domingo, 8 de fevereiro de 2015

A BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO É O PULMÃO HÍDRICO DO RN”; DIZ ESPECIALISTA


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Na casa de Francisco Leopoldino, as água de beber é um líquido esverdeado retirado de açudes
Joana D’arc Freire de Medeiros Especialista em recursos hídricos, com ênfase em gestão e hidrologia, pela UFRN

Qual a importância da Armando Ribeiro Gonçalves para o sistema hídrico do RN?
A Armando eu diria que é o manancial de maior importância para o estado em termos de distribuição de água para o interior. Além da capacidade de armazenamento alto, e também responsável pelo abastecimento de adutoras. É o pulmão hídrico do RN, é a nossa poupança.

A barragem está com 30,4% da capacidade. É necessário pensar em medidas de restrição?
É um dos índices mais baixos. No final do ano de 2013 esteve mais baixo,mas no ano passado recuperou um pouco. Nesta situação é aconselhável, realmente, fazer uma gestão no sentido de trabalhar junto com a Agência Nacional de Águas e o Estado para que seja reduzido o consumo e a vazão, mas sem prejudicar o abastecimento de cidades que estão no fim do rio Açu, como Pendências e Açu. Como a Armando Ribeiro é um reservatório estratégico, não se pode gerir pensando só em 2015, mas em 2016, 2017.

Hoje não há nenhum tipo de regulação desse uso?
Existe um marco regulatório, que é a política estadual de recursos hídricos, mas não temos um plano de bacias. É a partir deste plano que você pode definir um uso mais criterioso das águas. Mas o plano também está defasado, ele foi elaborado em 1998, com horizonte de 20 anos, mas deveria ser atualizado a cada quatro anos.

Fonte: TN


http://programaregistrando.com.br/



sábado, 7 de fevereiro de 2015


UMA GLOSA DE MANOEL DE BOBAGEM

Manoel Pitomba de Macedo também chamado Manoel de Bobagem (1924-1957) era poeta glosador do Assu, dos bons. Bobagem além do vicio da bebida era jogador de cartas (baralho). Certo dia, numa mesa de bar, sentenciou a si próprio:

Mote

De um cachorro não passa
Quem joga e bebe aguardente

Glosa

O seu moral descompassa
Leva a vida em precipício
Possuindo esses dois vicio
De um cachorro não passa.
Logo, de Deus, perde a graça,
Satanás fica contente
E o nome desse ente
Toma nota em seu caderno;
Vai direitinho ao inferno
Quem joga e bebe aguardente.

Postado por Fernando Caldas

CARTAS PARA FAUSTA

LITERATURA:

 
Quando pensamos em publicar Cartas Para Fausta, nos preocupamos (Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes - organizadores do livro) por se tratar de documentos pessoais, alguns até sigilosos,  que narram a vida privada e levam ao proscênio, parte da história do casal Renato e Fausta. Somente após entrarmos em contato com a família é que decidimos selecioná-las para esta publicação. 

Cartas Para Fausta, tem no seu corpo uma verdadeira e ardente paixão do poeta por sua noiva (Compromisso que durou doze anos, do namoro às núpcias). Época em que ainda se mantinha as serestas, as declarações de amor... Tempo em que o romantismo e o respeito eram pré requisitos para as pessoas que almejavam,  no futuro, uma relação conjugal com capacidade de cultivar o mais sublime sentimento humano, o amor. Tem a inspiração poética, que somente um homem dedicado e apaixonado por uma mulher poderia transmitir.
Fausta da Fonsêca Nobre, foi a musa inspiradora do poeta Renato Caldas (foto acima). Foi sua “fulô do Mato”, seu “Intusiasmo”,  sua “Hirisia”, seu “Juramento”, sua “Cunfissão”. Foi seu “Oiá Pidão”, seu  “Munturo”...  foi “A Muié e o Amô”.
Dona Fausta, como era carinhosamente chamada, foi uma mulher de fibra, compreensiva e de personalidade forte. Uma mulher que demonstrava satisfação pela sua condição de esposa de poeta, portanto, capaz de perdoar, na sua juventude, as peripécias da boemia do seu eterno e único companheiro.
Dona Fausta foi digna deste imenso amor.
                                                       Ivan Pinheiro
És livre na luz do Sol e livre ante a estrela da noite.
E és livre quando não há Sol, nem Lua ou estrelas.
Inclusive, és livre quando fechas os olhos a tudo que existe.

Khalil Gibran

Da linha do tempo/face de Yara Darin

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

HOMENAGEM

MAIS UMA ITAJAENSE SECULAR
  Neste sábado, dia 07 de fevereiro, a família Lopes se reúne, mais uma vez, para comemoração de 100 anos de vida de uma de suas matriarcas.

A Senhora Francisca Estelita Lopes completou 100 anos de existência. Nascida no sítio Saco, município de Ipanguaçu (atual Itajá), no dia 5 de fevereiro de 1915. Ela fechou um século de vida na última quinta feira. No entanto, seus familiares e amigos, sobretudo do polo Itajá, Ipanguaçu e Assu estarão se reunindo, neste sábado dia 07, em Assu, para comemorarem essa importante data.

Dona Chiquinha - como é conhecida - é uma mulher 
de personalidade forte, no entanto, de coração enorme. Idônea, batalhadora, simples. Foi casada com Luiz de França Lopes de cujo matrimônio nasceram onze filhos: José Wíllame Lopes (in memoriam), Edilha, Benedita, Damiana (conhecida por Djanira), Manuel (Beleleu), Terezinha, Francisca (Titica), Eliene, João Batista, Eliete e Francisco de Assis (Chico / Caté). 

Certamente Dona Chiquinha irá comemora seu centenário olhando para trás com gratidão por tudo quanto conseguiu plantar, por tudo que colheu e por tudo que irá usufruir graças a sua maneira de ser, sempre abalizada na incontestável e inabalável fé em Deus. Por essas e outras razões 
chega a essa esplendorosa idade gozando de boa saúde, memória invejável, extrapolando felicidade por poder conviver em harmonia no seio de sua enorme família composta por 60 netos, 99 bisnetos e 33 trinetos.

Deste espaço desejamos que seu futuro seja esbanjado de felicidade e que cada novo dia seja vivido com paz e harmonia para poder compartilhar essa apurada experiência com todos que a rodeiam. 


Parabéns!!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Deputado George Soares participa do Jornal Verdade na Rede TV‏

Nesta quinta (05), o deputado estadual George Soares (PR) concedeu entrevista ao vivo para o Jornal Verdade da Rede TV Natal, comandado pelos jornalistas Túlio Lemos e Juliana Celli.

Entre as várias perguntas relevantes, algumas se destacaram, como a questão de uma possível candidatura à prefeitura da cidade do Assú, nas próximas eleições municipais. O deputado George respondeu que obteve mais de 50% dos votos dos seus conterrâneos assuenses no pleito do ano passado, mas que busca alguns nomes novos que possam viabilizar esta candidatura a prefeito em 2016, pois o seu principal foco é manter a cadeira na AL- RN.

Outra questão foi com relação ao apoio, ou não, do deputado George ao novo governo do Estado. “Teremos o mesmo comportamento do mandato anterior, de total atuação independente na Assembleia Legislativa. Até porque não adianta bater no governo de forma irresponsável e depois ser a favor dos projetos vindos do executivo. Nós vamos analisar cada caso, cada projeto, sempre de maneira independente, aprovando o que for melhor para o povo do Rio Grande do Norte.” Concluiu o deputado republicano.
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares
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Desenvolvimento Social da prefeitura do Assu realiza aula inaugural de novos cursos do e-Tec

Desenvolvimento Social da prefeitura do Assu realiza aula inaugural de
novos cursos do e-Tec

A prefeitura municipal do Assú e a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ),
vinculada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que
formam a coordenação do Pólo de Assú da Rede e-Tec Brasil, realizam no
próximo sábado, 07 de fevereiro, a aula inaugural de quatro novos cursos
técnicos. A solenidade acontece no Cine Teatro Pedro Amorim, às 9h,
reunindo autoridades, tutores e alunos.

O momento marca o início do semestre letivo para os alunos dos cursos
técnicos em Cooperativismo, Comércio Exterior, Informática e
Agroindústria, aprovados no processo seletivo ocorrido no último mês de
novembro.
A perspectiva da Rede e-Tec é a expansão e democratização da oferta de
profissionalização tomando como referência as demandas por uma formação
ampla e qualificada que atenda as necessidades de desenvolvimento
econômico e social.

Os cursos ofertados pelo sistema Rede e-Tec Brasil funcionam de forma
semipresencial através de um ambiente virtual de aprendizagem preparado
com todas as ferramentas necessárias para auxiliar nos cursos.
O objetivo da parceria firmada entre prefeitura do Assú através da
secretaria municipal de Desenvolvimento Social e Habitação e a Rede
e-Tec/EAJ/UFRN é de melhorar a condição de vida, proporcionando o acesso
ao mundo do trabalho.

PRONATEC

Com o propósito também de ampliar as oportunidades educacionais e de
formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e
beneficiários de programas de transferência de renda, a secretária de
Desenvolvimento Social e Habitação da prefeitura do Assú, Delkiza
Cavalcante, informa que o município vem dando sequência, neste momento,
por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) aos cursos de Promotora de Vendas, Vendedora, Salgadeira,
Pedreira em Alvenaria e Eletricista Predial de Baixa Tensão.

___________________________
Assessoria de Projetos Especiais (Sec. de Governo)
Prefeitura Municipal do Assú/RN
Alderi Dantas (84) 9419 2427

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O CLAMOR DOS BERADEIROS

Pendências-RN, março de 2010

O Vale do Açu se define a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas e passa a ser rio Açu, abrangendo, inclusive, a Várzea que se inicia a partir da Garganta do Estreito, onde se aproximam mais os tabuleiros laterais do seu rio. A Várzea é o que se propõe apresentar após a cidade do Açu. Tanto assim é que os açuenses, a postos na cidade, tomam como referência, para citar a Várzea, a direção do curso do rio e apontam nessa direção quando dizem: foi para a Várzea.

O vocábulo AÇU é de origem tupi-guarani que significa... e que deu nome ao município, à sua sede, ao Vale que se conhece a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas, à Várzea, a parte baixa do Vale, chamada Baixo Açu, compreendida a partir da Garganta do Estreito o litoral, onde as águas se despejam no Oceano Atlântico.

Posteriormente, com a oficialização da toponímia que se consagrou nos registros oficiais, a grafia do município passou a ser usada com dois SS e acentuada – Assú, o que não obriga os desdobramentos geográficos da região a comungarem com a nova apresentação. Assim, Vale do Açu, Rio Açu, Baixo Açu, Várzea do Açu e decorrências não têm a obrigatoriedade de acompanhar a grafia que é exclusividade toponímica da sede do município.

Caso idêntico ocorre com a denominação do estado da Bahia. Escreve-se com h, porém deixando à parte a Baía de Todos os Santos, a Baía de São Salvador, que dão nome ao acidente geográfico onde se supõe haverem aportados os descobridores, no século XVI e que permanecem com a grafia original – BAÍA.
Esses argumentos não são digeridos por Ronaldo da Fonseca Soares, que merece o nosso respeito, desde que é um dos pouquíssimos conterrâneos vivos preocupados com a pesquisa histórica do nosso passado e empenhados no projeto do nosso futuro.

Assim, pretendemos iniciar um debate, nos termos em que a estudiosa de nossa região – Nazira Vargas – chamou, com muita propriedade, O CLAMOR DOS BERADEIROS, sobre o fracasso das nossas potencialidades que estamos deixando desfilar à beira do abismo, sem questionamento, por incompetência, por espera de milagres celestiais ou por acharmos que O TREM NÃO É NOSSO, DEIXA VIRAR.
Sem pretendermos ser os donos da verdade, desprezando opiniões e argumentos mais sólidos – quem sabe? – queremos convocar a população, os estudiosos, os conterrâneos e interessados daqui ou d’além para um enfrentamento parlamentar em que sejam levados em consideração os saberes e o amor por um pedaço de chão que está à beira do abismo e que fatalmente despencará se não houver quem acione o alarme.

Convivemos com muitas famílias e comunidades inteiras em que a população se auto-sustentava com as potencialidades oferecidas, naturalmente, e disponíveis à exploração. O regime era o mesmo, a cultura não era diferente. Apenas o progresso, a civilização foram surgindo e, de um certo modo, sem se anunciarem para uma tentativa de seguimento. O que não deve haver sido diferente nas outras regiões.

O atraso era maior, admitamos, porém se disponibilizavam potenciais que dispensavam os tratores, as perfuratrizes, a tecnologia que afastaram tudo quanto se pudesse ser explorado sem agravamento das posses consagradas, dos latifúndios, e da propriedade que não era de muitos.
Sempre houve os mais pobres e os mais abastados. Havia, entretanto, um bicho que se chamava confiança mútua bem distanciada da ganância. Os proprietários rurais dividiam as suas terras para exploração, em parceria, com seus moradores e com os vizinhos. Com isso, os proprietários mantinham o seu status social ou dominante, sem a ganância do poder, e os trabalhadores, por si, sem inveja, tinham a mesa farta, apesar da vocação eminentemente voltada para a exploração da agricultura, que não deixava de ser um trabalho penoso, porém digno e recompensado no final das colheitas. E os trabalhadores, agregados ou moradores, armazenavam, para a manutenção no período das chuvas que esperavam, paióis de feijão, de milho, de batata doce, além da possibilidade de terem para oferecer, no comércio demandante, uma arroba de algodão, de cera de carnaúba, um terreiro de galinhas, um garrote, ou um “capado” para a reposição de uma “muda de roupa” dos familiares. Não deixava de ser uma vida de pobre, porém tinha a dignidade e a nobreza da adquirência com “o suor do próprio rosto”.

A população da Várzea do Açu era, nos períodos da estiagem, economicamente, dependente do que lhe proporcionavam, as salinas de Macau e de Areia Branca, que acolheu, durante muito tempo, a mão de obra ativa disponível, garantindo emprego e, a partir da criação da Previdência Social, aposentadoria e assistência, com que ainda não contavam nos serviços da agricultura.

Quando faltavam as chuvas, nos períodos próprios de sua suspensão periódica, em que os trabalhadores se ocupavam da colheita, da produção do algodão e da cera da carnaúba, as salinas que esperavam o verão para a colheita do sal acumulado, abrigava toda a mão de obra ociosa da Várzea, sem limites de quantidade dos trabalhadores. Quem não tivesse ocupação na produção agrícola ocorrente nos meses de estio, tinha trabalho garantido nas salinas que, diferente da colheita da matéria prima e produção da cera de carnaúba, não dispensava os ofícios da população por falta de capacitação técnica.

A partir da década de 60, surgiu a mecanização das salinas e a consequente criação do Porto Ilha, de Areia Branca, que constituiu a maior tragédia social jamais enfrentada pelos trabalhadores da região, que passaram a contar apenas com a agricultura primária que ainda demorou um pouco a implantar tecnologia específica.

Era uma época em que já se falava em irrigação, atraída e aplicada na Várzea do Açu por D. Elizeu Mendes, bispo de Mossoró, através de projetos que conseguia viabilizar junto aos órgãos do governo, como o Plano de Valorização do Vale do Açu, porém pouco acreditados pelos ruralistas desde que eram precários os recursos e mínimos os beneficiários atendidos pelas poucas unidades das moto-bombas distribuídas. Mesmo assim, vale reconhecer que já se projetava um esforço da igreja no sentido de priorizar a humanização das ações religiosas.

Por maior que fosse o amparo da Previdência Social, com seus desdobramentos assistenciais, não era suficiente para superar as taxas crescentes de desemprego, até porque não eram todos os trabalhadores que dispunham de legalização documentária para ingressar pleitos de aposentadoria. E começaram a surgir pedintes e mendigos, uma população até então desconhecida na Várzea do Açu.

A morte de D. Eliseu acelerou o desânimo total dos varzeanos do Açu, dependentes que eram religiosa e assistencialmente da diocese de Mossoró. Não se falou mais em valorização do vale, em projetos de irrigação dos trabalhadores, em perfuração de poços nas pequenas propriedades, em enfrentamento racional da seca, em desenvolvimento de baixo para cima.

Essas atividades deixaram de ser próprias dos trabalhadores e passaram a ser exclusividade dos latifundiários e, posteriormente, das grandes empresas nacionais que tinham incentivos e recursos da SUDENE, como Maísa, São João, Finobrasa, Frunorte que, frustradas as suas intenções por incompetência técnica e administrativa, sem se desprezar o fator “honestidade”, algumas, quase todas, até incapazes de saldar seus compromissos financeiros, abandonaram alguns milhares de hectares equipados com tecnologia e equipamentos importados do primeiro mundo, que, sucateados, empobrecem e envergonham a região.

AS VAZANTES

O rio Açu não era perene como atualmente. Secava, mas deixava o seu leito disponível para exploração das “vazantes” que se constituíam num manancial de feijão, batata, melancia, jerimum, e mais o que se quisesse plantar. Havia os regimes de parceria, em que o proprietário cedia as suas terras aos moradores e vizinhos, no leito do rio ou fora dele, recebendo dos parceiros o que lhes coubesse no contrato, que eram geralmente de “meia ou de terça”. Assim, dependendo do acordo, que era verbal, o plantador pagava ao proprietário, um terço ou a metade das culturas que produzisse.
As vazantes se constituíam do processo de secagem das águas do leito to rio que não eram perenes como atualmente, porém a pouca umidade restante das enchentes passadas, associada à frescura do vento “nordeste”, uma brisa amena e fresca que ainda sopra do Atlântico, permitiam às terras do leito do rio seco, mesmo sem a frequência das chuvas, o resfriamento necessário ao processo de cultivo e produção das culturas que se desejassem produzir.
Será que, com a água permanente e a energia abundante de hoje, não se poderia tornar mais rica e mais farta a produção dessas culturas?

A MONOCULTURA

Tivemos, na região, algumas experiências, frustradas com a MONOCULTURA.
Podemos citar as não frustradas nem frustrantes, que não inibiam os trabalhadores de as consorciarem com as culturas de subsistência. A CARNAÚBA, por exemplo, que não era plantada nem cultivada – era nativa –, sempre deixava clareiras e grandes extensões para o plantio de milho, feijão, batata, macaxeira, fruteiras e hortaliças que garantiam o sustento e a sobrevivência da população, que, em tempos idos, comprava no mercado apenas o açúcar, o café e a farinha.

O ALGODÃO, outro exemplo de MONOCULTURA, embora plantado e cultivado em grande escala, não impedia o consórcio com outras culturas, mantendo racional a produção do algodão dos grandes proprietários, consorciado com as culturas necessárias à manutenção dos trabalhadores.e dos pequenos e médios agricultores. E porque não dizer dos grande proprietários.

A chegada das grandes empresas, com tecnologia, equipamentos, defensivos e adubos químicos de primeiro mundo, plantando melão, inibiu inibiu o regime de parceria, existente entre grandes e pequenos produtores, que, mesmo constituindo a grande massa da população dos vilarejos, neles residentes, passaram a ser marginalizados e afastados dos novos empreendimentos. É o caso ainda consumado na empresa DELMONTE, multinacional que explora mais de dez fazendas no Vale do Açu, produzindo banana, sem empregar os habitantes, vez que um trator, uma carroça e dois operários dão conta do serviço de cem hectares do produto. E não criam oportunidades de participação da mão de obra ativa da região, que não conduz para a sua mesa, sequer uma palma de banana. Se quiser saboreá-la, vai comprar nos mercados as que são produzidas em Pernambuco.
E vemos nas porteiras que dão acesso ao município de Ipanguaçu, placas ostensivas, visivelmente mais humilhantes que empolgadoras, anunciando: CAPITAL NACIONAL DA BANANA.

E os trabalhadores, vivendo à margem desses empreendimentos, carregam a sua desdita, sem ocupação, esperando um dia ser aposentado, na velhice, quando seus braços perderem a atividade, ou quando um acidente ou incidente lhe proporcionarem a “felicidade” de uma invalidez que os levem prematuramente aos serviços de assistência previdenciária. Fora disso, são levados à mendicância ou aos postos de esmola das “bolsas” que produzem as legiões de inativos comprometidos com a obrigação de votar nos comandantes políticos, “pais da pobreza” que os arrebanham.

E não fica por aí, produzida apenas pela DELMONTE, a nefasta MONOCULTURA que enriquece as multinacionais e empobrecem os trabalhadores. A cana-de-açúcar ameaça invadir o que resta das áreas produtivas do Vale do Açu. Já se ouvem murmúrios nesse sentido. Multinacionais do gênero já crescem os olhos na fertilidade prodigiosa do Vale do Açu, que já conta com energia e água abundantes, os mais proeminentes valores da infra-estrutura desejada. Em se consolidando, será decretada a obrigação do exílio do restante dos moradores do Vale do Açu. Não haverá condição de se manterem sequer no local, pois, associadas as duas culturas – banana e cana-de-açúcar – decretarão a desertificação do populoso Vale.

O pior é que não se tem a quem apelar. Falta a vontade política das lideranças locais que se estão esvaziando. O Vale do Açu conviveu, em algumas legislaturas com 5 deputados na sua área eleitoral. Podemos citar: Edgar e Olavo Montenegro, Gerôncio Queiroz, depois seu irmão Geraldo, Ângelo Varela, Hélio Dantas e Floriano Bezerra que se alternaram. Atualmente, não tem um só. Alegam que isso ocorreu numa época em que a Assembleia Legislativa abrigava 36 componentes. Por isso, sobravam 5 para o nosso vale. É possível, porém desapareceu a proporcionalidade. Devia ter pelo menos um.

E as instâncias federais? Alguém haverá de perguntar. Os deputados federais e os senadores? Esses são como a Copa do Mundo de Futebol. Só aparecem para pedir votos. De quatro em quatro anos.

O pior é que fomos, durante muito tempo, acalentados pelos candidatos políticos, com as promessas da chegada de energia e de água para desenvolvermos as nossas potencialidades. Elas já chegaram há algumas décadas e estão aí desenvolvendo as grandes empresas estrangeiras. Os céus da região são ornamentados por uma imensa cadeia de fios, de postes, de lâmpadas que servem apenas para iluminar a nossa pobreza.

Onde não havia, foram escavados, construídos riachos e adutoras que cortam as propriedades, inclusive as dos pobres que veem a água correr sem a poderem utilizar para irrigação de suas culturas. Cadê os recursos?

Diante desses fatos, estamos convocando a população para um debate, sem restrição, em que se possam discutir e elevar esses questionamentos que deverá ser pacífico ou belicoso, porém eficaz e abrangente para ecoar nos altos escalões das esferas administrativas, até sermos ouvidos, inclusive noutras quebradas onde possam ressoar os ecos de nosso clamor, os infelizes, porém altruísticos BERADEIROS do Vale do Açu.

MONSENHOR AMÉRICO SIMONETTI

Conhecemo-nos quando o Açu ainda tinha para exibir:
- A inteligência Excepcinal de Osvaldo Amorim;
- Os manifestos radicais de João Lins Caldas;
- As crises boêmias de Renato Caldas;
- Os eventos saudados com versos e glosas dos poetas locais;
- A genialidade modesta de Demóstenes Amorim;
- A intelectualidade de Expedito Silveira;
- A saudade de Moysés Sésyom;
- A sede dos Escoteiros;
- O Plano de Valorização do Vale do Açu;
- Os argumentos jurídicos de Lou npo Júri Popular;
- A gráfica medieval de Cabralzinho;
- A ética incontestável de Sandoval Martins;
- A terniura angelical de Cecéu Amorim;
- O charme pertuado de Enói Amorim;
- A inteligência hibernada de A Vara;
- A integridade moral de Miga Fonseca;
- As bandas internacionais de Costa Leitão;
- O show de dança em boleros de Carlos Aladim;
- As aulas de Português de D. Glorinha;
- A surpresa antidemocrática do Golpe Militar;
- Os projetos de irrigação de D. Eliseu;
- Os bares de Lourival Duda, João Nogueira e Sebastião Alves;
- A candura da garçonete Cândida Nogueira;
- As cajazeiras de Rui Soares;
- Os tiragostos de cabidela de Chiquito Macedo;
- A chegada da Fundação SESP;

Convivendo com todo esse manancial, éramos conduzido por Pe. Américo numa época de transição em que João XXIII embaralhava as cartas e D. Helder Câmara as distribuía
para D. Eliseu, Pe. Américo, Pe. Zé Luiz e Pe. João Penha, aqui na Várzea do Açu montarem o esquema preparatório para uma espécie ainda nanica de modernização. Assim, os fiéis religiosos da Várzea do Açu passaram a ser tratados com uma dose de humanização superior às da evangelização catequética que ainda não se projetara para além da Idade Média.
Em Mossóró, D. Eliseu carreava para o Vale do Açu, tudo quanto houvesse de projetos e de práticas de irrigação; Pe. Américo, no Açu, implantava a educação de base nas comunidades rurais, os serviços de comunicação através dos radinhos de pilha e de serviços telefônicos, quando, à época, só existia a precariedade dos Correios e Telégrafos; Pe. Zé Luiz, em Pendências,, humanizava mais que evangelizava, e já celebrava as missas em português e de frente para a platéia; Pe. João Penha, em Macau, preparava os operários da messe para o enfrentamento da mecanização das salinas e do Porto Ilha, criando o ensino de Segundo Grau.
Foi assim que nós, os beradeiros do Vale do Açu, fomos preparados para ver o homem pousar na lua, para as novidades da chamada Nova Igreja, para a era do cinesmascoipe e da televisão, para a entrada triunfal do iê-iê-iê, e não sucumbimos com as angústias das torturas do Golpe Militar, para o advento do ano dois mil sem traumas maiores na transição universal.
 

A História se repetindo



A escritora  Raquel de Queiroz, descreve a cruel seca ocorrida em 1915, no seu romance  "O Quinze". Há exatamente 100 anos, a história se repete de forma cruel em nosso Nordeste. Claro que não podemos comparar a realidade da falta de infra-estrutura daquela época para hoje. Mas, que o sofrimento ainda é grande.
Hoje com todos os avanços tecnológicos adquiridos, tivesse avançado na mesma proporção nas políticas sociais e na distribuição de renda. Continuaria a existir a seca  é verdade,   pois a mesma é um fenômeno da natureza. Agora a pobreza, não é fruto do fenômeno da natureza, é simplesmente desumanidade do próprio homem.

PISANDO FUNDO NOS DITADOS:


DITOS, BEM DITOS

Vão-se os anéis, e os dedos juntos
Porque todos nós seremos defuntos.

Casa de ferreiro, espeto de ferrugem
Porque o vento sopra e os tempos rugem.

Quem com ferro fere
A própria alma alfere.

Um sonho que se sonha só
É pesadelo que se vira pó.

Há mais mistério entre o céu e a terra
Quando a cabra canta e o galo berra.

A mão que afaga é a mesma que apedreja
Um olho que se fecha não impede que o outro veja.

Autor: Edivam Bezerra

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

PINTURA EM PORCELANA



Trabalho de Gerusa F. P. Azevedo

OS SETE MITOS DA CONQUISTA DA AMÉRICA PELOS ESPANHÓIS

Fonte - pt.slideshare.net
Fonte – pt.slideshare.net

Como poucas centenas de espanhóis submeteram milhões de índios, alguns tão desenvolvidos quanto as mais avançadas civilizações europeias?

Beto Gomes - http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/sete-mitos-conquista-america-434016.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria
Nem bem o sol iluminou o lago Texcoco, no imenso Vale do México, os dois maiores líderes do Novo Mundo colocaram-se frente a frente. Era 8 de novembro de 1519 e havia anos que espanhóis e nativos se pegavam em violentas batalhas nas terras recém-descobertas da América. De um lado, Hernán Cortez personificava a figura do conquistador europeu como ninguém. Do outro, o todo-poderoso imperador asteca Montezuma II permanecia impassível. Apesar da expectativa de um encontro amigável, a tensão era tão óbvia quanto inevitável. Espanhóis e astecas trocavam olhares, até que Montezuma desceu de sua pequena tenda e foi em direção aos invasores. Cortez repetiu o gesto. Saltou do cavalo e seguiu ao encontro do imperador. A tensão aumentava a cada passo. Olhos nos olhos, eles esboçaram saudações de respeito mútuo, mas não trocaram mais do que poucas palavras, com a ajuda de um intérprete. De qualquer forma, a diplomacia prevaleceu. E, pacificamente, todos tomaram o rumo de Tenochtitlán, a capital do império asteca. Alguns meses depois, os dois lados voltariam a se encontrar. Mas, desta vez, numa sangrenta batalha que culminaria com a morte de Montezuma e faria de Cortez o homem mais poderoso do América espanhola.
Fonte - mlksestudantes.blogspot.com
Fonte – mlksestudantes.blogspot.com
Até hoje, muitos historiadores consideram este episódio como o maior símbolo do encontro entre dois continentes. E não por acaso. Pela primeira vez, um imperador nativo acolheu em suas terras o representante de um povo que estava ali justamente para conquistá-las. Além disso, as diferenças culturais entre os dois grupos nunca estiveram tão expostas quanto naquela manhã de novembro. Estas diferenças, além das idiossincrasias do século 16, ajudaram a perpetuar pelos séculos o que o historiador americano Matthew Restall, professor da Universidade da Pensilvânia, chama de “sete mitos da conquista espanhola das Américas” em seu livro Seven Myths of the Spanish Conquest (inédito em português)
Esses mitos podem ser identificados na figura de Cortez, até hoje citado por sua genialidade militar, pela forma como usou e inovou a tecnologia disponível na época, pela maneira astuta como manipulou “índios supersticiosos” e pelo modo heroico com que levou algumas centenas de espanhóis à vitória, contra um império de milhares de guerreiros. Mas a história não foi bem assim. Desde a primeira vez que Cristóvão Colombo pisou nas ilhas do Caribe, os homens enviados para cá se encarregaram de capitalizar o feito em benefício próprio, aumentando uma coisinha aqui, inventando uma ali.
Meia dúzia de aventureiros – O mito dos homens excepcionais e seus feitos extraordinários
Cristóvão Colombo estava em algum lugar do Atlântico, em 1504, quando a rainha da Espanha enviou uma esquadra para prendê-lo e levá-lo acorrentado para a Europa. Desde sua primeira viagem pelo Novo Mundo, seu prestígio já não era o mesmo. Sua insistência na mentira de que havia achado uma nova rota para as Índias, fato que lhe rendeu títulos e status, havia deixado a coroa espanhola irritada depois que Vasco da Gama contornou o Cabo da Boa Esperança e deu aos portugueses a liderança na corrida por um caminho mais curto para o Oriente.
Fonte - ocandelabrodojhon.blogspot.com
Fonte – ocandelabrodojhon.blogspot.com
A fama de Colombo estava irreversivelmente abalada, ele caiu em descrédito e tornou-se um pária. Mas como, depois de morto, ele se tornaria um herói? Para Restall, a ideia de que ele foi um visionário, um homem à frente de seu tempo surgiu durante as comemorações do tricentenário da descoberta da América, num país que também acabava de nascer: os Estados Unidos. Colombo foi tomado como símbolo dessa nova terra: aventureiro, destemido, um gênio a frente de seu tempo. “Mas a coisa mais espetacular sobre a visão geográfica de Colombo era a de que estava errada. A percepção de que a Terra era redonda, fato geralmente citado para imputar-lhe a condição de visionário, por exemplo, era comum a qualquer pessoa escolarizada da época”, diz Restall.
Esse é só um exemplo do mito de que a conquista da América só foi possível graças à coragem e à genialidade de meia dúzia de conquistadores e que surgiu desde os primeiros relatos dos colonizadores enviados à Espanha. Para obter a permissão de explorar novas terras, eles precisavam provar que a colonização era rentável e, para tanto, escreviam qualquer lorota: omitiam fatos, inventavam histórias, exaltavam a si mesmos. Hernán Cortez e Francisco Pizarro, responsáveis pelos tombos dos impérios asteca e inca, respectivamente, foram especialmente beneficiados por tais relatos e elevados à categoria de heróis. Biógrafos, cronistas e religiosos que participaram das expedições ajudaram a construir esta imagem, por meio das cartas enviadas à coroa, chamadas de probanzas de mérito (ou “provas de mérito”).
Quadro de Diego Riveras: O império Asteca subjugado - Fonte - teiadosfatos.blogspot.com
Quadro de Diego Riveras: O império Asteca subjugado – Fonte – teiadosfatos.blogspot.com
Pelo menos num ponto, porém, os relatos tinham razão: a desvantagem numérica dos espanhóis – fato que os levou a derrotas frequentemente ignoradas nas tais probanzas de mérito. Como, então, os conquistadores conseguiram expandir seus domínios e subjugar milhares de nativos? A resposta não está na genialidade militar de Cortez ou Pizarro. Em nenhum momento eles apresentaram novas táticas de guerra e, na maior parte do tempo o que fizeram foi seguir rotinas adotadas em conflitos anteriores ao descobrimento. Uma das mais importantes foi a aliança com os nativos (que veremos mais adiante). Mesmo assim, eles não abriram mão de procedimentos igualmente eficientes, mas que nada tinham de inventivos: o uso da violência indiscriminada para intimidar os resistentes. Nos casos extremos, pessoas eram decepadas ou queimadas vivas em praça pública, tinham braços e mãos amputados e suas famílias recebiam seus corpos, o que costumava garantir a submissão de outros nativos.
Nem pagos, nem forçados – O mito de que os espanhóis que desembarcaram na América eram todos militares
A esquadra de Colombo mal aportou na praia da ilha de Hispaniola, no Caribe, e um grupo de soldados já estava perfilado na areia. Vestiam armaduras reluzentes, carregavam as mais potentes armas da época e aguardavam apenas a ordem de seu capitão para marchar em direção às terras do Novo Mundo. Disciplinados, estavam prontos para enfrentar o inimigo. Faziam parte de uma grande operação militar. Afinal, eram soldados. Esta cena jamais aconteceu, mas passa a ideia, constantemente repetida em filmes, ilustrações e livros, de que os conquistadores eram militares enviados pelo rei e faziam parte de uma máquina de guerra.
Mas, então, quem eram eles? Nobres aventureiros ou plebeus em busca da terra prometida? A rigor, nem uma coisa, nem outra. Em sua maioria, os espanhóis eram artesãos, comerciantes e empreendedores de pequeno porte, com menos de 30 anos de idade, alguma experiência em viagens desse tipo e sem qualquer treinamento militar. Armavam-se como podiam e entravam na primeira companhia que pudesse lhes render a quantia necessária para investir em outras expedições. Assim, poderiam acumular riquezas até receber as chamadas encomiendas – ou seja, o direito de cobrar taxas e impostos sobre a produção de uma determinada área conquistada e faturar em cima do trabalho de um grupo de nativos.
Fonte - pt.wikipedia.org
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A maioria dos conquistadores não recebia ajuda financeira da coroa. Em geral, viajava por sua conta e risco em busca de status e dinheiro. Ou, no máximo, tinha um vínculo com eventuais patrocinadores, em nome dos quais as terras recém-descobertas eram exploradas. De qualquer forma, eles não eram pagos, tampouco obrigados a viajar. E muito menos soldados aptos a lutar pelos interesses da Coroa.
Guerreiros invisíveis – O mito de que poucos soldados brancos venceram milhares de guerreiros índios
Quando o conquistador Bernal Díaz de Castillo viu a capital asteca pela primeira vez, não conseguiu descrever a visão que teve do alto do Vale do México. A metrópole pontilhada de pirâmides, irrigada por canais navegáveis, engenhosamente construídos para serem a referência de outras grandes cidades do império, poderia ser comparada às maiores capitais europeias. Uma pergunta talvez lhe tenha surgido: como poucos de nós poderemos subjugá-la? Seguindo o mesmo raciocínio, como apenas centenas de europeus poderiam vencer os milhões de índios espalhados pelo continente? Nem a “genialidade” de seus líderes, a pólvora ou o aço espanhol dariam conta. Há algumas respostas para essas questões.
A primeira é que os espanhóis sempre foram minoria nos campos de batalha da América, mas jamais lutaram sozinhos. Os nativos nunca formaram uma unidade política, nem no caso de astecas e maias, que fosse imune às rivalidades e intrigas. E os conquistadores se aproveitaram, desde muito cedo, dessa desunião, conseguindo formar verdadeiros exércitos índios, dispostos a eliminar seus inimigos. Na primeira vez que Cortez chegou a Tenochtitlán, mais de 6 mil aliados davam cobertura aos espanhóis, que eram cerca de 200. Na batalha final, alguns meses depois, ele conseguiu reunir mais de 200 mil homens para tomar a capital asteca. “As pessoas tendem a imaginar que os povos americanos eram unidos em torno de uma identidade nativa. Na verdade, acontecia o contrário. Quando os espanhóis chegaram à América, encontraram várias tribos rivais, que não precisavam de mais que um empurrãozinho para entrar em conflito”, afirma Restall.
Fonte - fabiopestanaramos.blogspot.com
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Além disso, no final do século 16, cerca de 100 mil africanos desembarcaram na América. A princípio, eles trabalhavam como serventes e auxiliares dos espanhóis, mas, sempre que necessário, recebiam armas para lutar contra os inimigos. Como recompensa, ganhavam a liberdade e logo eles também se tornavam conquistadores.
Sob a tutela do rei – O mito de que, em pouco tempo, toda a América estava sob jugo espanhol
Palavras de Cortez: “Deixei a província de Cempoala totalmente segura e pacificada, com 50 mil guerreiros e 50 cidades. Todos estes nativos têm sido e continuam sendo fiéis vassalos de Vossa Majestade. E acredito que eles sempre serão”. A carta de Cortez enviada ao rei da Espanha dá uma boa ideia de como funcionava a burocracia da conquista. Para o monarca, não bastava o conquistador encontrar uma terra e reivindicar o direito de explorá-la. Ele precisava convencê-lo de que aquela região era economicamente viável, de preferência com minas de ouro e prata, e contava com mão-de-obra para tirar dali tais riquezas. Como resultado, os líderes espanhóis não pensavam duas vezes antes de carregar seus pedidos com informações exageradas.
Essa combinação de fatores contribuiu para a criação do mito de que a conquista total dos povos americanos foi alcançada logo nos primeiros anos da presença espanhola. Muitas cidades, no entanto, resistiram à dominação durante décadas. No Peru, alguns estados independentes só foram dominados depois de 1570, após a morte de líderes como Túpac Amaru. Quando os espanhóis fundaram Mérida, em 1542, boa parte da península de Yucatán, na América Central, permaneceu sob a influência dos maias – e muitas políticas elaboradas por eles sobreviveram até 1880. A experiência espanhola na atual Flórida, nos Estados Unidos, foi ainda mais desastrosa. Pelo menos seis expedições foram enviadas para lá entre 1513 e 1560, quando a região finalmente foi controlada pelos europeus. Mas um dos exemplos mais curiosos vem da bacia do Prata, onde os fundadores de Buenos Aires, em 1520, viraram jantar de tribos canibais.
Fonte - tramandohistoria.blogspot.com
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Outro aspecto que mostra que a conquista não foi total era a relativa autonomia que alguns nativos mantiveram em relação aos seus dominadores – condição sancionada pelos próprios oficiais espanhóis, que procuravam não intervir nas regras que vigoravam antes de eles chegarem. E não por acaso. Esta era mesmo a melhor forma de garantir a manutenção das fontes de trabalho e da produção agrícola. Além disso, membros da elite nativa participavam dos conselhos das cidades coloniais, onde eram tomadas as decisões mais importantes. Ou seja, além de continuar influenciando politicamente, eles mantiveram o status que tinham antes da descoberta.
As palavras de La Malinche – O mito de que a falta de comunicação levou ao massacre indígena
Foi na praça central da cidade inca de Cajamarca que Pizarro e Atahualpa se viram pela primeira vez, em 1532, numa espécie de versão peruana do encontro entre Montezuma e Cortez. Ao lado do conquistador, menos de 200 homens armados pareciam não temer os mais de 5 mil nativos leais ao imperador. E, de fato, eles não tinham porque se intimidar: a maioria dos locais não possuía uma arma sequer. O primeiro espanhol a se aproximar de Atahualpa foi um frei dominicano que segurava uma pequena cruz numa das mãos e a Bíblia na outra. Em poucos minutos, a batalha havia começado. Mas, apesar da desvantagem numérica, os invasores conseguiram dizimar um terço dos nativos. Atahualpa foi capturado.
Há várias versões sobre os motivos que causaram a briga e sobre como a batalha de Cajamarca começou. Francisco de Jerez, presente no local, escreveu que o imperador atirou a Bíblia ao chão, porque não a entendia. A blasfêmia teria sido o motivo para Pizarro dar o sinal de ataque. Na versão inca, no entanto, a ofensa partiu dos espanhóis, que teriam se recusado a tomar uma bebida sagrada oferecida por Atahualpa.
A figura de Atahualpa nos fornece outra visão sobre a conquista da América Espanhola. - Fonte - educador.brasilescola.com
A figura de Atahualpa nos fornece outra visão sobre a conquista da América Espanhola. – Fonte – educador.brasilescola.com
É praticamente impossível saber o que aconteceu de fato naquele dia, mas o encontro sangrento entre incas e espanhóis é um bom exemplo de como as supostas falhas na comunicação serviram para justificar as ações dos europeus e, por conseqüência, a própria conquista. Mas estas falhas não eram tão freqüentes assim. O diálogo entre Montezuma e Cortez, por exemplo, apesar de ter gerado diferentes interpretações, mostra que os dois lados podiam se entender muito bem. Isso graças a uma figura central durante todo o processo de colonização: os intérpretes. O papel deles foi tão importante que um dos principais procedimentos de guerra era justamente encontrar e “formar” tradutores. Alguns destes tradutores se deram tão bem que alcançaram status inimagináveis para um nativo. Receberam encomiendas e chegaram a ser citados nas cartas enviadas ao rei. O exemplo mais famoso é o de La Malinche, a amante e intérprete que acompanhou Cortez durante anos e esteve presente no encontro com Montezuma.
O fim dos índios – O mito de que a conquista só trouxe desgraça para os nativos
A derrota de Cortez era inevitável. Havia horas que ele e seus guerreiros lutavam contra a união de três exércitos inimigos na grande praça central de Tlaxcala, uma comunidade nativa aliada aos espanhóis, e a derrocada do conquistador se aproximava a cada golpe. Finalmente ele seria vencido. E foi mesmo. Ainda no chão, Cortez pôde ouvir os aplausos efusivos da platéia. Aquela encenação do dia de Corpus Christi ficou conhecida como o evento teatral mais espetacular e sofisticado do ano de 1539. Numa curiosa inversão de papéis, o conquistador interpretou o Grande Sultão da Babilônia e Tetrarca de Jerusalém. O papel dos reis da Espanha, Hungria e França ficou com os nativos da comunidade.
O Corpus Christi de Tlaxcala não foi o único festival do século 16 no Novo Mundo. A imensa maioria das colônias Mesoamericanas e dos Andes encenou, dançou e até representou as batalhas contra os espanhóis. Muitas dessas manifestações culturais sobrevivem até hoje. Mas o curioso é que o objetivo não era reconstruir a conquista como algo traumático. Ao contrário. Para os nativos, os festivais significavam uma celebração de sua integridade e vitalidade cultural. “Eram eventos que transcendiam aquele momento histórico particular e não estavam associados à lembrança de algo ruim. Até porque o sentimento de derrota não era algo comum a todos os povos nativos”, afirma Restall.
Manifestações desse tipo eram apenas uma das formas pelas quais os nativos mostravam que o impacto da conquista não foi tão traumático quanto sugere boa parte da retórica comum. Muitas comunidades mantiveram seu estilo de vida e outras tantas evoluíram rapidamente com a necessidade de se adaptar às novas tecnologias e demandas trazidas pelos espanhóis. Aprenderam novas formas de contar, construir casas, planejar cidades e, sobretudo, guerrear. Assim, houve nativos que enriqueceram com o comércio de alimentos e com o aluguel de mulas. O povo Nahua, por exemplo, depois de lutar ao lado dos espanhóis por anos, organizaram campanhas militares próprias e expandiram seus domínios para além das terras onde hoje estão Guatemala, Honduras e parte do México.
Macacos e homens – O mito da superioridade e da predestinação dos europeus
“Os espanhóis têm a governar estes bárbaros do Novo Mundo. Eles são em prudência, ingenuidade, virtude e humanidade tão inferiores aos espanhóis quanto as crianças são para os adultos, e as mulheres, para os homens”, escreveu o filósofo Juan Ginés de Sepúlveda, em 1547. O mito da superioridade espanhola é visto em todos os relatos do período colonial. Para Restall, ele vem desde as primeiras expedições e está ligado à justificativa de que os europeus tinham a aprovação divina para conquistar novas terras. Eles acreditavam que eram os escolhidos de Deus, os encarregados de levar o cristianismo a outros povos.
Existem outros fatores, no entanto, que ajudaram a perpetuar este mito. Um deles combina a crença de que os nativos seriam incapazes de evitar a invasão dos europeus porque eles (os nativos) também acreditavam que os espanhóis eram deuses. De fato, os povos americanos enxergavam os conquistadores como seres poderosos, mas em nenhum momento – nem mesmo nos relatos dos cronistas do período colonial – os nativos comparam os espanhóis a seres supremos, ou deidades. Além disso, a diferença brutal entre as armas dos dois grupos também ajudou a construir a ideia da superioridade espanhola.
Mas Deus não foi o principal aliado dos espanhóis. A expansão dos europeus só foi possível graças a três fatores. O primeiro e mais determinante foram as doenças que os estrangeiros trouxeram. Sem oferecer nenhuma resistência para varíola, sarampo e gripe, os nativos morreram tão rápido que em poucas décadas tribos inteiras foram extintas. O impacto das epidemias foi tão devastador que, um século e meio após a chegada de Colombo, a população de nativos havia caído mais de 90%. Os astecas sentiram o poder desses males. “As ruas estavam tão cheias de gente morta e doente que nossos homens caminhavam sobre corpos”, escreveu o padre Bernardino de Sahagún, quando os conquistadores tomaram Tenochtitlán.
Fonte - fabiopestanaramos.blogspot.com
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O segundo aliado foi a desunião dos nativos. A rivalidade entre diferentes grupos étnicos e intrigas entre vizinhos levou dezenas de milhares de pessoas a lutarem ao lado dos espanhóis. As armas que os conquistadores trouxeram para estas batalhas são o terceiro fator mais importante. Nas primeiras expedições, várias delas fizeram diferença. Cavalos e até cachorros acabaram entrando nos campos de batalha. Mas a mais eficiente foi mesmo a espada, mais longa e resistente que os machados dos nativos. No campo da guerra, Matthew Restall considera ainda outro fator. Os nativos lutavam em sua própria terra. Precisavam, portanto, proteger a família, defender suas casas, pensar no plantio, calcular a colheita e fazer o possível para não deixar que a guerra prejudicasse e interferisse no seu dia-a-dia. Por isso, eles sempre estiveram mais dispostos a negociar e a protelar os confrontos com os conquistadores. Já os espanhóis não tinham muito a perder. Basicamente, precisavam se preocupar apenas com suas próprias vidas. E com o que teriam de fazer para continuar conquistando novas cidades e acumulando mais riquezas.
Saiba mais
Livro
Seven Myths of Spanish Conquest, Matthew Restall, Oxford University Press, 2004 – O autor, professor da Universidade da Pensilvânia, é um dos maiores especialistas mundiais em culturas pré-colombianas.

ADESG NA CIDADE DE ASSU

 

Para registrar. Entre 3 a 16 de novembro de 1984 com o apoio logístico da Prefeitura Municipal do Assu (o prefeito era Ronaldo Soares) a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - ADESG (Delegacia do Rio Grande do Norte) realizou um simpósio na cidade de Assu, de muita importância sobre segurança e desenvolvimento. 

Naquele ciclo de conferência sobre assuntos diversos foram palestrantes o delegado da ADESG e professor José Guará (Síntese Informativa Sobre a ESG e ADESG), engenheiro agrônomo Mário Varela Amorim (Cooperativismo e Desenvolvimento Econômico do Açu), professor Ezequias Pegado Cortez Neto (O Planejamento Para a Locação de Recursos), Professora Wilma de Faria Maia (Projeto Crescer no Açu), professor Alcir Veras da Silva (Por uma Ordem Econômica), professor Antônio Alberto Cortez (Perceptivas da Agroindústria no Açu),professor Marcos César Formiga Ramos (A dependência  Financeira do Município Numa Economia de Escassez de Recursos), Ex-governador Cortez Pereira de Araújo (O Futuro do Nordeste Começa no Açu), engenheiro Cloves Gonçalves dos Santos (A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e o Desenvolvimento do Vale do Açu, prefeito Ronaldo da Fonseca Soares (A Realidade Econômica-Social do Município do Açu).

Presente naquele Simpósio os senhores Bel.Manoel Sobral e o economista Rômulo Xavier Barbosa, coordenador e diretor da ADESG, respectivamente. Participara daquele simpósio diversas pessoas de diversos segmentos da sociedade assuense, inclusive a minha pessoa. (imagem do diploma acima). Era eu, com muita honra, vereador do Assu. 

Fernando Caldas

Segundo Mandato: Deputado George Soares é empossado na Assembleia Legislativa do RN‏

Segundo Mandato: Deputado George Soares é empossado na Assembleia Legislativa do RN‏
O deputado estadual George Soares tomou posse na Assembleia Legislativa do seu segundo mandato representando o povo do RN, em cerimônia realizada na tarde deste domingo (1). O deputado George foi empossado junto aos demais parlamentares que assumiram a 61ª legislatura em sessão ocorrida no plenário da Casa.

Porém, a sessão preparatória de eleição da mesa diretora que também estava prevista para ser realizada hoje, foi adiada para as 10h desta segunda-feira (2).

O deputado George Soares reitera seu voto para o deputado Ezequiel Ferreira amanhã, na eleição da presidência da Casa do Povo Potiguar.

"Quero dedicar nosso novo mandato aos mais de 38 Mil votantes que confiaram no nosso trabalho. Essa é nossa luta, essa é nossa história." Declarou George Soares.
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Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares.

MEMÓRIAS:

AVIADORA ASSUENSE
As informações foram baseadas na pesquisa de Fernando Hippólyto da Costa com o título: “No Ar - A História das Aviadoras do Rio Grande do Norte” – publicada no jornal O Poti de domingo dia 24 de julho de 1988. 
Maria Enilda de Sá Leitão de Brito nasceu em Assu, no dia 22 de julho. Pertenceu ao Serviço Público Federal, exercendo cargo destacado na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte. Casada com o Professor Severino do Ramo de Brito.
        Entrou para a Escola de Pilotagem do Aeroclube, em Capim Macio, no ano de 1955, tendo realizado o seu primeiro voo de instrução num avião CAP-4 Paulistinha em setembro do mesmo ano. O seu primeiro instrutor foi José Limeira da Silva.
        Chegando a voar cerca de 42 horas, “solou” em setembro de 1956. Entre seus colegas de turma, recorda-se perfeitamente de Negreiros, Diavani Fernandes, Newton Pereira Rodrigues, Saraiva, Hugo e Daniel Alves de Oliveira.
      Seu “checador” para o voo solo foi próprio instrutor Limeira, e desse dia inesquecível ela falou que “foi a sensação mais audaciosa, quase irreal, de que voando conquistaria a grandeza do infinito e daí, alegria e emoções incontidas”.
        Além do conhecido Paulistinha, “solou” também o Pipper J3. Chegou a tomar parte em duas revoadas, voando com o instrutor uma com destino a cidade de Currais Novos, para a “Festa do Algodão” e outra, para Recife, participando das festividades programadas pelo Aeroclube de Pernambuco.
        A nossa pergunta, se recordava de algum fato pitoresco, respondeu-nos: “com relação a voos, não. Mas no nosso dia-a-dia de instrução, dado o idealismo do grupo, até as grandes dificuldades que a Escola de Pilotagem do Aeroclube enfrentava para manutenção do curso, eram superadas por nós e se transformavam em fatos pitorescos”.
        Perguntamos ainda se gostaria de voltar a pilotar aeronaves e se o marido não colocaria objeções para tal, respondeu-nos de maneira objetiva: “Já não penso em voltar a voar; meu marido tem pavor de avião, não gostando nem que eu fale naquela fase da minha vida...”.

        Esclareceu-nos também ter tido sempre o “fator sorte ao seu lado, pois nunca chegou a sofrer qualquer pane em voo, nem pousou em emergência”. 
        Maria Enilda de Sá Leitão de Brito - Irmã de dona Zuleide, Paulo, Zé Leitão e outros.
Foto ilustrativa.

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