quarta-feira, 11 de julho de 2012

Uma câmera no sertão

Publicação: 11 de Julho de 2012 às 00:00

Tádzio França - repórter
"Às vezes eu acho que Inácio não nasceu. Ele caiu de um comboio de circo e foi achado", diz Mundinha, a inconformada esposa de um matuto potiguar chamado Inácio Garapa, sujeito pouco afeito à enxada e com mania de ser artista.
 DivulgaçãoInácio Garapa, o anti-herói idealizado por J. Gomes, é um matuto cheio de humor e malícia.Inácio Garapa, o anti-herói idealizado por J. Gomes, é um matuto cheio de humor e malícia.

Esse sertanejo, um personagem imaginário baseado em fatos  reais, saiu da cabeça do diretor José Gomes e inspirou o sucesso improvável de uma comédia longa-metragem rodada em Alexandria, região do Alto Oeste Potiguar, a 369 km de Natal. O filme "Inácio Garapa, um matuto sonhador" ganhou sua parte dois e "O retorno" será exibido em Natal nesta quinta-feira, às 20h, no Teatro de Cultura Popular - TCP.

Foram quatro meses de gravações para dar continuidade às aventuras de Inácio Garapa em 2012. Por trás da câmera, José se torna J. Gomes para levar à frente o sonho cinematográfico de sua produtora caseira Barriguda Filmes. "O segundo filme teve algumas vantagens em relação ao primeiro. Além da experiência a mais, consegui uma câmera em full HD, recursos melhores de edição em computador, e um orçamento de R$15 mil em contribuições de iniciativas particulares. Mas fora isso, mantive o mesmo estilo artesanal de produzir", explica o diretor.

DivulgaçãoAmigo de longa data, o cantor e compositor Romildo Soares vive o papel de O Cão.Amigo de longa data, o cantor e compositor Romildo Soares vive o papel de O Cão.
As gravações de "Um matuto sonhador 2, o retorno" foram além de Alexandria e percorreram outros cenários turísticos do Rio Grande do Norte, como a Casa de Pedra de Martins, a lagoa do Pinga em Portalegre, Major Sales, a praia de Ponta Negra em Natal, e até uma ponta fora do Estado, em Bonsucesso, na Paraíba.

"A gente só gravava de sexta a domingo, pois durante a semana os atores do elenco estavam trabalhando", brinca. O elenco foi praticamente o mesmo do primeiro filme, com o acréscimo de alguns poucos personagens, como o "capeta" interpretado pelo cantor e compositor Romildo Soares.

As novas aventuras de Inácio - que se chama Garapa desde criança por ter sido criado à base de garapa de rapadura - continuam de onde o primeiro filme, lançado em 2010, parou. A produção anterior contava a história do roceiro Inácio Garapa, casado, pai de dois filhos, que vive a sonhar com uma realidade bem diferente da sua. Ele faz versos de cantador de viola, quer ser escritor (apesar de analfabeto) e também político. Inácio se mete em todo o tipo de confusão para realizar seus sonhos.

DivulgaçãoO diretor em ação: Tinha só uma câmara na mão e muitas ideias. Essa continuação teve melhores recursos e uma verba de R$ 15 mil.O diretor em ação: Tinha só uma câmara na mão e muitas ideias. Essa continuação teve melhores recursos e uma verba de R$ 15 mil.
FAZER MUITO COM POUCO


J. Gomes é fã de cinema desde a primeira vez que pôs os olhos numa tela grande. Mesmo que a primeira experiência não tenha sido das melhores. "Eu morava num sítio, e aos 13 anos um amigo me colocou na sessão de um filme de terror. Tive que assistir escondido debaixo de um caixote, por ser de menor. Mas teve uma cena que assustou todo mundo, eu saí correndo e também dei um susto em todo mundo", brinca. E assim como seu personagem sonhador, Gomes também pensou em fazer muita coisa diferente. Trabalhou com rádio, depois com TV no Mato Grosso do Sul, lançou três livros de poesia, e em 2009 decidiu que queria fazer cinema.

"Tratei logo de criar um roteiro que exigisse o mínimo possível de recursos, já que eu não os tinha", diverte-se. O elenco foi "recrutado" entre a população local. "A cidade é pequena, eu conheço todo mundo, e fui usando o olho clínico, com a ajuda de um amigo meu que tinha experiência em peças teatrais para a igreja", conta. Foi assim que ele chegou ao protagonista, Wellington Marques, um capoeirista local.

Elenco e locações escolhidos, J. Gomes saiu em campo com a sua câmera - e só. As cenas foram editadas em um computador caseiro, O filme foi lançado em novembro de 2010, tornando-se rapidamente um sucesso local. Gomes foi exibindo em cidades da região e fazendo a alegria de suas plateias. Quando o filme saiu em DVD, ele não pôde escapar da pirataria. "Mas não posso reclamar muito. Os piratas ajudaram a difundir meu filme por todo o Brasil. Hoje eu recebo contatos de gente em São Paulo, Brasília e Mato Grosso, querendo saber como eu fiz tudo aquilo. Fiquei feliz pelo filme ter agradado todas as classes sociais, inclusive crianças", diz.

O cineasta potiguar admite que sua maior inspiração foi Glauber Rocha. Não pela estética, mas pela atitude de fazer muito com pouco.  "Tinha mesmo só uma câmera na mão e muitas ideias na cabeça. Usei o mínimo e fui me entregando ao ato de fazer, por amor à arte. E as pessoas gostaram. Um dos meus filhos tem o nome de Glauber, em homenagem a ele", diz. Gomes tem um projeto de fazer curtas metragens junto a estudantes da comunidade. Para a terceira saga de Inácio Garapa ele pretende recorrer aos editais de patrocínio público.

DivulgaçãoApaixonado por cinema desde criança, diretor José Gomes já conseguiu realizar dois longas-metragens. O mais novo é Um matuto sonhador, O Retorno, cujo lançamento é quinta, no TCP.Apaixonado por cinema desde criança, diretor José Gomes já conseguiu realizar dois longas-metragens. O mais novo é Um matuto sonhador, O Retorno, cujo lançamento é quinta, no TCP.
PERSONAGEM TRANSITA ENTRE GRILO E JECA TATU


Quando finalmente escreve um livro, Inácio conta os "podres" de toda a cidade e é escorraçado pela população. Ele volta pra casa - que pega fogo - e é abandonado pela família. Decide então ir à Brasília pra virar político. No segundo filme, Garapa volta para o Rio Grande do Norte e não encontra mais a mulher e os filhos. Para completar, o Diabo aparece para cobrar sua parte na venda da alma do matuto. E daí haja jogo de cintura para achar a família, ficar bem de vida, e ainda enganar o tinhoso.

O Inácio Garapa imaginado por  J. Gomes segue a tradição dos matutos cheios de humor e malícia já conhecidos em figuras como o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, e João Grilo e Chicó de Ariano Suassuna. Mas Gomes afirma que seu sertanejo não é uma imitação dos outros. "Desde o começo, imaginei um personagem que fosse do gosto do povão, que fala a língua que o povo entende. Há muitos tipos como o Garapa no nosso sertão", explica.

O amigo é o cão!

O cantor Romildo Soares - que é amigo de infância de José Gomes - conta que adorou a experiência de viver o capeta. "O primeiro contato com a câmera assusta, mas o Jota dirige tão bem que fiquei muito à vontade. Sem falar que foi um prazer me reencontrar com o sertão", diz. O compositor ressalta que o filme não tem pretensões acadêmicas, é diversão honesta, e que funciona bem como entretenimento. "Mais três atuações dessa e estarei pronto para o Framboesa de Ouro", brinca.

Serviço: Inácio Garapa, um matuto sonhador 2 - O retorno. Exibição quinta, às 20h, no TCP (Rua Jundiaí, 642, Tirol). Entrada: R$15, com o DVD.


Fonte - Tribuna do Norte

terça-feira, 10 de julho de 2012

Planos e metas para destacar o artesanato potiguar na Copa

A presença do artesanato potiguar na Copa do Mundo de 2014 será um dos temas em debate no Centro de Estudos e Debates da Assembleia Legislativa durante o segundo semestre legislativo. A realização da audiência pública é justificada pela necessidade de promover a  qualificação dos artesãos da Região Metropolitana de Natal e criar mecanismos de incentivos à produção como linhas de crédito.

O intuito da iniciativa é traçar planos e metas capazes de incrementar a geração de emprego e renda a partir do encontro com representantes do Governo Estadual, artesãos, empresários do comércio e da indústria, e instituições de crédito.

Como Natal será uma das sub-sedes onde haverá disputa de jogos do campeonato mundial de futebol, a cidade deverá receber grande fluxo de turistas nacionais e internacionais.


Fonte - Tribuna do Norte

Bento XVI sobre Dom Eugênio: "Intrépido pastor, a serviço dos mais desfavorecidos"



O Papa Bento XVI expressou pesar pela morte do Cardeal Eugênio de Araújo Sales, que faleceu na noite de segunda-feira, 9, no Rio de Janeiro.
DivulgaçãoEm carta, papa deu graças a Deus por ter dado à Igreja tão generoso pastorEm carta, papa deu graças a Deus por ter dado à Igreja tão generoso pastor

Leia a íntegra do telegrama enviado ao Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta:

"Exmo Revmo Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

Recebida a triste notícia do falecimento do venerado Cardeal Eugênio de Araújo Sales, depois de uma longa vida de dedicação à Igreja no Brasil, venho exprimir meus pêsames a si e aos bispos auxiliares, ao clero e comunidades religiosas, e aos fiéis da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que por três décadas teve nele um intrépido pastor, revelando-se autêntica testemunha do evangelho no meio do seu povo.

Dou graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus quase setenta anos de sacerdócio e cinquenta e oito de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal: "impendam et superimpendar" (gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós).

Enquanto elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel, envio a essa comunidade arquidiocesana, que lamenta perda dessa admirada figura, à Igreja no Brasil, que nele sempre teve um seguro ponto de referência e de fidelidade à Sé Apostólica, e a quantos tomam parte nos sufrágios animados pela esperança da ressurreição, uma confortadora bênção apostólica.

Benedictus PP. XVI".

* Fonte: Rádio Vaticano.

Tribuna do Norte

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sarney homenageia Cunha Lima em nota e discurso




















De - Agência Senado

O presidente José Sarney reiterou em plenário nesta tarde o que já havia registrado em nota oficial (e em depoimento em vídeo) sobre a morte do ex-sandor paraibano Ronaldo Cunha Lima, que em quase 50 anos de carreira política, assumiu todos os cargos eletivos, exceto o de presidente da República. Era um homem de "inteligência extraordinária", "cultura vasta", "acima da política, um intelectual" e como figura humana, cultivava a "cultura da alegria, o gosto pela convivência e pela vida", enumerou Sarney, ao fazer sua homenagem de saudade e solidariedade a parentes, amigos e à Paraíba que perdeu seu grande filho, lamentou.

http://www.senado.gov.br/senado/presidencia/detalha_texto.asp?data=09/07/2012&codigo=110281

http://globotv.globo.com/globocom/g1-ma/v/jose-sarney-fala-sobre-a-morte-de-ronaldo-cunha-lima/2029944/


Ao lembrar a faceta de intelectual de Cunha Lima, Sarney recordou seu ingresso na Academia Brasileira de Letras, sob seu voto favorável, e sua vasta cultura que surpreendia os brasileiros. Por exemplo, ao conhecer tudo sobre o poeta Augusto dos Anjos, "até o padre que o batizou". Ou ainda, ele mesmo um grande poeta, acrescentou, erudito ou popular, conhecedor de todas as regras de cantoria do Nordeste, improvisando em versos em praça pública, ao discursar. "Fui muito amigo dele e tivemos uma grande convivência", contou sobre noitadas inesquecíveis de cantorias na Paraíba ou na capital paulista. Referiu-se novamente à sua atuação nos grandes debates nacionais, como em defesa da Petrobras, no governo de Fernando Henrique Cardoso - quando discutiu-se a privatização da empresa -
ou sua defesa vigilante das questões da Paraíba e do Nordeste.

NOVE DE JULHO DE 1932 - 80 ANOS DE GLÓRIA CELEBRADA PELO POVO PAULISTA

Paulistas de todos os rincões do Brasil, devem se orgulhar e jamais esquecer dos bravos que deram sua vida por amor à liberdade.

Lutando contra a ditadura de Getúlio Dornelles Vargas, se empenharam e dedicaram seu sangue, sua vida, sua honra em defesa dos ideais de liberdade em solo paulista.

Assista os vídeos abaixo e tome ciência do que foi a maior epopeia vivida pelos heróis de 1932.

Nota: em nossa época de estudante secundário aprendemos (e até hoje sabemos de cor) a letra e a música conforme seguem abaixo. Infelizmente quase ninguém mais conhece esse hino e tampouco tem ciência do que foi essa bela e pungente página da história do bravo povo paulista.

Clênio F.L. Caldas


A Marcha Paris-Belfort foi executada como música de fundo da transmissão da Rádio Record de São Paulo, quando essa emissora - fortemente engajada na causa revolucionária - noticiou o falecimento dos quatro constitucionalistas que, com sua morte, passaram a simbolizar o MMDC da revolução (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). O tema musical passou a ser reprisado sempre nas locuções de César Ladeira, Nicolau Tuma e Renato Macedo, sobre o desenvolvimento da guerra.

Guilherme de Almeida, o ilustre poeta paulista, compôs um hino baseado nesta marcha. A letra esta abaixo (a canção se inicia perto dos 23 segundos de vídeo - Referência:

"Nove de Julho é a luz da Pátria
Data imortal deste berço augusto
Os bandeirantes denodados
Deste São Paulo vanguardeiro e justo

Nove de Julho é a glória tão bravil
Cantado por São Paulo
Sob um lindo céu de anil

Nove de Julho é a luz da Pátria
Data imortal deste berço augusto
Os bandeirantes denodados
Deste São Paulo vanguardeiro e justo

Nove de Julho heroica é bela data
Marco inicial da jornada democrata
Piratininga terra do trabalho
Onde são reis, a enxada e o malho

Seu povo altivo vai espalhando
Amor pela Pátria e vai cantando
Solo querido, terra amorosa
Pátria de bravos, sempre formosa"



Postado por Fernando Caldas





domingo, 8 de julho de 2012


Calçadão de Ponta Negra é interditado

Publicação: 08 de Julho de 2012 às 00:00

Sara Vasconcelos - repórter

O juiz da 4ª Vara Civil de Natal, Otto Bismarck, determinou a interdição do calçadão da praia de Ponta Negra, no início da tarde de ontem. A decisão atende ação civil impetrada pela Promotoria de Meio Ambiente, ontem, que busca a reordenação da Orla de Ponta Negra. A força das marés e a erosão costeira destruíram doze pontos dos cerca de 2,5 quilômetros do passeio e oferece risco de novos desabamentos e acidentes graves. O cenário ali instalado é de guerra e tem causado a fuga de turistas e prejuízos aos comerciantes. Além da interdição, o magistrado determinou, em caráter liminar, a nomeação de dois peritos que vão elaborar o plano de recuperação emergencial e a longo prazo. A interdição está em vigor desde ontem.
Alex RégisA força das marés e a erosão destruíram doze pontos dos cerca de 2,5 quilômetros do passeioA força das marés e a erosão destruíram doze pontos dos cerca de 2,5 quilômetros do passeio

O isolamento deverá ser realizado com a utilização de  redes, tapumes, além de sinalização com  placas, além da  retirada preventiva de estruturas que ameacem tombamento.

Os eventuais reflexos negativos da interdição, destaca o magistrado na sentença, "que poderão vir a ser sentidos pelo comércio local e pelo setor turístico como um todo, são irrelevantes, diante do risco concreto de acidentes graves, com perda de vidas, e na prática já são vivenciados pelos empresários com atuação na região".

A medida foi considerada necessária pela promotora Gilka da Mata. "Em princípio, teremos que isolar os trechos que caíram e apresentam maiores riscos", disse Gilka da Mata.

O movimento de turistas e frequentadores na praia de Ponta Negra já está em declínio. Para o período de férias escolares, onde se espera incremento no fluxo, comerciantes e empresários estimam queda de 20a 50% em alguns casos e apontam a mesma causa: a destruição do calçadão. somado ao tempo que se manteve instável durante a manhã de sábado, deixou sombreiros e cadeiras vazias e muitos quiosques fechados.

Em mais de 20 anos que trabalha na praia, o barraqueiro Sebastião Cassemiro, do quiosque 9, conta que nunca presenciou  tamanha precariedade e prejuízo para os comerciantes. "Nem nos dois anos em que ficamos sem espaço definido para a construção do calçadão fomos tão prejudicados", afirma. O movimento das marés altas alterou o funcionamento dos quiosques, que estão abrindo às 10 e fechando às 16h. O gerente da agência Astral Turismo, Alessandro Nascimento,  conta que já amarga queda de 50% no movimento devido a impossibilidade de fluxo dos turistas. "É um absurdo que por falta de manutenção, o turismo e toda a cadeia que movimenta a cidade seja penalizado", disse.

Em férias em Natal "para realizar um sonho de infância", o engenheiro eletrônico Valdir Simeone se disse frustrado. "Sou do interior de São Paulo e desde criança vi em livros de história o Morro do Careca e desejei conhecer. E o que encontro é este cenário de destruição que destoa da paisagem", lamentou. O casal tem buscado praias do litoral sul e norte. A estudante de turismo Thayane Melo, que mora em Ponta Negra, pensa em abandonar a praia. "Venho sempre e hoje está muito pior. Além de dividir espaço com entulho, telas de proteção e ambulantes, tenho medo de cair e me machucar", confessa. Na manhã de ontem, uma empresa terceirizada iniciava a remoção de alguns postes de iluminação pública que ameaçam cair.

Parceria

O deputado federal Henrique Eduardo Alves procurou na manhã de ontem a governadora Rosalba Ciarlini, para pedir a intervenção do governo nas obras de recuperação do calçadão de Ponta Negra. A ideia é que sejam firmadas parcerias com o Município. "É preciso buscar ações em conjunto para resolver o problema e devolver aos natalenses e turistas o principal cartão postal da cidade", disse. De acordo com o parlamentar, a governadora se comprometeu em ajudar.

Salve Ponta Negra

Até o próximo dia 22 de julho, todos os leitores que acessarem o portal da TN através do endereço eletrônico www.tribunadonorte.com.br  poderão enviar suas críticas e/ou sugestões para a reestruturação urbana da orla de Ponta Negra. Todos os depoimentos serão encaminahdos para análise do Ministério Público Estadual. O projeto Salve Ponta Negra é fruto de uma parceria entre a TRIBUNA DO NORTE e a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, que busca para contribuir com a revitalização da praia de Ponta Negra.

Após os 15 dias destinados à participação do público via internet, o material será analisado e tabulado pelos técnicos da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, e exibidos durante audiência pública que será realizada na sede da Procuradoria-Geral de Justiça no dia 16 de agosto, às 9h. A partir desta audiência, poderão ser dados encaminhamentos para a construção do escopo de revitalização da praia.

Fonte -Tribuna do Norte
Postado por Fernando Caldas

sábado, 7 de julho de 2012

MORRE O HOMEM, VIVE O POETA E A LEMBRANÇA DO POLITICO PERMANECE


 
A familia perdeu o homem, o ente querido, o Estado da Paraiba o politico e suas lembranças, bom tribuno, orador clássico, polêmico, eloquente e audaz.
 
Morreu aos 76 anos Ronaldo da Cunha Lima ex-governador e outros influentes cargos eletivamente escolhido pelo voto popular. Vitima de um CA pulmonar desde 2.011 reagia ao câncer, perdeu a Paraiba, o Nordeste e o Brasil um grande democrata, mas o ceú ganhou um inteligentíssimo poeta.
 
Conheci o vate paraibano nos áureos tempos do meu mandato de vereador em 1983, fiquei impressionado com sua oratória em um célebre discurso num encontro do Partido em Natal.
 
Uma certa vez conversei com ele e seu irmão deputado federal Fernando Cunha Lima ( in memorian) aqui em Carnaubais, na cidade velha, cidade histórica atualmente.
 
Esse feliz bate-papo foi na mercearia de Toinho de Angelina, ele visitava Carnaubais, seu mano havia comprado uma propriedade no municipio, tendo como gerente o grandalhão Zequinha Paraibano. A geopolitica paraibana ficou mais pobre neste sábado com a morte do politico/poeta, boêmio intelectual, Ronaldo da Cunha Lima, que descanse em paz ao lado dos grandes oradores paraibanos: José Amèrico de Almeida, João Agripino, Raimundo Asfora e outros renomados tribunos da Paraiba: "Masculina, Mulher Macho Sim Senhor".

 

"Eu vou mandar rosas para para alguém triste
Lindas rosas, rubras, perfumadas.
Vermelhas rosas dizem que o amor existe
e as brigas que tivemos
nunca mais teremos.

E, quando alguém triste receber rosas
Lembrará sorrindo da tolice."
(....)

quinta-feira, 5 de julho de 2012


George Soares: não me denominei autor da ideia que inclui Maxaranguape na região metropolitana de Natal



Em face de nota postada em seu conceituado blogue com o título “Economista contesta deputado George Soares” presto os seguintes esclarecimentos:
 1. Em tempo algum me denominei autor da ideia, recém-aprovada pela Assembleia Legislativa do RN, que inclui o município de Maxaranguape na Região Metropolitana de Natal, iniciativa da qual apenas fui porta-voz na Casa e que mereceu a honrosa solidariedade dos meus pares;
2. Minha motivação neste intento foi exclusivamente atender pleito me exposto por duas lideranças que prezo e respeito em Maxaranguape, o ex-prefeito Amaro Saturnino e a prefeita Neidinha; ou seja, não interpreto como plágio o atendimento a uma reivindicação,através de um projeto de Lei, que atende a legítima vontade do povo daquele município;
3. Se o Sr. Irineu Lima se intitula autor da ideia, posso louvar sua iniciativa, mas não vejo como ela progrediria no contexto municipal se, para validá-la, teria que ser submetida – como o foi – ao crivo da Assembleia Legislativa do RN, por se tratar de projeto em nível deLei estadual e não municipal;
4.Insisto que, em nenhum instante, constam declarações minhas arguindo a paternidade de tal iniciativa, visto que apenas fui intermediador de um anseio de autênticos signatários de Maxaranguape e de seu povo de maneira geral;
5. Considero que o feito é motivo de comemoração e não de ranço ou outro sentimento menor, visto que, se o Sr. Irineu Lima concebeu a proposta, de acordo com suas declarações, deveria festejar o fato de, 12 (doze) anos após apresenta-la como plataforma de candidato a vereador, finalmente pode vê-la aprovada e aguardando as formalidades para ser sancionada pela governadora, que inclusive pode vetar o projeto;
6. Devo citar que, com a inserção de Maxaranguape na Região Metropolitana de Natal,haverá a valorização dos seus imóveis, integração a projetos e programas sociais voltados para a Região, redução de tarifas telefônicas e de transportes intermunicipais, dentre outros benefícios sociais;
7. Portanto, concluo reafirmando que agi apenas como condutor de um pleito maior do município, expresso por suas lideranças e outros segmentos organizados da cidade, e com o único propósito de fazer jus ao papel de representante do povo, função a que me propus quando me exibi como candidato a deputado estadual e que tive o privilégio de merecer a confiança das lideranças locais e de uma expressiva parcela dos eleitores de Maxaranguape.
Cordiais saudações
Deputado George Soares
 
Fonte - Do Blog Juscelino Franca
 

Machadinho lança hoje o livro Politica Em Atos e Fatos



O esritor potiguar de Assu, João Batista Machado - Machadinho como e chamado intimamente, .lança hoje, 5, as 6 horas, o seu livro intitulado Política em Atos e Fatos, nas dependencias da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. O livro conta fatos que vivenciamos na politica nacional.

Vale a pena conferir o livro de Machadinho, esse norte-rio-grandense imortal que dignifica o Assu e a terra potiguar.

Fernando Caldas


Aposentado com doença grave poderá ganhar bônus de 25%

05/07/2012 - 10h04 | do BOL


O aposentado do INSS que tiver complicações de saúde poderá receber um adicional de 25% no valor do benefício para pagar um cuidador.

A proposta que concede o reajuste foi aprovada ontem pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e agora segue para a análise da Câmara dos Deputados.
Se for aprovada, deverá ainda passar pela presidente Dilma.

Hoje, o valor adicional é pago, direto no posto do INSS, apenas para os aposentados por invalidez que têm uma doença agravada depois da aposentadoria.

O Senado pede que o valor seja ampliado para qualquer aposentado do INSS que sofra complicações de saúde e que precise de cuidados permanentes de terceiros.

O autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS), diz que a norma deverá ser aprovada pelo Congresso ainda no segundo semestre, mesmo com o chamado recesso branco --como haverá eleição, muitos parlamentares tiram licença para poder disputar ou apoiar seu partido nas eleições municipais.

Postado por Fernando Caldas

Consulta a mais um lote de restituições do IR será liberada na segunda-feira

Publicação: 05 de Julho de 2012 às 10:23

A Receita Federal liberará na segunda-feira (9) a consulta ao segundo lote de restituições do Imposto de Renda Pessoa Física 2012. O dinheiro será depositado no banco no dia 16 de julho. As datas de pagamento dos lotes regulares de restituições começou no dia 15 de junho e vai até 17 de dezembro.

Rodrigo SenaConsulta a mais um lote de restituições do IR será liberada na segunda-feiraConsulta a mais um lote de restituições do IR será liberada na segunda-feira
A consulta poderá ser feita na internet no endereço www.receita.fazenda.gov.br. É possível também obter informações por meio do Receitafone, no telefone 146. Serão liberadas também da malha fina restituições de declarações dos anos de 2011, 2010, 2009 e 2008.

Caso o valor não seja creditado no dia 16, o contribuinte poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil para requerer a restituição ou ligar para a central de atendimento do banco - 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (deficientes auditivos) - a fim de agendar o crédito nominal em conta-corrente ou poupança em qualquer banco.

Os contribuintes com direito à restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) podem receber o aviso da liberação do dinheiro por mensagem de texto enviada para o telefone celular, previamente cadastrado.

De acordo com a Receita, a mensagem será remetida sempre que a restituição for disponibilizada para resgate. O contribuinte poderá cancelar ou alterar o número do celular para o recebimento da mensagem SMS. Para fazer o cadastro, o contribuinte deverá acessar o endereço.

* Fonte: Agência Brasil

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. O art. 42 da Lei nº 8.213/1991 expõe o conceito legal de invalidez como aquele que for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação profissional para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Esse benefício só será devido enquanto o beneficiário permanecer na condição de inválido. A lei considera incapaz aquele que, por causa da doença, do defeito físico ou mental, se encontra na absoluta e permanente impossibilidade de desenvolver qualquer trabalho. Porém, a incapacidade deve ser permanente e substancial, vez que insusceptível de reabilitação para qualquer trabalho que garanta a sobrevivência.

Carência
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social. Em caso de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho ou de qualquer natureza (acidentes causados por trauma ou por exposição a agentes nocivos, que resultem em lesão corporal ou perturbação funcional), não é exigido carência. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas depois que, a partir da nova filiação à Previdência Social, o segurado contribuir com 1/ 3 da carência, ou seja 04 contribuições, onde somadas às anteriores totalizem 12 ou mais contribuições.

Isenção de Carência

Se o segurado for acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado de doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS), ou ainda contaminação por radiação, com base na conclusão da medicina especializada, terá direito ao benefício desde que mantenha a qualidade de segurado, não exigindo o pagamento das 12 contribuições (não é exigido carência).

Pagamento

Se o trabalhador estiver recebendo auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez será paga a partir do dia imediatamente posterior ao da cessão do auxílio-doença. Se o trabalhador não estiver recebendo auxílio-doença: Empregados - a partir do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e o pedido decorrerem mais de 30 dias; Demais segurados - a partir da data da incapacidade ou a partir da data de entrada do requerimento, quando solicitado após o 30º dia de afastamento do trabalho; Se a Previdência Social for informada oficialmente da internação hospitalar ou do tratamento ambulatorial, após avaliação pela perícia médica, a aposentadoria começa a ser paga no 16º dia do afastamento ou na data de início da incapacidade, independentemente da data do pedido. Este pagamento é suspenso quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho, quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho e quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS.

Valor do Benefício

A aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do salário de benefício, caso o trabalhador não esteja em auxílio-doença. O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à média dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. O segurado especial (trabalhador rural) terá direito a um salário mínimo, se não contribuiu facultativamente.

Reavaliação

O segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independente de submeter-se a exames médicos-periciais, a realizarem-se a cada dois anos, e independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do pagamento do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Suspensão do Contrato de Trabalho

De acordo com o art. 475 da Consolidação das Leis do Trabalho a aposentaria por invalidez suspende o contrato de trabalho, e não o extingue. Essa conclusão resta confirmada pela Súmula nº 160 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. A legislação previdenciária prevê a submissão do aposentado por invalidez a perícias médicas periódicas a fim de se verificar se o trabalhador mantém-se inabilitado para o labor. Há, pois, a possibilidade de volta ao trabalho. Nesse sentido reza os artigos 43 e 47 da Lei nº 8.213/1991. Assim, uma vez que durante o recebimento desse benefício o contrato de trabalho encontra-se suspenso, não se há de falar em pagamento de "verbas rescisórias" apenas porque houve a aposentadoria por invalidez, sem dispensa ou demissão.

1. A aposentadoria por invalidez depende, para a sua obtenção, da convergência de dois requisitos: o primeiro, relativo ao cumprimento do período de carência, e o segundo, expresso na incapacidade total e permanente para o trabalho.

2. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente ao trabalho, terá sua aposentadoria automaticamente cessada a partir da data do retorno às atividades e ainda, os valores que foram recebidos indevidamente deverão ser devolvidos.

3. Se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor da aposentadoria por invalidez será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação, ainda que a soma ultrapasse o limite máximo de contribuição.

Autor: Coluna Direito Doméstico -Jornal da Paraíba de 08.04.2010 - Assinada pelo Procurador Federal Paulo Souto

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ASSU ANTIGO


ASSU ANTIGO

 
Parque Infantil Palmerio Filho, construido na administracao do prefeito Arcelino Costa Leitao, onde hoje esta assentado o Banco do Nordeste - BNB.


 
Imagem do Facebook Radio Princesa do Vale.

Bela fotografia do Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia. A foto, salvo engano, fora tirada nos anos sessenta. Aquela importante instituicão educacional fora palco de muitas comemoracões civicas da terra assuense, alem de bailes elitizados no salão realizado pela sociedade assuense, nos anos cinquenta e começo de sessenta. Deu lugar também ao Campos Avancado do Açu - Prefeito Walter de Sá Leitão, no início dos anos setenta. + historia a conta sobre a Escola ZéCorreia, como ainda chamam os mais antigos do Assu.



ASSU ANTIGO

 
Imagem do Facebook Radio Princesa do Vale.

Bela fotografia do Grupo Escolar Ten. Cel. Jose Correia. A foto, salvo engano, fora tirada nos anos sessenta. Aquela importante instituicao escolar fora palco de muitas comemoracoes civicas, alem de bailes - no salao daquela escola - realizado pela sociedade assuense, nos anos cinquenta e comeco de sessenta, deu lugar tambem ao Campos Avancado do Acu - Prefeito Walter de Sa Leitao, no inicio dos anos setenta. + historia a conta sobre a Escola Ze Correia, como ainda chamam os mais antigos do Assu.

Obs. Os leitores deste blog que me desculpe os erros de ortografia pois estou com o teclado do meu computador desconfigurado.

Fernando Caldas 
Ministério da Saúde destina recursos para construção de Unidade de Pronto Atendimento 24 horas em Assú

O Ministério da Saúde divulgou a lista de municípios que conseguiram no prazo de 6 de junho a 19 de junho, cadastrar e postar todos os documentos finalizando o processo de seleção pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2 para a construção de  Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas). Para o ano de 2012, Assú foi o único município selecionado no Rio Grande do Norte, a ser contemplado com o repasse de recursos destinados para a construção de uma UPA.

Responsáveis por prestar atendimento de média complexidade, como vítimas de acidentes e problemas cardíacos, as UPAs contribuem para desafogar as urgências dos hospitais do SUS e reduzir o tempo de espera por atendimento. Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades dão conta de atender, sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar, 97% dos pacientes que as procuram.

As UPAS 24h estão inseridas na rede Saúde Toda Hora, implantada pelo Governo Federal com o objetivo de reorganizar o atendimento de urgência e emergência dos hospitais do SUS. A rede integra, além dos hospitais, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192).

De acordo com informação da secretaria municipal de Saúde da prefeitura do Assú, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) que será construída em Assú ficará localizada na parte Oeste do cidade, na região dos bairros Alto São Francisco/João Paulo II.

Enviado por AD Comunicações


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sem parar: Mariano Tavares volta à cena musical
 
Por Redação em 01/07/2012 às 16:30 - Gaseta do Oeste
Novo trabalho que será lançado no dia 5, às 22h, no Séletc Nouveau
FOTO: DIVULGAÇÃO
 
Mariano Tavares: de Rimbaud a Shakespeare

Mariano Tavares faz parte da nova geração de músicos do Estado. Lançou seu primeiro trabalho com músicas autorais e um estilo diferenciado. "O SoBrado" (2005) foi apenas o início da carreira de Mariano Tavares. Agora, ele retorna com um novo CD, intitulado "Sem Parar", que faz justiça à disposição do artista em continuar produzindo um repertório ligado à poesia e à música folk.

Mariano destaca que o título do novo trabalho foi inspirado da canção que abre o disco, mas também se refere à relação que mantém com o palco e com a canção, que, apesar dos aparentes hiatos, nunca se interrompe. Na perspectiva do artista, involuntariamente o álbum Sem Parar acabou resultando num grupo coeso de canções que, cada uma a seu modo, acabam dialogando com a ideia de tempo, e se reportando "à continuidade de tudo aquilo que não controlamos no mundo: a natureza, o sonho, o amor, o acaso, a beleza, o futuro, a inocência, a morte; tudo aquilo que desliza nos espaços da vida, continuamente, ininterruptamente, sem parar".

Para ele, neste novo trabalho o objetivo é sempre o de conseguir alcançar uma voz própria, que não remeta a influências, mas a um discurso musical e poético próprio, autoral. "Por outro lado, nunca nos livramos daquilo que nos formou ou forma-nos enquanto artistas, daquilo que lemos, vemos ou ouvimos durante toda a vida. Influência é uma questão de observação e assimilação não apenas de outros discursos artísticos, mas da própria vida, da experiência. Para mim, em Sem Parar há uma presença clara do folk e do country norte-americanos, que eu tenho ouvido muito nos últimos tempos. Mas, até já me disseram que isso só fica claro para mim mesmo. No mais, são as influências de sempre: a canção tradicional brasileira, a música regional e o rock, diluídos nessa tentativa de encontrar o próprio som, a própria voz", declara o artista.

Segundo Mariano, de modo geral, o novo disco vem sendo muito bem avaliado e recebendo excelentes críticas. "Para mim, um álbum nunca é uma simples coletânea de peças avulsas, mas uma obra inteira, um grupo de canções que representa as visões de um momento que o artista está vivendo. Durante o processo de gravação, lembro que gostava de observar como ele ia, aos poucos e quase involuntariamente, se convertendo numa obra inteira e coesa. Comparando-o com O SoBrado, meu primeiro álbum, penso também que Sem Parar é uma obra mais orgânica, com uma presença corpórea mais clara, mais aparente e mais sensível. Vejo-o como uma evolução, nesse sentido. Acho que ainda há muito o que esperar desse álbum, estamos apenas começando, fazendo agora os primeiros shows e tentando trilhar esse caminho movediço e cheio de incertezas que é o de apresentar uma obra autoral inédita", salienta.

Avaliando o cenário musical do Estado, o músico acredita que podemos estar vivendo "o melhor momento da música popular no Estado, em termos de produção e volume, sobretudo porque só vejo crescer nos artistas uma consciência em relação à ideia de autoria. Creio que a construção da tal "identidade local", ainda que eu não seja chegado a regionalismos extremados, passa necessariamente por aí, pela composição, pela construção de um discurso que nasça e dê frutos aqui, para depois trilhar outros caminhos. Produz-se muito mais música no Rio Grande do Norte, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, do que nas décadas anteriores. Estuda-se mais e melhor também", explica, reforçando que em Mossoró essa consciência ainda está engatinhando. "Vejo os músicos daqui ainda muito presos à reprodução da obra de artistas consagrados. Isso os distancia de um trabalho artístico mais profundo, e da construção de um discurso próprio, autoral. Porém, a chegada do selo DoSol à cidade me parece ser uma luz para isso tudo. Se eles conseguirem desenvolver aqui o mesmo trabalho que vêm desenvolvendo em Natal há anos, vai ser uma evolução e tanto", diz.


‘Pouquíssimas vezes me arrisquei a publicar versos’

A poesia sempre esteve presente nos trabalhos de Mariano Tavares. "A literatura me acompanha em tudo, tanto no meu trabalho artístico e acadêmico quanto na vida mesmo", explica. "Talvez ela me inspire muito mais na forma de viver e de estar no mundo, moldando minha sensibilidade, as vontades, o espírito. Claro que existem escritores especiais, aqueles que vivi mais ou dos quais me aproximei mais, sobretudo os poetas, que mais me interessam. Shakespeare, especialmente, construiu a obra mais impressionante que conheço. Embora seja um lugar comum dizer isso, não há como fugir desse feito. Além dele, releio sobretudo Walt Whitman e Fernando Pessoa, que considero, cada um a seu modo, os dois maiores poetas da literatura. Mas há tanta gente, e em tantas línguas. Wilde, Rimbaud, Dylan Thomas, Sylvia Plath, Emily Dickinson, Drummond, Lorca, é difícil citar", fala, sorrindo.

Porém, apesar de toda a carga de leitura que pode "respingar" no trabalho, Mariano procura uma voz própria. E, diferente de muitos de seu tempo, dedica-se a compor poemas que estejam, já em sua gênese, ligados à música. "Pouquíssimas vezes me arrisquei a publicar versos como poemas, sem o suporte da canção. Digo isso no sentido tradicional: aquele que concebe com sendo um poeta o sujeito que arquiteta versos sobre a página em branco do livro. Acho mesmo que não sou um poeta. Mas a história da literatura antiga está aí para provar que a canção e o poema são faces de um mesmo truque, de uma mesma magia, de um mesmo poder", explica.

Para ele, a forma como um texto ou uma canção nasce nunca é a mesma, a inspiração e a vontade podem vir de qualquer lugar e a qualquer hora. "Há canções que simplesmente 'chegam', como se estivessem prontas e caíssem sobre você, vindas de algum lugar além do seu, enquanto outras podem demorar meses para ficarem prontas, precisam de lapidação, trabalho, transpiração. Muitas vezes nascem de um pensamento, de uma vontade, de uma frase guardada, de uma exigência sua, ou do mundo", complementa.

O DISCO
Baseando-se principalmente nas canções do álbum, o show de lançamento do álbum reconstitui sua sonoridade ao mesmo tempo universal e regional, contemporânea e tradicional, para compor pequenas reflexões sobre o tempo do amor, do sonho, da natureza e da morte.

A banda que acompanhará o cantor é formada por músicos da cena potiguar que participaram diretamente da elaboração do cd: o pianista e co-produtor do álbum, Humberto Luiz (teclado, contrabaixo), e o guitarrista Alison Brazuka (violões, guitarra), além do baterista Gustavo Almeida. Juntos, o trio forma a banda Brazuka Jazz, que atua no cenário da música instrumental em todo o Brasil. Para o show em Mossoró, Mariano contará também com a participação especialíssima da cantora Renata Falcão.

Tendo como base principal as canções do novo CD, no repertório do show Mariano Tavares incluiu ainda a canção Idade de Ouro (poema do Francês Arthur Rimbaud musicado pelo artista, inédita em disco), novas versões para algumas canções de seu primeiro álbum (Dias de Espera, Disfarce e Carnaval), além de releituras para clássicos de Raimundo Fagner, Los Hermanos e Gilberto Gil.
Depois da apresentação em Mossoró, o show segue com apresentações já marcadas em Assu (07/07) e Natal (14/07).

Uma marcante lição de cidadania



Roberto Guedes (*)

Quando terminarem de ler "Política - Atos e Fatos", vocês compreenderão porque este livro me surpreendeu tanto, e tão agradavelmente, quando devorei todas as suas letras, linhas e páginas antes de o texto final chegar ao prelo, forçando-me a reconhecer que até então conhecia seu autor, o jornalista e historiador João Batista Machado, o nosso "Machadinho", bem menos do que ele se me apresenta agora, quase cinquenta anos depois de entrarmos muito impregnadamente um na vida do outro.

Antes de tudo, carimbo meu reconhecimento. Por dever de justiça.Machadinho foi bom de bola nos tempos de adolescente em seu Açu com cedilha e em Mossoró. Sabe-se que foi estudante mais do que mediano no Colégio Diocesano do padre Sátyro dos anos cinquenta e início dos efervescentes sessenta. Passou depois a líder de entidade estudantil em Natal, onde iniciou e praticou todo o seu jornalismo, que, pela competência e perenidade profissional, com certeza o levaria, se quisesse, ao sucesso também nos maiores centros do país.

Preso à força telúrica que aqui manteve muita gente boa, como o legendário Luiz da Câmara Cascudo, ficou a vida inteira no chão potiguar, onde também se descobriu capaz de contar a história em muitos e bons volumes, desses que, como exigem os leitores mais exigentes, fazem muito mais do que ficar em pé nas estantes.Machadinho chega hoje a seu décimo livro consagrado como um dos melhores periodistas contemporâneos do Rio Grande do Norte, onde também se afirmou nesta década como o mais profícuo historiador político.

Conhecendo-o muito de perto, não deveria ser surpreendente para mim, portanto, o conteúdo de "Política - Atos e Fatos", cujos originais, depois de reunidos e consolidados, Machadinho me emprestou para que melhor pudesse me integrar, através deste texto metido a prefácio, à obra prestes a ser impressa.

Sou leitor cativo de todos os livros anteriores de Machadinho, e não perco o que ele publica em jornal desde que o conheci e à sua séria e ética dedicação ao jornalismo.Lembro-me de tê-lo adicionado ao rol de grandes amigos no finzinho de 1.967, começo de 1.968, quando me acostei à redação do "Diário de Natal" da ladeira da avenida Rio Branco em demanda da Ribeira, onde, todo dia, de segunda a sábado, antes do meio-dia, entregava no mínimo três matérias dignas de chamada de primeira página para o vespertino e pelo menos uma maior, mais ampla e de muito maior profundidade, para o hebdomadário "O Poti".

A nossa era uma redação altamente permeável, quente e barulhenta, em tudo diferente das gélidas salas de digitação dos jornais de hoje. O silêncio quase sepulcral destas nem de longe lembra o quanto naquela sala era preciso concentração e conscientização profissional para se produzir de dentro para fora numa interação devassadora com o mundo exterior.

Para começar, a redação não era redação. Era tosca, grotesca linha de montagem. Ocupava um imóvel projetado para ser loja e tinha uma grande porta de subir, metal, como fronteira em face da Rio Branco. O calor e a necessidade de luz natural exigiam que durante todo o tempo a loja, situada do lado do sol, ficasse aberta, permitindo que todo tipo de gente a penetrasse, aqui também no sentido de invadir. Uma de suas extremidades guardava grandes rolos de papel para impressão, e uma passagem escura fazia a ligação com a oficina de seu Januário, uma grande figura humana de mansidão a toda prova, um dos melhores chefes de oficinas que o jornalismo já conheceu. Era a fronteira entre o matraquear de nossas máquinas de datilografia e os linotipos, máquinas de derreter chumbo e impressoras de Paulo Leão, Zé Neguinho, Tota e tanta gente boa que interagiam com os jornalistas, principalmente nos balcões etílicos da vizinhança, numa maravilhosa igualdade fraternal.

Num ambiente de estúpido desconforto físico, ali Machadinho trabalhou com muitos colegas que nos ensinariam de cima para baixo, na igualdade do aprendizado, e de baixo para cima, com humildade enriquecedora. Há quem diga que, ressalvando a época do surgimento do "Diário de Natal", quando uma verdadeira plêiade de jornalistas se uniu para criar o periódico, o tempo de iniciação de Machadinho na casa foi o melhor na história da grande integração entre o jornal e a população natalense.

Peruei parte desta epopeia, e posso dizer: foi o tempo de brilhantes escritores da crônica perseverante e cotidiana de Natal. Ali Machadinho conviveu com o maior exemplo para todos nós, o grande Berilo Wanderley, a quem terminaria levando a se tornar assíduo do "Bom Miguel", lá no Beco da Lama, onde se tomava a melhor meladinha para abrir o apetite antes do almoço, a preparada por Nazir do apelido machadiano.

Suou e se divertiu com o saudoso Domício Ramalho, aprendeu com Sanderson Negreiros, até hoje seu irmão de fé, Francisco de Assis Barbosa, João Gualberto Aguiar, a maior esperança de jornalismo de nossa geração, Lauracy Costa e Antonio Melo, que chegaria muito longe onde todo repórter provinciano daqui gostaria de vencer, nas melhores redações do país. Conviveu bem com todos os repórteres policiais da casa, de Nilo Lourival Ferreira a Pepe dos Santos, passando também por Danilo Santos, que viajou muito cedo, e se divertiu com tiradas bissextas do diagramador Josué Maranhão, que depois seria sucedido por Carlos Jorge, Gení Alves, Marluce e Zé Meira, adiante o responsável pela condução do processo de implantação do sistema "off set" de impressão do jornal.

Curtiu carraspanas do legendário fotógrafo Paulo Saulo e ajudou a abrir caminho para que um adolescente precocemente amadurecido chamado Edilson Braga se iniciasse na profissão como fotógrafo para tempos depois tornar-se respeitado chefe de redações.
Absorveu as ótimas piadas do maior repórter esportivo que o Rio Grande do Norte já conheceu, o grande Everaldo Lopes, e tomou muitas lições de exercício profissional e carraspanas com outro monumento de nossa geração, Rubens Lemos, para ele o eterno "Migüim" da esquerda atuante e das raízes da música popular brasileira original e tradicional.

Na outra extremidade da corda cultural, conviveu maravilhosamente com o grande divulgador da modernidade universalizante do Tropicalismo e da poesia-processo, movimentos que não o atraíam, o saudoso repórter Alexis Gurgel, somente "Machó", corruptela de "Majó", um dos apelidos que lhe aplicou fraternalmente. Quando o colunista social Paulo Macedo adentrava a loja de escrever, Machadinho ainda encontrava tempo para ouvir suas prosas cosmopolitíssimas.

Nosso expediente na redação do então vespertino era pela manhã, mas à tarde ele ainda encontrava tempo de baixar no mesmo terreiro para conversar com os colunistas que só então visitavam a casa, o analista político Leonardo Bezerra, o "Nêgo" de nossas afinidades, e o grande cronista lírico Aderbal de França, que se assinava "Danilo" de merecidas reverências.


Liso de fazer dó, fora da redação Machadinho convivia com ricos e poderosos e mesmo assim não melhorava de vida, porque também para ele o produto tinha que vir, ética e honestamente, do suor de seu trabalho. Pontual em tudo, inclusive pagamentos, sofria muito porque o dinheiro não rendia os trinta dias. Vivia pendurado em birôs de gentes de bancos amigos, levantando e reformando papagaios que lhe eram viabilizados pela adimplência invariável.

Também o vi muito diante do diretor comercial da editora, o grande Silvino Sinedino, negociando vales de adiantamento salarial que sua persuasão sempre arrancava entre sorrisos.

Não tinha rodante no tempo em que os mais bem situados já possuíam seus carros velhos, do Ford Prefect que Zé Meira compraria a João Neto quando este passou para um Dauphine, ao fusca azul de Sanderson e a um automóvel bem conservado em que muitas vezes Dodó Ramalho o carregava, ao contínuo

"Biroquinho" e a um ou outro agregado, para excursões etílicas pelas muitas bocas da Natal ainda boêmia.
A serviço, só se deslocava na Kombi do jornal, confabulando com Pedro, o motorista que em tempos melhores passaria a chefe dos setores de circulação e de transporte. Só chegou à casa própria quando o programa habitacional do governo federal lhe permitiu comprar uma em Mirassol para pagar a perder de vista.

Enfrentando todo tipo de dificuldade, era um repórter altamente permeável para absorver tudo dos entrevistados, e seletivo para não se confundir com eles. Num texto enxutíssimo, mostrava-os como eram ou como seu olhar de objetividade profissional os via, sem se acumpliciar com os personagens.

Da grande dignidade do saudoso Monsenhor Walfredo Gurgel, o Governador com quem ele conversava todo dia, com direito a entrar a qualquer hora no seu gabinete, no Palácio Potengí, e na residência oficial, ao deputado Fidélis do Amaral Neto, que outros jornalistas e muitos políticos rebatizariam como "Amoral Nato", quando este vinha trazer à base de lançamento de foguetes de Barreira do Inferno seu programa de reportagens para a rede Tupi de televisão, "JB Machado", como Machadinho se assinava no início da carreira, sabia tornar-se interlocutor confiável pela seriedade.

No dia em que um político o atraiu para perto de si, largou a redação para assumir a assessoria de comunicação do governo do Estado no mandato do hoje falecido Tarcísio Maia. Sabia que em jornalismo o assessoramento não se compatibiliza com o batente em veículo de informação. Também por isto, entrou para a história como um dos melhores coordenadores de comunicação social no executivo potiguar, desenvolvendo uma carreira especializada que o mostrou muito bem na prefeitura de Natal e nos últimos anos no Tribunal de Contas do Estado.

Eclético, sem prejuízo de sua dedicação preferencial pelo noticiário político, o Machadinho de batente de jornal incursionava em todas as áreas onde pudesse haver boas reportagens e entrevistas à espera de um repórter de primeira linha. Isto o levou a viagens pelo esporte, pela música e outras manifestações da inteligência humana, sem prejuízo da primeira obrigação, o cumprimento dos três pontos da pauta diária que o jornal impunha a todos os seus repórteres, e de sua acuidade quanto a apresentar o lado humano das ocorrências que descrevia.

Encontrava tempo para esta beleza de desempenho profissional sem prejuízo de outro vínculo empregatício que estabelecera antes de entrar numa redação, um posto no governo do Estado, conquistado ainda nos tempos de colegial em Assu e Mossoró; sem gazear aulas da Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza, hoje integrada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). E cuidava para sempre que possível não faltar ao expediente sentimental até no máximo às 22 horas junto à namorada, após o que ainda aceitava reuniões com amigos e colegas na "Palhoça" de seu Damasceno até com direito a descidas rumo à "Galinha de Mãe" e aulas de dança no "Francesinha" de saudosa memória.

Seriíssimo na conduta e na produtividade profissional, surpreendia-me que de repente, em nossa redação, sem interromper a datilografia de um texto, "Machadinho" contasse uma piada ou soltasse oralmente uma brincadeira capaz de fazer o mais sisudo colega soltar um largo sorriso redação adentro e afora. Sua tirada ensejava as mais diversas manifestações e levaria à criação, pelos colegas, de verdadeiras marcas registradas de humor. O "Bom, basta!" de BW, como ele citava e convocava Berilo, fez história como chamamento ao riso.

Intrigava-me agradavelmente saber como Machadinho ainda encontrava tempo para tantas destas ações profissionais e de relacionamento enquanto urdia, feito formiguinha ou abelha, uma de suas mais profícuas criações, a fabricação de apelidos que ainda hoje o caracteriza.

Houve deles que se imortalizaram para todos nós, mas chamava nossa atenção o transformismo que o autor impunha a algumas de suas criações.

Fui e tenho sido alvo de uma dessas metamorfoses. Fui "Gênio", depois "Óxigênio", com acento no ó, adiante "Xênio", depois voltei a "Óxigênio", e quando menos esperava estava reduzido ao "Óxi" com que me trata até hoje.

A melhor dessas trajetórias de apelidos foi uma que marcou um rapaz que montou um misto de barzinho e lanchonete alguns metros acima da redação, quase na esquina da Rio Branco com a ladeira com que a rua Juvino Barreto trazia o trânsito de Petrópolis para a Ribeira e vice-versa, onde servia um bife acebolado de botar água na boca.

Ao saber que ele se chamava Vicente de algum sobrenome, Machadinho logo passou a tratá-lo como "Vicente Celestino", referência ao grande menestrel de antanho. Adiante, "Vicente Celestino" se limitou a "Celestno" para meses depois passar a ser apenas "Tino". Outros meses adiante, Machadinho lhe devolveu à completude da palavra.

Porém, decerto achando pouco o "Celestino" desprovido do nome original, apensou ao apelido o sobrenome de famoso diretor do Atheneu, o professor Celestino Pimentel. De repente, orgulhosos ex-alunos do Atheneu abrigados numa mesma redação se alegravam ao serem servidos pelo nome do velho mestre. Isto, porém, durou apenas semanas, porque Machadinho amputou o "Celestino" que na sua tessitura mental havia atraído o "Pimentel".

Passou a chamar Vicente apenas de "Pimentel". Quando nós começávamos a nos acostumar com a nova qualificação, porém, ele cortou "Pimen", tratando como "Tel" o coitado do Vicente, que ria a valer com essas novas certidões de seu nascimento. Ficou assim durante outras semanas, até um dia Machadinho apensar ao apelido de ocasião um pré-nome da literatura.

Assim, Vicente foi "Guilherme Tell" até o autor impor um apelido à sua nova denominação. Desta forma, o mesmo Vicente de origem passou a ser "Gui Gui". Ao que me consta, este apelido reinou enquanto trabalhei na redação de Machadinho, na época já transferida para o prédio do antigo cinema Poti, na avenida Deodoro, no alto de Petrópolis. Não me surpreenderia, porém, se Machado tivesse carimbado o preparador de tira-gostos com muitas outras denominações a partir daí, pois, muito fiel às suas ligações, não deixou de frequentar o bôínho de Vicente depois de migrar para a nova sede do "Diário de Natal".

Senhor de uma lhaneza sem afetação a toda prova, Machadinho tem sido homem de coragem cívica e física. Atestam-no algumas ocorrências que surpreenderam muitos de nós. Certo dia, um motorista de ônibus o trancou na subida da "Rio-Bahia", que leva da Cidade Alta ao Alecrim, e ele se irritou ao ponto de resolver tirar satisfação. Ultrapassou o grande veículo e numa manobra perigosa fê-lo parar abruptamente, quase batendo em seu automóvel. Desceu do carrinho, onde ficaram seus filhos, dirigiu-se à porta dianteira do ônibus, disse o que quis com o condutor e chamou-o para as vias de fato.

Covardemente, o "chofé" desceu do veículo trazendo consigo uma grande alavanca de ferro, e mesmo assim Machadinho não recuou. Atracou-se com ele, tomou-lhe a ferramenta, dominou-o e emprestou-lhe muitas cacetadas de punho cerrado. Até hoje me pergunto se então ele pensou que enquanto brigava com o motorista o cobrador do ônibus poderia, em solidariedade ao companheiro de trabalho, desequilibrar a contenda.

As azáfamas da vida nunca o modificaram. Pelo contrário, sublimaram nele o jornalista e o escritor que almejava ser ainda quando, nas ruas e praças de Assu, era o menino de dona Letícia, o "João de Edinor", varão entre uma palma de irmãs num núcleo familiar altamente unido, querido e respeitado em sua terra natal, como pude testemunhar desde o final dos anos sessenta, quando visitei a cidade pela primeira vez.

Visto o perfil de João Batista Machado que a memória me proporciona, desembarco na apreciação do texto de "Política - Atos e Fatos" para confessar a surpresa que me impôs. Toda vida li e com muito gosto todos os escritos de Machadinho que chegaram às minhas pupilas. Sempre vi o bom texto jornalístico em jornal e criações ainda mais elaboradas em seus livros.

Quando me falou sobre o décimo título, deixou claro que reuniria artigos que publicou nos últimos dois anos e meses no matutino impresso "Novo Jornal". Cada um num dia da semana, ele, eu, Albimar Furtado, Franklin Jorge, Jomar Morais, Paulo Tarcísio Cavalcanti e outros jornalistas conterrâneos, alguns dos quais brilham também na reportagem do periódico, atuamos no "Novo Jornal" como colunistas ao lado de alguns autores oriundos de outros campos profissionais que dão verdadeiros "shows" de escrita e cidadania. É o caso da professora Eleika Bezerra e do empresário Bira Rocha, para não me estender muito e adotando-os como modelo desta contribuição ao periódico.

Na entrega, Machadinho preveniu-me para um caso de "dejavu", como diria Franklin, pois reveria textos que já havia absorvido no dia a dia do jornal. É aí que reside minha descoberta. Lidos separadamente, um a cada semana, os textos completam isoladamente seu desiderato de esmiuçar determinados assuntos, algumas ocorrências e uma ou outra evocação. Belo trabalho de repórter, e ponto final.

Quando os sorvi de uma levada só, missão que aguarda cada um de vocês, deparei-me não mais com as várias árvores de um jornalismo cotidiano, e sim com verdadeira floresta de cidadania.

Um texto sobre Tancredo Neves pode preencher seu papel ao tentar esgotar a focalização do personagem, o mesmo que ocorreu com relação a João Goulart e outros nomes nacionais e locais, da mesma forma como uma nuvem de ternura paira sobre seu depoimento a respeito de a doce e meiga figura humana de dona Tereza Maia, a primeira dama do governo potiguar que, distante de olhares de curiosos, cultivava amizades com pessoas simples da fauna natalense, como Dalila de Redinha, a famosa preparadora de "ginga", iguaria de peixe frito com tapioca cuja qualidade depende da mão de quem a traz ao mundo.

No dia a dia de Machadinho repórter, uma reverberação contra a corrupção pode exaurir o tema, a exemplo de outro texto que enfrenta a desonestidade que firmou jurisprudência no Brasil. A mesma plenitude ocasional se vê num outro artigo sobre as organizações não governamentais que vivem de explorar dinheiros governamentais ou nouto, sobre a oposição aos variados dutos infamantes que a corrupção construiu em todo o país.

Antes de receber os originais do livro, eu conhecia todas as árvores descritas por Machadinho no alto da sexta página do "Jornal de Hoje". Tinha convicção de que compartilharia um reencontro textual. Quando mergulhei na nova leitura, deparei-me não mais com as árvores, mas com uma grande, imensa floresta que vem a ser o conjunto da obra contida neste livro. Nada de reencontro com enfoques isolados. Eis-me diante de um grande tema, que perpassa todos os textos.

É como se desde a redação do primeiroo artigo, Machado se impusesse desenhar um mapa sem que cada pedaço perdesse outros objetivos específicos. Assim como Ernest Remingway descreveu a inflação que corroia a Alemanha do fundo do poço após o "crash" de 1.929 sem sugerir ao leitor que lhe tivesse incutindo uma preocupação inescapável em relação ao problema e seus possíveis desdobramentos, um dos quais, o pior deles, se imporia através da ascensão do nazismo.

Impressionou-me no livro o quanto Machadinho extrapolou o espaço do jornalista e do historiador para nas linhas e entrelinhas dos mais variados textos compor obra una, na qual a gente vê projetar-se um ente rarefeito nas sociedades brasileira e potiguar destes anos. Refiro-me ao cidadão, para dizer que "Política - Atos e Fatos" é uma verdadeira ode à cidadania, à necessária capacidade de reagir, à irresignação contra os malfeitos que agridem a alma do brasileiro e que, infelizmente, ainda não fez a população acordar para um levante em defesa pelo menos das futuras gerações de patrícios.

Quem começar a ler este livro pensando em atos e fatos de política estará, como eu, predisposto a enfrentar algo que o título sugere e terminará reconhecendo que conheceu um conteúdo muito maior e melhor do que a proposta aparentemente contida no título. Para mim, o verdadeiro título deste livro é a Cidadania que o autor nos recomenda em todos os teclares de seu texto.

Com este livro, João Batista Machado demonstra estar se credenciando a no futuro receber dos conterrâneos leitores o absoluto reconhecimento como autor de uma grande contribuição à formação moral dos futuros cidadãos norte-rio-grandenses. Natal, 03 de maio de 2.012.

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(*) Prefácio do livro "Política em Atos e Fatos", que o jornalista e historiador João Batista Machado lançará na próxima quarta-feira, 4, às 18 horas, na sede da Academia Norte-rio-grandense de Letras

domingo, 1 de julho de 2012

Memórias de um velho imigrante

Publicação: 30 de Junho de 2012 às 00:00

Yuno Silva - repórter

A memória de Natal enquanto centro urbano ainda é um grande e incompleto quebra-cabeças, onde lacunas históricas são preenchidas aos poucos e a revelação de novos detalhes atiçam a curiosidade quanto à formação da própria identidade da capital potiguar. Dentro desse contexto, um novo capítulo sobre a cidade será conhecido a partir das lembranças do italiano Rocco Rosso (1899-1997). Como uma verdadeira colcha de retalhos, as lembranças de Rosso, que chegou no RN em 1926, foram costuradas pelo genro Carlos Roberto de Miranda Gomes e organizadas no livro "O velho imigrante", a ser lançado na próxima quinta-feira (5), às 19h, na Academia Norte-Riograndense de Letras.
 Rodrigo SenaEscritor Carlos Roberto de Miranda Gomes transforma em livro as memórias e as paixões do italiano Rocco Rosso.Escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes transforma em livro as memórias e as paixões do italiano Rocco Rosso.

O título sai com a chancela da Sebo Vermelho Edições e da União Brasileira de Editores (UBE-RN), e pode ser encarado como uma biografia ampliada devido a presença de informações preciosas sobre a época em que Natal era uma importante base para a aviação mundial como documentos, relatos, fotografias e anotações colecionadas ao longo de quase sete décadas por Rocco. Entre as várias pérolas garimpadas por Carlos Roberto, 72, no acervo do sogro, uma deverá reacender a contestada passagem do aviador e escritor francês Saint-Exupéry pelo Estado.

"Apresento uma versão pessoal para o episódio, a partir de documentos, reportagens e fotografias reunidas por Rocco", disse Miranda Gomes por telefone à reportagem do VIVER. O autor explica que teve o cuidado de incluir opiniões divergentes sobre o fato polêmico: "As fotos que estão no livro foram feitas por Rocco, que trabalhava na base aérea e tinha o hábito de fotografar as pessoas que passavam por lá. Ele identificou a pessoa nas duas imagens publicadas no livro como sendo Exupéry, e não vejo motivo para inventar uma história dessas", acredita. Rosso mantinha cadernos com recortes de jornais, chegou a ter três mil, "mas quase todo esse acervo foi comido por cupins. Sobrou muito pouco", lamentou o escritor.   

Também advogado e pesquisador, Gomes lembra que as possíveis imagens do francês durante sua passagem por Natal começaram a ser contestadas algum tempo depois, quando disseram que era "apenas" uma pessoa parecida.

Segundo Carlos Roberto, que dedicou boa parte de um capítulo para esmiuçar o assunto, há depoimentos, reportagens, registros históricos e estudos sobre os relatos do aviador afirmando ser muito difícil para Exupéry descrever a geografia da região se não tivesse passado por aqui. "Há argumentos dos dois lados, mas os mais fortes dão conta dessa passagem", informou, lembrando que o fotógrafo João Alves de Melo (1896-1980) fez fotos do período e que um livro está para ser editado pela família com a comprovação (ou não) da presença ilustre em solo potiguar. "Eu vi a foto, mas a família não permitiu fazer uma cópia", garantiu.

Contemporâneo dos fotógrafos Jaecy Emerenciano e Valdemir Germano, ambos vivos, Rocco Rosso nunca solicitou naturalização e considerava-se cidadão brasileiro.

RÁDIO E TELEVISÃO

Ferido durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), Rocco Rosso voltou ao front como operador de rádios e técnico em eletrotécnica. Com o fim do conflito e o mundo em plena recessão, o italiano, que já tinha parentes no Rio de Janeiro, resolveu atravessar o Atlântico em busca de novas oportunidades. "O Brasil era tido como o 'Eldorado' na época, e como ele tinha brevê de piloto e entendia de mecânica de aviões logo conseguiu um emprego na empresa que viria a ser a Air France", contou Carlos Roberto.

De acordo com o autor, Rosso ajudou a instalar várias bases de rádio pelo país e quando estava trabalhando no Recife, em 1936, resolveu trazer a família para morar em Natal. Foi responsável pela instalação da central de rádio na base aérea de Parnamirim "e durante esse período viu muitos pilotos aterrissarem e decolarem".

O imigrante italiano atuou na aviação até o momento do Brasil tomar partido. "Quando o país passa a integrar o time dos Aliados, preferiu sair da base com medo de ser acusado de alguma possível sabotagem que viesse a acontecer", informou. Ainda há outra versão para a saída de Rosso da base: a representação da empresa onde trabalhava foi desativada aqui em Natal. "Depois disso, abriu uma oficina na Ribeira e passou a consertar aparelhos eletrônicos".

Rocco Rosso manteve o ponto no número 45 da Travessa Argentina até 1962, entre 1963 e 64 foi morar em Belém (PA), mas acabou retornando à Natal quando a filha casou-se com Carlos Roberto de Miranda Gomes.

Irmão do arquiteto Moacir Gomes, projetista do estádio Machadão, o autor de "O velho imigrante" lembra que Moacir trouxe uma televisão do Rio de Janeiro quando Natal ainda nem tinha emissoras. "Rocco acabou inventando uma antena e conseguíamos assistir, muito precariamente, alguns programas exibidos em canais de Pernambuco". O fato despertou interesse de amigos, que resolveram investir no novo negócio: fincaram uma antena em um ponto alto da cidade "e foi a partir disso que as lojas da cidade começaram a vender aparelhos de televisão por aqui"; e assim Rosso passa a consertar rádios e televisores, indo trabalhar nas Casas Régio até se aposentar nos anos setenta.

Fonte - Tribuna do Norte

CONVENÇÃO DO PR DE ASSU

O Partido da República realizou na manhã de sábado, 30, a sua convenção que homologou as candidatiras de George Soares e Danúbio Medeiros, com a presença do deputado federal João Maia, vereadores, lideranças e o povo em geral, sem esquecer os políticos veteranos Ronaldo Soares e Edgard Montenegro.  

 
Fotografia do blog Juscelino França.


Assu inscreve mais de 2 mil estudantes

Um total de 2.003 estudantes foi inscrito para participar da etapa regional dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Norte na jurisdição administrativa da 11ª Diretoria Regional de Educação. Além disso, foram registrados 120 professores que atuarão como treinadores e instrutores. O evento contará com 14 modalidades esportivas, segundo informação transmitida pelo coordenador geral da etapa, o professor de educação física Túlio César de Medeiros Almeida(Foto). Ele adiantou que já está definido para quarta-feira próxima, no auditório da 11ª Dired, durante o período matutino, o Congresso Técnico para os professores/instrutores e representantes de estabelecimentos escolares inscritos para a competição. "O congresso será para tirarmos todas as dúvidas, respondermos todas as eventuais indagações e já promovermos o sorteio dos confrontos escolares tanto nos esportes individuais quanto coletivos", explicou Túlio César. Ele informou que a partir do dia 12 deste mês será disponibilizada a tabela dos jogos no portal eletrônico da Codesp - Coordenadoria de Desportos - da Secretaria Estadual de Educação e Cultura, na internet. O coordenador da etapa regional dos jogos na região declarou que será obedecido fielmente o cronograma que, em março passado, foi entregue a todas as escolas da jurisdição. No dia 8 de agosto, uma quarta-feira, às 20h, ocorrerá a cerimônia de abertura da fase regional, no Ginásio Poliesportivo Deputado Arnóbio Abreu, em Assu.
 
Fonte: O Mossoroense

TERRA NATAL
 Por Willy van Gurgel, poeta assuense

- Assú
- Terra querida aonde eu nasci
- De um céu sempre azul
- É a cidade que nunca esqueci
Berço das minhas infantilidades
E das minhas brincadeiras mil
Só me faz relembrar com saudades
Da escolinha e do parque infantil
- Da namorada que luzia
- E me prendia o coração
- Das serenatas que fazia
- Acompanhado ao violão
E as saudades ainda do amigo
Dos meus bailes no Municipal
Como é triste arrastar o castigo
De viver longe da TERRA NATAL

Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).