domingo, 12 de janeiro de 2020

A cidade mais bonita do Brasil é Tiradentes, afirma revista

De: https://www.conhecaminas.com
A revista Norte-americana Departures, especializada em luxo, turismo e estilo de vida, aponta a cidade histórica de Tiradentes como a mais bonita do Brasil. Esse reconhecimento coloca de vez Tiradentes na rota do turismo internacional.
A cidade de Tiradentes está a 200 km de Belo Horizonte e sempre atraiu visitantes, pelo seu charme, arquitetura barroca do inícios do século XVIII intocável e muito bem preservada e sua rica história, de grande importância para Minas e o Brasil. 
A cidade conta com diversas opções de passeios, além de uma excelente gastronomia, boas hospedagens e muitas atividades culturais ao longo do ano.
A matéria da revista americana chamou a atenção da Empresa Brasileira de Turismo - Embratur. Segundo a presidente da empresa, Teté Bezerra "A história do Brasil é rica, abrangente e repleta de diversidade. A cultura é uma das principais marcas de identificação do país no mundo, como apontam diversas pesquisas realizadas no exterior pela Embratur. Esse registro do veículo norte-americano é uma grande oportunidade para apresentar ao mundo uma série de produtos turísticos para além do Brasil ‘Sol e Praia’. A presidente ainda destacou: " Nós, da Embratur, entendemos a importância e valorizamos o segmento turístico cultural na diversificação da oferta brasileira no mercado internacional”. (fotografias da matéria de autoria de César Reis)
Confira a matéria no site da revista norte-americana clicando aqui

A imagem pode conter: 8 pessoas, pessoas em pé

De: Assu Antigo
Carnaval, salvo engano, de 1964, no Clube Municipal, altos da Prefeitura Municipal. Da esquerda para direita: Nazareno Tavares (Barão), Rainha do carnaval (não sei quem é), Geraldo Dantas, Costa Leitão, entre outros.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, oceano, atividades ao ar livre e água, texto que diz "Quando você leva seu cachorro para a praia, e nome dele é tubarão... dilminha"
A imagem pode conter: céu, nuvem, árvore, atividades ao ar livre e natureza

Assu.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

AOS SESSENTA

Tem coisas que nesta vida
Nós só iremos saber
Quando o momento chegar
Quando o fato ocorrer
Aí sim a realidade
Nós iremos conhecer

Muita gente aos sessenta
Acredita de verdade
Inda ter o mesmo pique
A mesma mobilidade
De quando tinha uns 20
Ou 30  anos de idade

Mas aí é que a real
Para ele se apresenta
Me lembra o jogador
Que aos 35 ou 40
A perna já não reage
Ao que o cérebro orienta

Por isso é que lhes digo
Vamos sim intensamente
Viver o dia após dia
Saudável alegremente
Só Deus sabe o que o futuro
Irá reservar prá gente.

Rosivaldo

Por Florbela Espanca


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
O fundo da corrupção é a perfídia. O corrupto é um animal rebelde ao bem.

(Vila Vargas, poeta colombiano - 1869-1933).

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020


TODOS OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO SÃO SENSÍVEIS AOS MEUS PENSAMENTOS.
O meu pensamento, para os acontecimentos do mundo,
Em tudo que dos meus sentidos, os meus sentidos para virem um a um, de todas as raízes do mundo.
Eu sou o meu sentido
A expressão de todos os meus sentidos
A expressão de todo o meu sentido todo o meu mundo.

Da treva impenetrável â luz perfuradora de todas as trevas,
Dos campos devastados ao mundo de cadáveres apodrecidos,
O atasca pestilento, as feridas de todas as terras,
Os vermes, como pequenos monstros sonolentos,
E os grandes monstros, as garras afiadas, agitadas mandíbulas,
Tudo há que se alastra para o mundo que a arder de que particular ao meu pensamento

As casas demolidas,
Os corpos mutilados
As árvores, para o céu, os galhos ressequidos.
A multidão a relutar de todos os apedrejados,
O mundo todo de todos os gemidos,
A cósmica amargura de todos os condenados,
A dor profunda de todo os perseguidos,
Ah! que assim são as chagas profundas de todos os meus sentidos....

Penso dos meus pensamentos estrangulados,
Dos meus sentidos devastados,
Das sombras, para o chão, tudo meu cérebro para enterrado...
As misérias do chão,
Tudo que dos infernos na sua miséria,
- Eu preciso morder, e rasgar, e triturar tudo d’aquele maldito coração...

A sombra incolor da minha vida,
Tudo em que fui transformado...
O mundo do meu céu como um morto perdido...
- E ri dos seus dentes, e ri dos seus olhos o riso maldito do condenado...

Senhor, cegai-o; varrei-o, ventos, atirai-o para longe das fronteiras da terra.
E de tudo que for céu, e tudo que for graça, e de tudo que for amor e que for sentimento.
Deus, amaldiçoai-o; negai-o, todos vós energias da terra
E todos para enterrá-lo, todos para sepultá-lo em todos e em tudo todas as forças do raio...

(João Lins Caldas)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

curta "Poemeto de amor ao próximo" por Elisa Lucinda (Fabiano Cafure, R...

Meu Deus, me dê a coragem  Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos os vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba a ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar

Clarice Lispector

"APOSENTADOS QUE TENHAM CONTRIBUIÇÕES ANTES DE 1999 PODEM ALMENTAR O VALOR DA APOSENTADORIA"

O STJ LIBEROU A REVISÃO DA VIDA TODA

Ao julgar o tema 9999 o Tribunal reconheceu que todos os aposentados têm direto de optar pela inclusão das contribuições anteriores a 1994 no cálculo do valor do benefício, o que pode até dobrar o valor da aposentadoria.

Para ter direito a revisão do valor mensal do benefício faz-se necessário ingressar com uma ação judicial, visto que o INSS não reconhece o direito.
Marcelo Farias Consultoria & Advocacia - PATROCINADO

Porto-Ilha de Areia Branca: 45 anos de história

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL3V7qPr3BYUCRMNPU3wgzFNlZuAYTkrjLMfZXbr4xZjOGP0jC41ZH5IPorAdKY76vpvrAwTSGgnqbiwGT0Y-5HiogPKR-Ld5r9ZPG-kHyjgCMQ8_TQDRSTsDajNH55z3xRByu_xHdjYYZ/s1600/FB_IMG_1577630090219.jpg
 Terminal salineiro Luís Fausto de Medeiros (Termisa)

Artigo

1. Introdução

Em 01 de março de 2019, o Terminal Salineiro Luís Fausto de Medeiros (Termisa), usualmente conhecido como "Porto-Ilha" de Areia Branca, completou seu Jubileu de Safira (45 anos).

Inaugurado em 1974, esse terminal off shore sui generis é o único de sua natureza no mundo. Fruto da necessidade de um porto para escoamento da produção salineira da região da Costa Branca principalmente de Areia Branca, Macau, Mossoró e Galinhos), no litoral norte do Rio Grande do Norte, tanto para abastecimento do mercado interno (Santos, Paranaguá, Porto Alegre, Arraial do Cabo, Vitória e Pará) quanto para exportação para diversos países,especialmente Estados Unidos, Canadá e nações africanas, o Termisa é resultado de um projeto da empresa norte-americana Soros Associates Consulting Engineers, especializada em infraestrutura logística e engenharia marítima.

A atividade salineira constitui setor de grande relevância para a economia do Rio Grande do Norte. Do total do sal produzido no país, 95% é proveniente da região da Costa Branca, no litoral do estado. Nesse contexto, o Termisa tem papel de destaque, uma vez que a maior parte desse produto é escoada por seu intermédio (aproximadamente dois milhões de toneladas/ano), contribuindo com a geração de empregos diretos e indiretos. Os demais 5% são produzidos no litoral do Rio de Janeiro. No processo de extração do sal, a água salgada de canais de maré ou de estuários é bombeada para tanques extensos, chamados evaporadores, onde fica exposta ao sol e aos ventos para a evaporação. Para efeito de comparação, alguns desses tanques, na região de Macau-RN, chegam a ter mais de 2km², enquanto nas salinas fluminenses não passam de uma ou duas centenas de metros quadrados (DINIZ, 2013, p. 25).

A escolha do modal marítimo para exportação do sal é a mais viável em virtude de ele demandar o menor emprego de recursos financeiros, tendo em vista que as atividades de transportes consomem, em média, dois terços dos custos das atividades logísticas (BALLOU, 2010, p. 24).

2. Infraestrutura

A localização geográfica do terminal (04° 49' 06" S e 37° 02' 43" W) foi determinada de forma a aproveitar a existência de um canal de navegação natural, com comprimento aproximado de 8MN, profundidade mínima de 11 metros e largura média de cerca de 400 metros (DHN, 2013).

O canal de acesso, cujo balizamento é de responsabilidade da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), é demarcado por dez boias laterais, sendo nove cegas, e apenas a de aterragem luminosa (encarnada).

A estrutura da ilha artificial, em areia e aço, fincada em mar aberto 14MN a nordeste do município de Areia Branca e distando 8MN da linha da costa, foi construída inicialmente com área de 15 mil metros quadrados, ao custo de 35 milhões de dólares. Em formato retangular, medindo 92 metros de largura por 166 metros de comprimento, foi aterrada com material coralíneo da própria região e recoberta com um piso de sal, para garantir a pureza do produto armazenado.

O sal é transportado das regiões produtoras para a ilha artificial por meio de barcaças, estando atualmente oito em operação. Essas barcaças, com capacidade média diária de transferência de sete mil toneladas, atracam em um cais específico cujo comprimento é de 166 metros e cuja profundidade é de sete metros em maré mínima. O porto dispõe de quatro descarregadores de barcaças, sendo dois com capacidade de 350ton/h e dois de 450ton/h.

Para acostagem de navios, existem cinco dólfins, os quais,juntamente com quatro boias de amarração e ancoragem de bordo (normalmente por boreste) compõem o sistema que possibilita a amarração e atracação de navios no terminal.

De:  http://www.novoportal.com.br

sábado, 4 de janeiro de 2020

RECONCILIAÇÃO E DESPEDIDA


De Walter de Sá Leitão sobre João Lins Caldas

Há cinco anos, mais ou menos, o velho e amigo João Lins Caldas limitara nossa amizade a saudações e cumprimentos simples e – não poucas vezes – estas cortesias eram para ele um constrangimento. 

Por muitos frequentara a nossa casa, diariamente, sentindo-se à vontade, contando-me dramas da sua vida, atitudes que tomara em certos e determinados casos, especialmente como funcionário público, e, por fim, recitando seus formidáveis poemas e sonetos. Na sua espetacular inteligência, havia um ponto característico dos poetas – “as imaginações” – que lhe produziram um gênio tempestivo e absoluto para viver, anormalmente, entre os seus semelhantes. Uma simples conversa que divergisse do seu ponto de vista, em relação especialmente a determinadas pessoas, era o bastante para multiplicar o número dos seus desafetos, acrescido do dialogante. Reconhecendo-o POETA, sonhador, portando, jamais considerei suas denúncias, acusações ou julgamentos aqueles por quem se dizia prejudicado. Isto lhe causava um mal estar, cujos efeitos eu minorava contando-lhe anedotas picantes, piadas, impúdicas e ele, o velho Caldas, sem arrefecer os ódios, retira-se anotando-me no seu caderno como um indigno, também. Distanciava-se de mim, torcia caminhos para não me encontrar, porém eu o procurava, intrometia-me nos ambientes onde ele comparecia e, assim, ia amenizando sua intolerância, sem conseguir modificar suas sentenças. 

Como poeta era sublime, vibrações, divinais; um disco de sonatas infindas que quanto mais se ouvia, mais desejos se tinha de continuar ouvindo. No cotidiano da vida, era humano...

Ontem, dia 18, as seis horas da manhã, caminhávamos em direção ao Mercado Público, quando, em frente à Padaria Santa Cruz, os nossos caminhos cruzara-se e eu, na minha teimosia para tê-lo amigo, provoquei o diálogo:

- Bom dia, Frutilândia!...
- Bom dia, Walter, preciso falar com você.
- Caldas, voltarei logo para lhe atender.
Voltei minutos depois, indo encontra-lo na Praça da Criança, comprando uma espiga de milho verde. Ao ver-me reiniciou o diálogo:

- Walter, você tem recebido notícias ou carta de Moacir?
- Não, depois da última estadia aqui não me deu notícias nem me escreveu.
- A mim, também não. Parece que está zangado porque não lhe dei resposta às últimas cartas. Mas, vou respondê-las. Preciso demais comunicar certos desejos e, fatos da minha vida, sobretudo porque o meu fim está chegando e só a ele poderei contar, sabe!
- Caldas, a sua saúde, como vai? Tem tomado os remédios e seguido a dieta?
- Não, comecei a tomar umas pílulas, porém as suspendi. Depois de liquidar meus negócios irei cuidar da doença. O meu mal são estas coisas...
- Tens ouvido ou lido alguma coisa?
- Ouvido, não, Caldas, porém estou lendo um grande livro sobre Hermes Fontes, escrito por Povina Cavalcanti e dirigido por Afonso Arinos de Mélo Franco.
- Ah! Quero vê-lo. Preciso ler. O Hermes, como já lhe contei, morreu rompido comigo. Hoje, ou melhor, depois é que, reconheci ser um mal entendido meu. Seria fácil, Walter, emprestar-me este livro, agora?
- Pois não, Caldas, vou mandar busca-lo.
Minutos depois, chegava o portador trazendo o livro.
- Pronto Caldas, aqui o livro.

Com o livro às mãos começou a folheá-lo e, ao deparar em uma das páginas o retrato de Hermes, fitou-o bem e exclamou: “Hermes! Hermes!... Breve a nossa reconciliação espiritual.”

Despedimo-nos, ele saiu com o livro na mão e a cesta na outra. Partiu para completar a sua feira e, horas depois, completava também a sua vida atribulada de poeta e sonhador.

DEUS o tenha lá, com menos imaginações humanas!

Assu, 19 de maio de 1967

Do blog: Este depoimento de Walter de Sá Leitão encontrei entre os grandes versos de Caldas, dos seus livros organizados em manuscritos, antes sobre a guarda do poeta e publicitário no Rio de Janeiro - JMM Publicidade -, João Moacir de Medeiros  já falecido, que era primo de Caldas pelo lado da família Lins Caldas de Ipanguaçu/Assu. Antes de sua morte, Moacir autorizou que me fosse entregue os originais dos versos de Caldas, além daqueles que já foram entregues ao Conselho Estadual de Cultura/RN. São belos poemas e sonetos dos livros que Caldas não teve o privilégio nem a felicidade de publica-los, intitulados de “Deus Tributário”, Águas de Sono" e "Caminho de Estrelas", entre outros, além de centenas de pensamentos filosóficos. Fica o registro.

Fernando Caldas

Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).