segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


















De: Cristina Costa

Tirem de mim a vida
mas não me peçam
para viver de maneira
que eu perca minha fé.
Que eu desista dos meus sonhos
que eu tenha que sorrir
quando quero chorar.
Não me peçam para ser mentira
quando preciso ser verdade.
Viver de mentiras
é julgar-se poderoso demais
e sobre tudo é não temer o amanhã.
E o amanhã é tão incerto
falho e abstracto.

♪ ☼ ♪ ♥˜˜”*°•.ƸӜƷ✿❤❤`*.¸.*´✿❤

Na vida paixões vão e vem 
mas amores  verdadeiros nunca são esquecidos
Lições sempre são aprendidas
oportunidades nunca são perdidas.
A razão de tudo o que existe está no desconhecido
Viver e saber viver são duas faces opostas.
Eu aprendi que não há dor que permaneça
Não há amor que dure eternamente.
Não há ferida que não sare 
embora fique alguma cicatriz
Não há problema sem solução
e não há como não viver depois de uma desilusão.
Todo o que acontece 
e cada pessoa que passa na nossa vida
nos remete a uma aprendizagem 
e nos faz professores de alguma experiência que tivemos.
Compartilhar sentimentos e momentos 
é enriquecedor e doloroso
sempre chega o momento em que já aprendemos aquela lição
e isso implica a passagem para uma nova fase
a um novo desconhecido.

♪ ☼ ♪ ♥˜˜”*°•.ƸӜƷ✿❤❤`*.¸.*´✿❤
Na vida a paixões vão e vem
mas amores verdadeiros nunca são esquecidos
Lições sempre são aprendidas
oportunidades nunca são perdidas.
A razão de tudo o que existe está no desconhecido
Viver e saber viver são duas faces opostas.
Eu aprendi que não há dor que permaneça
Não há amor que dure eternamente.
Não há ferida que não sare
embora fique alguma cicatriz
Não há problema sem solução
e não há como não viver depois de uma desilusão.
Todo o que acontece
e cada pessoa que passa na nossa vida
nos remete a uma aprendizagem
e nos faz professores de alguma experiência que tivemos.
Compartilhar sentimentos e momentos
é enriquecedor e doloroso
sempre chega o momento em que já aprendemos aquela lição
e isso implica a passagem para uma nova fase
a um novo desconhecido.

De: Cristina Costa

SOU FILHO DO TEMPO

Sou lavagem de roupa

com sabão de oiticica

na lavanderia do açude.



Sou um pé de juazeiro

com os frutos caídos

e os animais comendo.



Sou maxixe e quiabo

misturados na panela de barro

com feijão verde.



Sou a bola de meia

na rua de areia

a brincar feliz.



Sou nota de cigarro

brincadeira de menino,

tá na hora de almoçar.



Sou uma tarisca de queijo

um pedaço de doce

e uma fatia de bolo.



Sou pão doce

com refresco de k-suco

ensolarado na feira de sábado.



Sou a cachaça

você é a tilápia

na calçada da Força e Luz.



Sou a banda do 16

no Country Club,

você é o folião.



Sou o cinema paroquial

Tarzan é o filme

na noite de domingo.



Sou o banho de chuva

à noite o coaxar

e a alegria dos sapos.



Sou filho do tempo

de um sonho verdadeiro,

mais-que-perfeito.


Marcos Calaça, jornalista (UFRN)

foto de Delicadezas.
╰☆╮Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansado de bagagens pesadas. Daqui para frente quero apenas o que couber no bolso e no coração.

 Cora Coralina
Dul ╰☆╮



















Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansado de bagagens pesadas. Daqui para frente quero apenas o que couber no bolso e no coração.

Utilidade pública

domingo, 3 de fevereiro de 2013


CARTAS DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO A LEDO IVO E CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Maria da Conceição Silva Dantas Monteiro (UERN)
conceicaomonteiro@uern.br

Introdução

O movimento modernista marcou a história cultural do país ao propor um novo modo de ver e de pensar a arte. O projeto modernista – idealizado por Mario de Andrade e seus pares - tinha como foco o retorno às origens. Também pregava o equilíbrio entre o erudito e o popular, por isso trouxe a público discussões sobre temas pouco explorados, até então, pela literatura. Um desses temas foi a cultura popular, com suas inúmeras manifestações, dentre as quais se insere a literatura popular, também chamada de poesia matuta.

No Rio Grande do Norte destacaram-se vários escritores produzindo, especificamente, esse gênero poético. Dentre os que publicaram, alguns poetas mereceram a atenção de Luís da Câmara Cascudo: Zé Praxedi, Newton Navarro e Renato Caldas. Com seu Fulô do Mato, este último, poeta popular açuense tornou-se conhecido e conquistou o direito de ter, na segunda edição de seu livro, cartas escritas por Luís da Câmara Cascudo e enviadas para os poetas Lêdo Ivo e Carlos Drummond de Andrade. Mais tarde, elas foram transcritas para as edições seguintes da obra a qual se referia e, a partir de então, foram tomadas como prefácios. Essa trajetória percorrida pela carta até se transformar em prefácio é o tentamos esclarecer adiante.

1 Carta, prefácio ou carta-prefácio?

O gênero carta foi, por muitos anos, considerado uma das poucas, quiçá a única forma de estabelecer contato com alguém que estivesse distante do alcance da voz, por isso escrever cartas fazia parte daquele contexto. Luís da Câmara Cascudo, fazendo as vezes de articulador do movimento modernista no Rio Grande do Norte, usou essa ferramenta de comunicação com o intuito de trocar experiências com pessoas do mundo todo. E foi por esse motivo que, a partir da década de 20 do século XX, o intelectual potiguar passou a se corresponder com pesquisadores, críticos de arte, poetas e escritores, como Gilberto Freyre (FERREIRA, 2008), Joaquim Inojosa (ARAÚJO, 2012) e Mario de Andrade. A troca de cartas entre os pesquisadores da cultura popular se tornou objeto de estudo e está registrado em uma dissertação de mestrado (Cf. GOMES, 1999).

A carta - por ser um gênero íntimo e particular - carrega como conteúdo informações que deveriam ser compartilhadas apenas pela pessoa que a enviou/recebeu, mas nem sempre é assim; há registros de correspondências que vieram a público e que se tornaram objeto de estudo de pesquisadores, como é o caso dos prefácios em forma de cartas aqui estudados.

O prefácio, cuja função é antecipar informações sobre a obra que será lida a posteriori, e muitas vezes é considerado um texto marginal, tem sua origem no latim praefatio e no grego prólogos. Apresentar uma leitura das cartas, que foram usadas como prefácios, escritas pelo autor de O tempo e eu é o objetivo desse artigo. Serviram como pressupostos teóricos para fundamentar esse estudo as leituras da crítica dialética, corrente de pensamento discutida por Antonio Candido (1980).

Parece-nos estranho tratar de cartas como prefácios sem discutir antes o porquê de elas terem sido tratadas como tal, tendo em vista serem gêneros com funções relativamente diferentes. Com a intenção de esclarecer essa questão, vamos recorrer a outros estudiosos mais experientes. Em seu livro Retórica do silêncio I (1989), obra na qual discute acerca da função do prefácio, Gilberto Mendonça Teles afirma: ... todo texto destinado a recobrir os vários tipos de linguagem que se produz ao lado de uma obra literária, guardando com ela relações simétricas ou assimétricas, uma vez que procura reduplicá-la, explicá-la, reduzi-la ou colocar-se como índice de seu relacionamento com o mundo da literatura ou com as estruturas extraliterárias que a cercaram no momento mesmo de sua criação (TELES, 1989, p. 05).

Em sua tese, o pesquisador Cléber Santos Vieira também trata do mesmo assunto e esclarece:
Denominam-se prefácios todos os discursos liminares produzidos a propósito de determinado texto. Os vínculos sistemáticos, históricos e contextuais com o impresso converteram os prefácios em preciosas fontes de pesquisa da história do livro nos mais variados gêneros da cultura escrita (VIEIRA, 2008, p. 26).

A partir desse ponto de vista, entendemos por que as cartas, que fazem referência à obra e guardam informações sobre ela, podem ser consideradas como prefácios. O ponto de partida da análise dos prefácios cascudianos é a proposição de que a leitura destes viabiliza uma melhor compreensão da história da literatura, da memória cultural e da literatura produzida especificamente no Rio Grande do Norte.

2 Luís da Câmara Cascudo prefaciador

Luís da Câmara Cascudo iniciou sua história como prefaciador em 1921, ao publicar sua primeira obra Alma patrícia. A partir de então, passou a prefaciar obras da literatura mundial como Dom Quixote de La Mancha (1958). “Com Dom Quixote no folclore do Brasil”, é o título do texto de 17 páginas, publicado pela Editora José Olympio em uma coleção de cinco volumes, ainda na década de 1950. Nesse prefácio o escritor estabelece relação entre o folclore brasileiro e aspectos da cultura universal presentes no romance.

Prefaciou também obras da literatura brasileira como Til (1957), do romancista cearense José de Alencar e Cantos populares do Brasil, de Sílvio Romero (1954).

No Rio Grande do Norte prefaciou obras como Livro de poemas, do poeta Jorge Fernandes (1927), O arado, de Zila Mamede (1959) e Os instrumentos do sonho, de Doryan Gray Caldas (1961). Além de obras em prosa como O calvário das secas, de Eloy de Souza (1938) e Patronos e acadêmicos – Academia Norte-Rio-Grandense de Letras: antologia e biografia, de Veríssimo de Melo (1971), etc.

Essa busca pelo original também era uma forma de conhecer para preservar a tradição (literatura oral), mas tudo leva a crer que é por causa dessa tradição e pela

necessidade de mantê-la que Luís da Câmara Cascudo envia as cartas sobre o que se produz no Rio Grande do Norte a seus amigos escritores. Nas cartas, há indícios de que Luís da Câmara Cascudo era assumidamente um articulador do movimento modernista (ou pelo menos atuava como tal). Será que quando ele escrevia as cartas estava apenas apresentando um amigo a outro ou tinha consciência de sua real função?
Poder-se-ia dizer, então, que os modernistas para quem o prefaciador escreveu viam a poesia popular (matuta) como sinônimo de originalidade. Em Fulô do mato percebe-se a sensualidade como temática e o toque de humor. O título da obra remete ao espaço simples, rústico, mas inspirador do poeta.
Renato testou seus poemas, declamando oralmente, antes de publicá-los. Será que a leitura permite ao leitor perceber se há uma tensão estabelecida entre a tradição e a modernidade? O ritmo e a musicalidade prendem o leitor dessa obra, como podemos ver em: TROVA (CALDAS, 1984, p. 108)

Maria da Cunceição
Faça uma boa viagem
E leve meu coração
Dentro da sua bagage.
(...) Maria da Cunceição
Você fez boa viage?
Devolve meu coração
Qui foi na sua bagage.

Ao dissertar sobre o amigo poeta, o prefaciador declara: “Renato é miolo de arueira, não esquecendo ponta de prego que o riscou nem cheiro de flor roçando nas folhas” (CASCUDO apud CALDAS, 1984, p. 155)
O corpus da pesquisa de onde as cartas-prefácios foram retiradas é composto de aproximadamente 70 textos: prefácios, proêmios, apresentações, notas, orelhas, posfácios, cartas-prefácios e outros gêneros usados pelo escritor-prefaciador para apresentar/recomendar/comentar/referendar e/ou analisar as obras.

No conjunto do corpus representado, os textos foram catalogados, digitalizados, lidos, resumidos e previamente analisados, e em seguida separados em dois grupos: de 1920 a 1940; de 1950 a 1980, conforme podemos ver a seguir:

1º Momento 1920 a 1940

Alma patrícia, de Luís da Câmara Cascudo 1921
Versos, de Lourival Açucena 1927
Livro de poemas, de Jorge Fernandes 1927
Ensaios, contos e crônicas, de Afonso Bezerra 1930
O calvário das secas, de Eloy de Souza 1938
Várzea do Açu, de Manoel Rodrigues de Melo 1939
Cana caiana in Catimbó e outros poemas, de Ascenso Ferreira 1939
Várzea do Açu, de Manoel Rodrigues de Melo 1940
Crepúsculo, de Gabriel Gomes Sobrinho 1940
Viagens ao nordeste do Brasil, de Henry Koster 1941
Eu conheci Sesyom, de Francisco Amorim 1942
Fulô do mato, de Renato Caldas 1945
Fulô do mato, de Renato Caldas 1945

2º Momento 1950 a 1980

Natureza e história do Rio Grande do Norte, de João Alves de Melo 1950
Til,de José de Alencar 1951
Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes 1951
Roteiros da zona oeste, de Raimundo Nonato 1951
Natal do meu tempo: crônica da cidade do Natal, de João A. Guimarães 1952
Sertão de espinho e de flôr, de Otoniel Menezes 1952
Meu ideal, de Onel Nunes da Costa 1952
Luiz Gonzaga e outras poesias, de Zé Praxedi 1952
Cavalo de páu, de Manoel Rodrigues de Melo 1953
Depoimentos sobre Tobias Monteiro, de Nestor S. Lima e José Augusto Medeiros 1953
Cantos populares do Brasil, de Sílvio Romero 1954
Zelações, de Antídio de Azevedo 1954
Poesias, de Segundo Wanderley 1955
Sonetos, de Marcolino Dantas 1956
Versos que fiz para você..., de Josué Silva 1956
Danças folclóricas brasileiras, de Maria Amália Correia Giffoni 1956
Chico caboclo: e outros poemas, de Manoel Rodrigues de Melo 1957
Society, de Ellyssosio Guimarães 1957
Memórias de um retirante, de Raimundo Nonato 1957
Populário natalense, de Veríssimo de Melo 1957
Figuras e tradições do nordeste, de Raimundo Nonato 1958
O arado, de Zila Mamede 1959
Cantadores, de Leonardo Mota 1960
O tempo de solidão, de Walflan de Queiroz 1960
Crepúsculo, de Ivory Batista da Costa 1960
Chamas apagadas, de Letícia Galvão 1960
O sertão é assim..., de Zé Praxedi 1960
Os instrumentos do sonho, de Doryan Gray Caldas 1961
Panorama da poesia do Rio Grande do Norte, de Rômulo C. Wanderley 1961
Eu conheci Sesyom, de Francisco Amorim 1961
Estórias da figueira marcada, de M. Calvet Fagundes ( prefácio) 1961
Estórias da figueira marcada, de M. Calvet Fagundes ( notas) 1961
Você sabe por que...?, de Menezes de Oliva 1961
Saudade, teu nome é menina, de Maria Eugênia M. Montenegro 1962
Reminiscências de Natal de outrora, de Silvino Bezerra 1963
Para errar menos, de Severino Bezerra 1963
O pioneiro esquecido, de Augusto Fernandes 1965
Família Wanderley, de Walter Wanderley 1966
Lua qutro vezes sol, de Diógenes da Cunha Lima 1967
Sínteses, de Edinor Avelino 1967
Macau na poesia de Edinor Avelino, de Walter Wanderley 1967
O mar e outras descobertas, de Lucimar Luciano de Oliveira 1968
Dorian Gray: 25 anos de pintura, de Dorian Gray Caldas 1969
Patronos e acadêmicos – Academia Norte-Rio-Grandense de Letras: antologia e biografia, de Veríssimo de Melo 1971
Os olhos do lixo, de Socorro Trindad 1972
Uma tarde na vida das academias, de Walter Wanderley e Raimundo Nonato 1972
Memórias, de Eloy de Souza 1973
Gente da gente, de Walter Wanderley (prefácio) 1973
Gente da gente, de Walter Wanderley (nota) 1973
 Instrumento dúctil, de Diógenes da Cunha Lima 1975
Os signos e seu ângulo de pedra, de Doryan Gray Caldas 1976
Natal, USA, de Lenine Pinto 1976
A marcha de Lampião, de Raul Fernandes 1978
À sombra dos tamarindos, de Raimundo Nonato 1978
À sombra dos tamarindos, de Raimundo Nonato 1980
No ritmo da chuva, de Zelma Bezerra Silva 1980
Manual do boi calemba, de Deífilo Gurgel 1980
Uma canção ao entardecer, de Nilson Patriota 1981
Pensamento e ação, de Sylvio Piza Pedrosa 1984

Além das obras já elencadas há outras as quais não possuem referência temporal, mas trazem dedicatórias que podem indicar o ano de sua publicação, são elas: Introitus in Tempos humanos, de R. G. Nunes (1971?) ABC do cantador Clarimundo, de Newton Navarro (1955?), Noturno de Touros, de Nilson Patriota (?)

Partindo do princípio de que “monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação” (LE GOFF, 1994, p. 535), acreditamos serem as cartas-prefácios e os demais textos que compõem o corpus da pesquisa exemplos de “monumentos”, tendo em vista sua relação com o passado (tempo no qual foram escritos) e o presente (período em que foram estudados). Tais textos podem ser considerados, portanto, como “um legado à memória coletiva” (LE GOFF, 1994, p. 536). Eles servirão como referencial para se pensar o valor da literatura, seja ela local ou de qualquer outro lugar. No entanto, a cultura local dever ser considerada um elemento tão importante quanto os outros, na medida em que contribui para a relativização e compreensão de questões mais globais. Ou seja, vivemos em constante relação com os mais diversos contextos culturais, e podemos dinamizar os nossos pontos de vista, na medida em que os colocamos em relação com outros e refletimos sobre eles, pois como assegura Candido (2002):

Trata-se de um caso privilegiado para estudar o papel da literatura num país em formação, que procura a sua identidade através da variação dos termos e da fixação da linguagem, oscilando para isto entre adesão aos modelos europeus e a pesquisa de aspectos locais (2002, p. 86).

Nesse sentido, o crítico literário Antonio Candido (2002, p. 87) sugere que, quando se trata do literário, o dado local “se vai modificando e adaptando, superando as formas mais grosseiras até dar a impressão de que se dissolveu na generalidade dos temas universais”. Isso nos mostra que, na visão do escritor, local e universal devem se harmonizar no contexto da obra literária. E mesmo sabendo que o crítico literário não se referia ao gênero em estudo, percebemos que esse pensamento do estudioso pode ser aplicado a esse contexto.

Em 18 de agosto de 1945, Luís da Câmara Cascudo, por correspondência, apresenta Renato Caldas a Lêdo Ivo. O escritor da carta assim o anuncia:

 ...tenho toda a alegria em mostrar a você o meu velho camarada e amigo secular Renato Caldas, poeta de letras populares, cheio de verve e de obstinação mental, vivo como um pé de vento (CASCUDO apud CALDAS, 1984, p.155).

Com a certeza de que sua intermediação renderia uma aproximação entre os poetas, o emissor da carta acrescenta: “...eu peço para ele sua amizade natural, nos vários planos de coração e de espírito” (CASCUDO apud CALDAS, 1984, p.155). Ainda por meio de carta Luís da Câmara Cascudo apresenta o poeta popular Renato Caldas ao autor modernista Carlos Drummond de Andrade:

Peço licença para apresentar o meu velho amigo Renato Caldas, poeta, um dos mais conhecidos e amados desse nordeste, fixador de espírito popular, fornecedor anônimo de imagens que se tornaram folclóricas (CASCUDO apud CALDAS, 1984, p.155).

O prefaciador aproveita o ensejo e convida o autor de A rosa do povo para conhecer pessoalmente Renato Caldas e a região nordeste que, segundo Luís da Câmara Cascudo, Drummond de Andrade deveria conhecer.

Conclusão

A partir da leitura destas cartas- prefácios, pudemos observar a preocupação de Luís da Câmara Cascudo em estudar as obras produzidas no Rio Grande do Norte, a fim de organizar e posteriormente construir uma história literária. Por esse motivo, buscamos, neste artigo, analisar o conteúdo dos prefácios e assim consolidar o desejo expressado por ele de transformar os vários estudos sobre a literatura local em fonte de pesquisa sobre a temática. Desejo que ele registra no prefácio da obra Versos, de Lourival Açucena, em 1927.

Em duas breves missivas, o autor de Alma Patrícia apresenta Renato Caldas ao Brasil. Datadas de 18 de agosto de 1945, período no qual o poeta norteriograndense estava lançando uma segunda edição de seu livro Fulô do Mato, as correspondências são endereçadas aos poetas brasileiros Lêdo Ivo e Carlos Drummond de Andrade. Nas cartas constam informações sobre a personalidade do poeta açuense, bem como sobre sua obra, a qual Luís da Câmara Cascudo define como sendo representativa das “letras  populares”. O prefaciador não poupa elogios ao poeta e afirma que ele “É um modelo da força espontânea e clara dessa região...” (CASCUDO apud CALDAS, 1984, p. 156).

Luís da Câmara Cascudo não emite sua opinião, não aprecia criticamente a obra, faz apenas o seguinte comentário: “Renato vai publicar o livro dele, a segunda edição, segunda encarnação, mais gorda, ágil e sacudida” ( CASCUDO apud CALDAS, 1984, p. 155).

Luís da Câmara Cascudo não trata da obra, o destaque vai para a pessoa do poeta. Que critérios Luís da Câmara Cascudo utilizou para avaliar a obra de Renato Caldas? Será que ele conseguia estabelecer relação entre poesia popular (matuta) do poeta com o folclore.

Por que a poesia popular é considerada um gênero poético marginal? A leitura crítica dos dois prefácios nos possibilita dizer que é a estreita relação com a cultura popular que a elevou a esse status.

As reflexões feitas ao longo desse artigo não nos conduziram a conclusões, mas sim a outras questões e inquietações para serem pensadas em estudos futuros. Por isso ao invés de afirmar optamos por questionar.
Se o projeto modernista pesquisava sobre as manifestações legítimas e originais, isto é, conhecer para descobrir as tradições. Teria sido isso que levou Luís da Câmara Cascudo a enviar as cartas-prefácios a seus amigos poetas. Seria a obra Fulô do mato uma legítima representante da poesia matuta, dessa “nova” modalidade de literatura, desse “novo” jeito de fazer poesia? Ao enviar as cartas para Lêdo Ivo e Carlos Drummond de Andrade, 1945, estaria Luís da Câmara Cascudo buscando atualizar a discussão iniciada na década de 20, do século XX, por Mário de Andrade sobre cultura popular? Por que a poesia de Renato Caldas atrai a atenção do prefaciador? O que ela apresentava de “novo”? Temas, linguagem, estilo? Seria essa relação com a oralidade que agrada o prefaciador?

Referências

ALENCAR, José de. Til. 4. ed. Rio de Janeiro: 1957.
ANDRADE, M. Aspectos da literatura brasileira. 6. ed. São Paulo: Martins, 1978.
ARAÚJO, H. H. Cartas de Câmara Cascudo trocadas entre Joaquim Inojosa. Pós Doutorado. USP, 2012.
ARAÚJO, H. H. Modernismo: anos 20 no Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 1995.
CALDAS, Renato. Fulô do mato. 6 ed. Edições Clima. Natal/RN: 1984.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. In: Textos de intervenção  Seleção, apresentação e notas de Vinícius Dantas. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2002.
CANDIDO, A. Literatura e Sociedade: estudos de teoria e história literária. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1980.
FERNANDES, Jorge. Livro de poemas. 2. Ed. Natal: Fundação José Augusto, 1997. (Edição facsimilar de 1927).
FERREIRA, J. L. Gilberto Freire e Câmara Cascudo: entre a tradição, o moderno e o regional. 2008. Tese. (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
GOMES, Edna Maria Rangel de Sá. Correspondências: Leitura das cartas trocadas entre Luís da Câmara Cascudo e Mário de Andrade. Dissertação (Mestrado em Literatura Comparada) – Departamento de Letras. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1999.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão [et al]. 3. ed. Campinas, SP: UNICAMP, 1994.
MAMEDE, Zila. Luís da Câmara Cascudo: 50anos de vida intelectual, 1918-1968: bibliografia anotada... Natal, Fundação José Augusto, 1970.
VIEIRA, Cléber Santos. Entre as coisas do mundo e o mundo das coisas: prefácios cívicos e impressos escolares no Brasil republicano. Tese (Doutorado em Educação) - Departamento de Educação, Universidade de São Paulo, 2008.
SAAVEDRA, Miguel de Cervantes. Dom Quixote de La Mancha. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958. volume I.
TELES, Gilberto Mendonça. Discursos paralelos: a crítica dos prefácios. Goiânia: ICBC, 2010.
TELES, Gilberto Mendonça. Retórica do silêncio I: teoria e prática do texto literário. Rio de Janeiro: José Olympo, 1989.


Ari Toledo - A Idade do "éce"

Foto: Localizada no sul da Bahia, Caraíva é um mundo à parte dentro da Bahia. A começar pelo acesso ao vilarejo: é feito em pequenas canoas através do Rio Caraíva. Não é permitida a entrada de automóveis. As ruas de areia e as casas coloridas dão um charme todo especial a esse lugar. Além de oferecer inúmeras atrações durante o dia, como caminhadas, passeios de barco , à noite há diversas opções de bares, restaurantes e lugares para dançar. 

Porto Seguro, Bahia

Foto: Editora Peixes / Embratur

www.nacaonordestina.org

Localizada no sul da Bahia, Caraíva é um mundo à parte dentro da Bahia. A começar pelo acesso ao vilarejo: é feito em pequenas canoas através do Rio Caraíva. Não é permitida a entrada de automóveis. As ruas de areia e as casas coloridas dão um charme todo especial a esse lugar. Além de oferecer inúmeras atrações durante o dia, como caminhadas, passeios de barco , à noite há diversas opções de bares, restaurantes e lugares para dançar.

Porto Seguro, Bahia

Foto: Editora Peixes / Embratur

www.nacaonordestina.org





Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

 Florbela Espanca, do poema "Poetas"

foto da web.
"Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também."
- Florbela Espanca, do poema "Poetas"


Quem não é capaz de causar uma revolução dentro de si mesmo nunca conseguirá mudar as rotas sinuosas de sua vida. A maior miséria não é aquela que habita os bolsos, mas a alma '
Augusto Cury-

Dul 
╰☆╮Bom dia queridos amigos <3

' Quem não é capaz de causar uma revolução dentro de si mesmo nunca conseguirá mudar as rotas sinuosas de sua vida. A maior miséria não é aquela que habita os bolsos, mas a alma '
- Augusto Cury -

Dul ╰☆╮

sábado, 2 de fevereiro de 2013


Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canso de olhar as estrelas,

Caldas, poeta potiguar
Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canso de olhar as estrelas,

Caldas, poeta potiguar

Pedro Simões

Pedro Simões, "o Poeta imortal!
Tirou “a camisa da vida” e não morreu!
O seu corpo é que ficou no chão...
Como ficaram os seus versos e os seus rastros.
O espírito voou
Para alcançar
Um mundo diferente...
Nas estrelas ou nos astros."

Baile das Kengas animam as prévias de Carnaval


As "Kengas de Natal" já deram o ar da graça nas prévias carnavalescas da cidade. E a noite e a madrugada deste sábado pareciam não dar conta a tamanho mar de alegrias, irreverências e pitadas de humor. O tradicional baile das Kengas completou bodas de prata este ano. "Há 25 anos essas meninas curtem o seu carnaval com muita vivacidade", destacou Marcelo Vênia, um dos organizadores do evento.

 
A atriz Titina Medeiros foi coroada rainha das Kengas 2013 e a atriz Quitéria Kelly, a rainha dos artistas. A festa no clube América foi embalada pela banda Perfume de Gardênia.

Junte a cultura de um povo, mais uma criatividade sem limites, dá nisso. Que coisa linda!

De: Nação Nordestina
Junte a cultura de um povo, mais uma criatividade sem limites, dá nisso. Que coisa linda!



Sobre os Galvão


Publicação: 11 de Março de 2012 

José Arno Galvão [Advogado]

No livro “Goianinha”, que resta ainda inédito, mas que pretendemos editar ainda este ano, Hélio Galvão refere que Manoel Lopes Galvão, casado com Margarida Lins Accioly, deixou filhos, um deles, Francisco Lopes Galvão, sargento-mór, o mais antigo sesmeiro da região que então formava o município de Goianinha, o qual, casado com Joanna Dornelles, filha de Manoel Rodrigues Pimentel, gerou Joanna Lopes, Francisco Dornelles e Cypriano Lopes Pimentel. Este teria vivido em Goianinha, onde casou com Thereza da Silva, de quem teve os filhos Lázaro Lopes Galvão, Cypriano Lopes Galvão, Jorge Lopes da Silva, Archangelo Lopes Galvão, Estevam Lopes Galvão, Manoel Lopes Galvão (terceiro com este nome na família) e Luiza da Silva.

Desses, vou fixar-me de começo em Lázaro Lopes Galvão, o qual, com Maria Madalena de Jesus, gerou Manoel Alvares Galvão, José Barbosa Torres Galvão, Maria Perpétua, Luiza Angelica Torres Galvão, da qual descende Maria Angélica Torres Galvão que casou com Hermenegildo Joaquim de Freitas, de quem teve cinco filhos: Francisco Eutychio Galvão de Freitas, Aristarcho Ernesto Galvão de Freitas, Isabel Sylveria Galvão de Freitas, Rachel Philadelphia de Freitas e José Mamede Galvão de Freitas.

Este último, a quem, mesmo os parentes, tratavam por “José Mamede”, casou com Isabel Genuina Galvão de Freitas e foi pai de prole com nome ilustre e numerosa, embora tenham sobrevivido apenas quatro, além de Napoleão, havido fora do casamento: Manoel, Racine, Racine de novo, Sócrates, Antônio, Odília, Cecínio, Ismael, Helio, Wilson e Dácio. Essa Isabel, a quem chamávamos Vovó Belinha, descendia, pela linha paterna, de outro filho de Luiza Angélica, Luís Adolpho Torres Galvão, casado com uma outra prima, Josepha Raymunda, filha de José Belarmino.

Por outro lado, Jorge Lopes Galvão, cuja mulher, Joana Paula de Albuquerque, reza a tradição familiar, seria descendente de Joris Garstman. comandante da Fortaleza dos Reis Magos durante a ocupação holandesa e teria sido o responsável pela morte de Jacob Rabe, como vingança pela morte de seu sogro, João Lostao Navarro, deixou uma filha, Joaquina Torres Galvão, que veio a casar com José Barbosa Maciel, gerando cinco filhos, Antonia, Ignacio, Esmeraldina, Secundina e José Belarmino.

José Belarmino casou três vezes. A primeira, com Josepha Raymunda Torres Galvão, de quem teve oito filhos: Carlindo, Manoel Raymundo, José Belarmino, Finísia, Maria Olimpia, Joaquina, Josepha e Joaquim. Do segundo casamento, com uma prima, Josina Emília Torres Galvão, ficaram sete filhos: Lindolpho, Anna Rosa, Aurora, Josepha, Olyintho, Antonio e José. Como resultado da terceira união, ainda com uma prima, Beronisia Martins, houve nove filhos: Maria Amélia, Abilio, José, Abilio, Elvira, Maria, Beronisia, Isabel e Isabel.

De Anna Rosa, descendia entre outros com quem convivi, Josina Torres Galvão, que nós tratávamos por “Tia Lili” e Alberto Ricardo Torres Galvão, “Tio Yoyô”, que veio a casar em segundas núpcias com Beronisia Nysia Galvão Tavares, “Tia Dondon”, irmã de minha mãe.

Já a Josepha, que meu pai chamava “Tia Fefa”, tomou o nome de Josepha Torres Galvão, vindo a casar com Tertuliano Lins Caldas, com ele gerando dois filhos: José Lins Caldas, cuja descendência reside em Natal; o outro não foi senão o poeta João Lins Caldas, que morreu sem descendentes. O casal, depois de algum tempo. passou a residir em Assu, onde Caldas também veio a falecer, depois de ter andado pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Sobre ele, Helio Galvão publicou artigo, nesta Tribuna, com o título de “O poeta que morreu só”. Em outra oportunidade voltarei a falar de Caldas.

Elvira Alzira Torres Galvão, filha do terceiro casamento de José Belarmino, casou com Sebastião Osório Tavares, com ele gerando José Belarmino Galvão Tavares, Beronisia, citada acima, Iracy, Moacyr, Ulisses e Ilíria. Embora não os tenha conhecido, foi ensinado a chamá-los de Vovô Sebastião e Vovó Vivi. Hélio e Ilíria, ao casar, apenas repetiram uma atitude comum entre seus ascendentes e mesmo contemporâneos, a união entre parentes próximos. Na primeira versão do seu livro, Hélio registra apenas os filhos Sany, Hilton e Marta. 


Faltaram Lúcia, Hélio Filho, José Arno, Tarcísio Vital, Maria do Céu, Stella Maris, Maria de Fátima, Sebastião Sérgio, Dácio, Ana Maria e Andréia Clara. Desses, em nota manuscrita, ele noticiou parte, até Maria do Céu.

Aristarcho Ernesto Galvão de Freitas, a quem meu pai tratava por “meu tio Aristarcho”, parece ter sido o “inventor” da família, Fixou-se em Vila Nova, hoje Pedro Velho, onde instalou a primeira usina para tratar o caroço de algodão. Foi pai de Theophilia, João Baptista, Águeda e Manoel Gadêlha de Freitas, a quem chamávamos “Padim Dadeia”; era ele padrinho de Hilton e foi adotado por todos os outros. Casado com Maria Augusta de Medeiros em primeiras núpcias, teve Elma, Ilma, Zilma e Iedo, Em segundas núpcias, com Terezinha Dantas, gerou Manoel Gadelha Júnior, Max e Iama. Sua primeira mulher era tia pela linha materna de Mônica Furtado que se veio a casar com Jorge Luis de Araújo Galvão, filho de Mozart Galvão, este o único descendente de Tia Odília, que era minha madrinha.

Para variar, uma estorinha. Tio Aristarcho, parece ter sido muito hábil em trabalhos manuais e deixou uma escrivaninha, ao que se fala feita por ele mesmo. Esse móvel, durante muito tempo, pertenceu a Padim Dadeia. Após a morte deste, não sei como, veio parar na casa de farinha em Cabeceiras, município de Tibáu do Sul, toda desmontada. Dizia Hilton que havia sido dada a ele. Pedi-lhe mas sem sucesso, pois dizia que iria recuperá-la. Ameacei-o, informando que esperaria até determinada data, após o que mandaria buscar, restaurá-la e, claro, apropriar-me dela. Não deu outra! Está a escrivaninha hoje equipando e embelezando minha sala no escritório de advocacia. Propositadamente, coloquei sobre ela uma impressora a laser, para mostrar que a idade não afetou a utilidade.

E terminei ganhando outra. Falecendo Dr. Alvamar Furtado, Mônica indagou, por intermédio de Jorge, se tinha interesse em adquiri-lo: nem pensei duas vezes: está ela na minha biblioteca em casa.
 

"OPÇÃO PARA LEI SECA"

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Pedro Simões, poeta não morre!

Pedro Simões, potiguar de Ceará-Mirim, figura da melhor qualidade, partiu hoje. Advogado, professor, poeta imortal. Não conheci Simões pessoalmente, por isso não deixei de ser seu entusiasta. Meu amigo em Facebook. Que pena! Afinal, Simões. Poeta não morre, vai para outra dimensão! Imortaliza-se! E Simões, inspirado, escreveu, 'finalzinho da tarde chuvosa do sábado, 14 de maio de 2011', conforme adiante:

Antes do depois

Compreendi que teus silêncios
eram fraseados reticentes tão pálidos como a tua pele,
lacrimejavam e imploravam
olhos nos olhos, colo e cama
em desassossegado sossego.
Dei-te. E te deixastes sozinha
na tarde gris sabendo a chuva
ácida, numa meia-estação.
Havia uma leve insinuação
de violinos e um suave
timbre argentino, feminino.
Embora maio não se findasse
surpreendeu-me as violetas
que deixastes como fossem rastros
demarcando territórios e
os impossíveis infinitos de
tua busca, sem norte e sem
prumo, bússola despetalada.
Fostes. Fiquei desplantado pela
raiz, insepulto filisteu, eu
menos que um homem, um vegetal
que será húmus e sementeira
de improváveis semeaduras.

Natal, finalzinho da tarde chuvosa do sábado, 14 de maio de 2011.

Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está morto
e sente
já
um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar. 

[Mario Quintana, Eu ouço musica In: Apontamentos de História Sobrenatural, Editora Globo, 1976].



















Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está morto
e sente

um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar.

[Mario Quintana, Eu ouço musica In: Apontamentos de História Sobrenatural, Editora Globo, 1976].

Lembra-te: de cada ferida que provocas, recebes uma lembrança. Para que não te esqueças do poder que deténs!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

Lembra-te: de cada ferida que provocas, recebes uma lembrança. Para que não te esqueças do poder que deténs!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

São Miguel do Gostoso cria sua própria moeda para impulsionar a economia local; dinheiro está em circulação na cidade há um mês

gostoso2Cédula de 10 gostosos, o equivalente a uma nota de R$ 10 
 
Os moradores do município de São Miguel do Gostoso (no litoral do Rio Grande do Norte, a 134 km de Natal) passaram a contar com uma nova moeda, que está circulando há um mês nas ruas da cidade. O gostoso é uma moeda social criada pelo banco comunitário e aceito em vários estabelecimentos da cidade. A ideia de criar o banco comunitário veio das próprias associações do pequeno município no litoral potiguar. Com o dinheiro próprio, a meta é estimular o consumo e fortalecer a economia local.
“Está totalmente proibida a troca ou negociação desta moeda social por dinheiro. Ela só poderá ser utilizada como meio de bonificação, na aquisição de mercadorias, por serviços, com comércio ou pessoas conveniadas ao Banco Solidário de Gostoso”. As normas de utilização estão imprensas em cada uma das centenas de notas de 50 centavos, 1, 2, 5 e 10 gostosos, cédulas que circulam no comércio de São Miguel do Gostoso.
O município foi o primeiro do Rio Grande do Norte a aderir a um projeto desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, consequentemente, pioneiro a utilizar uma moeda própria como incentivo à economia local. “Nossa moeda tem valor agregado. A ideia é que os lojistas do município usem este dinheiro como complemento de renda, beneficiando seus funcionários, empregados e estimulando o nosso comércio”, explicou João Eudes Rodrigues, presidente da Associação de Mulheres, Jovens e Produtores de Tabua (AMJP), entidade gestora do Banco Solidário do Gostoso. “Sim. Também temos um banco”, acrescentou.
João Eudes explicou que, para o município criar o Banco Solidário do Gostoso, foi preciso mais de um ano de discussões. “Trata-se de uma iniciativa da UFBA. Existe um projeto chamado Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial (ITES), programa desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia, que executa ações do Governo Federal através da Secretaria Nacional da Economia Solidária”, disse ele. Ainda de acordo com o presidente, a proposta é a implantação de seis bancos semelhantes no Nordeste. “No Rio Grande do Norte nós fomos o primeiro”, orgulhou-se.
Gostoso no nome e na moeda
gostoso1Na cédula de 50 centavos tem a imagem do caju
“1 gostoso vale um real. E as notas tem total segurança”, disse João Eudes. O presidente da AMJP contou que as notas foram confeccionadas em pepel especial, semelhantes ao da moeda oficial do país. “Elas foram feitas pela mesma empresa que faz o real. Tem, inclusive, alguns dos mesmos itens de segurança que o dinheiro convencional tem, como numeração de série e marca d'água”, revelou.
Para cada valor impresso, foram escolhidas figuras que caracterizam o município. “Os desenhos foram selecionados a partir de muita discussão no conselho gestor do banco. Nossa ideia foi estampar coisas que nos representassem”, disse João Eudes. “Na cédula de 50 centavos tem a imagem de um caju, fruta típica da nossa região. Na de 1 gostoso tem a feira agroecológica. Na de 2 gostosos foi impresso a Tabua, planta aquática que serve para se fazer artesanato e que dá o nome à comunidade onde fica o banco. Na de 5 gostosos tem a figura de um pescador, símbolo da pesca. E na de 10 gostosos existe o Boi de Reis, trazendo a nossa dança tradicional”, explicou.
Com o banco, os moradores têm acesso a pequenos créditos de até 150 gostosos. O valor pode ser pago em até três vezes, sem nenhuma cobrança de juros.São Miguel do Gostoso RNSão Miguel do Gostoso, um destino muito procurado pelos turistas 
Os recursos do banco ajudam a fomentar compras e pequenos investimentos. "Mas nem tudo é gostoso. Há também empréstimos em real, que podem ser feitos para quem vai comprar em outra cidade", diz Diogo Ferreira Rêgo, que apoiou a criação do banco social potiguar.
Segundo a AMJPT, 1.000 gostosos estão em circulação na cidade. Conforme as regras definidas no estatuto, cada gostoso vale R$ 1. A moeda é aceita por estabelecimentos que assinaram um convênio e passaram a receber  a moeda como forma de pagamento por compras e serviços. (Com informações dos portais G1/RN e UOL).
 
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UM POUCO SOBRE MEUS ANTEPASSADOS

Meus bisavós chamados Manoel Cavalcante de Queiroz e Vigorvina Fontes Fernandes de Queiroz (Fotografias abaixo) nasceram na então Vila de Lu...