador, com o qual venceu o Grande Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa em 2013. É autor de uma peça de teatro e de contos publicados no Brasil e no exterior — inclusive na revistaGranta em português. Vive atualmente com a esposa e os dois filhos nos Estados Unidos, onde é professor titular na Universidade da Califórnia em Los Angeles.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Os Anos 30

Após os anos loucos a década de 30 foi uma das épocas mais sangrentas. Neste período Hitler ascende o cargo de chanceler na Alemanha e a queda em 1929 da bolsa de valores de Nova York.

Os anos 30, descobriram os esportes, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Surgiram novos modelos de roupas com a popularização de esportes como o short, a partir do uso das bicicletas. Os estilistas criaram também páreos estampados, maiôs e suéteres e um acessório que se tornou moda foram os óculos escuros usados pelos astros de cinema e músicos.

O cinema foi o grande referencial de costumes. Hollywood, através de Marlene Dietrich, e de estilistas como Edith Head e Gilbert Adrian.

A mulher dessa época devia ser magra e bronzeada, o modelo de beleza era a atriz Greta Garbo, com sobrancelhas e pálpebras bem marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, os cabelos começaram a crescer.

Na década de 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada. As saias ficaram longas, os vestidos eram longos e retos e possuíam uma pequena capa ou bolero.

O corte enviesado e o decote profundo nas costas dos vestidos de festa, elegeram as costas femininas como o foco da atenção.

O corpo sendo valorizado, os seios voltaram a ter forma, e as mulheres recorrem ao sutiã e um tipo de cinta ou espartilho removível.

Com a crise financeira, os fabricantes de bolsa passaram a utilizar materiais mais baratos como baquelita, uma espécie de plástico maleável, que dava um efeito cintilante, a produção, invenção e criação cultural artística foi muito intensa

No começo dos anos 30, as bolsas mantiveram um tamanho pequeno, sem muita ornamentação, mas no final da década, gradualmente foram ficando largas e mais sofisticadas, fabricadas com diversos tipos de couro como o de cobra, crocodilo, jacaré, bezerro, leão marinho, entre outros.

O look natural abriu espaço para as empresas de beleza produzirem as “beauty cases” (estojos de beleza) em versões sofisticadas.

Em conseqüência a esta nova tendência, em 1935 os espaços internos das bolsas passaram a ser mais funcionais com compartimentos para maquilagem que vinham com espelho, porta batom e compartimento para dinheiro.

Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que viria se transformar em um dos impérios do luxo italiano.

Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi à palmilha compensada.

Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin.

A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris.

Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet.



POESIA

NORDESTINO
 
Oxente! Tenho orgulho de ser Nordestino
Varzeano, potiguar, norte-rio-grandense,
Onde a caatinga encontra o mar libertino 
Dando guarida a verve poética assuense.
Lá, quando o sol risca o céu raiando o dia, 
O caboclo mistura cuscuz com coalhada... 
E, ao retornar do trabalho com a enxada, 
Futuca seu dengo, na modesta moradia.

Autor: Ivan Pinheiro. 
Foto Ilustrativa: lendasdecaissa.blogspot.com

terça-feira, 2 de junho de 2015

POESIA MATUTA:


ATO INTENCIONÁ 

Se num fartá a mimóra,
Eu vô contá uma históra
Qui aconteceu no Sertão:
- Foi cum Vicente e Vicença,
Qui abuzaro da decença
Cairo na incapação.

Vicente, comprava fato,
Despois de fazê o trato
Ia vendê no Mercado;
Vicença, tinha mais prumo,
Comprava um tóro de fumo
E, desmanchava in torrado.

Torrava o fumo num cáco,
Apreparava o tabaco...
E sabia anunciá:
- O meu tabaco é cheiroso,
É Reméido poderoso,
Querendo pode poivá.

... Um dia uma muié errada,
Qui foi comprá panelada
Se saiu cum esse reprente:
- Parece uma coisa feita,
Eu só fico sastisfeita
Cum a tripa do Seu Vicente.

Vicença era ciumenta,
Meteu o dêdo na venta,
Esbravejo – deu cavaco.
Mas Vicente arrespondeu:
- Eu vendo o legume meu,
Você, venda o seu tabaco.

Tava a briga começada.
Toda muié relachada,
Comeu tripa sem pagá.
Vicença por sua vez,
Gritava: - chega freguez
O meu tabaco é pra dá.

Nisso chega o Delegado
E, Cuma era arrochado,
Mandô os dois pra prisão.
Botô os troço num saco;
Misturô tripa e tabaco,
Arresorvendo a questão.

Despois dixe o Delegado:
- D’hora in vante no Mercado
Ninguém faz mais o qui qué.
De amenhã in diente
Vem sem a tripa Vicente
E sem tabaco a muié.
...............................................
Eu achei forte esse ato...
O freguez qui vende fato
Precisa a tripa amostrá...
- Num fica de loiça um caco –
Pra quem véve do tabaco...
Cuma é qui vai passá?

Autor: Renato Caldas. 
Do blog: Assu na ponta da língua, de Ivan Pinheiro

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fernando Caldas (editor deste blog) no grafite do pintor/artista plástico potiguar de Assu,  Wagner DI Oliveira. Arte encomendada pela Câmara dos Vereadores do Assu para constar na Galeria dos Ex-presidentes daquela casa legislativa assuense.

Fernando Caldas

De Nino, o filósofo me-lancólico do Beco da Lama, molhando a arte de viver com goles de uísque: “A vaidade humana, às vezes, é perversa. Não...