quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

MANOEL CALIXTO CHEIO DE GRAÇA

E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas também chamado de "Manoel do Lanche?" Era um dos nossos poetas tipo populares. Ele tinha um local (box) no Mercado Público do Assu. Pois bem, na década de setenta, Calixto candidatou-se disputando uma vaga no legislativo assuense, pelo MDB. Ele era natural de Carnaúba dos Dantas e assuense por opção e escolha, terra que viveu durante mais de cinquenta anos e fez boas amizades). Como não podia ser diferente, por ter  convivido com os poetas do Assu, Manoel começou a escrever versos populares. Sua predileção para versejar era a glosa (décima) e a trova, a sua predileção para versejar. Tempos atrás, os poetas da terra assuense aproveitavam os momentos de campanhas políticas para satirizar os candidatos em forma de versos. E Manoel Calixto era um deles. Candidato a vereador, escreveu:

Negue o soldado ao Tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue ao Major a patente,
Negue ao seu filho a benção,
Negue o direito ao patrão,
Negue tudo, isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.

E essa outra:

Falte uma noite a seresta,
Falte ao garoto inocente,
Falte o remédio ao doente,
Falte uma noite de festa.
Numa fase como esta,
Falte tudo ao seu irmão,
Falte a festa de São João,
Todas as faltas suporto
Só não me falte esse voto
No dia da eleição.

Fernando Caldas

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ASSU ONTEM E HOJE

A fotografia de Assu antigo (a esquerda) é arquivo do blogdofernandocaldas.blogspot.com. A fotografia de Assu hoje, é de autoria do fotógrafo Jean Lopes, inclusive a idéia da montagem. Valeu Jean.

LEMBRANDO NEWTON NAVARRO

Eu tive o prazer de ter conhecido o pintor, o cronista, o poeta, o boêmio chamado Newton Navarro (1928-1992), quando das suas idas em Assu para visitar João Meira Lima então juiz do Assu, e o poeta Renato Caldas ainda se encontrava no auge da sua boemia, nos idos de sessenta. Eu era menino ainda. Tempos depois, convivi com ele, Navarro, no bar "Postinho", na Praia do Meio, no início da década de setenta, através de Paulinho Montenegro, em Natal. Navarro sempre gostava de ouvir, o poema "Isabel" do grande poeta João Lins Caldas. Para Celso da Silveira, Navarro era o "poeta do desenho, da oratória, do conto e do poema". Será que é a toa que a segunda maior ponte do Nordeste leva o seu nome? A ele, Navarro, cabe um bom cronista e um grande biógrafo para traçar a sua fantástica trajetória

Fernando Caldas

sábado, 21 de fevereiro de 2009

É CARNAVAL







DONA MARIA EDITE

Do blog intitulado "Serra de Luiz Gomes", transcrevo um artigo de Cidinha Pascoal ("Conheça a Biografia de Maria Edite Martins") em homenagem a essa mulher que escolheu o Assu (RN) para viver ao lado do seu marido Sandoval Martins. Eu ( autor deste blg) fui contemporâneo de Sande Martins, seu filho, estudando juntos no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, de boas recordações. Por ele, Sande, Edival, Marival, Valdite e Valmar Martins e pela propria dona Maria Edite, é que transcrevo neste blog o já referenciado artigo (por sinal, somos ainda parentes distante, pelo lado de minha avô paterna chamada Odete Fernandes de Queiroz, também como dona Maria Edite natural da cidade serrana de Luiz Gomes, regiã oeste do Rio Grande do Norte) Vejamos o citado comentário:

"Maria Edite Germano Martins, filha do Coronel Antônio Germano da Silveira e Antônia Fernandes da Silveira - D. Tonheira, nasceu no dia 29 de novembro de 1918, em Luiz Gomes, Rio Grande do Norte, cuja padroeira é Senhora Santana, tornando-se sua devota e participando anualmente das celebrações do dia da Padroeira - 26 de junho.

Sua mãe - D. Tonheira - teve quatorze filhos dos quais atingiram a vida adulta apenas quatro: Paulo, Maria Edite, Ir. Salvadora (Sinésia) e Auta. Hoje, somente ela está entre nós, alcançando a graça de completar 90 anos de vida, lúcida, saudável e feliz. Maria Edite teve como "mãe de leite" a Sra. Antônia Batalha, por cuja alma reza diariamente e que também foi babá de sua primeira filha - Sanedite.

Foi alfabetizada na Escolas Reunidas Coronel Fernandes na segunda metade da década de 20.

Nos anos 30 foi matriculada interna do Colégio Nossa Senhora das Vitórias em Assú, aonde veio a concluir o Curso Normal no ano de 1940. Naquele educandário fortaleceu a sua formação cristã, através dos ensinamentos das "Filhas do Amor Divino" e gozou da convivência das primeiras, amigas internas e externas, das quais guarda boas e felizes recordações.

Aos 22 anos, em 26 de julho de 1941, casou-se com Sandoval Martins de Paiva, cuja celebração ocorreu na cidade de Luiz Gomes, passando a residir na cidade de Assú, onde lá nasceram todos os seus seis filhos.

A decisão pelo matrimônio foi expressa e justuficada por Sandoval Martins através de carta endereçada aos seus pais (Celso Martins e Abigail) em 26 de junho de 1940 cujo teor continha:

"A senhorita com a qual pretendo realizar tão sério compromisso é filha do Sr. Antônio Germano tendo por nome "MARIA EDITE GERMANO" aliás, já conhecida pela prezada mana "Mundica". Fui, sou e serei um admirador incansável, pois a parte que observo em uma senhorita não é exclusivamente a riqueza e beleza; com mais afinco procuro ver seu comportamento, a sua honestidade, e enfim a sua conduta, elementos esses que poderão dar imposição a uma senhorita que se destina tomar a responsabilidade de um lar."

O seu comportamento eminentemente doméstico cumulou de leldade e caráter a formação dos seus filhos. Na convivência com a comunidade assuense foi madrinha de um número incontável dos filhos e filhas do Vale do Assu. Participou da vida social e religiosa da cidade do Assú, em todas as fases de seu desenvolvimento.

Mantém dentro de sua vida familiar um hábito de lazer e descontração de jogar gamão em companhia de familiares e quase sempre dominando a prima Corália que torna-se adversária, mas passadas os momentos das disputas, tudo retorna ao convívio amigo e alegre de sempre.

A primeira filha de Maria Edite chamava-se Sanedite, nasceu no dia 04 de julho de 1942, em Assú, que vindo ao mundo com muito carinho foi chamada à casa do PAI antes de completar 1 ano de idade. Na sequência vieram: José Edival, Maria Valdite, José Marival, José Sande e José Valmar, cujos nomes trazem a fusão dos nomes de Sandoval e Maria Edite, prática bastante aceita nas famílias nordestinas, que se imagina, seja para dar maior firmeza à união matrimonial. Todos nascidos em Assú, com formação inicial do Educandário Nossa Senhora das Vitórias, tendo Maria Edite participado ativamente do encaminhamento de todos os filhos que procriou, apoiado na presença constante, no respeito e na responsabilidade do seu marido - Sandoval.

Dessa prole (5 filhos) vieram 8 netos, 8 netas, 2 bisnetos e 2 bisnetas. Certamente, Maria Edidte percebia a todos e a cada um deles como expressou sua amiga Cidinha: "Os filhos, os filhos dos filhos e logo depois os filhos dos netos... É um rosário de sentimentos"...

Um ano após a partida de seu fiel marido para a morada eterna, Maria Edite decidiu vir morar em Natal no ano de 1999, hoje residindo no bairro do Tirol e partipando da vida familiar e religiosa de toda a sua família. Ela é hoje uma referência familiar dos Germano, Martins, Paiva, Vieira e Fernandes, do Alto Oeste Potiguar, que aqui se encontram ou estão representados.

Por isso tudo, promoveu essa reunião, orgulhosa e infinitamente agradecida à misericórdia de DEUS, que possibilita uma existência simples e honrada, mas totalmente dedicada a seus filhos, seus familiares e amigos."

QUADRINHAS MATUTAS DE RENATO CALDAS

I

Num existe maió pená,
E nem dô mais renitente:
Do que a gente gostá
De quem num gosta da gente

II

Eu tenho tanta vontade
De sê dono de você...
Deus prumita qui num fique,
Somente no meu querê.

III

Quem me dêra ser piano,
Vivê de bôca pru á...
Só pra sinti nos meus dente,
Os seus dedinhos roça.

IV

Cuma o tempo tá mudado!
Quem fui eu, quem hoje sô?!
Cuma tô dispilorádo...
Tô qui nem carro quebrado.
Sem boiáda e tangedô.

V

Na cara de sinha dona,
Tem duas coisa ingraçada!
Nos óio, vejo um Só posto,
Na bôca, vejo uma arvorada.

VI

O tóque dessa vióla,
Tem tanta macunaíma;
Que é mais triste q'um um sino
Tocando as Ave-Maria.

VII

Acabôse as inlusão,
Qui tive no meu passado!
O meu póbe coração,
Tá cuma inxuí largado.

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Renato Caldas (um dos maiores poetas matuto do Brasil de todos os tempos).

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ZÉ FREDERICO

Zé Frederico era um certo cidadão espirituoso da cidade do Alto do Rodrigues (RN). Quando ele bebia odiava ouvir falar a palavra burro, jumento, jegue ou qualquer outra denominação dada a aquele animal. Pois bem, certo dia de cessão na Câmara Municipal daquele município, um certo vereador que seguia em direção a câmara, econtrou-se com Zé Frederico embriagado, montado em seu jerico, perguntando assim: "Seu Zé como se chama esse burro?" Ao que respondeu repentinamente: "Vereador!"

Em tempo: Apesar de ser o vereador que está mais proximo aos anseios do povo, é a classe política mais atingida pela sátira ainda hoje. Penso eu, que somente acabaria com as gosações com o edil se voltasse a tramitar na Câmara dos Deputados, um projeto de lei (que não me recordo de quem era a autoria) mudando a nomenclatura de vereador para deputado municipal. E por que não? Fica o registro.

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

QUANDO A POLÍTICA VALE A PENA

1 - Conta-se que o ex-prefeito do Alto do Rodrigues (hoje importante município do Vale do Assu), chamado João Tereza, detestava discursar em público. Numa certa concentração pública naquele município, presente no palanque diversas autoridades municipais e estaduais, foi insentivado por alguns amigos para que falasse um pouco ao povo daquele lugar. Dito e feito. Pegou no microfone nervoso e desajeitado, soltando as seguintes palavras: "Trabalhadores do campo e trabalhadores rural". (sic) E papo encerrado. Padre Zé Luiz (que foi páraco em Pendências), presente no palanque, indagou-lhe: "Ô João Tereza, porque no seu discurso você disse "trabalhadores do campo e trabalhadores rural?" "Ora padre Zé Luiz, trabalhador do campo é quem trabalha no roçado, e trabalhador rural é quem trabalha na rua".

2 - Um certo senhor conhecedor da política do Alto do Rodrigues, ouvia atentamente Padre Zé Luiz combater a compra de votos naquele município, no tempo em que ele, Zé Luiz, candidatou-se a deputado federal. Não resistindo a contestação do amigo, interrompeu aquele senhor, dizendo: "Padre Zé Luiz, o que pesou mesmo não foi a compra de votos, não! Foi a recompra no dia da eleição!"

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

POESIA MATUTA

Capa do livro organizado por Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes.
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VIAGE BÊSTA
.
Os terém, tão arrumado.
Já engraxei o carçado,
Qui ganhei nas inleição,
E, fui comprá na polista*
Duas camisa de lista
E uma carça de azulão.

Comprei na venda um caixote,
Eu mesmo fiz um malóte
E botei um cadeádo.
Tenho medo do sabido,
Pra eles, tô prevenido
E vivo sempre acordado.
.
Pra mostrá minha cachóla:
Encordoei a vióla
E enfeitei o maracá.
Quero mostrá as polista
O tutano do nortista
E cuma nós sabe amá.

Já fiz a matalotagem,
Já acertei a passagem
Em riaba do caminhão.
A boléia é muito cára
Tenho que sê "pau de arára..."
O pió é a mangação.

Já vasei minha peixeira,
Se essa cambáda instrangeira,
Intendê de me xingá...
Pois dizem que o taliano
In S. Paulo dá de cana
E gostam de matratá.

Num tem nada, vô e vórto.
Se num prestá me revórto,
Ou vô falá com Ademá.
Confio nesse badejo...
Mesmo proque, eu desejo
Lá in S, Paulo, o encontrá.

Adeus moçal desta terra,
"Morenas véia de guerra",
Que eu levo no coração!...
Agora digo um relacho:
Num me despeço de macho,
- Macho num dá produção.

Renato Caldas
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

DITADOS POPULARES

"Qem é desconfiado, mora na ponta da rua".
"Quem nasceu pra relar coco, morre de cóca".
"Farinha pouca, meu pirão primeiro"
"Mulher, cachaça e bolacha, em toda parte se acha".
"Ferida pequena é que dói".
"Quem não sabe resar, xinga Deus".
"Pra quem está perdido, toda vereda é caminho".
"Água fria não escalda pirão".
"Sogra, sogro, milho e feijão, só dão lucro debaixo do chão".
"Pobre quando acha um ovo é goro".
"Mula estrela, mulher faceira e tubiba de aroeira, o diabo que queira."
"Quem não acha o que caça, pega no que acha".
"Quem come tudo num dia, no outro assobia".
"C- de bêbado, não tem dono".
"Parente é quem faz mal a gente".
"Pote velho é quem esfria a água".
"Queda de velho não levanta poeira".
"Velho nãO se senta sem "UI, nem se levanta sem "AI".

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

ENCHENTE DO VALE DO ASSU, 2008

O assuense Nilo Fonseca, é formado em contabilidade, filho de Ezequiel Fonseca, que foi médico, prefeito do Assu e deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa. Nilo é um pesquisador atento das coisas do Vale do Assu, principalmente do seu Assu. Ele colabora com este blog e remeteu 43 fotografias aéreas, um belo trabalho de Getúlio Moura "sobre o efeito das chuvas no rio e nas cidades do Vale do Açu, da Barragem Armando Ribeiro até o litoral". Vamos conferir adiante. Clique na fotografia para uma melhor visulisação.




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(Publicarei o restante mais tarde)










ZÉ AREIA


1 - Zé Areia era uma figura boêmia, folclórica, presepeira e espirituosa de Natal. Alguns autores potiguares como Veríssimo de Melo, já publicaram livros sobre as suas tiradas. Nasceu em Natal, morador do bairro das Rocas, daquela capital potiguar. Na Ribeira velha de guerra, viveu os melhores momentos da sua vida. Foi barbeiro de profissão, vendedor de loteria, jogo do bicho, rifa. Ele já virou até samba canção por um dos seus admiradores como o compositor natalense Gomes de Melo que versejou assim "Zé Areia nas Rocas você nasceu / era poeta e trovador / foi na Ribeira que viveu / No seu cotidiano vendia jogo do bicho, rifa, loteria / quem na sua rifa ganhava / uma desculpa ele dava /o prêmio foi adiado para o outro dia". Pois bem, certa vez, Zé Areia, na época da Segunda Grande Guerra, vendeu um papagaio cego a um certo soldado americano. Um amigo ao tomar conhecimento do ocorrido, disse: "Rapaz, você não tem vergonha, não! Vender um papagaio cego ao americano?" Zé Areia não se deu por calado: "Ele não vai levar o bicho pro cinema".

2 - De outra feita procurava vender uma sela (acolchoado para cavalos). O primeiro conhecido que encontrou, ofereceu a mercadoria: "Seu Mário eu tenho uma cela pra vender". "Eu não sou cavalo, pra que eu quero cela?" Zé Areia fuzilou na hora: "Ela serve também pra burro".

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

ALUÍZIO ALVES

A cassação de Aluízio Alves, completa 40 anos. Era uma sexta-feira, como hoje, próximo ao carnaval. O clima político atingia o auge com as ações, cada vez mais violentas, especialmente, no que se prendia à cassação dos direitos políticos e o clima de incerteza aterrorizava. Aluízio, deputado da Arena, que apoiava o governo militar, não foi poupado, mesmo com a garantia do Marechal Castelo Branco, quando comandava o regime, que "Dr. Aluízio Alves, só será cassado com a conclusão de um inquérito militar..."
Era visível pelo que se publicava em todos os órgãos da imprensa, a guerrida TRIBUNA DO NORTE, sob o comando editorial e operacional do redator Cassiano Arruda e Francisco Macedo, colunista/jornalista Woden Madruga (supervisor de produção) fazendo com que o jornal não deixasse de circular. Faltava a TRIBUNA papel, tinta, pessoal (linotipista, principalmente) e mais ainda, o principal, que eram os anunciantes.
Manchetes "audaciosas", como a que causou rebuliço ("Mengo quer derrubar Presidente"...), mas depois de minucioso "estudo dos censores", verificou-se que torcedores do Flamengo queriam a cabeça do "presidente Veiga Brito... O voo orbital americano ocupava grandes espaços: a possível falta de "cerveja e gelo" para o carnaval/69. Chegada de navio State of Mane; a vinda de Garincha para jogar em Natal e Woden em sua coluna deu destaque à festa dos 13 anos do cartão Diners Clube, comandado pelo empresário Expedito Rezende, do Piaui, e o restante, em todas as folhas, eram noticiadas as "amenidades".
Além do clima político, a temperatura ambiente, na Cova da Onça, registrava em 32* até 38* Celsius, haja calor... na Ribeira.
Desde que Aluízio Alves participou, aos 11 anos, da instalação do Partido Popular de Dr. José Augusto, muitas coincidências marcaram sua passagem em todas as atividades desenvolvidas. Voltemos ao negro 7 de fevereiro de 1969. Os cinemas locais exibiam naquela data, os seguintes filmes no cinema Poti, "O caçador de Aventuras", no Nordeste, "A baia da Emboscada"; no Rex, "Assim Morreu os Bravos; no São Luiz; "Audácia dos Homens Sem Lei"; no Rio Grande; "O Colt Assassino"; no Panorama, "Arizona Colt".
A agência Transpress, que atendia à TRIBUNA, insistia em noticiar "Cassações Poderão chegar a 100" (04.02.1969). O ambiente devidamente preparado para a edição de 08.02.69, que, sem nenhum destaque, a TN cumpriu o dever de divulgar: "Governo Cassou Ontem 34"... dentre eles Aluízio Alves, Erivan França, Bernardo Cabral, Ney Maranhão, Pedro Gondim, Senador Arthur Virgílio, e outros. No mesmo ato do Conselho de Segurança Nacional, ocorreu o "recesso" das Assembléias Legislativas da Guanabara, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
Tudo isso sob a égide acusatória contrariaram os princípios éticos fundamentais...
Esta vigorosa Tribuna do Norte não cerrou suas portas e máquinas pela coragem de José Gobat e Agnelo (não podiam "constar no expediente" do jornal) enfrentaram os momentos dificílimos quando contaram com amigos e empresários como Geraldo Santos, Wober Lopes, que deram suporte contra ás restrições oficiais. O corpo de funcionários da redação e da impressão, tendo à frente o chefe Baltazar Pereira, Nezinho, José Meira (ainda hoje no batente), João Petro, Helder, Ivanildo.
Para finalizar: mais coincidências na vida de Aluízio Alves hoje, 40 anos de cassação, Bodas de Esmeralda, que vem a ser uma pedra verde e altamente valorizada...

Por Luiz Antônio Porpino
(Transcrito da Tribuna do Norte, 07.2.2009)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O OLHO PENETRANTE DE CALDAS


João Lins Caldas quando jovem

O poeta João Lins Caldas odiava a política, porém conviveu com grandes nomes da política brasileira (nos seus tempos de Rio de Janeiro), e chegou a fazer militância política no Estado de Minas Gerais. Desejava fundar um partido que teria a denominação de Partido Seletivo ou União Seletiva Nacional, ao qual somente poderia fazer parte, intelectuais, "homens de espírito". Caldas defenia o seu partido em dez mandamentos. Ei-los adiante:
1 - De dez em dez anos mudar a capital do pais, para levar a todas as regiões do país, o progresso, 2 - Nenhum Estado da federação poderá ter população a 3 milhões de habitantes, 3 - As dívidas não prescrevem, 4 - Os direitos não caducam, 5 - Os assassinos considerados culpados, seriam condenados também as idenizações das famílias das vítimas, 6 - Pena de morte para os ladrôes do erário (público), 7 - Criação do Ministério da Cultura ou das Artes, 8 - Construção às margens da estrada e no meio da mata, de légua em légua, de poços tubulares, a fim de resolver os problemas da seca no Nordeste, 9 - Voto de categoria, federal, estadual e municipal, 10 - No julgamento julgar vítimas e assassinos.

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COISAS DA POLÍTICA

Padre Zé Luiz candidatou-se a deputado federal, nos idos de setenta e, em Pendência (RN), onde foi páraco, decidiu ir buscar o voto. Chegando naquela terra pendencense, encontrou-se com um velho amigo chamado Cícero que, ao tomar conhecimento da sua candidatura, prometeu-lhe arranjar uns dez votos num certo destrito daquele lugar. Cicero durante a campanha teria doado a um certo senhor chamado Zé, que se comprometeu com ele, Cícero, arranjar os dez votos prometidos a Zé Luiz. Pois bem, aberto as urnas Zé Luiz não obteve nenhum voto na localidade onde seu Zé prometeu aqueles votos. Não deu outra, indgnado com o fracasso do amigo, ao vê-lo na porta do Mercado Pública daquela cidade, não pensou duas vezes: "Compadre Zé, abra a boca que eu quero ver se a dentadura ficou boa. Espere agora filho da puta quatro anos para sorrir outra vez". São coisas da política.

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DE JARBAS, SOBRE AGENOR E DINARTE







Jarbas Passarinho foi governador do Pará nomeado pelo regime militar (1964-1966), senador da República por aquele Estado maranhense por várias vezes, milistro de Estado nos governos Costa e Silva, Garrastazu Médice, João Figuerêdo e Fernando Collor. Intelectual, presidiu o senado Federal entre 1981 a 1983. Jarbas alé de ter si9do colega do senador potiguar de caicó, Dinarte Mariz, era amigo íntimo. Conta-se que ele ao se encontrar em Brasilia com um certo potiguar, teria dito que precisa fazer um reparo na fraze do senador também norte-riograndense, do seridó Agenor Maria que em pronunciamento teria dito certa vez num pronunciamento que "melhor do que o senado só o céu". Para Jarbas Dinarte teria dito melhor: "O senado é melhor do que o céu porque para alcançá-lo não é preciso morrer."
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O POPULAR "BONZINHO"

"Bonzinho" era uma figura (que não girava bem da cabeça) natural de Assu-RN, que bebia, fumava e, às vezes jogava cartas (baralho) quando tinha algum dinheiro. Ele gostava também de observar o jogo dos outros. Certa vez, observando Walter de Sá Leitão jogar numa certa casa de jogo da cidade, foi convidado por ele, Walter, que ao sentir-se encomodado com a sua presença, disse de tal modo: "Bonzinho, vá até a esquina e veja se eu estou lá!" Bonzinho retrucou: "Walter, me dê o cabresto, se você estiver lá eu trago logo!"
Certa vez, embriagado num certo bar de Assu, foi convidado por seu pai chamado Joca Marreiro, para ir dormir em casa. Bonzinho aceitou o convite paterno, mas foi taxativo e solene: "Papai, vá na frente que o mundo tá cheio de gente ruir!"
De outra feita, foi convidado por um certo cacheiro viajante (vendedor de tecidos que fazia a praça de Assu) para ir comprar uma caixa de charuto numa charutaria mais próxima. No que aceitou fazer o mandado, gastou todo o dinheiro com cachaça no primeiro botequim que chegou. O viajante foi embora da cidade e, quando retornou tempos depois, deparou-se com Bonzinho e foi logo perguntando-lhe: "Você é aquela pessoa que mandei comprar uma cacha de charuto?" Bonzinho sem temor, respondeu: "Sou, sim senhor, quer mandar comprar outra?"
É assim o velho Assu de tantas figuras.

VEREADOR FILHO DA PUTA

1 - Ezequiel Fonseca Filho (dr. Ezequiel), foi intendente, prefeito do Assu e deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. Quando chefe político da terra assuense, numa certa eleição convidou "Michico" (um afamado alfaiate naquele lugar nos anos trinta, quarenta e cinquenta) para se candidatar a vereador. Michico somente aceitou disputar a vereança, com muita insistência de Chico Pinheiro, correligionário de Ezequiel, chegando a primeiro suplente. Em virtude da vacância do cargo de um dos edis daquela casa legislativa assuense, Michico assumiu a titularidade. Chico Pinheiro tomou conhecimento do ocorrido e foi até a residência daquele vereador recém-empossado e, ao chegar na sua morada, saiu-se com essa: "Michico, meus parabéns, todo filho da puta pode ser vereadoar!"
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

POESIA SOBRE O RIO PIRANHAS/ASSU


O RIO

Vem de longe, potente, magestoso,
Inunda o leito branco das areias;
Seus possantes canais as suas veias
Serpejam num marulho rumoroso.

Suas margens de um todo grandioso,
De arvoredos robustos, todas cheias,
Parasitas formando lindas teias,
No tronco da oiticica, alto, rugoso.

Os cavaletes, balsas e canoas
Velejando, defendem-se das croas,
Indo aporta à entrada do Cipó.

Carnaúbas na várzea, enfileiradas,
Parecem contemplar, extasiadas,
O rio, a despejar no Piató.

Sinhazinha Wanderley
(poeta assuense).


Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).