O senhor Raul Pereira da Silva, mais conhecido por "Raul Capitão", é a figura mais representativa do ciclo da scheelita na região de Lajes do Cabigi à São Tomé.

Raul Capitão iniciou a vida como empregado da Fazenda Amarante, onde viveu por 18 anos. Ao sair, adquiriu nas proximidades a Fazenda Bonfim, onde fixou residência e ganhava a vida como agricultor.

Como sempre circulou a notícia de que nas terras do Bonfim havia minérios, Em uma de suas buscas - para muitos em vão - encontrou uma pedra diferente, a pedra era à scheelita, minério que dá liga ao ferro no ano de 1967. Em pouco tempo uma montanha incalculável de dinheiro caiu no colo de Raul, transformando o antigo agricultor de 55 anos em um dos homens mais ricos do Rio Grande do Norte.

Adquiriu várias propriedades rurais, dentre elas à Fazenda Ingá com mais de 11 mil hectares, onde plantava algodão e criava gado. Tornando-se uma figura legendária na região. Raul Capitão ficou tão rico que concedia entrevistas sentado em sacos de dinheiros.




Com isso botou os filhos que quiseram estudar, em boas escolas e moradia na capital. Três meninas foram internas da Escola Doméstica e uma delas chegou a se formar em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A fortuna gerada pela scheelita no RN, na época atraiu a revista Realidade, de circulação nacional na década de 60. Raul foi o grande personagem da matéria.

Em sua mineração chegaram a trabalhar mais de 2 mil homens e em suas fazendas havia centenas de trabalhadores. E por seu pioneirismo, por ter marcado a vida econômica e social do Rio Grande do Norte e principalmente na região de Lajes do Cabugi e São Tomé, por ter influenciado a vida de milhares de pessoas, Raul Capitão ainda vive na memória popular.

Ricardo Sobral