sexta-feira, 21 de agosto de 2009

OTHONIEL MENEZES


Othoniel Menezes de Melo (1895-1969), considerado como "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Norte", nasceu em Natal e faleceu no Rio de Janeiro. Ele é autor da famosa canção considerada o Hino da cidade do Natal intitulada "Serenata do Pescador", conhecida popularmente como "Praieira", além dos livros de poesia sob o título "Germen", 1918, "Jardim Tropical", 1923, "Sertão de Espinho e Flor", 1952, e "A canção da Montanha", 1955, além de ter dado a sua colaboração na imprensa de Natal como em A República, Diario de Natal, entre outros jornais daquela capital. Othoniel era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número 23, que tem como patrono o escritor Antônio Glicério, sucedendo o escritor Bezerra Junior. Conta-se que aquela academia nunca chegou a frequentar, pois teria aceitado a imortalidade por insistência de amigos.
Como assuense faço registrar que Othoniel teve convivência com os poetas do Assu, como Renato Caldas (poeta que o Brasil consagrou) que tratava Othoniel de "primoroso poeta", João Lins Caldas ("pai do modernismo"), Deolindo Lima, dentre outros. Por sinal, fora aquele tenor assuense Deolindo quem interpretou oficialmente pela primeira vez a sua famosa canção Praieira, no palco do Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) no dia 16 de dezembro de 1922.
Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:


Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)

E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:

És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ENCHENTE DO RIO PIRANHAS, 1974


Clique na imagem para melhor visualizar.

As maiores cheias do Rio Piranhas/Assu, ocorreram nos anos de 1924 e 64. Em 24 as águas daquele Rio chegaram até a calçada, fundos da igreja matriz de São João Batista, de Assu. Na fotografia, data de 1974 podemos ver o deputado Edgard Montenegro (de óculos) e o governador Cortez Pereira (em pé na canoa). Edgard naquela época era auxiliar do governo Cortez, na qualidade de presidente da COFAN - Companhia de Fomento Agrícola Norte-Rio-Grandense.

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JOÃO LINS CALDAS NA EXPOTEC 2007


"Apresentação do pôster, sobre o poeta assuense João Lins Caldas, na EXPOTEC 2007 realizado na unidade sede do CEFET-RN."

Conheça a vida e obra deste bardo potiguar nos endereço adiante: JOÃOLINSCALDASPOETA.BLOGSPOT.COM




















MOSSORÓ

Mossoró - Abolição
A cidade coração
Onde mora a liberdade
A "24 de junho"
Deu o nobre testemunho
De amor a humanidade

Renato Caldas
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PAU DE SEBO

Nos meus verdes anos foi o Pau de Sebo um dos melhore divertimentos. Não era constante. Realizava-se essa diversão de tempos em tempos. Quase sempre era escolhido um domingo à tarde. Não faltava expectadores. O comparecimento maior era da garotada. Não precisa ir muito longe. Tratava-se de uma haste com cinco metros de altura, devidamente ensebada, tendo no seu topo uma cédula (...).
O disputante ao prêmio tinha que fazer força para alcançar o ponto onde a cédula estava colocada. Daí a diversão. Cada tentativa era um fracasso recebido pela assintência com uma vaia entontencedora. Várias vezes era repetida a operação. Não sei se era por desgaste do sebo em virtude de constantes subidas da garotada ou se era por maior agilidade de algum deles, o certo é que um dos participantes do folguedo terminava conseguindo alcançar a cédula e retirá-la sob gritos festivos e aplausos dos presentes.
Esse brinquedo, ao que parece, não está muito em voga atualmente.

Francisco Amorim
(Do seu livro "Assu de Minha Meninice", 1982)


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PRIMEIRO AUTOMÓVEL A CHEGAR EM ASSU

Há informções que fora este automóvel (foto acima), de propriedade do comerciante mossoroense Francisco Borges, o primeiro a chegar no Assu. Há também informações que o primeiro proprietário de automóvel de luxo (com cortinas de seda) daquela terra assuense, teria sido Gonçalo Lins Wanderley que em 1865 era presidente da Câmara Municipal, quando aquela instituição implicava (no regime monárquico) em cargo de administração do município. Aquela fotografia fora tirada pelo fotógrafo José Severo de Oliveira, proprietário do "Atelier Severo", em data de 2 de setembro de 1919.
O escritor Francisco Amorim Amorim no seu livro intitulado "Assu da Minha Meninice" , 1982, depõe que aquele automóvel "ao penetrar na cidade, agonizava uma pessoas conhecida por Mascarenhas. Os circunstantes ao ouvirem o ruído do motor abandonaram o velório deixando o pobre morrer sem vela acesa." Informa também o escritor Amorim que naquele mesma data "ao escurecer, outro veículo entrava na cidade. Tratava-se, ao que parece, de uma experiência com a estrada de rodagem que estava sendo construída ligando Assu a Mossoró."

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NATAL

Praia de Areia Preta
Natal, morena encantada
Que passa a vida deitada
Na Areia Preta, a cantar
Sonhando com seus amores,
Os valentes pescadores
Que partiram para o mar

Renato Caldas

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SEBASTIÃO ALVES

Sebastião Alves (Tião) em plena campanha política, em 1976.
Esquerda para direita: Alexandre Martins de Carvalho (Xanduzinho, que era bispo da Igreja Católica Brasileira), Walter de Sá Leitão, dentista Osman Alves e Sebastião Alves Martins.
A fotografia acima registra o momento em que o prefeito Walter de Sá Leitão transmitia em 31 de janeiro de 1977 a prefeitura do Assu para Sebastião Alves. Sebastião se elegeu prefeito do Assu nas eleições de 1976 pelo PDS - Partido Democrático Nacional (com o apoio do deputado Edgard Montenegro e do prefeito Walter), ganhando para o jovem candidato pelo MDB Manoel Montenegro Neto ( Manuca), filho do deputado Olavo Montenegro. Antes, nas eleições de 1972, Sebastia, com o apoio de Olavo teria disputado aquela prefeitura com Elias Moreira - Lico, como seu vice, pelo partido da ARENA (verde) contra Walter e José André de Souza - Zezinho, da ARENA (vermelha), único partido naquela época existente no Brasil. Sebastião também foi dvereador do Assu por várias legislaturas, agropecuarista, industrial no ramo de torrefação (Café Semar) e cerâmica, bem como produtor de cera de carnaúba, produto que beneficiava, comprava e vendia a grandes exportadores do Ceará. O seu filho Heliomar Alves herdou o gosto pela política, chegando a se eleger por três eleições, vereador do Assu, cargo que exerce ainda hoje.
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domingo, 16 de agosto de 2009

UM BOÊMIO AUTÊNTICO


PADARIA SANTA CRUZ




Imagens do blog Página R.

A Padaria Santa Cruz era de propriedade dos irmãos Solon e Afonso Wanderley. Nos anos quarenta, cinquenta sessenta e até o começo de setenta, produzia o melhor pão e bolacha da cidade de Assu. Hoje aquela panificadora é de propriedade de João Gregório Junior? A bolacha e biscoito denominado Flor do Açu (em formato de uma flor,) é uma delícia, ainda hoje produzida por outra padaria de propriedade de Toinho Albano. Naquelas décadas era o ponto de encontro amistoso para uma  uma boa prosa, dos barões da cera de carnaúba,  influentes políticos da região, intelectuais, poetas da cidade. Eram seus assíduos frequentadores  frequentadores as figuras como Zequinha Pinheiro, João Turco, Minervino Wanderley, Major Montenegro, Fernando Tavares (Vem-Vem), Luizinho Caldas, além dos irmãos Edgard e Nelson Montenegro, Walter Leitão, Edmílson Caldas, Renato Caldas, Francisco Amorim, dentre outros. Antes  dos irmãos Solon e Afonso, aquela padaria pertencia ao Senhor Enéas Dantas, pai do poeta Renato Caldas.

Aquela panificadora fora palco de muitas estórias pitorescas, muitas delas construídas em formas de versos, de rimas. (Esta estória não tem o intuito de denegrir a imagem de politico, apenas tem o sentido humorístico). Pois bem. Certa vez (era época de eleições para governador), Renato Caldas que não perdia a oportunidade para glosar, ao chegar naquele estabelecimento comercial deparou-se com uma fotografia de Frei Damião ladeado por dois candidatos ao cargo de governador e vice governado, Não deixou para depois, escrevendo:

A culpa não compromete
Ao cidadão inocente,
Mas, quando diariamente,
Essa história se repete
Deus é bom e não promete,
Também não tem distinção,
Ele que tem mil razões
Sobradas de se vingar,
Consente Solon botar
Um justo entre dois ladrões.

Fernando Caldas



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

POESIA

Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canço de
Olhar as estrelas.

João Lins Caldas
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JOÃO LINS CALDAS E AS INDAGAÇÕES DO ABSURDO

Que estória é essa de se dizer que o modernismo começou em 1922 com Mário de Andrade?
Que estória é essa de se dizer que Jorge Fernandes foi o primeiro no Rio Grande do Norte a cantar no verso livre, sem rima, sem métrica, desrespeitando as fórmulas tradicionais de se fazer poesia?
Quando a "Paulicéia desvairada" deu à luz? Quando?
Quando Mário de Andrade esteve em Natal não foi em 1927? E "Macunaíma" chegou Quando?
Antes, bem antes de todos eles, João Lins Caldas, em 1917, escrevia anonimamente:

... e ao comprido da rede que se balouça esticada
Uma cabeça, uma cabeleira preta,
Pés que se estiram, mãos alongadas...
Vamos irmãos, eu que estou reparando, de retrato,
esse quadro que se alonga ao longo da parede.

José Luiz Silva
(Jornal O Poti, de Natal, 1988)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

OLAVO MONTENEGRO, UM DEPUTADO COMBATIVO

Olavo Lacerda Montenegro (1921-1999), herdou o espólio político de seu pai Manoel Montenegro (Manezinho) que na década de trinta e quarenta, foi prefeito do Assu durante 13 anos consecutivos, nomeado por Getúlio Vargas. Em 1958, Olavo se elegeu deputado estadual, conseguindo se reeleger nas eleições de 1962, 66 e 70.

Tipo baixo, nem gordo, nem magro, amigo intransigente, decidido, tribuno combativo. Olavo não era de recuar, não levava desaforo para casa e não se calava com afronto de ninguém. Reagia na hora as acusações contra a sua pessoa, de se seus correligionários, partidários e amigos, especialmente Aluízio Alves a quem seguiu durante toda a sua vida pública.

Em 1962, Olavo foi ofendido na sua honra, com insinuações feitas pelo seu colega de assembleia e de partido (PSD), deputado Ângelo Varela (filho do ex-governador José Varela), no instante em que fazia um pronunciamento no plenário daquele parlamento estadual. Pois bem, como consequência das ofensas de Ângelo, Olavo não pensou duas vezes, sacou de um revolver calibre 22 (que Varela dizia ser de plástico) e disparou dois tiros, sendo que somente uma bala atingiu a cabeça do seu desafeto. Ângelo teve de ser removido às pressas até a cidade do Recife, para ser cirurgiado, escapando sem sequelas. Coube a Olavo apenas uma prisão durante poucos dias no Quartel da Polícia Militar, em Natal, continuando normalmente o mandato que o povo lhe outorgou. Naquela época a Assembleia Legislativa funcionava na avenida Getúlio Vargas, onde hoje está assentado, salvo engano, o Tribunal de Contas do Estado.

O combativo e atuante deputado Olavo ajudou a fundar e participou ativamente da CODEVA - Comissão de Desenvolvimento do Vale do Assu (órgão consultivo e executivo) presidido por Edgard Montenegro (adversário político de Olavo) e secretariado por Osvaldo Amorim, no começo dos idos sessenta. Com a CODEVA não havia disputas políticas, pois, o que estava em jogo era o desenvolvimento da região varzeana.

Além da sua colaboração na política do seu Estado, em 1959, contribuiu para que fosse fundado em Natal, a ANORC - Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores, instituição que ele chegou a ser um dos seus primeiros presidentes, bem como chefiou a delegacia da CIBRAZEN, com sede em Natal, na década de oitenta, além de ter dado importante contribuição para a fundação da Radio Princesa do Vale, de Assu, fundada em 1979.

Com o seu apoio político (Olavo foi um dos responsáveis pela criação da cruzada da esperança e consequentemente a vitória de Aluízio Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 1960) elegeu Costa Leitão prefeito do Assu, pelo PSD (tirando o sonho de Edgard Montenegro de retornar pela segunda vez a prefeitura da terra assuense) e seu irmão João Batista Lacerda Montenegro, pela ARENA - Verde, respectivamente. Em 1976 ingressou seu filho Manoel Montenegro Neto (Manuca) na política, como candidato a prefeito da terra asuene, pelo MDB, contra Sebastião Alves, da ARENA, que se elegeu, ainda mais apoiou Arnóbio Abreu como candidato a prefeito do Assu, pelo PMDB, que perdeu para Ronaldo Soares, do PDS, nas eleições de 1982.

Olavo além de ter exercido o mandato de deputado estadual por quatro legislaturas, candidatou Manuca deputado estadual (que depois foi suplente de deputado federal, chegando a assumir a alta câmara do país, durante pouco mais de um mês), no final da década de oitenta.

Afinal, os seus empenhos em favor do Vale do Açu, da agropecuária potiguar, foram valiosas. Portanto, é preciso que ele seja mais lembrado na terra assuense, especialmente no município que ele criou na qualidade de deputado estadual, através do Projeto de Lei n. 2.927, de 18 de setembro de 1963, desmembrando Santa Luzia, do município do Assu, dando foros de cidade que passou a ser denominada Carnaubais, terra da sua Mãe Maria Lacerda, que atualmente é nome de uma das mais importantes avenidas do grande Natal.

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

ALUIZIO ALVES

Se vivo fosse, "o menino de Angicos", aluizio Alves (1921-2006) estaria completando 88 anos de idade. Aluizio que começou a fazer vida pública ainda menino, aos 11 anos de idade, fundou jornais, aos 18 anos publicou o seu livro de história do seu município intitulado "Angicos". Deputado constituinte (1946), governandor do Rio Grande do Norte (eleito em 1960, fazendo um governo inovador), cassado pelo regime militar, deputado federal (na década de 1990), Ministro da Administração (governo Sarney) e da Integração (Governo Itamar Franco).
Aluizio em 1960, candidato ao governo da terra potiguar pelo PSD, contra Djalma Marinho da UDN, derrotou fortes lideranças políticas como Dinarte Mariz, que tornou seu ferrenho inimigo político. Eu era menino de calças curtas e ainda me lembro da marchinha (hino da sua campanha), que diz assim:

Aluizio Alves veio do sertão lá do Cabugi
Pra sanar o sofrimento do seu povo
Sua plataforma eis aqui:
Assistência e cuidado ao agricultor,
Melhores salários pro trabalhador,
Com a energia de Paulo Afonso, industrialização
Para a mocidade potiguar saúde e educação.
O povo oprimido, do aperário ao doutor,
Escolheu seu candidato, Aluizio Alves pra governador.

Fica a homenagem deste blog ao incontestável líder político potiguar que foi Aluizio Alves.

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

PORTFÓLIO

"No século XXI, o povo que não contar sua história, nem colher sua memória, corre o risco de desaparecer."

Jean Claude Carriere, escritor francês.

(Do Blog de Tony Martins).

ELIAS SOUTO, UM ASSUENSE ILUSTRE

Elias Souto é mais um filho do Assu que engrandece as letras e a história da imprensa do Rio Grande do Norte. Em Assu ele fundou o jornal de oposição intitulado O Sertanejo, que circulou de 1873 a 1876. Depois veio a fundar o Jornal do Assu, que depois passou a denominar-se O Assuense. Souto já estando em Natal, fundou em 1894 a imprensa diária no estado potiguar, fazendo circular o jornal também de oposição intulado Diário do Natal. O professor e poeta Elias Souto chegou até a escerver o Hino da Imprensa Potiguar, publicado no jornal "Diário do Natal", onde em versos brilhantes acentuou a vanguarda das idéias novas trasidas pelo jornalismo (" "Rompendo o caos tenebroso/que as gerações envolvia./O teu verbo fulminante/ No mundo inteiro irradia.")
Ezequiel Fonseca Filho no seu livro sob o título Poetas e Boêmios do Açu, 1984, depõe que Elias Souto "não fulgiu ao desejo de também fazer versos." E um dia escreveu:

Lá, no centro do mar, na imensidão
Pelo sopro dos ventos agitadas,
Vão as ondas, rolando em turbilhão
Desfazeer-se nas rochas escarpadas

Ou se o vento, de súbito, desmaia,
Elas vão o mar liso percorrer,
Em procura da terra, e sobre a praia
Lentamente, estender-se e, após, morrer.

Assim minh'alma. No mar das ilusões
Da vida, no correr da tempestade,
Vaga sempre no mundo aos trambulhões

E, da incerteza, em funda cavidade
Nos abrolhos da túrbidas paixões
Ela somente crê na - Eternidade.

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sábado, 8 de agosto de 2009

HISTÓRIA DOS CASARÕES DO ASSU I

O Sobrado da Baronesa como ainda é chamado pelos assuenses, foi mandado construir por Manuel Lins Wanderley (Coronel Wanderley). Sua construção é anterior a 1825, data em que ele, Coronel Wanderley, casou-se com uma moça membro da antiga família Casa Grande. Sua filha Belisária Lins Wanderley de Carvalho e Silva, ali residiu quando casada com Felipe Neri de Carvalho e Silva (Barão de Serra Branca). Ela era assuense (faleceu em Natal em 1933 e está sepultada no Cemitério Público São João Batista, na cidade de Assu), Baronesa por ser casado com Felipe Nere, natural de Santana do Matos (RN). O decreto dando a Felipe o título de Barão, foi assinado em 19.8.1888, quando a Princesa Isabel governava o Brasil.

Dr. Luis Carlos Lins Wanderley (1831-1990), outro filho do Coronel Wanderley também residiu naquele casarão secular. Luiz Carlos foi o primeiro norte-riograndense a se formar em medicina e o primeiro romancista potiguar, publicando o romance intitulado "Mistério de Um Homem". Ainda foi poeta e, como jornalista dirigiu o jornal "Correio de Natal", além de ter sido deputado provincial, vice-presidente da provincia, chegando a governá-la em 1886. Teatrólogo, poeta, ganhou comendas como a Comenda de Cavalheiro da Ordem da Rosa e a Medalha da Ordem do Cruzeiro, por ter combatido na qualidade de médico a epidemia de febre amarela e cólera, no tempo do Império. 

Naquele sobrado também residiu o médico que foi intendente do Assu, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa chamado Ezequiel Fonseca Filho, bem como funcionou ainda o escritório do seu então proprietário José Wanderley de Sá Leitão e a Cooperativa de Consumo do Assu (anos sessenta). Atualmente funciona a Casa de Cultura, do Governo do Estado.

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POESIA

SOB A NOITE

Se eu desprezar a terra, abandonando
O teu desdém-essa desgraça nova,
Os que na rua forem te encontrando
Hão de ver o teu riso palpitando
E terão flores para a minha cova.

Mas, se tudo acabares, te acabando
Antes que finde a dor que em mim renova,
Por todos lados onde eu for errando,
Há de se ver os meus olhos lacrimando
E eu terei flores para a tua cova.

João Lins Caldas - poeta potiguar do Assu.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

RIO PIRANHAS/ASSU

Rio Piranhas/Açu, no município de macau.

O rio Piranhas/Açu nasce na Serra do Bongá, município de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba, com a junção das águas do Rio do Peixe e Piancó, daquele estado paraibano. Seus afluente principais são: rio Espinhara, Picui e Seridó. É considerado como um dos maiores rios do Nordeste, "responsável pela maior bacia hidrográfica do Rio Grande do Norte, ocupando uma superfície de 17.500 Km2, correspondendo a 32,8% do território estadual, onde são encontrados 1.112 açudes. Desemboca no município de Macau, litoral do Rio Grande do Norte (conforme fotografia, o rio se encontrado com o mar). São seus afluente os rios Espinhara, Picui e Seridó. Entra no estado potiguar pelo município de Caicó, no Seridó, "desce em direção sul norte, para começar a banhar o município de Assu no lugar Saquinho, e marginando e confinando o território a leste, passa pelos seguintes lugares: Poço do Cavalo, Bonito, Mutamba, Caiçarinha, Floresta, Várzea da Luíza, Bugio, Marcação, Lagoa da Pedra, Riacho Fundo, Castelo, Quixeré, Cachorro, Itans, Mocó, Poassá, Juazeiro-fechado, Farol, Casa Forte, Baviera, Fura-boca, Santa Clara, Rio dos Cavalos, Poço da Ema, Santo Antônio, Parelhas, Martins, Forquilha do Rio, Estevão, Comboieiro, Carão, Jerimu, Poço Verde, Melancias, Tabatinga, Saco, Xambá, São João, Rosário, Córrego, Curralinho, Oficinas, Garcia, Cobé, Logradouro, Imburanas e Barra, onde entra no mar."

O Piranhas/Açu é decantado em prosa e verso por dezenas de poetas do Assu. A poetisa Maria Carolina Caldas Wanderley (Sinhazinha Wanderley), escreveu:

Vem de longe, potente, majestoso,
Inunda o branco leito das areias;
Seus possantes canais - as suas veias,
Serpejam num marulho rumoroso.

Suas margens de um todo grandioso,
De arvoredos robustos todas cheias,
Parasitas formando lindas teias,
No tronco da oiticica, alto, rugoso.

Os cavaletes, balsas e canoas
Velejando, defendem-se das croas,
Indo aportar à entrada do "Cipó"

Carnaúbas na várzea, enfileiradas,
Parecem contemplar, extasiadas,
O rio, a despejar no "Piató"

João Lins Caldas não deixou por menos: 

Alvo e largo, profundo entre os cabeços brancos
É o rio a se estirar vendo os bambus copados
E lhe vão a correr pelo seios nevados
As torrentes de encher os lagos e os barrancos

Das águas que carrega, os largos veios francos,
Descidos de alta serra e na várzea alongados,
Caminho do oceano, olhando os descampados,
Lá se vão a tremer pelos rasgados flancos.

Onde vai leva a andar os balseiros folhudos
Os escombros de palha, os canaçus caídos
Os restos de fogueira e os ramos velhos mudos

E carrega, a rolar, aos pedaços e aos galhos,
Os altos mulungus, os gravatás fendidos,
As lavouras de abril e a lama dos atalhos...


(Postado por Fernando Caldas)
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

LEMBRANDO NAVARRO

Newton Navarro foi um dos grandes nomes das artes plásticas da terra potiguar, além de poeta e cronista dos melhores. Navarro na sua boemia, conviveu com outro igualmente poeta boêmio chamado Renato Caldas, desde os tempos da Confeitaria Delícia (ponto de encontro nos anos cinquenta, sessenta e começo de setenta, dos boêmios, políticos e intelectuais norte-riograndenses)e nas suas idas ao velho Assu. É tanto que Renato numa feliz inspiração, num poemeto intitulado "Cromo", o definiu assim:

Adão foi feito de barro...
Mas, você Newton Navarro,
foi feito da inspiração,
do Céu, dos ninhos, das flores,
de todos os esplendores
do luar do meu sertão.

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POESIA MATUTA

HOME

Home qui larga a muié,
Pra vivê c´uma sugeita;
Ou esse cabra num presta,
Ou antonse é coisa feita.

Home qui vévi sirrindo,
E diz qui nunca chorô;
Ou esse cão tá mintindo,
Ou pur outra nunca amô.

Home, qui deixa a muié,
In casa, e vai passiá...
O fim dele tem qui sê:
No sumitéro, ou hospitá.

Home qui anda inlordado,
Sem tê uma ocupação.
No mundo so pode sê:
Ou jogadô, ou ladrão.

O freguez da fala fina,
Qui num gosta de muié!
Vamo atraz qui essa péste!
Tem um defeito quarqué.

Renato Caldas

domingo, 2 de agosto de 2009

LOGOMARCA

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NOTA

Fotografia do blog de aluízio Lacerda.

"Meu José Virou Poesia", é mais um livro que enriquece as letras assuenses. A autora daquele volume é a poetisa Ester Morais (a sua direita), que pousa na fotografia ao lado da sua irmã Secretária de Estado Fátima Morais. Conheci e convivi com o personagem deste livro chamado José Martins de Morais. Ele foi enfermeiro no Assu, proprietária de farmácia em Carnaubais. Zé enfermeiro como era mais conhecido foi candidato a verador de Assu, salvo engano, nas eleições de 1976 ou 1982. Era frequentador na década de oitenta do chamdao 'Senado' (batentes da prefeitura do Assu), quando era bem frequentado pelos formadores de opiniões da política assuense, que se reuniam todas as noites naquele local para uma boa prosa, cada um defedendo o seu chefe político que eram muitas vezes satirizados por cada um dos dos seus adversáros. Afinal, fica o registro e os parabéns deste blog (que tem o sentido de divulgar o passado e o presente da história literária, econômica, social e política - sem politicagem- da terra assuense) a mais nova escritora do Assu.

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POESIA

PARA VOCÊ

Eu venho de uma montanha, Tânia.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.

Venho de um vale, Tânia.
Um vale com mil flores brilhantes,
E todas estas flores eram tuas.

Venho de uma floresta, Tânia.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio.

Venho de um lago também azul, Tânia.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,
Selvagens como meu amor.

Eu venho do mar, Tânia.
Um mar sem praias e sem gaivotas,
Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.

Venho do deserto quente, Tânia.
Um deserto com ventos de areia,
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.

Walflan de Queiroz - 1930-1995 (poeta potiguar).

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GILBERTO AVELINO

Gilberto Avelino (1928 - ) era natural de Assu. Mas a sua terra amada era Macau, importante cidade do litoral potiguar, onde chegou ainda menino novo, em companhia de seus pais. Herdara do seu genitor Edinor Avelino, o dom da poesia. Gilberto era brilhante orador e advogado, poeta lírico, prosador. Sobre a terra macauense, onde ele radicou-se, escreveu numa feliz inspiração: "Esta é a terra que amo. De rio em preamar, sereno, onde entre ferrugens e sombras, descansam âncoras, e navegam fantasmas de barcos cinzentos." Ele era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Academia Norte-riograndense de Letras, cadeira número 35 (que tem como patrono o poeta Juvenal Antunes), substituindo seu pai. O poeta Avelino (por que não catalogá-lo também como bardo assuense?) estreou nas letras potiguares na década de setenta, publicando o livro sob o título "Moinho e O Vento", 1977. Ele é da geração dos poetas Berilo Wanderley, Zila Mamede, Celso da Silveira, dentre outros. Publicou também os livros intitulados "O Navegador e o Sextante", 1980, "Os Pontos Cardeais", 1982, "Elegias do Mar Aceso em Lua", 1984, "O Vento Leste", 1986, "Além das Salina", 1990 e "As Marés e a Ilha", 1995. Deu a sua colaboração em diversos jornais de Natal e do Recife, como Diário de Pernambuco. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito de Alagoas, em 1955. No seu livro Os Pontos Cardeais, transcrevo abaixo o poema intitulado "A Ilha e a Lenda", que diz assim:


Aos ventos da foz do rio Açu erguida,
e tendo o nome do seu sesmeiro
Manuel Gonçalves, resistia a ilha -
flor sangrando em meio às marés

altas de sizígia. O mar vinha em espumas
de fogo, e levava, em velozes carrocéis,
pedaço por pedaço do seu chão salgado,
e ante o qual, por amplo tempo, brando

cantara. Luminosas cicatrizes refloresciam
na carne dos seus pacíficos moradores
(pescadores e salineiros). E lhes doía
a última visão - sol em sossego do poente,

que se apagava das casas e pequenas ruas,
onde ressoavam ainda os seus longos
passos. O mar, incandescendo-se de azuis,
a ilha escondeu entre ondas

ardentes e porões abissais que construíra.
Em noites de lua de agosto, quando
o mar reveste-se de brancos algodoais,
os pescadores escutam cantos de sino

que vêm da capelinha insepulta,
e identificam a voz -
tão leve, bela e pura,
da virgem da Conceição falando às águas.

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sábado, 1 de agosto de 2009

RAPAZES ASSUENSES DA ANTIGA



Clique na fotografia.


A fotografia acima fora tirada no início da década de sessenta. Esquerda para direita vejamos José Caldas Soares Filgueira - Dedé Caldas (ele era uma pessoa tipo folclorista, conhecedor da vida social e cultural do Assu), José Nazareno Tavares - Barão (foi agropecuarista, corredor de vaqueijadas em todo Nordeste, foi também superintendente da CERVAL, sendo um dos seus fundadores, faleceu em 1979), Andiere "Majó" Abreu (que também era um excelente vaqueiro, derrubador de gado, além de poeta glosador), DetônioFonseca (atualmente é aposentado do Banco do Brasil) e o saudoso Chico Germano um dos maiores derrubadores de gado do Estado potiguar. Chico Germano faleceu num desastre, salvo engano, no final da década de sessenta, ao dirigir um Jeep, nas proximidades da Lagoa da Acauã e a ponte sobre o Rio Piranhas/Assu.


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sexta-feira, 31 de julho de 2009

CARNAVAL DO PASSADO

O carnaval de clube do Assu era até o começo da década de setenta, o melhor do interior do Rio Grande do Norte. A fotografia acima, salvo engano, fora tirada em fevereiro de 1964, no salão do clube ARCA - Associação Recreativa e Cultural do Assu (onde funcionaou a ACC e hoje é a casa de shoow O Molekão"). Esquerda para direita, vejamos Naide Belo, "Juca" de Sá Leitão, Maria Auxiliadora (esposa de doutor Edgard Montenegro), Rizza Montenegro, Francisca Ximenes, Geraldo Dantas (ele foi um dos primeiros funcionários do Banco do Brasil, agência de Assu) e Mara de Sá Leitão (filha do ex-prefeito do Assu Walter Leitão) que atualmente reside no Estado de Michigan - EUA.

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

PERMANÊNCIA DE EZEQUIEL

Os espiritualistas de todas as correntes religiosas ocidentais falam-nos de uma segunda vida, cujo portal de saída da vida terrena - a morte - seria a de entrada para aquela outra.

Seja como for, aqui ou lá, Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho, que há mais de um ano (15.01.87) transpôs esses umbrais, deixou em sua cidade e em sua gente, uma tradição de fecunda humanidade e filantropia que hão de contemplá-lo, onde estiver, de felicidade permanente.

Pela palavra de um pregador católico, na homila de um morto, ouvi que só os que não têm fé se atemorizam com a morte física. Não sei, por sentimento de quem perdeu pai, mãe, esposa, irmãos e amigos queridos (Melé, a Vara, César, Oldanir) que uma morte e indesejável e temida pelas pessoas de inteligência mais ou menos desenvolvida - a morte que vem pelo esquecimento.

Sem memória o morto não sobrevive para a família, nem para os amigos, muito menos para a humanidade, tão entre si ligada por problemas comuns à salvação e tão extranhamente separada quando os povos se avaliam e se confrontam como nações.

Ezequiel Fonseca Filho eu conheci desde menino (parece que nasci por suas mãos de parteiro) e depois, na política, militei em suas campanhas como orador de comícios que faziamos pelo Vale do Assu. Para mim ele só deixou a marca de ter sido servidor do seu povo, como médico, examinando, tratando, fazendo curativos, atendendo chamados, tudo num mundo subdesenvolvido do interior do Rio Grande do Norte, como era exigido de um profissional de sua sabedoria e conceito.

Aprendi a querer bem a esse homem que cumpriu quase um século de existência continuamente jovem e bem humorado. Uns dois meses antes que sua alma transparente atravesse o patamar de uma nova dimensão, me procurou em casa, aqui em Natal, para conversarmos literatura e sobre seu projeto de editar um novo livro, desta vez sobre glosadores assuenses. Antes me confiara o acompanhamento da edição do seu "Poetas e Boêmios do Assu", que é um registro crítico importantíssimo para a história cultural do Estado.

Aos 92 anos alguém fazer projeto de publicar livro, como se estivesse começando uma carreira de escritor, é um fenômeno para mim fantástico. E ele, lúcido, conversando com a humildade que nem todo aprendiz de escritor tem, mostrava-se um exemplo de vida plena e vigor mental de quem sonha e ama realizar os seus sonhos.

Não vou esquecê-lo nunca, porque sei que é difícil, hoje, encontrar uma alma tão boa como a dele, e porque sei que ele me amava como a um filho.

A sua morte não pode ser como a daqueles que morrem anonimamente. Sua existência não pode ser igualada à daqueles que fizeram um papel de transitoriedade em nosso Planeta.

Ele não veio para preencher um tempo, mas para ascese que se completa na eternidade.

Celso da Silveira
(Tribuna do Vale do Assu, 4.6.1988)

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

"COLETIVO POTIGUAR"

Clique na imagem.

"A exposição "Coletivo Potiguar - Imagens da Esquina do Brasil" será aberta em Brasília na próxima quinta feira, 30 de julho. A mostra será nas Galerias Ticcola I e II da Caixa Cultural da capital do país e conta com a participação de nove fotógrafos, incluindo o meu trabalho. Patrocinada pela Caixa, a exposição já passou por São Paulo, onde permaneceu por 45 dias. Nas imagens, destaque de minha foto no plantel UOL. Ricardo Junqueira, curador da mostra sendo entrevistado pela TV Cultura, e um detalhe da Galeria da Caixa da Sé, na capital paulista. Em Brasília a mostra vai até o dia 31 de agosto, devendo em seguida ser levada para o Rio de Janeiro."

Jean Lopes

GRANJA (FUTEBOL DE SALÃO)

Granja era um clube de futebol (de salão e de campo), fundado no começo dos anos setenta. Na fotografia (arquivo da Rádio Princesa do Vale), vejamos Naninho, Arimatéia (hoje conceituado médico em Assu), Galêgo de Selé ou Chiaba como é também alcunhado, Losa (atualmente reside em Natal, trabalhando na operadora de telefonia Oi, desde os tempos da Telern) e Cão.

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CANÇÃO DA TERRA DOS CARNAUBAIS

Minha terra tem poetas
de inspirações magistrais,
nascidos ao farfalhar
dos verdes carnaubais.
Minha terra floresceu
às margens do rio Assú,
e deu filhos que lutaram
nos campos de Curuzu.

A minha terra provém
de indígenas e portugueses,
e traz, no sangue, também,
o sangue dos holandeses.
Se os seus filhos, quando nascem,
talento não denunciam,
Morrem na infância primeira,
porque asnos lá não se criam.

Muitos deles, quando querem
dar asas à inspiração,
emigram para outras plagas,
como aves de arribação.
E, mesmo sentindo dalí,
vem cantar seus amores
às margens do Potengi.

E olhar de perto a praieira
da canção de Otoniel,
de olhos ternos, cismadores,
lábios doces como mel,
que ama escutar trovadores,
que tenham vindo de lá,
para dizer-lhe ao ouvido
estrofes de Itajubá.

Minha terra tem história,
poesia e tradição!
E em tempos idos, já foi
a Atenas do meu sertão.
Antigamente, a escola
lá era risonha e franca,
e o negro, banqueteado,
nos salões do amplo sobrado
do Barão de Serra Branca.

Teve seu berço no Assu,
Luiz Carlos Lins Wanderley,
que, médicin, malgré tout,
era poeta de lei.
E os Soares e Amorins,
Macêdos, Caldas e Lins,
e outras mais, que ainda há,
- os quais, logo que nasceram,
inspiração receberam
nas águas de poassá.

Na poesia popular,
houve Moisés Sesiom,
que, semelhante a Bocage,
glosava no melhor tom.
E não se deve esquecer
João Celso e Palmério Filho,
que, na tribuna e na imprensa,
pontificaram com brilho.

Deus te salve, terra amada,
berço dos meus ancestrais!
Eu morreria de mágoa
se não te revisse mais.
Se não pudesse beijar-te,
escutando o farfalhar
dos verdes carnaubais.
(Rômulo Wanderley - 1910 - 1972 - poeta potiguar do Assu).

segunda-feira, 27 de julho de 2009

FREI DAMIÃO NO ASSU

Frei Damião quando da sua primeira visita a cidade de Assu, em 1974, trazido por Walter Leitão quando prefeito da terra assuense. Na fotografia, direita para esquerda vejamos (?), Zélia Tavares (?), Frei Damião, Evangelina Tavares de Sá Leitão (na época primeira dama daquele município) Vera Bezerra (Verinha), (?), Amaro Sena, (?). Aquele capuchinho foi hóspede da Casa Paroquial, bem como a sua permanência e a programação religiosa que ocorreu num palanque armado em frente a igreja de São João Batista, durou aproximadamente dez dias.

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ASSU ANTIGO

No fundo da fotografia a esquerda vejamos a Casa de Caridade totalmente reformada, onde hoje funciona o IPI - Instituto Padre Ibiana. Ibiapina foi o fundador daquela da dita Casa de Caridade. A outra casa no fundo da foto a sua direita foi demolida para dar lugar a agência do Banco do Brasil, de Assu. Clique na fotografia para melhor visualisar.

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sábado, 25 de julho de 2009

POESIA

Agrupadas, ou aqui e ali dispersas,
Ostentando riquezas vegetais,
Nas áreas varzeanas tem diversas
Pisagens lindas de carnaubais.

Erguidas para o alto, fortes, tersas,
Positivas, autênticas, reias.
Têm as carnaubeiras sempre imersas
Raízes puras e medicinais.

No fabrico do pó sustenta o pobre,
Depois de ressecada a palha cobre
As construções da rústica choupana.

E no árduo lidar Deus a acompamha,
Na sua convivência o homem ganha
Lições de apego à atividade humana.

Francisco Amorim

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

TIRADAS DE WALTER LEITÃO

1 - Certo amigo de Walter, já com seus cinco anos de casado, confessou a ele que sua mulher não tinha geito para engravidar. Meses depois aquele amigo apareceu com a surpresa, feliz da vida, dizendo assim: "Compadre Walter, num é que minha mulher engravidou, rapaz!" E Walter que tinha sempre a resposta na ponta da língua, soltou essa: "E você desconfia de quem?"
2 - Na hora do café da manhã, pediu a sua empregadar alguns ovos para comer. Aquela doméstica indagou ao patrão: "Seu" Walter, como é que o senhor quer os ovos?" Walter não deixou para depois, dizendo assim: "pendurados!"
3 - Certa senhora em dias de parir, dirigu-se ao gabinete de Walter na prefeitura (naquela época ele era o prefeito do Assu) para pedir a ele uma ajuda para o seu parto que seria sesariano. E o irreverente Walter saiu-se com essa: "Comadre, você para secar a barriga vem me pedir ajuda, agora, para encher você não me procurou!"
4 - Walter além de agropecuarista era contabilista de profissão. No seu escritório, escrevendo uma carta, um certo amigo (afamado curioso da cidade de Assu) observava o que ele escrevia na máquina de datilografia. Irritado com aquele comportamento do amigo, Walter começou a escrever, dizendo assim: "Esse que está atrás de mim é um corno, 'fresco' e filho da p...!"

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terça-feira, 21 de julho de 2009

LOGOMARCAS OFICIAIS - ADMINISTRAÇÕES DO ASSU

Administração Ronaldo Soares (2000 - 04)
Administração Ronaldo Soares (2005 - 08).
Administração Ivan Lopes Junior (2009 -).

domingo, 19 de julho de 2009

ASSU DE IRMÂ LINDALVA

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CASA DE CARIDADE

Onde hoje está assentado o IPI - Instituto Padre Ibiapiana, era uma antiga casa denominada Casa de Caridade. Instituição que segundo alguns historiadores potiguares, fazia inveja a Natal que não tinha uma igual. O seu fundador foi o padre Ibiapina que, segundo a professora e poeta assuense Sinhazinha Wanderley, diz que "no local do Instituto existiu uma casa já muito antiga e que foi mandada edificar pelo padre Ibiapina. Contava-se destre padre que estivera a morrer num naufrágio e ao passar por Macau fizera voto de fundar uma Casa de de Caridade no primeiro lugar a que chegasse. E foi o Assu justamente esse lugar. Dita casa de Caridade tinha como superiora Irmã Tereza e as Irmãs Leonarda, Dionízia, Felipa, etc. A Casa recebia mocinhas pobres, órfãs, que ali ficavam até a idade do casamento. Ao atingirem essa idade, o Procurador da Casa escolhia um rapaz honesto, bom cristão e trabalhador. Eram os dois levados à sala nas presenças do Procurador e da Superiora e, se os dois se agradavam, o casamento era feito às expensas da Casa... A Casa recebia doentes, cadáveres, que amortalhavam, deixando-os à noite na Capela, velados por duas recolhidas que o faziam com muito medo. A Casa dava ensinamentos de flores, labirintos e bordados... "
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quinta-feira, 16 de julho de 2009

ASSU ANTIGO

Fotografia do arquivo de Renato Cabral.
Praça Getúlio Vargas nos anos sessenta. No fundo da fotografia (lado esquerdo), podemos ver o prédio onde funcionou o Armazém de compra e venda de algodão e cera de carnaúba, de Fernando Tavares - Vem-Vem, bem como nos idos de sessenta e começo de setenata o famoso bar e sorveteria denominado "Ponto Chique", de proprieda de Purueca e Tarcísio Tavares. Era um recinto popular e aristocrático, onde a juventude da cidade se reuniam para um amistoso bate-papo, puxado a sorvete e uma "geladinha". O prédio da esquina (lado direito), funcionou até o começo da década de setenta, a agência do Banco do Brasil. Atualmente é propriedade do Governo do Estado. Antes, naquele local, era assentado uma bonita casa de Mário Amorim, pai do jornalista Osvaldo Amorim.
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

ASSU - CAMALEÃO DO VALE

Três figuras interessadas pelo futebol assuense: Dailson, Alberto Luiz (vice-prefeito do Assu) e Delziele.

IGREJA MATRIZ DE SÃO JOÃO BATISTA, DE ASSU

Tela da assuense Enilza Cóbe Gouveia.

RELEMBRANDO

Importante fotografia resgatada por Junior Soares. Aquele blogueiro assuense afirma que aquela fotografia, anterior ao ano de 1964, fora tirada na cidade de Assu. Da esquerda para direita, vejamos o presidente João Goulart (Jango), prefeita Maria Olímpia Neves de Oliveira (Maroquinhas - primeira e única mulher até hoje a administrar o município do Assu), o combativo deputado estadual assuense Olavo Montenegro e o deputado federal Jessé Pinto Freire.
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sábado, 11 de julho de 2009

ARTE EM TELA

Ao acessar o blog www.celiagouveia. blogspot.com, deparo-me com uma joia de trabalho em tela como esse. É a Lagoa da Ponta Grande (Fazenda Picada/Itu, município de Ipanguaçu/RN, antes de propriedade da família Montenegro - Major Montenegro), pintada por irmã Leônia Gurgel, que em Assu foi superiora do Colégio Nossa Senhora das Vitórias, salvo engano, nos anos sessenta e começo de setenta.

PERFIL DO ASSÚ EM ORKUT

"Aniversário: 16 de outubro.
Idiomas que falo: Português (Brasil).
Quem sou eu: Sou Assu (RN). Terra dos Poetas e dos Verdes Carnaubais.
Etnia: Multiétnico.
Humor: Extrovertido, extravagante, inteligente, sagaz e simpático.
Estilo: Alternativo.
Fumo: Excessivamente.
Bebo: Excessivamente.
Animais que adoro: Adoro meus anoma(is) de estimação.
Moro: Com companheiro(a), com anima(is) de etimação, com filhos, amigos visitantes com frequência.
Cidade natal: Assú.
Página da Web: htt. http://www.assu.rn.gov.br/
Paixões: Não tenho paixões. Amo meu povo assuense e os que adotei.
Esporte: Sempre foi meu forte.
Músicas: Essas que saem nas emissoras da minha cidade. Meu povo tem o mesmo gosto que eu.
Cosinhas: Uma latinha de cachaça (antes), peixe d´água doce com arroz e pirão e, um litro de cachaça (depois) que é para dar aquele sono arretado e tirar minha madorna deitado numa rede.
E-mail: Assu2009@hotmail.com
Linha de endereço 1: A zona urbana, suburbana e rural.
Cidade: Assu.
Estado: RN.
Código postal:/Cep: 59054650000.
País: Brasil."

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

MEDICINA POPULAR NOS VERSOS DE NESTOR MARINHO

Nestor Marinho era poeta popular de Santo Antônio do Salto da Onça, região agreste do Rio Grande do Norte. Zé Luiz depõe que ele era doutor em ervas e versos. Um dia, cansado (ele era asmático), pegou a viola e descreveu os remédios que vinha tomando, dizendo assim:

Já tomei celestom e decadron,
Tomei meticorten e deronil,
Iodeto de potássio e revenil,
Curasmático, estilasa e ocilon,
Elixir de cereja e alergon,
Em calmante: alupent e pílula asmac,
Filismina, tronol e eufin, marc,
De nenhum obtive resultado,
Mesmo assim venho sendo medicado
Por inúmeros médicos do CRUTAC.
Chá de burro tomei mais de 60,
Tomei banha de cobra e de teju,
Me ensinaram a banha de timbú,
Não tomei por ser muito fedorenta.
Lambedor tomei mais de 40,
E aprendi a preparar um lambedor
De juá, cumarú, ou mercador.
Do angico: a raiz, flor, a casca.
Em remédio do mato ninguém tasca
Pois em ervas e árvore sou doutor.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

FUTEBOL DO PASSADO

Nome do time: Amigos de Zé de Ana. Em pé: Dedé de Zé de Ana, Zé e Deus, Batista, Zé de Ricarte e João Carlos. Agachados: João de Ricarte, Galêgo de Itajá, dr. Nelson e Zé de Ana (dono do time). O fato é que apenas dois ou três daquele grupo, sabia jogar futebol! É que Zé de Ana gostava de movimentar a cidade, e organizou aquele clube ( pessoas jovens e maduras). É que em Assu acontece de tudo!

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PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...