segunda-feira, 6 de maio de 2013

EM BUSCA DO SERTÃO NORDESTINO!


Publicado em 17/03/2013


Quando você acha que não pode nada por muitas coisas, quando muitos problemas surgem, muitas situações que parecem sem solução, o melhor para botar a cabeça no lugar é busca a natureza do nosso sertão nordestino.
Isso foi em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, onde fui visitar sítios arqueológicos e grutas em granito no alto de belas serras. Foi show de bola, mas eu só faltei botar os bofes prá fora! Mas também, com 4.5 de quilometragem no motor, mais de 100 quilos na carroceria, eu quase tive uma turica, um passamento. Mas não desisti não! O negócio de andar no sertão é devagar e sempre, respeitar a hora do sol a pino (procurar uma sombra) e curtir a natureza. A comida foi a boa e velha rapadura, uma paçoquinha, muita água e, já que ninguém é de ferro, um bom café Santa Clara, que esquentamos no meio do mato. O melhor mesmo são as companhias, as conversas, a contemplação. Isso aí rolou em um sábado. Saímos de Natal na sexta, fizemos a trip no sábado e depois voltamos para casa no domingão. Melhor que assistir Faustão e o hômi do Baú….
Até onde sei, não existe na maioria das cidades do interior do Nordeste algo preparado e/ou programado para atender o turismo. Exceção as que possuem atrativos que estão sendo trabalhados e são bem comentados. Normalmente realizo estas viagens com amigos, pessoas simples, cujo objetivo principal é fotografar e visitar locais diferenciados, de preferência com conotação histórica. Praticamente todas as cidade do nosso sertão possuem algum meio de hospedagem, mas muito são precários. Não faltam pessoas dispostas a guiar e o custo é muito baixo. Normalmente buscamos áreas serranas, que dão um trabalho danado para subir, mas lá em cima a vista é fenomenal. Vale o esforço. Umas pessoas já me criticaram dizendo que isso é “programa de índio”, então UGA! UGA! Forte abraço….

ÓCULOS RAY-BAN, REFERÊNCIA DE UMA ÉPOCA

Com seus inconfundíveis óculos Ray-Ban vemos o 2º tenente Charles R. Lambert, do 9th Photographic Reconnaissance Squadron, no cockpite do seu bimotor Lockheed F-5, na Índia, em 1944.
Com seus inconfundíveis óculos Ray-Ban vemos o 2º tenente Charles R. Lambert, do 9th Photographic Reconnaissance Squadron, no cockpite do seu bimotor Lockheed F-5, na Índia, em 1944.
Imagina-se que os óculos Ray-Ban foram criados durante a Segunda Guerra Mundial, pelo enorme sucesso  que este produto obteve junto aos aviadores. Na verdade os famosos Ray-Ban foram criados em 1936 pela empresa americana Bausch & Lomb, até hoje um dos principais fornecedores mundiais de produtos para a saúde ocular. Consta que a ideia da criação dos afamados óculos surgiu quando o tenente John A. Macready (um piloto de teste americano) voltou de um voo de balão e reclamou que o sol tinha danificado permanentemente seus olhos (ainda bem que este voo não foi em nosso Seridó em época de seca). Daí Macready entrou em contato com a Bausch & Lomb, explicando a situação e pedindo-lhes para criar óculos de sol que oferecem proteção e que tivessem um formato sofisticado.
Os técnicos da empresa criada em 1857 pelos alemães John Jacob Bausch e Lomb Henry, perceberam através da solicitação do piloto que deveriam criar um produto específico para a aviação. Como este setor do transporte estava em franco crescimento em todo o mundo, estava ali um interessante mercado.
Em 7 de maio de 1937, a Bausch & Lomb requereu a patente, e os óculos da marca “Aviador” (Aviator) foram disponibilizados para o público. O produto tinha armação de metal banhado com ouro, lentes verdes de vidro mineral para filtrar os raios infravermelhos e ultravioleta e o sucesso foi imediato. Pilotos da USAAF (United States Army Air Force) imediatamente adotaram os óculos de sol. 
O general Douglas MacArthur
O general Douglas MacArthur
O modelo “Aviador” da Ray-Ban tornou-se um estilo bem conhecido de óculos de sol. Um dos momentos mais marcantes deste produto durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu quando o famoso general americano Douglas MacArthur, ao realizar seu extremamente midiático desembarque na praia de Palo, na ilha de Leyte, Filipinas, em 20 de outubro de 1944, desceu de um barco de desembarque, andando ereto e confiante, molhando o seu uniforme e trazendo na cara os seus inconfundíveis Ray-Ban.
Douglas_MacArthur_lands_Leyte1
Depois da guerra a empresa desenvolveu vários novos modelos de óculos Ray-Ban, com constantes mudanças de cor, armações e lentes. Logo os modelos foram vistos nos rostos de estrelas de cinema, de TV e músicos.
A famosa marca de óculos de sol foi vendida em 1999 para o grupo italiano Luxottica e ainda continua em produção. Mesmo depois de setenta anos do seu lançamento os óculos Ray-Ban são um top em termos de  designer na indústria de óculos de sol.

domingo, 5 de maio de 2013


Renato Caldas cheio de graça

Renato, de manhã cedinho estando na praça Getúlio Vargas, é surpreendido por certo cidadão embriagado, dizendo: "Seu Renato. Eu sou macho, de família de gente braba do Piató (distrito do município assuense), que não abre pra homem nenhum! Diga aí uma pessoa da minha família ‘arrochada’, que o senhor conhece?" Renato sem nem pestanejar, respondeu: "Sua mãe!”

Renato, ao chegar à cidade de Rio de Janeiro, logo procurou um hotel. O proprietário daquela hospedaria logo advertiu: “Moço. O Senhor fique sabendo que aqui só tem um banheiro.” Renato pegou a chave e, logo que deixou sua bagagem no quarto saiu para comprar um pinico (aparelho usado em substituição ao vaso sanitário). No primeiro comércio que chegou, encontrou a mercadoria que desejava comprar, dizendo pro vendedor de tal modo: ‘Eu quero Aquele pinico.” Apontando com o dedo indicador pro produto que se encontrava visível. “O nome daquilo ali não é pinico, não! É nordestino!” Disse o vendedor: “Pois eu quero, disse Renato que, ao pagar e receber aquele objeto, soltou essa: “Amigo. Hoje à noite eu vou encher este ‘nordestino’ de carioca!”.

Renato nos idos de trinta, numa certa viagem de trem que fizera, salvo engano, de Angicos, interior potiguar, com destino à cidade do Natal, fumava inveteradamente. Naquele transporte, sentado de frente para ele, Renato, certa jovem que se encontrava grávida, em dia de parir, se encontrava de pernas arreganhadas, no dizer popular. Se dirigiu a ele com a seguinte advertência: "O senhor tá fumando muito. Dá pra apagar o cigarro! Não é por mim, não! É por conta desse inocente!" Disse aquela mulher alisando a barriga. Renato afagou a genitália e respondeu da mesma forma: "A senhora dá pra fechar as pernas! Não é por mim, não! É por conta desse inocente!"

Renato, na época da construção da Ponte Felipe Guerra, sobre o rio Piranhas ou Açu (ele trabalhou na construção daquela ponte construída pelo DNOCS). Pois bem, certa pessoa que morava a margem daquele rio, convidou Renato para o seu casamento. No instante das comemorações, dos comes e bebes, um dos convivas pediu a Renato para fazer uma saudação aos noivos. E Renato ao terminar a sua oração, saiu-se com essa: “Tomara que o noivo não encontre um solo explorado!” Para risos dos circunstantes.

Fernando Caldas



Laura Alves, "Uma história e(m) cordel'

















Se Me Esqueceres

Quero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda

Fruta da caatinga é usada para fazer sorvete no RN


ANGICOS


Pêlo, fruta nativa do semiárido, é o diferencial em sorveteria de Angicos. 
Empresa 'Sertão gelado' aposta nos sabores nativos para atrair clientes.
Sorvete é feito a partir do fruto da palma (Foto: Eduardo Mendonça/Sebrae).
Quem mora ou visita a cidade de Angicos, no Sertão Potiguar, se não provou, certamente ouviu falar do pêlo, uma fruta nativa da caatinga comumente encontrada na região do semiárido. Exótica, a fruta é proveniente da palma, uma espécie de cacto que vem se transformando em matéria prima para a produção de sorvetes.

A ideia é de Kaline Cristine de Castro, dona da sorveteria 'Sertão Gelado'. A fábrica é uma das novas incubadas do Sebrae, apoiada pela Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa).

“Temos como diferencial a inovação de sabores aproveitando as frutas da região”, disse Kaline. Além das frutas típicas da região, como manga, caju, umbu e abacaxi. O mais novo sabor é o sorvete da fruta do pêlo. “Iniciarmos por sugestão de um vizinho. Aceitei o desafio e quem degustou aprovou a novidade” comemorou a empresária. A sorveteria também testou outros sabores regionais como milho, tapioca e rapadura. Atualmente, a empresa tem uma produção mensal de 750 litros de sorvetes e 6.500 picolés de diversos sabores.
Kaline apostou em sorvetes exóticos como diferencial
(foto: Eduardo Mendonça/Sebrae).
A utilização do pêlo remete a uma tradição antiga dos moradores da cidade que tinham o hábito de consumir a fruta in natura com açúcar. “Quem é de Angicos conhece o pêlo e as muitas histórias envolvendo a fruta. Para reconhecer um angicano, basta olhar embaixo da língua para vê se tem pêlo, se tiver, não resta dúvida, é de Angicos”, brincou Kaline.

De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar R$ 10. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os pelos, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta – palmatória ou palma forrageira – é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.

Empreendedorismo

O desejo de montar o próprio negócio motivou a empresária a entrar no ramo da produção de sorvetes. Como acontece com a maioria dos pequenos empreendedores, as dificuldades eram muitas. “Começamos produzindo picolés para vender na escola, para depois iniciar o sorvete. Nem liquidificador a gente tinha. Os primeiros equipamentos foram comprados de segunda mão”, lembrou Kaline de Castro.

A empreendedora teve a convicção de que estava no caminho certo ao participar, em 2010, do seminário Empretec. Posteriormente, a sorveteria passou a ser atendida pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte para levar inovação tecnológica ao setor industrial. A empresária também teve de participar de cursos promovidos por fabricantes de maquinários para a produção de sorvete.

Kaline garante que os sorvetes do Sertão Gelado têm obtido boa aceitação e a fruta do pêlo veio para ser o grande diferencial, além de levar o nome de Angicos para outras localidades.

Fonte: G1

sábado, 4 de maio de 2013


HISTÓRIA

SEDES DA ESCOLA JOSÉ CORREIA

Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia - Assu/RN (atual Escola Estadual Tenente Coronel José Correia), fundado em 07 de setembro de 1911, funcionou durante 37 anos no prédio situado à Rua São Paulo (atual Rua Minervino Wanderley). Devido ao grande número de alunos e a falta de estrutura do estabelecimento foi construído, na Rua Coronel Wanderley, o prédio que até hoje comporta esta unidade de ensino. A inauguração deu-se no dia 02 de fevereiro de 1949. De lá até os dias atuais, já se vão 64 anos de atividades letivas, na atual sede.  
Alunos e mestres em frente ao Grupo José Correia - Rua São Paulo
Prédio do Grupo José Correia (Rua São Paulo) no período em que foi desativado
Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia na Rua Coronel Wanderley
Escola Estadual Tenente Coronel José Correia
Comemoração do Centenário - ano de 2011

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sinhazinha Wanderley


Maria Carolina Caldas Wanderley (1876-1954), poetisa, educadora, empresta o seu nome a uma das principais ruas do Centro da cidade de Assu, sua terra natal, bem como a uma escola municipal e uma praça. Ela é considerada como uma das precursoras do ensino moderno. 

"Intuitivamente adotava procedimentos educativos que mais tarde seriam introduzidos no ensino pela chamada "escola nova". Sinhazinha mesmo depois de aposentadatodos os dias se dirigia ao Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia, para oferecer flores aos alunos. 

Literariamente colaborou em jornais como Jornal do Rio Grande do Norte, Gazeta de Natal e Via-Láctea, além de A cidade, Jornal do Sertão e Atualidade, de Assu. Deu ainda a sua colaboração literária, na revistas Oásis e no Almanaque Literário do Município de Assu.

A sua obra poética, como, Trovas Infantis, Dramas Escolares, Palestras Infantis, Lira das Selvas e Musa Sertaneja, não veio ainda a ser publicada. Tem apenas um livro, publicado postumamente sob o titulo de Paisagem da Minha Terra, 1990, organizado, salvo engano, pelos escritores assuenses Celso da Silveira e João Batista Machado. 

Sobre ela, Sinhazinha, escreveu a professora Rosa Nália de Sá Leitão Pinheiro, dizendo:

 "( ...) Essa professora desenvolveu suas atividades de ensino por mais de quarenta anos naquela cidade, contribuindo para a formação intelectual de várias gerações, e permanecendo até hoje viva na memória de seus contemporâneos. Foi responsável pela introdução de novas atividades no dia a dia da sala de aula, por exemplo atividades lúdicas através de jogos, da música e da poesia, diferentemente da prática austera que predominava naquela época. Esta professora foi, para a época, uma mulher que se ergueu acima da mediocridade imposta ao seu sexo: escrevendo artigos em jornais e revistas, compondo hinos cívicos e religiosos, ministrando aulas e participando de atividades artístico - culturais. Com esta análise, configura-se, em parte, não apenas uma época, mas também a história da educação do Assu através das práticas literárias que circulavam.



Afinal, vale a pena registrar, que Sinhazinha Wanderley deixou escrito um depoimento sobre a terra assuense: seus costumes, tradições e sua gente, que o antologista Walter Wanderley, no seu livro Família Wanderley, 1965, transcreveu, de muita importância para a história do Assu.

Vejamos o soneto que Sinhazinha escreveu, intitulado de Auto-Retrato, conforme adiante: 

Eu sou um ser pequeno, amarrotado,
De óculos escuros ao nariz e pisar manco,
O cabelo cortado e todo branco,
Sou mesmo um tipo amarmotado.

Trajo vestido azul já desbotado,
Nunca rio, meu riso não é franco,
Evito tropeçar nalgum barranco
por ter um pé já quase deslocado

Uso tênis, um par em cada mês,
Eu os compro a Xandu a cada vês
Que os outros estão esburacados

Passeio nas calçadas, pau na mão,
Procurando fazer a digestão
Quando engulo à tardinha algum bocado.

E este poema intitulado de Assu, às 11 do dia, que sinhazinha descreve um pouco do cotidiano da terra assuense e sua gente do seu tempo, que diz assim:

São horas de almoçar, há movimento,
Badalada no Mercado uma sineta,
Há gente pelas ruas, na valeta
Um pequeno tropeçar e, no momento...
Um carro a buzinar corre violento,
Um preto a pedinchar uma gorjeta
Compra Aguardente em vez de alimento!
Há silêncio nos lares. Nos hotéis
Engenheiros, bancários, coronéis,
Vão fazer sua farte refeição,
Enquanto um pobre ser, acocorado,
Tira do "caco" um sebo mal torrado
E o põe a misturar-se no feijão...

Dona Sinhazinha era filha de Luiz Carlos Wanderley e Francisca Carolina Lins Wanderley, tendo sido adotada pelo casal seus tios chamados Francisco Justiniano Lins Caldas e Umbelina Wanderley Caldas.

Fernando Caldas







quarta-feira, 1 de maio de 2013

                                          Assu-RN. Foto de Volney.


HISTÓRIA - ASSU X ABC

AOS NATALENSES, OS DESPORTISTAS ASSUENSES APRESENTAM SUA SAUDAÇÃO.
Foto Ilustrativa ASSU X ABC
Sede benvindos, desportistas do ABC Futebol Clube, para o abraço fraternal do Centro Esportivo Assuense!
Benvindos sejais, irmãos do ideal pebolístico, para, num intercâmbio amistoso, sentir o calor do nosso carinho e o contato da nossa afeição, nesse encontro que ficará indelével na constância de uma amizade que o próprio tempo se encarregará de tornar indestrutível!
Aconchegai-vos ao recesso dos nossos sentimentos mais sadios, pois aqui estamos para receber-vos de braços abertos, auspiciando-vos a feliz oportunidade do galardão da vitória comum – a conquista do coração da cidade em festa!

ÚLTIMA HORA ESPORTIVA

Segundo apurou a nossa reportagem, as duas equipes, isto é, Centro Esportivo Assuense e ABC Futebol Clube, pisarão o gramado do Estádio “Senador João Câmara”, com a seguinte constituição:

Centro Esportivo Assuense - C.E.A:
Zé Pretinho, Mimi, Dedito, Carlos, Edson, Melado, Lino, Petro, Nenem, Cachorrinho e Waldir.
Zé Pretinho - Goleiro do CEA.
Hoje, um octogenário residente em Assu
A.B.C:
- Washington, Toré, gajeiro, Dico, Zé Leão, Ozir, Caveirinha, Pajeú, Juarez, Albano e Tico.
A expectativa pela sensacional batalha, é intensa, prevendo-se, deste modo, que o Estádio “Senador João Câmara” receberá, hoje, a maior assistência já verificada depois de sua inauguração.

EMBAIXADA DO A.B.C FUTEBOL CLUBE

Conforme telegrama recebido pelo nosso diretor e Presidente do Centro Esportivo Assuense, a embaixada do esquadrão Natalense será integrada pelos seguintes elementos:
Presidente: Dr. Farache Neto; Secretário: Dr. Dourival Ferreira; Técnico: Antônio Farache.
Compõem, ainda, a referida embaixada: Dr. Murilo Aranha, Bianor Aranha e Felizardo Moura, além dos jogadores que constituem o team visitante, aos quais “ATUALIDADE”, apresenta os melhores votos de boas vindas.

BAILE
Às 21 horas, no salão nobre do Grupo Escolar “Tenente Coronel José Correia” (foto), como parte final do programa de homenagem à embaixada visitante, terá lugar um animado baile abrilhantado pela Jazz Flor de Lis, do Centro Regional de Escoteiros do Assu – CREA, desta cidade.

Fonte: Jornal ATUALIDADE – Semanário Independente – nº 01 de 29 de janeiro de 1950.

Ariano Suassuna falando do forró atual...

Foto: Ariano Suassuna falando do forró atual...

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Sobre Ascenso Ferreira


Ascenso Ferreira (1895-1965), poeta pernambucano de Palmares, de temas regionais de sua terra, um dia numa feliz inspiração, produziu o poema sob o título "Filosofia", que está publicado na antologia intitulada de "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001, página 83, organizada por Ítalo Moriconi, conforme adiante:

Hora de comer — comer!

Hora de dormir — dormir!

Hora de vadiar — vadiar!

Hora de trabalhar?

— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
Ascenso Ferreira (1895-1965), poeta pernambucano de Palmares, de temas regionais de sua terra, um dia numa feliz inspiração, produziu o poema sob o título "Filosofia", que está publicado na antologia intitulada de "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001, página 83, organizada por Ítalo Moriconi, conforme adiante:

Hora de comer — comer!

Hora de dormir — dormir!

Hora de vadiar — vadiar!

Hora de trabalhar?

— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!

UM POUCO SOBRE MEUS ANTEPASSADOS

Meus bisavós chamados Manoel Cavalcante de Queiroz e Vigorvina Fontes Fernandes de Queiroz (Fotografias abaixo) nasceram na então Vila de Lu...