sábado, 25 de abril de 2009

POESIA MATUTA

 
Eu tenho tanta sódade,
Da casinha lá da serra;
Qui ficô dento das grôtas,
Do sertão da minha terra,
Tão pequena, tão má feita,
Sem graça, sem perfeição...
Mas, qui sódade danada,
Eu sinto da casa amada
Qui ficô no meu sertão.

Renato Caldas (poeta matuto consagrado em todo Brasil).
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quinta-feira, 23 de abril de 2009

NATAL ANTIGO


A Rua Ulisses Caldas no Centro de Natal, tem essa denominação desde 13 de fevereiro de 1888. É uma justa homenagem ao ilustre e bravo assuense Ulisses Olegário Lins Caldas morto em combate na Guerra do Paraguai, a 7 de novembro de 1866. Ulisses fora o primeiro soldado a penetrar nas trincheiras inimigas em Curuzu, onde colocou o pavilhão nacional logo que tomou dois canhões. Ele Já foi ou ainda é nome de praça em Porto Alegre (RS), é nome de rua também em Assu e o nome do prédio da Câmara dos Vereadores daquela terra assuense, por proposição do vereador Fernando Caldas (1986) leva o seu nome.

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COMARCA DO ASSU

O Assu foi a segunda Comarca (e a segunda cidade potiguar). A Comarca, foi criada por deliberação do Conselho da Província. Lei Nº 13 de 11 de março de 1835, instalada pelo dr, Basílio Quaresma Torreão, portanto seu primeiro Juiz. A Comarca abrangia as regiões do Seridó, do Oeste e Central, como também as consideradas litorâneas, como Macau e Areia Branca. Vamos conferir abaixo a Lei que criou a Comarca do Assú, conforme escrito (linguagem antiga) naquele documento:

Lei Nº 13 - de 11 de março de 1835.

Aprovando a criação da Comarca do Assú com os três Districtos de Jurados, que forão marcados no acto de sua criação pelo Presidente em Conselho.

Basilio Quaresma Torreão, Presidente da Província do Rio Grande do Norte: Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial Decretou, e eu sanccionei a Lei seguinte.
Art. Unico. Fica aprovada a criação da Comarca do Assú com os tres Destrictos de Jurados, que forão marcados no acto de sua criação pelo Presidente em Conselho.
Mando por tanto a todas as authoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumprão e fação cumprir tão inteiramente como nella se contem. O Secretário da Provincia a faça imprimir, publicar, correr. Cidade do Natal aos onze dias do mez de Março de mil oitocentos trinta e cinco, decimo quarto da Independência e do Imperio.

Basilio Quaresma Torreão.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

CALDAS, SIMPLESMENTE


O bardo potiguar do Assu João Lins Caldas era tipo magro e bonito rapaz. Solitário, amargurado. Na sua mocidade tivera muitos amores apaixonados e, apesar de dizer o contrário viveu com o coração ardente de paixão até os últimos dias de sua vida. É tanto que ele no dia em que veio a falecer (18 de maio de 1967), teria acabado de ler um livro de autoria da poetiza sonetista portuguesa Virgínia Victorino intitulado "Apaixonadamente." Vamos conferir para o nosso deleite, os poemas abaixo transcritos que ele escreveu há exatamente cem anos atrás, intitulado "Sonho de Estrela" e "Foge de Mim", respectivamente:

A via-láctea cintilava nua...
Larga nuvem branca, semelhante a um véu
Sobre o rosto de noiva - a cabeça tua -
Mal deixava transparecer o azul do céu.
Entre súbitos desmaios aparecia a lua,
Formosa, beijando as areias do escarcéu...
Mas, ah! Novo encanto novo se acentua...
Ao se recordar, talvez, do rosto lindo teu,
Disse, em sonho, uma mimosa estrela:
"Vem, único meteoro que do mundo resta
Brilhar sobre este azul... "E acenava a ela,
Então, apontando a esfera calma e bela,
Os anjos levaram-na para o céu, em festa,
Só porque um instante se lembrava d'ela.

*

Foge de mim; não quero ver-te. A vida
Que pesada fizeste, hoje despreza.
Do teu amor à dura natureza
Mas não se volva a página volvida...
Vou para longe enfin... Agora ouvida,
Minh´alma falará da tua reza...
Para longe de mim... Vai para longe.
Que eu aqui fique, solitário monge,
Olhando a triste solidão da vida...
Desterra-te de mim que eu me desterro...
Não me toques assim nesta ferida...

Aproveitando esta oportunidade, transcrevo um comentário de Ronaldo Emílio Cabral sobre a organização deste blog (como tantos outros comentários a respeito deste trabalho de registrar para a posteridade, o que disseram em prosa e verso, os poetas do Assu) que sensibilizou-me profundamente, dizendo assim: "Olá Fernando Caldas, sou de Fortaleza, mas meus pais são de Assu e tenho muitos parentes aí na terra dos poetas. Adoro não só essa cidade mas todo o povo também. Parabenizo pelo seu blog, leio todos os dias, continue com esse trabalho maravilhoso em prol da cultura do Assu."


ASSU ANTIGO

Praça Getúlio Vargas, na década de sessenta. A fotografia como podemos conferir fora tirada de frente para o Mercado Público.
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domingo, 19 de abril de 2009

COMENTÁRIO

"Olá Fernando sou Udson poeta e escritor da cidade de Icó no Ceará. Adoro a cidade de Assu já morei aim e queria parabenizar por belo trabalho para com os poetas daí, continue com ess trabalho, e queria deixar meu contato para termos informações (...)".

Obrigado Udson pelos elogios ao meu trabalho sobre o Assu e seus poetas. Obrigado também por gostar de Assu. "O Assu é +".

sexta-feira, 17 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ASSU ANTIGO

Praça Getúlio Vargas na década de sesenta. A fotografia podemos observar que foi tiurada de frente para o Mercado Público.
Antigos casarões que ficava de frente para a praça Pedro Velho que deu lugar a um parque de diversão nos anos sessenta e depois o Banco do Nordeste até hoje, A esquerda podemos ver o sobrado de Sebastião Cabral (como chamam os mais antigos do Ass) onde hoje está instalado a Betys Boutique. A fotografia é possivelmente da década de 20.

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

SOBRE O ASSU DE ANTIGAMENTE

Gonçalo Lins Wanderley foi o primeiro proprietário de automóvel de luxo. Era um veículo de luxo, tinha segundo informações dos mais antigos assuenses cortinas de seda. Foi ele também o primeiro presidente da Câmara Municipal do Assu, ainda no regime monárquico quando a câmara dos vereadores tinha o poder de legislar e executar o município. A câmara foi o primeiro regime de governo local do Assu.

A poetisa e educadora sinhazinha Wanderley conta que em Assu existiu um pequeno museu com aves e cobras descecadas, além de um pedaço do osso do cangaceiro Jesuíno Brilhante.

As primeiras iluminações públicas eram feitas de vela de cera de carnaúba, de azeite de peixe dentro de um caco e, depois, com clássicos lampiões a querosene. A iluminação era no casarões dos velhos coronéis (da cera de carnaúba).

O primeiro poço tubular fora instalado na propriedade denominada "Arranhenta" de propriedade de Luiz Gomes de Amorim. Luiz adquiriu o equipamento nos Estados Unidos, fabricado pela Aermotor Campany, de Chicago. Chegou no Assu a 11 de fevereiro de 1916, depõe Francisco Amorim.

O telégrafo fora instalado a 11 de dezembro de 1890, na então rua São Paulo, atual Minervino Wanderley.

O primeiro cinema foi o Cine Theatro Pedro Amorim, trazido por Luiz Correia de Sá Leitão com a colaboração do Cel. Francisco Martins Fernandes que foi em terras assuenses, comerciante bem sucedido e agente do Banco do Brasil.

O primeiro avião a pousar no Assu foi um C-30 militar, no dia 24 de agosto de 1938. Tinha a denominação de "Mucuripe".

O primeiro Vigário do Assu foi Manuel de Mesquita e Silva, em 1726.

O primeiro promotor público do Assu foi o Manuel da Silva Ribeiro.

O primeiro tabelião público do Assu foi Manuel de Melo Montenegro Pessoa, avô do dr. Edgard Borges Montenegro.

O primeiro médico do Assu e do Rio Grande do Norte foi Luiz Carlos Lins Wanderley, formado na Bahia. Além de ter sido o primeiro romancista do Rio Grande do Norte. E, se não foi o primeiro foi um dos primeiros poetas do Assu.

O primeiro farmacêutico do Assu foi Pedro Soares de Araújo Amorim, diplomado na Bahia em 1857.

O primeiro dentista do Assu foi Francisco da Câmara Caldas, formado na Bahia, em 1929.

O primeiro engenheiro civil do Assu foi Raul de Sena Caldas, formado no Rio de Janeiro para onde, ainda jovem, na década de trinta, regressou aquela terra carioca. No Rio, Raul Sena era engenheiro do Departamento de Águas e Esgotos e, ainda naquela década, fora convidado pelo Conselho Britânico a conhecer a Inglaterra. Raul era proprietário de terras no município de Ipanguaçu.

O primeiro professor normalista do Assu foi o dr. Luiz Antônio Ferreira Souto dos Santos Lima.

O primeiro bairro habitacional do Assu é o bairro dom Eliseu.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

NOTA

Meu caro leitor Leônidas Neto: Li o seu comentário neste blog referente a minha matéria intitulada "Um Pouco da História da Cerval". Se você ler novamente vai encontrar sim, o nome do nosso José Maria Macedo Medeiros como um dos presidentes daquela cooperativa. Zé Maria para mim é uma pessoa de minha amizade e admiração. Não teria razões para omitir o seu nome. Quanto ao nome do grande João Leônidas não constar como sócio fundador da CERVAL naquele artigo de minha autoria, não foi omissão de minha parte, não. Até porque para que o texto não ficasse enfadonho, eu citei apenas alguns sócios fundadores daquela instituição,não me veio na memória naquele instante em que eu produzia a referida matéria, o nome de João Leônidas. Afinal, eu falei apenas "um pouco da Cerval". Na proxima matéria que eu escrever sobre aquela cooperativa vou lembrar o nome do seu avô João Leônidas de Medeiros. Por sinal, quando eu fui vereador pelo nosso querido Assu, eu votei a favor para que o nome de João Leônidas fosse dado a uma praça da nossa cidade, em reconhecimento pelos seus relevantes serviços prestados ao Assu e região.

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

ASSU ANTIGO


Assu na década de trinta. A fotografia é do acervo do engenheiro Tarcísio Amorim. Dê um clic na fotografia.
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GETÚLIO VARGAS NO ASSU

Em 1933, o presidente Getúlio Vargas, de passagem para Mossoró/Rn esteve na cidade de Assu. Ezequiel Fonseca Filho era  intendente/prefeito daquele município. Ezequiel mandou embandeirar a Rua Frei Miguelinho até a sua residência (Sobrado da Baronesa onde atualmente funciona a Casa de Cultura e a Academia Assuense de Letras). Getúlio colocou o chapéu na chapeleira, tomou champanhe e prosseguiu viagem para Mossoró, importante cidade do oeste potiguar. Na fotografia acima, podemos conferir aquele estadista (com uma taça na mão) ao lado de Dix-sept Rosado. entre outros. Há informações que o presidente Vargas exigia que em todas as cidades brasileira fosse dado o seu nome, a um um logradouro (praça). Naquele instante fora reivindicado por Ezequiel Fonseca, a construção da Ponte Felipe Guerra sobre o Rio Piranhas/Açu. Fica o registro.

Fernando Caldas

ASSU BICAMPEÃO

Quando o Assu foi bicampeão de futebol de salão (hoje futsal), em 1966, no Palácio dos Esportes, em Natal. Vejamos a taça (daquele campeonato interiorano) erguida por Nazareno Tavares "Barão". E a festeira cidade de Assu virou carnaval. Lembro-me bem de uma modinha que os assuenses cantavam naquele dia festivo, que diz assim: "Assu bicampeão, do litoral até o sertão (...). Era tecnico daquela seleção Edson Queiroz que foi funcionário do Banco do Brasil, agência de Assu. Seus jogadores se não falha a memória eram Rui, Anchieta, Leleto, Mazinho, Lambioi, Maninho, Mauro e Agapito que eram cearenses. Fica esse registro de muita importância para o esporte assuense. L

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DURVAL SOARES DE MACEDO

Durval era tipo baixo, voz rouca, bom de copo. Eu era ainda menino quando o conheci pelas ruas do Assu vendendo cabo de vassoura, espanador e outros utensílios domésticos que fabrica na sua casa. Certa vez, se dirigiu a casa do médico Ezequiel Fonseca Filho, seu cliente. Ao chegar na residência daquele clínico, declamou de improviso estes versos adiante transcritos:

Quem tiver cavilação
Se apodera de doente
Dizendo pra toda gente
Não tenho melhora, não.
Mande fazer meu caixão
Cavar minha sepultura
Me disse uma criatura
Foi dia da Conceição
- A medicina não cura
- A dor da separação.

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quinta-feira, 9 de abril de 2009

"O RIO DE MINHA ALDEIA" I


O título acima é de um poema de autoria do poeta portugues Fernando Pessoa. Este blog vai postar a partir de hoje, com ilustração do poeta fotojornalista Jean Lopes (com a sua permissão) poemas produzidos pelos bardos assuenses sobre o Rio Piranhas (também chamado antigamente de Rio do Peixe) ou Assu. Começamos com João Celso Filho com o poema intitulado "O Rio" que numa feliz inspiração escreveu:

Qual uma enorme jibóia
o rio ondula na areia,
espuma,
e a espuma que boia,
serpenteia...

E cheio o rio... pragueja!
Infla-lhe o ventre das águas
e é quando então,
rumoreja,
duras mágoas...

Imprecauções, gritos loucos,
soluça o rio, soluça
e pelas margens,
aos poucos,
se debruça.

E rola e cai e se arrasta
e as águas solta, esparze-as
pela terra,
que se afasta
pelas várzeas.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

ASSU ANTIGO

Antiga Casa Paroquial. Demolida para alargar a rua chamada popularmente como "Beco do Padre", hoje travesa Fernando Tavares. Visinho a casa da escritora Maria Eugênia. Monsenhor Júlio Alves Bezerra (que é nome de rua na cidade de Assu) morou naquela casa onde funcionou também a Divulgadora Assuense (organização de Herval Tavares) a Casa do Estudante e a central telefônica que pertencia a paróquia de São João Batista. Aquela casa foi demolida no início do primeiro mandato de Ronaldo Soares como prefeito do Assu.

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CASARÃO

Casarão rural. Distrito de Banguê - Assu.

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terça-feira, 7 de abril de 2009

A CIDADE

"A Cidade", jornal do Assu, que circulou ininterupitamente durante 25 anos. Era seu diretor, redator e gerente, os irmãos Francisco, Palmério e Otávio Amorim., respectivamente. A edição abaixo é data de 13 de dezembro de 1925, número 581. A fotografia acima é do governador José Augusto, e logo abaixo, a direita, vejamos o Cel. Francisco Martins Fernandes que foi auto comerciante em Assu. Aquela edição está publicado uma matéria sobre a inauguração da luz elétrica na cidade de Assu, que era pública e particular, convênio celebrado entre o Cel. Francisco Martins e a Intendência Municipal (hoje prefeitura). Clique na fotografia para uma melhor visualisação.

LEMBRANÇAS DA POLÍTICA III

Tenho o prazer (não é para promoção pessoal, não) de informar que a propaganda política abaixo (do autor deste blog) serviu de comentário quando José Agripino esteve pela primeira vez na cidade de Assu, em campanha para o governo do Rio Grande do Norte, em 1982. Foi a primeira propaganda que circulou na terra potiguar com o JA (de José Agripino), segundo ele próprio informou a Raimundo pontes (da Sinwal) que recepcionava na sua casa o hoje senador José Agripino. E lá se vão 29 anos.

  Capitão Manoel Varella Barca, lá de de Assú (III) João Felipe da Trindade ( jfhipotenusa@gmail.com ) Professor da UFRN, membro do IHGRN e ...