domingo, 14 de fevereiro de 2010

IMPERATRIZ ALECRINENSE CANTA ASSU

Imperatriz Alecrinense é uma Escola de Samba de  Natal fundada em 1986. No carnaval deste ano traz o enredo intitulado "Imperatriz Alecrinense Canta Assu, terra de poeta e Cantores". Eu tive o praze de ter sido procurado em Natal pelo presidente daquela agremiação carnavalesca para dar algumas informações históricas sobre aquele importante município (na cultura e na economia) potiguar.A letra é de Francisco Canindé França e música de Ivando Monte. Hoje (domingo) ela desfile naquela capital e terceira feira na cidade de Assu. A prefeitura do Assu através o seu dinâmico e jovem prefeito ajudou financeiramente com aquela escola de samba segundo o seu diretor financeiro Francisco Canindé.

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O DESEQUILÍBRIO DOS CONTRÁRIOS

Por Valério Mesquita, escitor (mesquita. valerio@gmail.com)

01) O juiz aposentado Sábato Barbosa D'Andréa conhece muitas histórias do folclore político do Rio Grande do Norte. Contou-me esta acontecido no velho oeste das lutas políticas do passado entre as famílias Torquato e Nunes. Podia se dizer que ali imperavam eleições fraudulentas. Um exemplo típico dessa refrega chega aos nossos dias com o desabafo no confessionário da igreja local de Epífânio Gameleira do Rego ao páraco José Aires, de notória preferência política por uma das facções litigantes. Epífânio, católico fervoroso, estava arrependido por uma prática ilícita cometida no dia da eleição: "Padre, vim confessar um terrível pecado". O vigário fitou-o, consolando-o: "Nenhum pecado, por mais horrível que seja, não deixará de obter de Deus Pai Todo Poderoso a sua infinita misericórdia. E qual foi o ato que você praticou?". Ainda aflito e trêmulo, Gameleira segredou: "Padre, na última eleição, como presidente da secção eleitoral, deixei votar um eleitor com o título de outra pessoa". O clérigo acalmou o paroquiano com doces palavras. Porém, quis saber, qual o partido político que ele havia beneficiado. Epifânio estremeceu, pois sabia a posição partidária do seu confessosr. Todavia, ali, estava, também, na presença de Deus e a absolvição achava que viria através do sacedote. E abriu o jogo: "Beneficiei, o lado dos doutores Israel e Licurgo Nunes!!". Pois, você vai pagar esse pecado nos quintos dos infernos, desgraçado!". Vociferou o padre, de pé e dedo em riste.
2) Sem sair do oete, em Mossoró, o prefeito Dix-Huit Rosado andava as turras com os seus sobrinhos e trocavam farpas em suas respectivas emissoras de rádio. Certo dia, o velho alcaide confessou a um amigo dileto suas mágoas e amarguras. "Você já viu um mafioso carcamano de perto?". Ante a curiosidade do seu auxiliar, continuou: "Vá agora pra calçada da emissora deles. A peça está quase saindo". "Mas doutor", disse o amigo. "Não é carne da mesma carne?". O velho respondeu filosoficamente: "Aquilo é como uma vesícula, um tumor: se extrair não faz falta". Na política briga de família é pior do que no inventário.
03) Em Macau, Chico de Laura, classe "A" decadente, entregou-se por inteiro ao vício do alcool. Ficou aborrecido com as conversas repetidas, próprias dos ébrios. . Chegando em um botequim, deu as ordens: "Bota aí, uma cana pra mim, , uma pra você e uma pro meu amigo". O proprietário João Inácio, colocou as doses, embora só os dois estivessem presentes. Chico tomou duas. João Inácio tomou a terceira. Esse quadro repetiu-se várias vezes. Lá para as tantas, a notícia desagradável: não tinha dinheiro para pagar a conta. Chico de Laura, levou uns tapas, e, foi emborra. Uma semana depois, voltou ao bar: "Bota aí duas canas; uma pra mim e outrra pro meu amigo". O dono, com a cara de poucos amigos, ameaçou: "E a minha? Não vai autorizar?". O boêmio Chioco de Laura, foi fantástico no controle da soliariedade: "Não! Você quando bebe fica muito violente".

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ANTIGAS ALUNAS DO COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

A direita (freira) podemos ver Irmã Juzifina que era muito querida por todos os alunos daquele educancário inclusive por mim (autor deste blog) que por ela passaram como professora e Irmã superiora, além de todos os assuenses. A fotografia (tirada no interior daquela escola) é do acervo da assuense Genilda Macedo Varela que está na fotografia.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SÚPLICA

Vai alta noite já. Entro em meu quarto
À procura de  um bem que não existe.
Passo as horas cismando, cheio, farto,
Desta saudade que em meu ser persiste.

Tenho opressão como se fosse enfarto,
Se processando na minha alma triste.
E se ânsias cuéis. sozinho parto,
Volto a te desejar. Ninguém resiste.

É a falta de ti que me aborrece.
E a insipidez a ausência me parece,
O longo isolamento do degredo.

Vem, já não suporto este martírio.
Aos meus olhos eu vejo a luz do círio,
Fica perto de mim. Não tenhas mêdo.

Francico Caldas de Amorim (Chisquito).

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TROVINHA AMOROSA DE RENATO CALDAS

Moreninha quando vejo
Essa roupa na janela
Acorda em mim o desejo
Lembrando você sem ela.

Renato Caldas
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CARNAVAL DE TODOS - ASSU


O "Carnaval de Todos", de Assu é uma organização do Grupo Diniz (Wilde Diniz). Ocorreu sábado naquela terra festeira com a prsença de um grande número de políticos do Estao como A senadora Rosalba Ciarline, Senador José Agripino, deputado estadual  José Adécio, deputado fedeal Felipe maia, o jovem e dinâmico prefeito do Assu Ivan Junior, Fátima Moais, além dos pré-candidatos a deputados estaduais como George Soares, Juscelino Frrança e o pré-candidato a deputado federal pelo PPS o ex-vereado o Assu Fernando "Fanfa" Caldas. Parabéns ao Grupo Diniz pela grande festa.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

ANTIGA CARTEIRA DE MOTORISTA - RN

Antiga Carteira Nacional de Habilitação pertencente a senhora Gelza Tavares (mãe do autor deste blog, atualmente com 83 anos de idade). Se ela, Gelsa, não é a primeira motorista do Rio Grande do Norte, é pelo menos uma das primeiras. A habilitação ainda é do tempo em que o departamento de trânsito do Estado potiguar denominava-se Inspetoria Estadual do  Trânsito. Até porque em pesquisa no Detran (RN) e na internet não há, portanto, nenhum registro de outra pessoa. A carteira é datada de 3 de dezembro de 1952. Fora tirada na cidade de Assu naquele ano. O veículo com que ela habilitou-se era um Plymouth, da Khysler, industria de autoveis norte-americana. O veículo referido era idêntico o da fotografia, ano de fabricação 1948, que ela heara e seus pais que faleceram no desatre aviatório do Rio do Sal em 1951.

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"O GRANDE HOMEM"

Por José Luiz Silva

"O grande homem não ama. E não desama. Tem mulher para casa e amante paa exibições mundanas. As duas, presas à sua condição de grande homem.
O grande homem tem emoções, masm as controla através de um compuador miniaturizado que carrega no ventre próspero. Tem coração, mas as suas pulsações são controladas pelo marca-passo. Tudo nele é funcional. O riso e o sorriso, a cara fechada, as piscadelas, o suor na fronte, a untuosidade das mãos, os dedos grossos, as unhas curtas e enceradas. Até o pigarro é motivo para desfraldar o lenço branco e atrás esconder o seu enfado.
O grande homem não trai. Faz política. Tem jogo de cintura. Traidores são os que divergem de suas opiniões pendulares, de sua verdade granítica, os que enfarados o abandonam.
O grande homem não rouba. É negociante. Ladino. Comércio é isso desde que o mundo é mundo. Desde que surgiu na terra o primeiro grande homem. Ladrão é pequeno e desonesto, ousou o primeiro avanço, quis imitá-lo, repetindo no varejo o que só no atacado conquista imunidades.
O grande homem não mente. Fala com a verdade. Exagera. É otimista. Ilude-se com as aparências. É traído pelas perpectivas. A sua palavra é lei. A sua verdade também. Camando a legislar, não se enquadra nos mandamentos legais, que cria para disciplinar o vulgo.
O grande homem entende que as pessoas existem em sua função. A seu serviço. Para ele, quando não servem são descartadas. Enquanto ele não tem contas a prestar. Às vezes na sua intuição (o grande homem é intuitivo) vende o servidor que há não lhe interessa. Negócio é negócio.
O grande homem criou, numa de suas iluminações interiores (ele é um iluminado) um código de ética a seu seviço. E outro para limitar os outros. Pelo seu código, "amigos. amigos, negócios à parte". No código alheio, um descuido é traição ou dureza de coração.
O grande homem não se prende à lealdade. Leais devem ser os servos. Ele paira acima as contingências.
o Grande homem não houve ninguém, fora do círculo próprio dos grandes homens. Decide. E exige obediência, coerência. Daí porque é líder. E nele descobrem veios de carisma.
O grande homem pode comercializar, negociar, instrumentalizar atendendo aos seus interesses. O homem comum, não. Quem nada tem, deve ter vergonha na cara.
Diante de outros grandes homens, o grande homem é humilde e manso de coração. Pede. Suplica. Requer. Espera deferimento. Oferece. Dá. Diante do homem comum, é impetuoso, valente, intransigente, moralista. A humandade, ele a olha de cima para baixo, se possível e quando, em gesto de compunção.
O grande homem vive dos outros, dos favores, conceções, condescendência, credulidade, trocas, arreglos. advocacia administrativa, conlúios, mordomias, ociosidade (se possível com dignidade), grandes frases, grandes discursos, grandes patriotismos. O homem comum pede pouco, o sobejo da mesa, o mínimo sem o qual (SantoTomaz de Aquino) a própria virtude não é exigível. É um impertinente, importuno, postulante, chato.

(Artigo publicado em a Tribuna do Norte 18.4.1982).
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O COMEÇO DA ELETRIFICAÇÃO RURAL NO VALE DO ASSU

Direita para esqueda: ex-prefeito escritor Francsico Amorim  (Chisquito), prefeito do Assu João Batista Montenegro, Presidente do INDA (hoje INCRA) Dix-zuit Rosado, Dom Eliseu e o ex-prefeito do Assu Costa Leitão. Ali foi dado os primeiros passos para eletrificar o Baixo Assu.                                         

DOM ELISEU VISTANDO OSVALDO AMORIM

O jornalista e gigante Osvaldo Amorim sendo visitado em 1969 por Dom Eliseu Simões Mendes ("O Bispo dos Vales Úmidos") na sua casa em Assu. Dom Eliseu foi um dos pioneiros do Baixo Assu.Na fotografia vejamos direta para esquerda, Adonias Bezerra de Araújo, Osvaldinho como era mais conhecido, a estudante Livanete Barreto?, e Dom Eliseu, dr Tarcísio Amorim. Adonias naquele tempo era Coletor da Fazenda Estadual e Diretor do Ginásio Pedro Amorim da CNEG e secretariou Dom Eliseu durante a sua permanência naquela região varziana no início da década de sessenta. Uma coisa eu tenho certeza. Ali, se descutia o vale e seus problemas.

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PRAÇA DO SAL

Praça Conde Matarazzo (início dos anos setenta) também chamada de Praça o Sal, como é mais conhecida. Depois como ainda é atualmente denomina de Praça do Sesquicentenário, uma homenagem do povo assuense e do prefeito Lourinaldo Soares pela passagem do sesquicentenário do muinicípio do Assu. Fora construída na administração da prefeita Maria Olimpia Neves de Oliveira e inaugurada, salvo engano, em 1966 ou 67. Naquela praça ainda existe o busto do conde que tinha salinas no município de Macau (RN). Aquela idéia de construir aquela praça fora do ex-prefeito Costa Leitão.

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

GEMIDOS

Com pedaços de gemidos
E o que sobra dos meus beijos,
Vou fazer uma casinha
Bem da cor dos teus desejos...
Tu verás jardins floridos
E tu´alma, que hoje é minha,
Há de errar pela casinha
Com pedaços de gemidos...

João Lins Caldas
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UMA ESTÓRIA QUE ACONTECEU EM PAU BRANCO

Pau Branco, se não me engano, é uma localidade pertencente ao município potiguar de São Rafael ou Upanema. Pois bem, tempos atrás naquele lugar realizava-se um forró pé de serra. A 'cana' dava na canela e a poeira subia no salão de barro batido. Certo rapaz já muito embriagado fora tirar uma certa moça pra dançar que ao levar um fora dela recebeu a frase adiante: "Eu só danço com gente de pau branco". Aquele moço saiu meio encabulado e logo convidou outra jovem que também se desculpou da mesma forma da primeira. A terceira mulher  que ele se dirigiu era uma ' negona' que também  saiu-se da mesma forma: "Eu só danço com gente de pau branco". Aquele jovem já puto da vida  deu uma saidinha  e, de frente a casa onde se realizava a festança, deparou-se com uma ruma de cal virgem. Pegou um bocado daquele produto, misturou com água, pintou o 'pinto'  e, ao chegar perto daquela negona botou a genitália pra fora da calça e balançou dizendo assim: "E agora minha filha, dança ou não dança comigo?" É que neste sofrido sertão os causos chistosos também acontece. 

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

MOISÉS SESIÓM, O BOCAGE RIO GRANDENSE

"Perdoem-me as nove musas em particular e Menemosine no geral, dar ao poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage as glórias da posia fescenina não há fama mais injusta e renome menos merecido. Bocage é altíssimo poeta sem produção sotádica "quinto livro". Mas, na acepção tradicional, dizer-se "versos de Bocage" é anunciar rimas que arrepíam os nervos pudicos.
Moisés Lopes Sesióm, Moisés Sesióm, falecido no Assu a 6 de março de 1932, é um poeta sem as honras do prelo. Possui, superior a esse título, sua podução inteiramente impressa na memória coletiva de uma região.
Raro será o rapaz, ou cidadão sizudo nas horas confidenciais de reminescências literárias ignorando uma ou algumas das "décimas" irresistíveis do poeta querido, de vida atribulada, de existência dura, de morte cruel.
Vezes, horas e horas, ouvi recitar versos e Sesióm, recordando sua boêmia, vivendo o anedotário, rico de episódios chistosos.
Mas, a parte característica na verve de Sesióm, a mais alta percetagem de versos, as respostas imprevistas e saborosas, exigem um ambiente mais restrito, uma atmosfera mais íntima que o horizonte amplíssimo dos j ornais.
Moisés Lopes, Sesióm é Miosés às avessas, nasceu no Caicó em 1884. Em 1907 fixou-se no Assu. E viveu por alí, pequeno bodegueiro, empregado no comércio e, por fim, soldado do Batalhão Policial.
Há que passe a vida escrevendo versos e morra sem ser poeta. Sesióm, sem saber, era poeta verdadeiro, espontâneo, inexgotável, imaginoso, original. Sua versalhada, satíica em proporção decisiva, não receia confronto com Laurindo Rabelo, o irrequieto Poeta Lagartixa. Apenas Laurindo Rabelo era um médico, tendo livros e amigos ilustres, Sesióm era quase analfabeto, desprotegido e paupérrimo.
Nem por isso desmerecerá para o fututo. Suas "décimas" entusiantes deviam ser reunidas em volume. Um volume fora dos mercados livrescos, mandado editar por um grupo de bibliófilos. Usa-se muito essas edições limitadas, hors commerce, defendendo do esquecimento um esforço humano digno de maior duração no tempo.
Sei muito bem que os versos de Sesióm estão mais seguros na retentiva popular do que nas páginas de um folheto. Mas essa impressão garantiria a pureza da produção humilde. impossibilitando as deturpações vindouras, instaladas no texto como letra integral.
Se o "Quinto Livro" de Bocage, e vinte volumes de alta pornografia sapientíssima estão editadas luxuosamente, custando caro, escondidos no "inferno" das bibliotecas eruditas, ciosas desses tomos de tiragens numecas, porque não estender a Moisés Sesióm o direito lógico e figurar ao lado, e muito justamente, dos seus colegas imponentes que não fizeram de melhor e de mais alegre?
A poética sensual e o hilaredo são atributos da Civilização. Os povos primitivos ou em estado de desenvolvimento inicial, não tem versos como os de Sesióm. Esses, além do mais, dariam testemunho de um engenho curioso e vibrante, diluído, apagado, improfícuo, anulado, no ciclo fechado das vidas pequeninas e melancólicas.
Aqui está um mote que lhe deram, glosado imediatamente, tal qual no Outeiros aristocráticos do século XVIII.

Bebo, fumo, jogo e danço,
Sou perdido por mulher!

Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto não morrer
- Bebo fumo jogo e danço!
Brinco, farreio, não canço,
Me censusre quem quizer...
Enquanto eu vida tiver
Cumprindo essa sina venho,
E, além dos vícios que tenho,
- Sou perdido por mulher!...

Luiz da Câmara Cascudo
(Do livro intitulado de "O Livro das Velhas Figuras", 1978, IHGRN)

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

POESIA

Por João Lins Caldas

A mirar-se nas águas se banhava
Nua, de pé, desenrolada a trança,
Olhava o seio, a coxa lisa olhava,
A rever tudo o que do olhar se alcança...

E a si, mansa e tímida, segredava,
Num frenesi de gozo e de bonança,
Que, formosa, mais bela se ostentava,
Meiga, na timidez de uma criança.

Revê o tronco, a curvatura branca,
E cora, e pasma e, mais ligeiramente,
Aperta as formas, o cabelo arranca...

E, aos raios da serena lua,
Revê nas águas, a corar, tremente,
A estátua branca da beleza nua.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

POESIA

 
LOUCO

Por João Lins Caldas

"Há um louco feliz entre os mais loucos"
- Eleitos da ventura dizem todos.
E o louco diz achando os outros poucos
Naufragam como eu no mar dos lodos...

A multidão que se, ouvidos ocos
Dai-lhe riso p´ra rir em vez de agrados...
E, invejando, e só por todos modos...
Louco infeliz no seu caminho erguido

Segue  invejado a invejar as flores
O louco sem descanso e sem cuidado.
Leva consigo pelo olhar tristonho
Os desprazeres das primeiras cores
E  os desprazeres  dos primeiros sonhos.


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IPANGUAÇU DE NOSSA SENHORA DE LOURDES

 
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

POESIA

Ione Medeiros Santana de Moura é assuense por adoção. Se enquadra entre os poetas da nova geração do Assu. Do livro intitulado de "Vertentes", 2002, Coleção Assuense, transcrevo o poema sob o título de "Amor Proibido". Vejamos:

Amor proibido, foi tão lindo
Que ouve entre nós. Você veio para
Mim como um vento veloz, tão
Veloz que não percebia, quando
Deu conta, em seus braços me
Perdia, nos seus braços me perdia
Apaixonada e para você me
Entregava. Era como um sonho

O que faço sem você
Você finge que não
liga pra mim
e me deixa sofrer
Esse amor bonito
Cheio de pecado e
prazer.

De amor e de pecado, de pecado fui
Aprendendo e descobrindo o
Prazer. O que eu sentia era tão
forte que não sabia o que fazer.
Amor proibido.

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domingo, 31 de janeiro de 2010

PROPAGANDA DA POLÍTICA ASSUENSE

Para registrar. "Santinho" quando Fernando "Fanfa" Caldas candidatou-se pela terceira vez a vereador do Assu-RN nas eleições de 2000 pelo PPS, cujo partido ajudou a fundar naquele ano, na terra assuense. Fanfa antes já terido sido vereador e presidiu a Câmara Municipal daquele importante município potiguar e, porque não dizer, brasileiro?.

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sábado, 30 de janeiro de 2010

LEMBRANDO IRMÃ JUSIFINA

Lembro-me muito bem dela, Irmã Jusifina Gallas. Eu era ainda menino estudante do curso primário do Colégio Nossa Senhora das Vitórias (de onde guardo boas recordações) Ela era um amor de pessoa, humanitária, emprendededora, foi ela que reconstruiu a capela daquele educandário, ou melhor remudelou. Irmã Jusifina é a primeira Filha do Amor Divino, brasileira. "Estreou no Convento do Cerro-RS em 1920. No colégio de Assu ela foi além de professora, Madre Superiora, se não me engano, entre a década de cinquenta e sessenta."Foi a primeira mestra de noviças, de 1928 a 1950, quando o noviciado era em Assu", faleceu em Natal em 1983 aos 80 anos de idade, no convento de Emaús, e esta enterrada no Cemitério Público de Assu terra que ela tanto amou e foi muito querida por todos.
Fica, portanto, a homenagem do seu ex-aluno, dizendo que a sua alma "há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo".

Fernando Caldas
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CARNAVAL DE TODOS EM ASSU

Clique na imagem para visualizar melhor o convite.

Carnaval de todos em Assu é uma organização de Wilde Diniz que "há cinco anos vem festejando a amizade". O Assu é assim, feiteira, acolhedora e amiga de todos. 

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Fernando "Fanfa" Caldas

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

DA POLÍTICA ASSUENSE

No passado não muito distante, a política do Assu era explorada através dos versos dos seus poetas populares que eram muitos. Manoel Calisto Dantas mais conhecido como Manoel do Lanche era um deles. Certa eleição nos idos de cinquenta candidatou-se a vereador pelo então MDB, de Olavca e João Batista Montenegro. Ele tinha um box no Mercado Público da cidade onde vendia miudezas (faleu há mais de dez anos atrás). Pois bem, para ele mesmo produziu o seu marketing político, dizendo assim:

Negue o soldado ao tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue o remédio ao doente
Negue o major a patente,
Negue o direiro ao patrão,
Negue tudo isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

CYRNE LIMA EM IPANGUAÇU

O simpático ministro da agricultura Cyrne Lima, no governo Médice, esteve em Ipanguaçu em 1969. Esquerda para direita: Cyrne Lima, o jornalista assuense Osvaldo Amorim, Marriinha Amorim (esposa de Osvaldo), escritora Maria Eugênia e Dix-zuit Rosado que naquela época era o presidente nacional do INDA, atual INCRA). A fotografia acima fora tirada na Fazenda Picada/Itu, naquele município. Mais história a contar em breve sobre a vinda daquele ministro a cidade ipanguaçuense. 

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AOS ASSUENSES

Por Chico Traira, poeta cordelista, cantador de viola.

Tenho orgulho em chamá-los
De Assuenses geniais,
Esses ricos imortais
Não tinham prata nem ouro.
Foram uns heróis sem medalhas
Foram monarcas sem tronos
Porém verdadeiros donos
De um prestimoso tesouro.

O dom, a inteligência,
Também pertence aos plebeus
É um presente de Deus
Entrega a quem é eleito,
Mas, a inveja, a maldade,
Da força de Deus se esquece,
Negar a quem tem direito.

Eles foram, enquanto vivos,
Admirados, queridos,
Depois ficaram esquecidos
Da mesma sociedade.
Quero nestes pobres versos
Tirá-los do esquecimento,
Filósofos de nascimento
Sem ambição, sem maldade.

Foram verdadeiros mestres
De um gigantesco saber
Pois ninguém pode apreender
Aquilo que eles souberam,
Pois só eles possuiam
Essa original cultura
O que do berço trouxeram.

Não convém possuir ouro,
Ter título, ser potentado,
Com o espírito atribulado
Não há riquesa, há miséria.
É muito infeliz quem é
Ganacioso, avarento,
E o remorso violento
Lhe corroendo a matéria.

Possuia cada um
Alta criatividade,
Talento, espontaneidade,
Inspiração do além.
Com orgulho essa riqueza
Nós devemos preservar,
Pois ninguém deve ocultar
Aquilo que os outros têm.

Foram mesmos admiráveis
Esses Assuenses nobres
Homens que morreram pobres
Cheio de tanta riqueza,
Não frequentando escolas
Porque nasceram formados,
Foram alunos aplicados
Da mestra mãe natureza.

Sabemos que a inteligência
Ninguém dá, ninguém ensina,
É uma dádiva divina,
Se sente, mas não se ver,
Pois é um fluído sagrado
Esse tão belo troféu
É um presente do céu,
É feliz quem receber.

Portanto bons Assuenses
Nâo esqueçamos jamais
Esses vultos imortais
Que nossa terra criou.
De nós já se despediram,
Findaram os mandatos seus,
Foram agradecer a Deus
O que Deus lhes ofertou.

Feliz quem vive em proeza
Que a vida é passageira,
Jogo, dança, bebedeira,
Paixão, vaidade, riqueza,
Posto, brazão, fidalguia,
Orgulho, pouca grandeza,
Tudo é mera fantasia
Aqui no globo terrestre,
Assim disse o grande mestre
Jesus, filho de Maria.

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POESIA


O olho de Deus. Imagem da NASA.


A PRECE

*Por João Lins Cldas

Senhor, Tu me mostrastes todas  as estrelas e me acenaste para mim todos os brilhos do Teu mundo celeste.
A teoria dos astros em revoada
Arcanjos de longas asas como brilhantes acesos numa noite
flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um deus, o sol aceso numa noite flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um Deus, o sol de todas as horas fulguramente inflamadas.
Senhor, Tu em mim Te derramaste como a essência imponderável de todas as cousas,
De todods os seres,
As cousas como a Verdade
A beleza
A razão
O amor de Deus como liberdade
Senhor, como o próprio Deus.

Senhor, Tu foste em mim o como que limite do ilimitado,
O país sempre azul do eterno azul inconcretizado de todas as distâncias.
No concerto das cousas, o abstrato de todas as cousas, a marcha indefinida para a perfeição.
Senhor, e me foste a vida,
A poesia,
A canção,
A música por todas as marchas,
A marcha da vida, ilimitada,
O ilimitado sol do teu clarão...
... Senhor, e depois me deste do meu vasto coração
Um coração para todos os espinhos,
Um coração para todas as espadas,
E para todos os ferros
E depois, nos ferros, os ferros mais esbraseados.
Senhor, assim que me deste este meu vasto coração.

E de mim, no que sou, este meu coração a rolar por todas as pedras;
A subir e a descer por todas as escarpas,
Todas as cinzas, e negruras, a poeira negra do mais negro chão...
Ah! Senhor, desde que um céu desconcertado,
Enterra-me, Senhor, neste Teu como que cemitério ilimitado.
O espaço sem consciência e sem razão...

*João Lins Caldas era um poeta de versos melancólicos, amorosos, religiosos, afinal, de temas diversificados com muita obsessão pelo tema morte.

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FIGURAS QUE FIZERAM ESTÓRIAS E HISTÓRIAS NO ASSU

Esquerda para direta: Francisco Ximenes, que era proprietário de um bar popular e aristocrático, instalado num prédio esquina com a Prefeitura Municipal, Franciscao Amorim (Chisquito), que foi prefeito daquele município, além de poeta, escritor, e o poeta matuto Renato Caldas. E por falar em Renato, este versinho para o nosso deleite:

Nenhuma mulher é troço,
Branca ou preta são belas
Lamento porque não posso ,
Ser dono de todas elas.

Em tempo: Foi o primeiro verso que Renato Caldas escreveu, data de 1914 quando ele ainda era adolescente.

Fernando Caldas

RELÍQUIA ESCOLAR DO ASSU



Carteira de estudante do antigo Externato São José (pertencente a Fernando Antonio Caldas autor deste blog), escola particular de Maria da Glória Pessoa (Dona Glorinha) que funcionava na sua própria residência na ciade de Assu (RN). Ela preparava com carinho e zêlo os alunos para o Exame de Admissão para o Curso Ginasial, bem como para o Concurso do Banco do Brasil que se realizava na década de cinquenta e sessenta. Foi minha querida professora naquela escola no ano de 1968 confome documento estudantiu acima que encontrei como bom guardião, revendo velhos alfarrábios. Clique na imagem para uma melhor visualização.

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Fernando "Fanfa" Caldas - 84.99913671

INTRIGA CARNAVALESCA

Por Valério Mesquita, escritor.

01 - Natal boêmia dos anos cinquenta. Natal lírica que se reunia toda no grande ponto. A história é desse tempo. Era carnaval no reinado do inesquecível Severino Galvão, amigo de Luiz de Barros e Roberto Freire. O compositor Dosinho lançava os seus últimos sucessos carnavalescos. E a animação tomava conta da capital que exportava folia. Tanto assim, que os jornais anunciavam a visita do rei Momo, primeiro e único Severino Galvão, à capital do Oeste - Mossoró, levando toda a sua corte. Não podia haver notícia melhor para estreitamento das relações entre Natal e Mossoró, pois andavam tensas por causa das estórias que os maledicentes inventavam com os mossoroenses.
Tudo pronto, transporte providenciado, discurso afiado do monarca nos trinques, parte a caravana real com confete e serpentina. Mas, em todo reino que se preza, sempre há um vilão à espreita que desmancha prazer e ameaça a coroa. O folião de longo curso Roberto Bezerra Freire resolve bagunçar o coreto e a viagem. Irreverente e brincalhão o engenheiro natalense enviou telegramas urgentes a Mossoró para o prefeito e o Delegado de Polícia alertando que "O Rei Momo que está chegando aí é um impostor". "Inclusive", prossegue o teor telegráfico, "ele vai insultar Mossoró urinando Praça Rodolfo Fernandes". Continua: "Trata-se individuo perigoso e todo cuidado é pouco. Saudações Roberto Freire". Ora, o mossoroense habituado, desde a resistência a Lampião, a reagir a provocação, entrou em estado de alerta para não dizer de "sitio. A chegada que se prenunciava triunfante foi tensa e hostil com todo o destacamento local formado para repelir os embusteiros. Detido o ônibus real do soberano Severino Galvão, ante a sua incontida perplexidade, não precisa dizer que a rainha e os súditos permaneceram prisioneiros no coletivo enquanto o rei momo era conduzido à delegacia para dar explicações sobre a inditosa viagem e o telegrama delator. Só depois de muita negociação diplomática foram liberados. Não havia Telern ainda e o discurso real foi transformado em desculpas intermináveis ante o lamentável incidente que abalou as ligações entre os dois povos.

02 - Zé de Papo sempre se dintinguiu como uma figura curiosa e querida de Macaíba. Dentre os afícios que exerceu posso lembrar o de carnavalesco (feiticeiro da tribo de índio do bloco de Zé Batata), músico, garçom, boêmio. gostava de caçar e jogar futebol no velho campo do cemitério de Macaíba, pelo time do Rio Branco. Na atividade esportiva, um fato é lembrado ainda com muito humor. Os calções dos clubes de futebol daquele tempo eram ordinários e não possuíam sunga. Zé de Papo parecia possuir um testículo caído que sempre apresentava ao público sem que ele o percebesse. Nas monobras bruscas, perna levantado, surgiu surpreendentemente o ovo de papo saudando a galera. "Bota pra dentro Zé! Bota pra dentro!", gritava a torcida. Ele pensava que era a bola e respondia para o público que não fazia gol porque ninguem lhe dava oportunidade.

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POESIA

Fernando de Sá Leitão é outro poeta da nova geração do Assu. Da antologia intitulada "Vertentes" (reunião com 25 poetas assuenses), publicizado pela Coleção Assuense, 2002, transcrevo o poema sob o título "Cavalo Selvagem":

Entre a dúvida e o desejo, correm cavalos selvagens,
Instintos e razão,
Que fazer, então?

Entre a dúvida e o desejo,
Há sempre cupidez,
Faces rubras ou palidez,
Boca seca, mãos frias...
Olhares alfinetantes...

Entre a dúvida e o desejo,
Existem o risco da insensatez,
E o momento de lucidez,
Onde os cavalos são domados.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

BATATA QUE O POVO GOSTA

Essa estória é muito antiga mas vale a pena relembrar. Renato Caldas poeta matuto, boêmio e andarilho (um dos maiores poetas populares do Brasil, falecido em 1991) tomando "umas e outras" pela feira livre da sua terra natal, fora abordado por uma certa vendedora de legumes que, ao vê-lo passar, disse: "Seu Renato ajude-me a vender minha bata que se encontra encalhada". Já era final de feira e aquela senhora ainda não tinha vendido nada da sua mercadoria. Renato pegou um pedacinho de papel e mandou brasa, escrevendo assim:

Batata rainha prata
É dessa que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 10 quilos de bosta.

"Mas Seu Renato  se eu for divulgar esse versinho não vou vender minha mercadoria!" Ai Renato dobrou a doze, escrevendo noutro pedaço de papel outra trovinha conforme adiante:

Batata, bata doce
Batata que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 20 quilos de bosta.

domingo, 24 de janeiro de 2010

BRASÃO E ORIGEM DA FAMÍLIA CALDAS

CALDAS

Procedem de D. Garcia Rodrigues de Caldas, rico-homem de pendão e caldeira, natural do Reino das Astúrias, que se diz ser da Casa dos senhores de Caldelas. Tomou partido contra D. Henrique. Conde de Trastamara, nas lutas havidas com seu irmão o Rei de Castela D. Pedro, o Cruel, pelo que quando este foi vencido e aquele, com o nome de Henrique II, subiu ao trono, teve de fugir a sua vingança, vindo para Portugal na companhia de D. Fernão Anes de Lima, seu parente.

Recebeu-se com D. Leonor Sousa de Magalhães, filha de Luis Gonçalves de Sousa e de sua mulher, D. Leonor de Magalhães, senhora que lhe levou em dote as quintas da solda, Camposa e S. Martinho de Vascões, em Coura; e apresentação da igreja de Camposa, na vila dos arcos, e S. Martinho de Vascões; a quinta de Vila Verde e do paço de Coura, na freguesia de Vascões.
Seus filhos continuaram o apelido.

Desta família e das suas armas dizia-se, como informa o Padre Antônio Soares de Albergaria no primeiro terço do século XVII: "De Caldas nem armas nem almas."

As armas que usam os destes apelido são: De prata com cinco ciprestes de verde. Timbre: Um cipreste do escudo.

(Pesquisa do Museu de Ciências Naturais - Horto de Dois Irmãos - Recife - Pernambuco). Pesquisador: Petrônio Machado Cavalcanti.

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POESIA

Angélica Lana de Medeiros já nasceu com a poesia no sangue. Seu pai assuense Diassis Medeiros é poeta da nova geração. É de sua autoria os versos intitulado "Dor (Trova), que transcrevo a seguir:

Uma palavra mal-dita
Uma dor mais fincada
Uma lágrima ferida
Uma vida sofrida...
Ainda chamam-me,
Trova (dor), canta (dor),
Canto, á dor.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

CASARÕES


Fotografia: Gean Lopes. Janela da casa da escritora assuense de Lavras (MG) Maria Eugênia Montenegro.

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CARNAUBAIS - ADMINISTRAÇÃO LUIZINHO CAVALCANTE


PENDENCIAS...

Manoel Rodrigues de Melo, poeta, escritor pendencese. Do livro "Chico Cabôclo e Outros Poemas, 1957.

Sob o formoso céu que te cobre e ilumina,
Vives como a cantar uma canção serena...
Desde o bosque ao jardim, do roçado á campina,
Deixas sempre exalar um cheiro que envenena!...

Minha terra! Meu ninho azul, onde a bonina,
Aberta ao rubro sol da tarde, incita pena...
Tenho n1alma e terei mirrada e bem franzina
Uma saudade atroz que maltrata e condena!

Minha terra! Meu berço amado eu te amo tanto,
Que se um dia o estilete agro da Dor vier
Matar-me, servirás de meu repouso santo.

És o templo bendito, onde aprendi primeiro,
Entre o aroma sutil do brando malmequer
A divina canção dolente do vaqueiro.

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Fotografia de Jean Lopes.

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BRASIL DA INDIFERENÇA

*Por João Batista Rufino de Souza

Brasil da corrupção
Uma guerra não vencida
O desemprego, a fome
A renda mal dividida
Trava o combate do filho
Pela batalha da vida

Brasil da desigualdade
Indigência, conflitos sociais
Os pobres sem moradia
Ricos em mansões colossais
Não ver que a justiça divina
Prega por todos iguais

Vou fazer prece aos céus
Pra mudar isso, talvez
Ao invés de fome, violência
Paz, comida sem escassez
E o Brasil não mais seja
Um erro de português.

*Jõão Batista Rufino de Souza é poeta assuense (de São Rafael-RN). Seu livro de estréia intitula-se Contos e Fatos de Um Poeta, 2000.

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

JESSIER QUIRINO NO "FORRÓ DO POTE"

O paraibano Jessier Quirino que no meu entender é um Renato Caldas (poeta matuto assuense) mais aperfeiçoado, é o maior poeta popular do Brasil. No próximo sábado dia 22, as 22 horas apresenta em Natal o seu espetáculo intitulado "Berro Novo", título este que também leva a sua mais recente obra "Berro Novo", enriquecendo mais e mais a literatura popular brasileira. Berro Novo vem como a sua obra de estréia intitulada Paisagens de Interior, acompanhado de um CD com seus causos matutos e canções, com a participação de Domiguinhos, Josildo Sá, Maestro Spock e Xangai. Do seu livro Paisagens de Interior transcrevo o poema seguinte:

Eu já tô com esta idade
Papai beirando os noventa
Louvo pela mocidade
Com vinte, trinta e quarenta
Dizia em tom revoltado:
- Este é um governo safado,
Mas um governo que vem
Perante a lei fundiária
Fará a reforma agrária
E o povo gritando amém!

Feito o bicho oprimido
Sofrendo apuro desgosto
Papai ficou convencido
Que rei morrido é rei posto
No dia da eleição
Papai virou cidadão
Mamãe, cidadã também
Votaram em força contrária
Querendo a reforma agrária
E o povo gritando amém!

A coisa foi piorando
Pro lado dos piorais
E a reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um Vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problemas
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém

A coisa se melhorando
Cheio de mais, mais e mais, mais
E a tal reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problema
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém

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POESIA AMOROSA

Por João Lins Caldas

Na morada dos astros luminosos
Fui astro. Namorado das estrelas,
Desci, cheguei à terra. Entre as donzelas
Estava o meu amor. Ébrio de gosos.

Olhei-te. Amei-te então. Os teus formosos,
Olhos meigos, lembrando estrelas belas,
Eram graça, eram luz. Pelas procelas
Cantava o nome teu. Os amorosos.

Que à terra moram, invejosos, graves,
Me invejam também. Quantos felizes
Que o mundo guarda nos seus longos lastros...

Mas, ó! Deixando a terra e seus entraves,
Diferente de mim, que já maldizes,
Me deixaste buscando o céu dos astros.

Assu, 26.5.1909
(Do livro Poeira do Céu, 2009)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

BARRA PESADA

Por Valério Mesquita, escritor

01) A longa estiagem castigava o Nordeste, lá pelos anos cinquenta. O então deputado Aluízio Alves teve a idéia de mandar preparar em sua cidade natal, um cuscuz de xique-xique, pesando mais ou menos um quilo. Esse era o alimento dos angicanos, como também dos nordestinos castigados duramente pela seca. De posse do cuscuz, Aluízio rumou para o Rio de Janeiro, e, lá no Instituto Bromatológico, a peça foi analisada para se averiguar o teor da vitamínico. A surpresa foi grande. Encontraram na peça alimentar, apenas 0,5 c.c. de H20. Aluízio, dias depois, fez um teco-teco sobrevoar algumas cidades, soltando boletins, mostrando a realidade e em que situaçãoo se digladiavam o povo e o governo. O ferrenho adversário de A.A., Zé Doido, pegando um dos boletins, comentou: "Olha o tamanho do papel que Aluízio manda pra nós... Não dá nem pra limpar o fió-fó..." E completando: "Ele tá certo. O que se come é relativo ao que se...".
02) Um exemplo típico de atrfiamento e escárnio do idioma pátrio aconteceu com o vereador Sadoque Xavante, ao convidar o colega Expedito Bolão para comemorarem juntos as festas de fim de ano, lá pelos idos sessenta. Aproveitando a deixa, o irreverente Expedito sugere o insólito: "A entrada do "anus" a gente festeja lá em casa. Já a festa do "Rei", vai ser na sua, mas deixe que eu mando brasa. Você é meu amigo, e, eu vou com jeito...". Coisas da jurisprudencial irreverência expeditiana.
03) Natal vivia a época da guerra. Os cabarés estavam sempre em alvoroço com a presença marcante de marinheiros - tipo de pessoas com as quais o saudoso Luiz Tavares não simpatizava. Final de tarde, no bairro da Ribeira, o lupanar estava repleto. Luiz, frequentador assíduo, encostou-se no umbral de uma das portas e ficou olhando a farra. Observou um gatinho todo trêmulo de fome comendo as migalhas que caiam da mesa. Depois, o bichano encostou-se na botina de um dos marujos. O militar sentindo-se incomodado, pisou propositadamente na calda, desfechando-lhe um chuite. Após algum tempo, a cena se repetiu. Tudo isso observado por Luiz, que, revoltado com a agressão ao animal decidiu reagior. Pegou o gatinho, acariciou-o e partiu para os marinheiros, colocando-o no centro da mesa. Bateu no ombro do agressor e ameaçou com aquele vozeirão: "Eu digo que você e esse navio é cheio de bons marinheiros se você chutar esse gatinho novamente". Vendo que a barra era pesada o marujo afroxou, diante de Tavares com aquela insustentável leveza de ser.
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SOBRE GERALDO MELO - PPS

O ex-senador Geraldo Melo ao contrário do que foi divulgado ontem através de alguns blogs, deve ser mesmo candidato a deputado federal. Aquele ex-senador entende que por existir uma aliança do PPS (partido presidido no Rio Grande do Norte pelo deputado Vober Junior)  com o PSB, irá conversar com outros partidos. Porém, entende que a tendência do PPS é continuar com a governadora Vilma de Faria no pleito de 2010. Em nota divulgada pelo "Jornal de Hoje", diz Geraldo: "Falo do governo de Iberê. Para você apoiar um candidato agora vai ter que se discutir qual o papel que se espera do nosso partido no governo dele. Então, é claro que abre uma negociação entre nós e o candidato. E o partido, naturalmente, saberá se conduzir nesse processo pelas mãos do nosso presidente".

Em tempo: O autor deste blog (que já foi vereador e presidente da câmara dos vereadores do importante município do Assu) apesar de pleitear uma vaga para se candidatar a deputado federal pelo PPS, apostando no sentimento do povo da região do Vale do Assu, sentimento este já demonstrado nas urnas com a candidatura de Alberto Luiz, do PT (atual vice-prefeito do Assu), que  teve uma expressiva votação naquela região, dentre outros em eleições passadas para câmara federal,  não poderia deixar de externar   a sua admiração pelo ex-senador Geraldo Melo (em quem já votou para o senado da república) pelos seus muitos serviços prestados ao estado potiguar e ao Brasil. Fica o registro.
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PAGAR O BANCO

Absalão era uma das figuras espirituosas de pendências, importante cidade do Vale do Assu. Essa estória não é para denegrir a sua memória, nem a de seus familiares e amigos, absolutamente. Tem apenas o sentido humorístico. Naquela terra pendencense (ele, Absalão, não dava valor a dinheiro e, o que era seu erqa também do povo, um mão aberta) Absalão foi prefeito, salvo engano, nos idos de sessenta ou começo de setenta. Boêmio, mulherengo, amigo leal, cheguei a conhecê-lo nas suas idas ao Assu para jogar cartas (baralho) com Walter de SáLeitão, entre outros amigos. Pois bem, Absalão certa vez fizera um empréstimo agrícola no Banco do Brasil, agência de Assu e, esperando perdão do governo federal como sempre existia naquelas épocas de seca braba ou mesmo de enchentes provocadas pelo rio Piranhas/Assu que corta também aquele município, deixou atrasar aquela operação bancária. Chico Queiroz pessoa muito conhecida na região fora seu avalista e, certa vez recebeu uma cobrança do próprio gerente, para seu constrangimento. Procurou logo Absalão para resolver o problema, dizendo assim ao enconcrá-lo: "Compadre Absalão o empréstimo que você fez no Banco do Brasil e que eu sou o avalista tá vencido, rapaz! Estive lá no banco e o gerente me cobrou". Absalão não perdeu a esportiva: "Compadre Chico você é muito irresponsável. Vá pagar o banco, rapaz!"
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O VALOR DO SEU VOTO

*Por Izaías gomes de Assis

Eu quero meu caro amigo
Neste verso te alertar
Sobre a tal corrupção,
Que pode contaminar
Nos anos das eleições
Querendo te devorar.

É uma coisa do diabo
A tal da corrupção
Ela corrompe a moral
E desgraça o cidadão,
Fazendo uma bandidagem
Controlar nossa nação.

E tudo isso pelo amor
Do maldito e bom dinheiro,
Que infesta a humanidade,
Desgraçando o mundo inteiro,
É um mal do capitalismo,
Que viciou o brasileiro.

Meu caro amigo eleitor
Que é honesto e bom cristão,
Não venda nem troque o voto,
Deus não gosta disso, não,
O anjo Dele te ilumine
Te trazendo educação.

O leitor nem imagina,
Como o voto tem poder,
Ele está nas suas mãos,
Esperando acontecer
Te alerto nesse meu verso
Seu voto faça valer.

Em nosso imenso país,
Onde tem democracia,
O que vale é nosso voto,
Ele tem supremacia,
E se for bem aplicado
Terá grande serventia.

Mas um cabra safadão,
Com uma ação desonesta,
Ele trás corrupção,
Que ao povão ela infesta,
E compra o voto do povo
Com cachaça e muita festa.

Mas a tal corrupção
Tem muitos bons aliados,
Pois não são só os políticos
Que ficam endiabrados
Os eleitores também
Ficam endemoniados.

Quando um safado corrupto,
Ele consegue ganhar
Pessoas da laia dele
Souberam nele votar
Ladrão só ganha eleição
Se outro ladrão lhe apoiar.

O cabra vem comprar votos
Com remédio e botijão,
Com uns litros de cachaça,
Com forró e animação;
Desgraçando todo mundo
Com a tal corrupção.

Compra o voto do paizão
E dos filhinhos também,
Com um saco de cimento
Todo mundo se dá bem
O cabra ganha carisma
E num perde nem pro trem.

O povão fica iludido,
Pois não tem educação,
Totalmente desconhece
O que é ser cidadão
Até quando, nosso Deus,
Sofrerá nossa nação?

Quando um homem que é honesto
Aparece num lugar,
Trazendo suas propostas
Sem votos querer comprar
É xingado de pão duro.
Como é que ele vai ganhar?

Nosso povo é mais corrupto
Que os próprios politiqueiros,
Pois eles são minoria
Porém tem alguns dinheiros,
Que compram as multidões
Enrolando os brasileiros.

Tira um carro do Detran,
E paga uma cirurgia,
Dá mil tijolos a um trouxa,
Já a outro dá uma pia,
Do outro tira o CPF;
Está feita a freguesia.

O cabra que era banguelo,
Já não tá mais desdentado,
Uma menina ala-moça
Seu emprego tá arranjado,
Um bêbo ganhou dez contos,
O dinheiro tá afrouxado.

O eleitor também corrupto,
Ele pensa tá lucrando;
Os cabras corruptores
Esses ficam se gabando,
Pois enganam os otários
E deles ficam mangando.

O eleitor sem consciência,
Devido a politicalha,
Vota em branco, às vezes nulo,
Porém ele também falha,
Além de não ajudar
A eleição ele atrapalha.

Se você votar em branco
Falta-lhe cidadania,
Pois não ter nenhuma escolha,
Isso sim que é covardia,
Se você não participa
Cadê a democracia?

Meu querido camarada,
Que se acha bom eleitor;
Nas próximas eleições
Seja você construtor,
Não vote nesses corruptos
Mostre ao mundo seu valor.

O que eu acho interessante
É que tem gente estudada,
Que passou por bons estudos,
De vida bem sossegada
Se embaraça na política
Ficando contaminada.

Pois quer ter uns privilégios,
E o demo vai lhe enganando
Querendo ser importante
Nossa verba vai gastando
Vira bandido também
E Deus fica observando.

Quando um corrupto ganha
A impunidade é selada,
Pois uma pessoa dessa
Jamis será condenada,
Enquanto estiver por cima
Ninguém não lhe fará nada.

Quem já viu ser condenado
Algum mau parlamentar?
A justiça brasileira,
Só sabe lhe preservar
Também o eleitor corrupto
Que nele soube votar.

Meu caro  amigo  estudante,
Meu amigo professor,
Seja você consciente,
Um verdadeiro eleitor,
Nosso Brasil custa caro
Pois seu voto tem valor.

Essas minhas reflexos
São anotações diárias
Se eu pudesse mandaria
Xerocópias fazer várias
Dessas minhas conclusões
Que são todas necessárias.

Não cito nome de gente
Neste cordel popular,
Pois essa é a minha arma
Que manejo e sei usar,
E você que é consciente
Também pode me ajudar.

Cópias deste folheto,
Tire corra e distribua,
Nas praças, nas avenidas,
Na escola e na rua,
Vamos falar a verdade
A VERDADE NUA E CRUA.

Um abraço para todos
Pra todo bom cidadão,
Que nunca vendeu o voto,
Que tem ele educação,
Que ele orgulha de ser
Construtor desta nação.

Esse cordel cidadão
Faça favor de emprestar
Pro colega e pro patrão,
Pra quem você encontrar,
Aprenda ser cidadão
O brasil vai acordar.

Abraços para os leitores,
Té mesmo pra quem não fez
O dever de cidadão,
Mas fará bem desta vez;
Izaías se despede
Um abraço pra vocês.

*Izaias Gomes de Assis é poeta cordelista potiguar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ASSU ANTIGO


SOLON WANDERLEY

Solon Wanderley era proprietário da famosa Padaria Santa Cruz, junto com seu irmão Afonso Wanderley. Sua mãe Alice Wanderley era poeta. Solon gostava de produzir trovas jocosas, amorosas, religiosas. Num certo Concurso Internacional de Trovas promovido pelo Clube dos Trovadores do Seridó no começo da década de setenta ele partcipou com a seguinte trovinha classificada em sétimo lugar que diz assim:

Das mil estradas da vida,
Por uma Jesus desceu.
Quero galgar-lhe a subida...
Pobre mortal! Quem sou eu?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CARNAUBAIS



*Por Aluízio Lacerda

Carnaubais nosso berço nativo, tu és tão maravilhosa quanto o ufanismo expresso dos cariocas com a beleza do Cristo Redentor, mas vóis sois tão magestosa, altaneira de princípios, ordeira, pacata, sentimento dos nossos ancestrais, beleza ética dos verdes carnaubais.
Seu povo, costumes, tradições e riquesas, sobrevivem de geração pra geração, admirando o leito do Piranhas, rio que nos deu tudo e muito levou.
Nas suas águas correm nossas mágoas pra transbordar no oceano em forma de esperança.
Carnaubais defendemos teu nome com orgulho, coragem, perseverança, serás sempre admirada por uns, criticada por outros, não importa a razão, nem o motivo, o que vale é enaltecer o teu valor.
Estamos continuadamente na luta pelo teu progresso, os ideais permanecem, os objetivos com certeza serão concretizados.
Salve à todos que lutam em prol do teu crescimento, independente da cor ou facção partidária, sempre estaremos na trincheira do seu porvir.

*Aluzio Lacerda é professor, jornalista, blogueiro.

domingo, 17 de janeiro de 2010

CHICO DIAS, DE NOVO

Chico Dias é uma figura folclórica e espirituosa da cidade de Assu por onde foi candidato a vereador por diversas vezes. Atualmente é corretor de imóveis bem sucedido. Não perde a oportunidade para soltar um repente, um dito espirituoso. Pois bem, Ivete Medeiros fundou naquela terra assuense uma instituição denominada GAVA - Grupo Ambientalista do Vale do Assu. Ao se encontrar com Chico Dias fez o convite: "Chico estou lhe convidando para fazer parte do GAVA, posso contar com você?" "Ora, Ivete, mataram Chico Mendes imagine Chico Dias!" Recusou Chico em cima da bucha.

AMOR


AMOR

Amor recompensado, que compensa,
Que se revela amado e, se não fosse,
O mesmo não seria, atado e doce
- O coração talhado na descrença.

Amor que sente e vê, amor que pensa,
Que pensando se fez e cauculou-se,
Amor que se escondeu, e revelou-se
Só quando refletido n´outra crença.

Amor que os passos vê, que conta os passos,
Fugitivo da dor, dos embaraços,
Os pesares notando, os males vendo.

Não é este, sem dúvida, o amor buscado.
Porque o amor no meu amor notado
É o bem mais cégo na cegueira ardendo.

João Lins Caldas

ZILDA ARNS


Que a alma de Zilda Arns "há de brilhar e florescer como talvez em nenhuma outra alma no mundo."

É a homenagem deste blog.

sábado, 16 de janeiro de 2010

RAPAZES ASSUENSES


Rapazes assuenses, início da década de setenta. Direita para esquerda: Francisco de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto), Rubian Soares, Arnourd Abreu (Arnouzinho)?, (?) Arnóbio Abreu e Osman Alves. Juninho é advogado, Rubian é dentista, Arnouzinho galeceu recentemente, Arnóbio também jpa falecido foi deputado estadual presidente da Constituinte de 1989 e Osman é dentista aposentado. Como não podia ser diferente para um bom assuense, todos tomando "umas e outras". O local é o Centro Cearense que ficava na esquina da rua João Pessoa com a Deodoro, em Natal.

CARNAUBAIS ONTEM


A fotografia acima fora tirada na posse de Texeirinha como prefeito de Carnaubais (RN) onde podemos ver o agropecuarista Juca Benevides (falecido recentemente), (?), (?), o deputado Olavo Montenegro, Francisco de Souza (Chico de Ernesto) e o prefeito recém empossado Texeirinha que, se não me engano, foi o terceiro prefeito daquele importante município do Vale do Assu. Carnaubais antes de ter foros de cidade em 1963 através do projeto de lei do deputado Olavo Montenegro era denominada Santa Luzia.

Em tempo: Que o dinâmico prefeito e blogueiro Luizinho Cavalcanti e o professor e também blogueiro Aluízio Lacerda me ajude a identificar as outras figuras constantes naquela fotografia do arquivo do dentista assuense de Carnaubais Osman Alves.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SOBRADO DE ZÉ BELEZA


Sobrado conhecido pelos assuenses mais antigos como Sobrado de Zé Beleza, funcionou seminário, grupo de escoteiros. É de propriedade, se não me engano, da Paróquia de São João Batista, padroeiro do Assu-RN. Está assentado na rua Moisés Soares, antiga rua de Ortas, Centro daquela terra de centenários casarões.

OLIVEIRA JUNIOR


Olegário de Oliveira Junior (1895-1983), poeta dos bons, escritor, articulista, colaborou nos jornais do Assu sua terra natal e na imprensa da cidade do Natal, como "Jornal de Natal", dentre outros. Em 1961 imortalizou-se ingressando na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Sobre ele, disse alguém: "poeta de classe, um artista de fibra, conhecedor emérito dos segredos das rimas". Oliveira Junior está antologiado por Rômulo Wanderley na sua antologia intitulada "Panorama da Poesia-Norte-Rio-Grandense", 1965, além da antologia de Ezequiel Fonseca Filho intitulada "Poetas e Boêmios do Assu, 1984. Da sua antologia intitulada "Frutos do Meu Pomar" (sonetos), transcrevo estes belos versos amorosos como prova da grandesa do seu poetar, sob o título "Eu", que diz assim:

Fiz de ti minha musa e meu sinsero culto,
E fiz de teu afeto  o deus da miséria crença,
Sinto a minha alma e festa, e canto, e rio, e enxulto,
Quando fitas em mim, cheia de graça imensa.

Deixa que nos malsine o mundo vil e estulto,
Pois rigores não há que um grande amor não vença.
Amparado na fé e a contemplar teu vulto,
Jamais naufragarei nos mares da descrença.

Confia, espere e crê nos dias do futuro
Viverás sempre em mim como um sol refulgente,
A iluminar o céu de nosso amor tão puro.

Vencerei a maldade, a inveja, o preconceito,
Tendo a guiar-me na vida o teu olhar ardente,
Contra nas perfídias do ódio e a fúria do espelho.

Ainda é dele, Oliveira Junior, esta estrofe adiante: E eu sozinho! E eu tão só, a chicotear-me o vento.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SAUDADES DE MARIA EUGÊNIA


Maria Eugênia Maceira Montenegro foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Potiguar de Letras. Natural de Lavras, Minas Gerais, e assuense por escolha. No Assu começou a fazer (onde viveu mais de sessenta anos) versos por influência dos poetas daquela terra principalmente do grande bardo João Lins Caldas com quem conviveu na intimidade. Fica a homenagem e a lembrança deste blog. É produção  daquela escritora imortal (que com sua partida para o outro lado deixou o Assu "mais pobre e deserdado de seu talento"), o poema seguinte de tanta verdade:

Minhas mãos são asas.
Taças,
Preces.
Quando anseio a liberdade,
Quando tenho sede de amor, quando minha alma se transforma em dor.

NOTA


cada dia mais nos empolgamos com a força do povo. Pois tenho andado, sentindo. Não tenho dúvidas: o povo faz liderança na hora que quer. E o povo está cada dia mais aprendendo com o sofrimento. Lamento profundamente que a grande imprensa divulgue que Assú só tem um pré-cadidato a deputado estadual. Isso é atropelar a história e a realidade, pois na verdade o Assú tem três pré-candidatos a deputado estadual.
Ao amigo Fernando Caldas (Fanfa). Fanfa li o seu comentário e gostei. Gostei amigo, pois amigo é pra essas coisas. Desculpe pela ausência, realmente foi um lapso de memória. Mas da mesma forma leio o seu blog todos os dias. Pra quem não sabe Fanfa é pré-candidato a deputado federal. E temos outro conterrâneo nosso candidato a Câmara federal Tião de Aurinha. Um pelo PC do B e o outro pelo PPS.

Postado por Juscelino França

CAUSOS

"Memórias Provincianas" é um dos livros do escritor (de minha admiração) Valério Mesquita, publicado em 2004 pela editora "Sebo Vermelho", de Natal. Aquela edição tem prefácio do imortal Iaperi Araújo. Daquele livro, transcrevo quatro estórias referentes a figuras da região do Assu (minha terra natal). Vejamos para o nosso bem estar, adiante:

"01 - Oliveira Júnior era uma figura estimada, escritor e articulista. Escreveu um livro intitulado "Frutos do Meu Pomar", bastante conhecido e lido, na época. Foi relator da Folha da Tarde de Djalma Maranhão e adépto de idéias de João Café Filho.  Seus filhos Guaracy, Queiroz e Paulo Oliveira no tempo de Revolução de Março de 1964 foram detidos pelo arbítrio e alojados nas selas do quartel da Polícia Militar do Estado. Certo dia, foi ao quartel visitar os filhos e ao chegar, ouviu de outro preso político Hélio Vasconcelos, uma saudação inesperada e humorada: "Oliveira, bom dia, venha ver onde estão os frutos do seu pomar".

02 - O meu amigo Edgard Borges Montenegro, ex-deputado, ex-prefeito do Assu, é tido por alguns como "pão duro". Talvez por ter sido, ao longo de sua vida pública, muito assediado pelo povo. Em sua casa de Assu, quando chegava alguém ao portão, perguntando: "Edgarstá?" Lá dentro Edgard resmungava automaticamente: "Nenhum tostão!"

03 - Chico Barreto, aos 77 anos de idade, era brigado com a esposa. Moravam juntos mas não se cumprimentavam. Briga igual só a de judeu com palestino. Mas, nas horas de refeição havia uma trégua esquisita. Para não chamar pelo nome do marido, assim o convoca à mesa: "Xô galinha, xô"! Aí Chico Barreto vinha, sentava e comia. Briga é briga. Senha é senha.

04 - Chico Barreto sempre comparecia aos velórios e enterros em Pendências, mas custumava nunca entrar no cemitério. O fato se tornou notório. Um dia um curioso observador perguntou-lhe: "Chico, por que você não entra no cemitério?" Resposta na ponta da língua: "Porque  quem não é visto não é lembrado".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A TRAJÉDIA QUE ENLUTOU O RIO GRANDE DO NORTE

"O mergulho do avião no Rio do Sal levou para o silêncio da morte planos e intenções"


Às 4h15 da manhã do dia 12 de julho de 1951 decolava do aeroporto de Parnamirim o avião Douglas, de prefixo PL - 3 PPLG da LAP - Linhas Aéreas Paulistas com destino ao Rio de Janeiro. A bordo daquela aeronave, o governador potiguar Dix-Sept Rosado que regressava aquela capital carioca com o objetivo de tratar de assuntos políticos e, principalmente, conseguir recursos para "reconstruir o Estado dos efeitos desastrosos da calamidade climática".

Em sua companhia alguns seus auxiliares e amigos como Mário Negócio, Felipe Pegado Cortez, Jacob Wolfson, José Gonçalves de Medeiros, Fernando Tavares [Vem-Vem] e sua esposa Maria Celste Tavares (meus avós maternos), além de Marina Nina de Oliveira e seu filho pequeno, bem como Pedro dos Santos, Agenor Coelho, além dos tripulantes comandante aviador Áureo Miranda, co-piloto José de Souza Neto, o radioperador Eurico Pereira Bendelho e o comissário Sérvulo Duarte Gonçalves, dentre outros.

Aquele avião teria que fazer escala no Recife, Aracajeió. Naquela aeronave viajava também o assuense Majó Manuel de Melo Montenegro que teria desembarcado na capital pernambucana. Do Recife, o avião proseguiu viagem. A próxima escala seria a cidade de Aracaju, antes, porém, de entrar em reta final sobrevoou o rio do Sal daquela capital sergipana para pouso quando segundo informações dos moradores do povoado Sobrado, o avião começou a inclinar as asas, para ouvirem em seguida, o barulho ensurdecedor provocado pela queda da aeronave. O desastre ocorreu precisamente às 8h40 no riacho Calumbi, afluente do rio do Sal. Poucos minutos depois os jornais recebiam notícias da grande trajédia que enlutou o Rio Grande do Norte e Sergipe, conforme informações do Sergipe-Jornal, edição do dia 12 de julho de 1951.

Outra matéria sobre aquele acidente vamos encontrar naquele mesmo jornal datado de 13 de julho daquele mesmo ano. O pesquisador Valderley Ferreira de Matos, de Aracaju, diz que aquele periódico informa que "muitas horas após a trajédia a agência da LAP em Aracaju não sabia informar quais passageiros e tripulantes viajavam e fazia crítica à falta de manutenção da aeronave, dizendo que "avião que cai é avião sem manutenção e com carga acima do limite". Foi, segundo se comentava na época, o excesso de carga a causa daquele episódio que vitimou 28 passageiros e quatro tripulantes.

Aquele pesquisador ainda depõe que naquele acidente "morreram seis membros da família Diniz e três da Sampaio Melo, famílias tradicionais da capital pernambucana, além do sergipano Raimundo Leite Torres, filho de Anízio Fontes Torres, fazendeiro de Estância, interior Sergipano.

Há informações que aquela "aeronave estava sobrecarregada e no limite máximo de passageiros, tudo leva a crê que o comandante fez uma manobra brusca para entrar em reta final do pouso, perdendo, contudo, o controle do avião. Não houve incêndio, como a princípio se pensou. Os corpos das vítimas foram transportados do local do acidente para o Hospital Cirurgia, para serem embalsamados e enviados para os estados de origem."

Os corpos do fazendeiro e comerciante em Açu chamado Fernando Tavares e sua esposa dona Celeste foram identificados pelo médico Samuel, casado com uma assunse que naquela época clinicava em Aracaju. Foi o vigésimo desastre aviatório ocorrido no Brasil.

A propósito daquele acidente, o cancioneiro popular escreveu:

[...]

No dia 12 de julho
Se viu no firmamento
Que o sol resplandecia
Os seus raios pardacento
Como quem dava sinal
Deste acontecimento.

O nosso governador
Jerônimo Dix-Sept-Rosado
Formando uma viagem
A qual tinha projetado
Para o Rio de Janeiro
A benefício do Estado

Em sua companhia
Os seus auxiliares
A interesse do mesmo
Ocupando seus lugares
E junto dr. Jacob,
Sr. Fernando Tavares.

Dona Celeste Tavares
E d. Maria Nina
E seu filhinho querido
Nesta hora matutina
Sandoval, Pedro dos Santos
Que tiveram curta sina

Sr. Agenor Coelho,
Seguia neste transporte;
Foram 12 companheiros
Do Rio Grande do Norte.
Sem pensar que neste dia
Fosse pouco a sua sorte

As 4 horas e 15
Todos eles embarcaram
Num avião da LAP
Conforme se combinaram
Sem menor perda de tempo
No aparelho voaram.

Todos bem regozijados
Regressando da cidade
Pra fazerem a viagem
Com Paz e felicidade
Não julgavam nem por sonho
Na triste fatalidade.

O rifão tem um ditado
Que o provérbio nos diz
Que jamais se sabe a hora
De alguém está feliz
Quando a gente não esperava
Chegar o momento infeliz

Todos eles satisfeitos
Em uma só harmonia
Exceto Vem-Vem
Que viajar não queria
Como quem advinhava
Seu coração lhe dizia.

Muita gente de Açu
As vezes lhe perguntava
Para o Rio de Janeiro
Quando ele viajava
Ele dizia que esta
Viagem muito receava

Porém Dix-Sept chamo-o
Como seu maior amigo
Para conhecer o Rio
Em companhia consigo
Não julgando que eles fossem
Vítima deste perigo.

E provou que era amigo
Até o último transporte
Muito embora neste dia
Tivesse mesquinha sorte
Porém provando que era
Amigo de vida e morte.

fernando.caldas@bol.com.br

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