Olavo Lacerda Montenegro (1921-1999), herdou o espólio político de seu pai Manoel Montenegro (Manezinho) que na década de trinta e quarenta, foi prefeito do Assu durante 13 anos consecutivos, nomeado por Getúlio Vargas. Em 1958, Olavo se elegeu deputado estadual, conseguindo se reeleger nas eleições de 1962, 66 e 70.
Tipo baixo, nem gordo, nem magro, amigo intransigente, decidido, tribuno combativo. Olavo não era de recuar, não levava desaforo para casa e não se calava com afronto de ninguém. Reagia na hora as acusações contra a sua pessoa, de se seus correligionários, partidários e amigos, especialmente Aluízio Alves a quem seguiu durante toda a sua vida pública.
Em 1962, Olavo foi ofendido na sua honra, com insinuações feitas pelo seu colega de assembleia e de partido (PSD), deputado Ângelo Varela (filho do ex-governador José Varela), no instante em que fazia um pronunciamento no plenário daquele parlamento estadual. Pois bem, como consequência das ofensas de Ângelo, Olavo não pensou duas vezes, sacou de um revolver calibre 22 (que Varela dizia ser de plástico) e disparou dois tiros, sendo que somente uma bala atingiu a cabeça do seu desafeto. Ângelo teve de ser removido às pressas até a cidade do Recife, para ser cirurgiado, escapando sem sequelas. Coube a Olavo apenas uma prisão durante poucos dias no Quartel da Polícia Militar, em Natal, continuando normalmente o mandato que o povo lhe outorgou. Naquela época a Assembleia Legislativa funcionava na avenida Getúlio Vargas, onde hoje está assentado, salvo engano, o Tribunal de Contas do Estado.
O combativo e atuante deputado Olavo ajudou a fundar e participou ativamente da CODEVA - Comissão de Desenvolvimento do Vale do Assu (órgão consultivo e executivo) presidido por Edgard Montenegro (adversário político de Olavo) e secretariado por Osvaldo Amorim, no começo dos idos sessenta. Com a CODEVA não havia disputas políticas, pois, o que estava em jogo era o desenvolvimento da região varzeana.
Além da sua colaboração na política do seu Estado, em 1959, contribuiu para que fosse fundado em Natal, a ANORC - Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores, instituição que ele chegou a ser um dos seus primeiros presidentes, bem como chefiou a delegacia da CIBRAZEN, com sede em Natal, na década de oitenta, além de ter dado importante contribuição para a fundação da Radio Princesa do Vale, de Assu, fundada em 1979.
Com o seu apoio político (Olavo foi um dos responsáveis pela criação da cruzada da esperança e consequentemente a vitória de Aluízio Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 1960) elegeu Costa Leitão prefeito do Assu, pelo PSD (tirando o sonho de Edgard Montenegro de retornar pela segunda vez a prefeitura da terra assuense) e seu irmão João Batista Lacerda Montenegro, pela ARENA - Verde, respectivamente. Em 1976 ingressou seu filho Manoel Montenegro Neto (Manuca) na política, como candidato a prefeito da terra asuene, pelo MDB, contra Sebastião Alves, da ARENA, que se elegeu, ainda mais apoiou Arnóbio Abreu como candidato a prefeito do Assu, pelo PMDB, que perdeu para Ronaldo Soares, do PDS, nas eleições de 1982.
Olavo além de ter exercido o mandato de deputado estadual por quatro legislaturas, candidatou Manuca deputado estadual (que depois foi suplente de deputado federal, chegando a assumir a alta câmara do país, durante pouco mais de um mês), no final da década de oitenta.
Afinal, os seus empenhos em favor do Vale do Açu, da agropecuária potiguar, foram valiosas. Portanto, é preciso que ele seja mais lembrado na terra assuense, especialmente no município que ele criou na qualidade de deputado estadual, através do Projeto de Lei n. 2.927, de 18 de setembro de 1963, desmembrando Santa Luzia, do município do Assu, dando foros de cidade que passou a ser denominada Carnaubais, terra da sua Mãe Maria Lacerda, que atualmente é nome de uma das mais importantes avenidas do grande Natal.
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