sábado, 30 de outubro de 2010

Camarotes particulares para o Carnatal estão à venda
Postado em 29/10/2010 - 15:11

Mapa
carnatal2010z.jpg

Dezembro é um mês de confraternização, de juntar pessoas especiais para comemorar grandes histórias. O Carnatal quer fazer deste momento um show particular. Por isso, este ano, os camarotes particulares estão com as melhores condições de pagamento.

A confraternização ganhará quatro dias de festa e o clima da “Micareta do Brasil”, além de um espaço com visão privilegiada, que deixa os foliões pertinho das estrelas.  Nos camarotes, a festa não para e não se perde nenhum detalhe dos blocos que passam o tempo todo no corredor da folia e dos artistas que dão um show diante dos olhos.

Ao todo, estão à venda 278 camarotes particulares, que são divididos em quatro setores, em dois níveis: azul (A), roxo (B), verde (C), vermelho (D) e amarelo (E). Ao comprar mais de um camarote, eles podem ser integrados, sem divisão entre um e outro.

Eles estão à venda na Central do Carnatal, 2º piso do Natal Shopping e como forma de pagamento são aceitos os cartões Hiper, Visa ou Master, podendo ser dividido, ou ainda com descontos especiais se for à vista.  Mais informações: (84) 3206-8824 ou 9133-5963 com as atendentes Karla ou Isabela.
Camarote 2014: sua festa completa no Carnatal 20 Anos!

O Camarote Natal 2014 marca novamente presença no Carnatal para fazer a “festa dentro da festa” na comemoração de 20 anos da micareta.  O espaço terá um amplo e moderno projeto estrutural que contará com bares, setores de banheiros, praça de alimentação, lounges, ambientes temáticos e shows com as bandas Nós4 (PE), Pura Tentação e D´Vibe, além dos djs nacionais Sapão (RJ) e Thiago Mansur (SP) e os locais Fam Matos e Dilvan.

Além do complexo com todo o conforto e estrutura necessária para nenhum folião colocar defeito, o Camarote 2014 oferece bebida free (água mineral, refrigerante, caipifruta, cerveja Skol, vodka e whisky 8 anos).


Valores:
Temporada (quinta a domingo) - R$ 380,00
Qui/Sáb - R$ 250,00
Sex/Dom - R$ 250,00

Formas de pagamento:
Em até 07 vezes no Hipercard e em até 06 vezes nos cartões Redecard

Vendas na Central do Carnatal - Natal Shopping e Loja Enjoy - do Natal Shopping e do Midway.

Mais informações: (84) 3642-3353

(Do Site www.natalpress.com.br, Minervino Wanderley).



A DEMOCRACIA AGREDIDA

(Artigo do Min. Paulo Brossard na Zero Hora de ontem, 25-X-2010)


            Eu era estudante em 1945 e participei da campanha pela redemocratização do país e votei na eleição de 2 de dezembro daquele ano para presidente da República e para a constituinte que elaboraria a Constituição de 18 de setembro de 1946. Encerrava-se o longo e triste ciclo do Estado Novo, durante o qual houve de tudo, a começar pela destruição dos valores democráticos e pelo endeusamento do ditador, à semelhança do que se fizera nos países totalitários da Europa.
            E continuei a participar de campanhas e eleições até ser nomeado para o Ministério da Justiça e, posteriormente, para o Supremo Tribunal Federal.
            Sempre entendi que o ministro da Justiça não deveria ser parte da campanha, mais do que qualquer outro não podendo ser, ao mesmo tempo, autoridade e ator, pois a ele competiria a adoção de medidas que se fizessem necessárias no período eleitoral. Digo isto para salientar que em mais de 40 anos fui testemunha de muito “excesso” e “abuso”, mas nunca tinha visto o que passei a ver e continuo a assistir dia a dia se agravando.

            E isto é tanto mais significativo quando em quase todos os sentidos o país tem progredido e em muitos deles o progresso chega a ser notável; no que tange à instrumentalidade eleitoral, por exemplo, é quase inacreditável o aperfeiçoamento, mas no momento em que o chefe do Estado se despe da faixa presidencial e assume a chefia real e formal da campanha de um candidato e em cerimônia oficial insulta o candidato, por sinal, da oposição, chamando-o de mentiroso, ele se despe da magistratura presidencial, inerente à Presidência, e ingressa no mundo da ilicitude, que, para um presidente, é a mais grave das infrações às suas indisponíveis responsabilidades.
            De resto, isto é a porta aberta para a consumação de todas as truculências verbais e físicas. É preciso não esquecer que a violência é doença contagiosa, e com a publicidade que o governo dispõe ele pode incendiar o país.
            O presidente quer ganhar a eleição a qualquer custo e pode ganhar, mas a sua eleita pode não governar. Já vi coisa parecida e não terminou bem. O presidente alinhou o Brasil na maçaroca do coronel Chávez. A partir de agora alguém pode sair às ruas portando um cartaz, seja do que e de quem for, sem correr o risco de ser agredido pela guarda de choque do presidente. Foi assim na Itália fascista e na Alemanha nazista.

            O que aconteceu ontem instantaneamente ganhou uma versão cor-de-rosa na publicidade do governo. O agredido de ontem não foi o cidadão apontado de “mentiroso” pelo presidente da República, foi cada um de nós, foram as instituições democráticas. Para começar um incêndio basta um fósforo, para extingui-lo pode custar o incalculável.

            Não preciso dizer que estou profundamente impressionado com o rumo que o presidente está dando à sua incursão empreendida na orla da horda, ele fez um pacto com a fortuna, do qual o imprevisto é sempre possível.



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

TURISMO

Romildo Queiroz e Ivan Júnior.
Prefeito Ivan Júnior reafirma compromisso da gestão com o desenvolvimento do setor em Assu
Uma das prioridades é o projeto de criação do Santuário de Irmã Lindalva
O prefeito do Assu, Ivan Júnior, participou nesta quinta-feira, 28, da 1ª Amostra de Turismo do Vale do Açu, realizada no auditório do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão, da UERN. Ele ressaltou o comprometimento de seu governo com o segmento, informando que existem vários empreendimentos realizados no município e outros projetados, que espera poder desenvolver durante seu mandato.

“O turismo pode ser uma importante porta de entrada para investimentos e geração de emprego e renda”, disse o prefeito. Uma das prioridades é o projeto de criação do Santuário de Irmã Lindalva, obra orçada em R$ 2 milhões. O projeto arquitetônico e a maquete eletrônica já estão prontos e Ivan Júnior tenta obter recursos junto aos governos estadual e federal.

Acompanhado pelo secretário de Turismo, Romildo Queiroz, Ivan Júnior fez um relato do que já foi feito. “Temos ações relevantes, como os terminais turísticos de Mendubim II e Porto Piató e diversas outras instalações turísticas como praças e espaços públicos, mas nosso desejo é o de progredir mais ainda”, reiterou.

Amostra
A 1ª amostra de Turismo do Vale do Açu foi uma realização dos professores e estudantes do curso técnico em Guia de Turismo do Pólo da Escola Técnica Aberta do Brasil (ETEC), vinculada ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). O órgão é mantido em parceria com a Prefeitura do Assu, ocupando as instalações do Centro Educacional Doutor Pedro Amorim (CEPA), no bairro Frutilândia. Somente quatro cidades do Estado ofertam tal oportunidade de capacitação técnica federal: Assu, Lajes, Currais Novos e Parnamirim.

Fotos – Amostra de Turismo (Tibério Guedes)

Com informações de Lúcio Flávio Medeiros da Fonseca
(84) 9106-1440


AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS

AMIGOS DO TIROL

Programação da décima edição do evento começa com missa de agradecimento e ação de graças

O coquetel de lançamento do livro memorialista “Amigos do Tirol” será no dia 18 de novembro

A programação das comemorações dos dez anos da festa “Amigos do Tirol” será extensa e variada. Começa no dia 13 de novembro com o “Ensaio Geral”, a partir das 12h na AABB, com a Banda Balaio de Gatos. No dia 18 haverá o coquetel de lançamento do livro homônimo e no dia 20, missa às 08h na Igreja Santa Terezinha e a Deca-festa, a partir das 12h, com a Banda dos Anos Sessenta, seguida da Banda Balaio de Gatos, que no final da festa acompanhará os foliões até o Restaurante Bela Napole, onda tocará ainda por sessenta minutos.

As camisetas de acesso a festa, ao preço de R$ 20 reais começaram a ser vendidas durante o Ensaio Geral, no dia 06 de novembro. Elas também estarão à disposição até o dia da festa na secretaria da AABB. O livro memorialista “Amigos do Tirol” também custará R$ 20,00.

Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baíto, Roberto Rabello, José Guedes da Fonseca, Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto (coordenadores do evento), além de Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre de Amorim Garcia, Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti, Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas estarão presentes numa longa mesa para que os compradores da obra escolham quem vai autografar.

Resgate

“A festa Amigos do Tirol nasceu da iniciativa de amigos que viveram a infância e a juventude em Natal entre os anos de 1960/1970. O objetivo é resgatar e atualizar relações de amizade dessa época entre seus participantes”, disse Roberto Rabello, um dos organizadores. “A denominação não significa nenhuma referência restrita ao bairro ou a seus moradores. Deve-se ao papel aglutinador que o Tirol representa para essa geração, tanto do ponto de vista social como cultural e desportivo”, completou Rabello.

De acordo com o organizador, o bairro acolhia os moradores do próprio bairro, além de outros, como Petrópolis, Cidade Alta, Rocas, Alecrim, Morro Branco, Barro Vermelho e Praça Augusto Leite e os frequentadores da Assen, América Futebol Clube, Associação Atlética Banco do Brasil, ABC Futebol Clube, Aero Clube, Clube dos Oficiais da Polícia, Clube de Rádio Amadores e Lagoa Manoel Felipe, sem esquecer que foi o berço de grandes blocos carnavalescos que durante décadas alegraram o carnaval da cidade, como Bacurinhas, Xafurdo, Jardineiros, Cacareco, Saca-Rolha, Simbora, Puxa-Saco, Xumbrêgo e Carcará, fonte onde posteriormente o bloco Apaches também bebeu água.

Colaboração

Este ano estamos contando também com a colaboração da bem sucedida DB’D Publicidade, instalada em Recife (PE), do natalense e tirolense Doryan Bessa, que doou toda a campanha do evento, com material para Outdoor, rádio, TV, logomarca, cartaz A3, convites e e-mail marketing. Somou-se a DBD o braço de imprensa da ECO propaganda & Marketing, por meio da Agência ECO de Notícias, do publicitário e jornalista João Maria Medeiros, que tem feito toda a divulgação do evento. (LS).

 
 
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16 DE OUTUBRO, ANIVERSÁRIO DO AÇU

Dê dois cliques na imagem para visualisar melhor.


A primeira comemoração do aniversário de emancipação política do municipio do Açu ocorreu no ano de 1969, governo do prefeito João Batista Montenegro. A respeito daquela data de aniversário daquele importante município potiguar escreveu o jornalista açuense Osvaldo Amorim, conforme escrito no documento acima.

Fernando Caldas

VALE DO AÇU DO PASSADO

Dê um clique na imagem para melhor visualizar.

As imagens acima são do ato das primeiras discussões, dos primeiros passos rumo a retomada do desenvolvimento do Vale do Açu (início da década de sessenta). Nas fotografias podemos (os mais antigos) identificarmos Francisco Amorim, Dom Eliseu, Ving Rosado, Edgard Montenegro, Osvaldo Amorim, Agnaldo Gurgel, dentre outros.

Fernando Caldas

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CARTA RESPOSTA DO EX-PRESIDENTE FERNANDO COLLOR, DATA DE 1993

Carta resposta a minha pessoa (Fernando Caldas) pela solidariedade que eu prestei aquele presidente logo ap´s ter sido deposto da presidência da  república.

SOBRE RENATO CALDAS


Clique na imagem para visualizar melhor.Na fotografia, direita para esquerda: Padre Zé Luiz, jornalista mossoroense José Rodrigues e o poeta matuto Renato Caldas.



AINDA SOBRE AS "DELÍCIAS DO ASSU E DO VALE"

Natal recebe loja com delícias do Assu e do Vale

Natal já pode saborear os mais gostosos e tradicionais produtos do Assu e do Vale. A loja Delícias do Assu e do Vale, instalada na rua Potengi, 521 – Flat Potengi – loja 14,  nas proximidades da Pça. Cívica, em Petropólis, abriu na manhã do último sábado (23), recheada com filé de peixe de Tucunaré, Tilápia e Traíra, feijão verde, queijo de coalho, camarão, castanha de caju, banana passas, biscoito Flor do Assu – com venda acima da expectativa e estoque esgotado logo na manhã do sábado –, bolachas Casquinha, Praeira e Sete Capas, alfinin, artesanato e muito mais. Na ocasião, o historiador Ivan Pinheiro autografou o livro Assu - dos Janduís ao Sesquicentenário.
O espaço idealizado pelo odontólogo Francisco das Chagas Pinheiro, mais conhecido como Doutor Chaguinha, foi bastante prestigiado na sua inaguração.
(Do Blog de Alderi Dantas).
Artigo
Um promotor envergonhado
Alexandre Gonçalves Frazão, 3º Promotor de Justiça da comarca de Assu/RN
Hoje (15/07/2010) estou profundamente envergonhado. Costumo assim encerrar minhas quintas-feiras, dia das audiências dos processos da Meta 2 perante a Vara Criminal de Assu/Rn.
A Meta 2, para quem não sabe, foi instituída pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ para que os órgãos jurisdicionais de todo o país julgassem em 2009 todas as ações ajuizadas até 2005 e que aguardavam prestação jurisdicional.
Pois bem. Sou titular da 3ª Promotoria de Justiça de Assu, e, enquanto promotor com atribuições criminais naquela comarca, realizo audiências todas as quintas-feiras com o objetivo de tentar, juntamente com a Juíza daquela comarca, encerrrar os processos criminais ajuizados até 2005.
A rotina desses dias da Meta 2 revela cruelmente a ineficiência da Vara Criminal de Assu no processamento dos crimes ocorridos naquela cidade de 2005 para trás. Revela também muito da precariedade das investigações (quando há alguma coisa similar a investigação) da Polícia Civil em relação aos crimes que são objetos desses processos, não se podendo esquecer a pouca vigilância que o Ministério Público devotou a muitos desses casos, por não haver, na maioria dos autos, qualquer reclamação de sua parte em relação à demora para a instrução e julgamento dos mesmos.
Tudo isso me deixa, ao final do dia, muito cansado, perplexo e desanimado, pela avalanche de impunidade que presencio, juntamente com a competente Juíza com quem trabalho (Drª Suzana Paula), sem nada podermos fazer para mudar o destino (inutilidade) da mioria dos feitos, restando os culpados impunes pela prescrição das penas ou pela absolvição pela falta de provas colhidas.
Mas hoje foi dose, como si diz. É que, pela primeira vez após doze anos do oferecimento da denúncia, foi ouvida a vítima de um caso que seria simples, facílimo de resolver. Ela foi esfaqueada por um filho de um então companheiro seu, atingida no olho, no tórax e no braço com uma faca de cozinha, além de levar inúmeras pauladas na cabeça. Não morreu, mas chegou perto. O agressor restou induvidosamente conhecido, pois era filho  do companheiro da vítima e foi por ela logo identificado como o responsável pelo ato.
E então estava lá aquela velhinha, sem um olho, visivelmente ressentida por ter carregado no peito aquela situação até hoje impune. Seu choro contido, choro de quem olha para cima antes de desabar, choro represado por uma força interior enormente realizada por ela para manter a dignidade, comoveu-me. O agressor estava ali na sua frente e, segundo ela, nunca pedira desculpa pelo que fizera, inobstante o conhecimento entre ambos.
E pior, o provável futuro do processo é a prescrição de eventual condenação. Passaram já 12 anos do processo, sem que a vítima sequer fosse ouvida. A Polícia, além disso, não juntou um único boletim médico ou exame de corpo delito que materializasse as lesões, o que protelou ainda mais o feito. Tudo errado, tudo falho.
 Para mim, apenas escrever tira um pouco do peso desse dia, em que fiquei mais triste do que de costume após as audiências da Meta 2, tudo porr causa da Maria das Dores (vejam que nome!). Ressentido. Fiz essa singela poesia:
Maria das Dores,
Nunca me esquecerei de você.
Com um olho só, você chorou,
Ressentida quando se lembrou
De que não trazia em si o perdão...
Perguntei-lhe, estupidamente, se havia esquecido tamanha dor.
Notei, então, o quanto de negação
Tudo ali para você representava.
Sua afetada visão,
Vítima de facadas,
Presenciava a desilusão da situação inacabada.
Após 12 anos de solidão,
Você era ouvida pela primeira vez,
Magoada, desprezada, maltratada,
Sem direito à menor e última das esperanças
De quem anseia por Justiça:
Sem direito a uma decisão,
Sem direito a uma condenação,
Totalmente esquecida.
* * *
Do Blog de Alderi Dantas: Há circuntâncias em que a indignação não é apenas um direito. É um dever do cidadão ante fatos deploráveis, que denigrem e estiolam a alma de uma nação. Ao promotor de Justiça Alexandre Gonçalves Frazão, suscitamos nossos aplausos por não “lavar as mãos” no exercício de sua missão .
A rigor, é importante explicar que o artigo foi publicado originalmente no Jornal de Hoje (Natal/RN), edição de 17/07/2010.
Agradecemos ainda a amiga, de quem o blog recebeu a cópia do artigo.


Escrito por Alderi Dantas às 16h04

DOUTOR CHAGUINHA RECEBE TÍTULO DE SÓCIO BENEMÉRITO DA ABO/RN


 Doutor Chaguina é homenageado pelos relevantes serviços prestados a odontologia do RN
A Associação Brasileira de Odontologia do RN está com uma série de eventos para comemorar seus 80 anos de atividades, apresentando nos dias 29 e 30 próximos, a 4ª Jornada de odontologia Estética.
O dia 29 também vai ser histórico para a ABO/RN, pois vai marcar a inauguração às 20h da nova sede científica e cultural da entidade, sendo o acontecimento muito esperado pela categoria, pela estrutura do prédio e o avanço que vai significar para toda a classe odontológica potiguar. Na ocasião, o odontológo assuense Francisco das Chagas Pinheiro, “Doutor Chaguinha”, recebe o título de sócio benemérito da Associação Brasileira de Odontologia – seção do Rio Grande do Norte, como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados a Odontologia do RN.
(Do Blog de Alderi Dantas).



Por Francisco Martins, encarnado no personagem "Mané Beradeiro".


Cheguei ao Tribunal do Cristão esperei ansioso o meu nome escutar.
Um anjo de alpercatas e gibão diz em nordestinês: "-Se aprochegue Manezim, venha prá cá meu bichim. Seus fatos eu vou narrar".

A alegria foi tamanha, não tem comparação. Nem os oceanos juntos, nem as redes do sertão, nem os arreios de ouro, nem misses, nem nobel, nada pode superar. O que João disse foi pouco, vocês podem acreditar.

Ergui os olhos e vi a coisa mais linda do mundo, o Filho de Deus encarnado, ressureto e Rei do Universo. Suas mãos têm as chagas que o homem mal escreveu, com tinta de todos os pecados que a humanidade cometeu.

Eu disse ispiando Jesus: "-Senhor, eu posso falar?" O mestre tocou-me a face e disse: "-Quero escutar". "-Senhor, tu sabes tudo não carece eu explicar. Mas me deixe derramar estas poucas palavras que quero externar".

Os anjos fizeram silêncio, não se ouvia um batido de asas. No trono do firmamento, a Trindade me escutava. A minh'alma exultava. Estava no céu agora, não por merecimento, nem tão pouco por vã glória.

"-Meu pai eu quero agradecer, este céu que o Senhor me deu. Nem eu sei por que tanto amor para comigo, um miserável pecador". Foi neste momento então, que um anjo pretim, escurim da cor de breu, chegou perto de mim. Senti cheiro de incenso, rapadura e alfinim.

Jesus, Rei dos reis, que comanda a situação, vestindo uma roupa alva, feita do melhor algodão, autorizou o anjo preto abrir logo o matolão. Lá dentro tinha uma cruz, uma coroa de espinhos, uma vara de açoitar, uma lança prá perfurar, três pregos grandes, eu vi, por isso posso atestar. Além dos dois malvados chicotes que o fizeram sangrar.

Olhando aquele inventário de dor e grande aflição, o anjo do matolão, subiu três metros do chão, abriu suas oitos asas, mais belas que o pavão e começou a locução: "-Mané, preste atenção ao que vou lhe dizer. Foi com este sacrifício que Cristo salvou você!".

Fiquei todo arrepiado, sem saber o que falar. Botei as mãos no bolso procurando com quê pagar. O anjo continuava: "-Brocoió, não seja tolo. Sua dívida era impagável. Seu destino era o inferno. Foi por graça, não por obras - esqueça toda manobra".

Voltei os olhos a Jesus, meu semblante estava quente. Naquele instante passou um filme na minha mente. Eu vi tudo que fiz de bom e também de indecente. O anjo voltou ao chão. Ouvi sinos, louvação, e num imenso salão, havia no Livro da Vida, escrito em letras de sangue, meu registro e salvação.

Tudo isto aconteceu porque eu reconheci que precisava de meu Deus. O seu nome eu invoquei. Meus pecados confessei, do Satanás escapei. Se você também quiser ao Tribunal de Cristo ir, não perca tempo amigo, convide-o logo a entrar. Não almeje o Trono Branco, pois lá é pra se lascar.

FIM

Mané Beradeiro
Folheto a venda nas principais bancas e livrarias do Rio Grande do Norte - Brasil
Preço R$ 1,00
Pedidos podem ser feitos au autor através do e-mail: maneberadeiro@hotmail.com

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INAUGURAÇÃO DA COPIADORA CENTRAL, 1974

As fotografias acima foram tiradas no ato de inauguração da Copiadora Central então de propriedade de Edmilson Antônio da Silva (Didio de Antônio de Vitor), no ano de 1974. Naquela época Didio era Secretário de Administração da Prefeitura Municipal do Açu (administração Sebastião Alves). Era um empreendimento muito avançado naquela época. Igual aquela copiadora somente existia, salvo engano, uma em Natal. Foi a primeiro estabelecimento no ramo de prestação de serviços, plastificação, encadernação, etc, instalada na terra açuense. A inauguração foi prestigiada por inúmeras pessoas da sociedade açuense como Padre Canindé, ex-prefeito João Batista e sua esposa "Lurdinha" Montenegro, comerciante Francisco de Medeiros Dias (Chico Dias) que naquela época era o presidente da Associação Comercial do Açu), Vice-prefeito Agnaldo Gurgel, Coletor Chiquito Soares, José Diogenes, Ulisses Caldas (Tio Ulisses), Geraldo Morais, Adonias e Maria Araújo, Pedro Cícero de Oliveira, dentre outros.Fica este registro para a história comercial do Açu.

EXÉRCITO COMUNICA LIBERAÇÃO DE TRECHO DUPLICADO DA BR 101

A Prefeitura de São José do Mipibu recebeu, na manhã desta quarta-feira, 27, ofício assinado pelo comandante do 1º Batalhão de Engenharia e Construção, Tenente-Coronel Paulo Sérgio Ortiz Rosa, comunicando a liberação do trecho duplicado da BR101, na altura do perímetro urbano de São José de Mipibu.

De acordo com o comandante, o tráfego no trecho vai estar liberado a partir das 07h do dia 29, sexta-feira. Ele informa na missiva que foram cumpridas as exigências técnicas estabelecidas pelo DNIT/RN, que viabilizam a liberação do tráfego no trecho supracitado, em caráter provisório, nos aspectos segurança para os usuários da rodovia e moradores da região, com a construção de seis redutores de velocidade (lombadas) e com a respectiva sinalização prevista.

A prefeita Norma Ferreira, ao tomar conhecimento do ofício, afirmou que a notícia da liberação do trecho é preocupante. “Vamos continuar com a cidade dividida ao meio. Eu não acredito que depois das reuniões que tivemos, inclusive com o próprio Ministro dos Transportes, em Brasília, o DNIT vá deixar a cidade partida ao meio, trazendo prejuízos a toda a população, sobretudo os pedestres, que terão um muro pela frente como obstáculo e os motoristas que vão ter que rodar quilômetros para fazer o retorno de um lado para o outro”, reclamou a prefeita.

Mobilizações

A prefeitura tem apoiado todas as mobilizações pedindo a construção de passarelas e retornos no trecho da BR101 e a prefeita deverá ir à Brasília na próxima semana para mais uma rodada de reuniões no Ministério dos Transportes.

Com reportagem de João Maria Freire

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CASA BARÃO DE CEARÁ-MIRIM SERÁ TOMBADA PELA FJA

Uma notícia boa. A Fundação José Augusto está em processo de tombamento do casarão do Barão de Ceará Mirim. O processo já passou pelas mãos de Crispiniano Neto, presidente da FJA e agora tramita no Conselho Estadual de Cultura para o parecer daquele colegiado. A casa fica situada na propriedade na Usina São Francisco, onde também se encontram os túmulos do barão e da baronesa do Vale de Ceará Mirim. Estou torcendo para tudo caminhar maravilhosamente bem e que aquele casarão venha a ser restaurado. Já basta a dor que sinto ao vê o Guaporé gritando por socorro àqueles que passam em suas imediações.

(Do blog de Francisco Martins - Mané Beradeiro)

AMÉRICO COSTA / HOMENAGEM AO ESCRITOR DE CASCUDO

O multifacetado intelectual potiguar Américo de Oliveira Costa será homenageado hoje na Aliança Francesa (Rua Potengi, Petrópolis). Palestras, depoimentos, exposição de artes plásticas de Dione Caldas e vídeos gravados integram a programação. O acesso é gratuito. A partir das 19h será servido um coquetel de abertura para o início das homenagens ao centenário de Américo.

O jornalista e cronista ocupante da vaga deixada por Américo na Academia Norte-rio-grandense de Letras, Vicente Serejo, inicia a programação com palestra a respeito da vida e obra do escritor acadêmico autor do livro Viagem ao Universo de Câmara Cascudo. A desembargadora Maria Perpétuo Socorro Wanderley de Castro também ministra palestra. A jurista ocupa a vaga de Américo na Academia Jurídica de Letras.

Em seguida serão mostrados depoimentos gravados de Noilde Ramalho, Paulo Macedo, dos colegas de Aliança Francesa José Valério Cavalcanti e Manoel Bonifácio, entre outros. Além de relatos presentes de amigos, familiares e ex-alunos. "Um deles disse ter viajado várias vezes à França. Quando perguntado a data, a aluna disse: 'Não, viajei durante as aulas do professor Américo", disse a presidente da Aliança, Gileude Peixoto.

Américo de Oliveira Costa foi fundador e presidiu a Aliança Francesa entre os anos de 1966 e 1977. Foi cônsul da França e jurista destacado no Estado. A próxima homenagem da Aliança Francesa (com atividades sempre na última quarta-feira do mês) será aos 80 anos do artista plástico, poeta e ensaísta Dorian Gray Caldas.

(Muito - Diário de Natal)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TATUTON SPORT

OLAVO LACERDA MONTENEGRO

Olavo Lacerda Montenegro (1921-1999), nasceu na cidade de Açu (RN). Seu pai Manoel Pessoa Montenegro natural de Macau, litoral potiguar, chamado Manoel Pessoa Montenegro (Manezinho) foi prefeito do Açu durante 13 anos consecutivos nomeado por Getúlio Vargas. Sua mãe Maria Lacerda Montenegro era também açuense, por sinal, nome de uma das principais avenidas de Nova Parnamirim, região metropolitana do Natal (avenida Maria Lacerda). Olavo ainda jovem deixou o Açu para fixar morada na capital natalense onde casou-se com Neide Galliza Montenegro. Exereceu o mandato de deputado estadual em cinco legislaturas consecutivas: 1958, 1962, 1966, 1970 e 1974. Deputado combativo (ele foi um dos responsáveis pela formação da Cruzada da Esperança que levou Aluízio Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 1960), defendia os interesses especialmente do Vale do Açu, importante região da terra potiguar. Na qualidade de deputado foi o autor da lei que elevou e deu foros de cidade os municípios de  Alto do Rodrigues, Carnaubais e Pureza. Foi também sócio fundador da ANORC - Associação Norte-Riograndense de Criadores chegando a ser presidente daquela instituição, contribuindo consequentemente para a agropecuária do seu estado, bem como um dos sócios fundadores da Rádio Princesa do Vale, de sua terra natal. Deixou, além da sua esposa, cinco filhos, netos e bisnetos.


ASSUENSES DAS ANTIGAS

Esquerda para direita: Edson Cavalcante (Edson de Zé do Bar), Edmilson Antônio da Silva (Didio), (?), Ismar Diogenes Gurgel, (?). Edson e Ismar são empresários do ramo de mármores e granitos, Didio é funcionário aposentado do INSS, Ismar é proprietário da Mármore Ltda, por sinal, se não é a maior, pelo menos, é uma das maiores marmorias do Brasil estabelecida em Natal. Didio como bom açuense já na maturidade descobriu a arte de pintar (arte plástica).

domingo, 24 de outubro de 2010

'GUERRA DOS BÁRBAROS" INTERIORIZAÇÃO DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA E A "GUERRA DOS BÁRBAROS"

(Por Eudes Dantas; Iracema Pereira; Jailma Oliveira N. F. de Azevedo; Margarida Maria da Silva; Maria das Dores Medeiros; Maria do Carmo Gomes; Sandra Cunha – Alunos do período 2001.2)

Durante o período colonial, as Capitanias Brasileiras tinham como base econômica a cultura da cana-de-açúcar. No Rio Grande do Norte essa base econômica se solidificou com o cultivo da cana - de- açúcar no litoral e o desenvolvimento da pecuária no Sertão, onde as terras eram impróprias para a cultura da cana. Essa atividade que de início era feita em pequena escala, passou a se expandir Sertão adentro quando ocorreu a ocupação Holandesa em Pernambuco. Tal expansão se deveu especialmente, ao fato de Pernambuco necessitar do gado tanto como força motriz para seus engenhos, como para o abastecimento alimentício, uma vez que o principal produto cultivado na referida capitania era o açúcar. Além do mais, o gado se constituía numa fonte econômica abundante, já que dele era aproveitado quase tudo, inclusive o próprio couro que era exportado para outros países e que levou ao surgimento de oficinas de beneficiamento (curtumes) em Recife.

Todavia, com a expulsão dos Holandeses do Brasil muito gado ficou sem dono, vagando e espalhando-se pelo Sertão, fazendo com que logo colonos interessados em apascenta-los, ocupassem suas ribeiras. E com a colonização Portuguesa e o povoamento se acentuando cada vez mais, através da formação das cidades e vilas, ficava bastante complicado alimentar a população, visto que as terras que não estavam sendo utilizadas para o plantio de cana-de-açúcar, estavam ocupadas com a criação do gado. Para solucionar esta questão, as autoridades provinciais resolveram limitar a criação do gado, proibindo-a até dez léguas do mar e também as margens dos rios, para que estas terras pudessem ser preservadas tanto para o cultivo da cana, quanto também, para outros produtos agrícolas. Essa legislação resultou na ocupação das terras até então inexploradas, já que a atividade pecuária exigia uma maior quantidade das mesmas.

Contudo, a posse da terra era controlada pelo Governador Geral que só concedia a posse mediante o "povoamento" dentro de um ano, sendo esta posse cabível quando entregue aos colonos portugueses ou vassalos do rei de Portugal. Assim, criou-se no pensamento colonial a idéia de um interior "vazio", apesar de ser habitado pelos nativos da terra que não foram tidos como seres humanos. Todavia, de início foi muito comum à convivência pacífica entre nativos e portugueses, devido principalmente ao pagamento de "resgates", por parte dos colonos. Vê-se assim, que existia um medo em demasia por parte do gentio devido ao avanço do colonizador em suas terras e vice-versa. Esses resgates eram uma espécie de "imposto da paz", que visava uma certa cordialidade entre o invasor e o invadido.

A partir de então, a ocupação portuguesa no Sertão do Rio Grande do Norte se intensificou devido ao avanço das frentes pastoris, que objetivava expandir a pecuária Sertão adentro, chegando o momento que devido a esse avanço pastoril, a presença indígena se torna um empecilho à colonização, levando as autoridades coloniais a utilizarem como estratégias de desocupação destas terras, a eliminação dos nativos que resistissem aos interesses colonizadores, especialmente os homens, já que as mulheres e crianças não eram mortas, pois poderiam servir aos interesses dos colonizadores.

Nesse período, nas Capitanias do Norte, habitavam os índios denominados de Tupis, que habitavam o litoral e Tapuias que habitavam o interior. Estes eram constituídos de vários grupos que possuíam especificidades entre si. Os Tarairiú era um desses grupos Tapuias habitantes do Sertão que se distinguia dos Kariri e dos Gê. Graças ao estudo de alguns cronistas, podemos conhecer como eram divididas as famílias Tapuias e onde habitavam essas várias nações. Os Tarairiú eram subdivididos em dois grupos e se diferiam entre outros aspectos, lingüístico – culturalmente dos Kariri e tinham como chefes Janduí e Cerro-Corá. Os primeiros habitavam áreas sub-litorâneas, como as margens dos rios da região Seridó e o segundo habitava nas proximidades de rios permanentes, como o Rio S. Francisco. Um dos aspectos da cultura indígena que provam as suas diversidades culturais, é a prática do endocanibalismo, ou seja, quando morria um membro da tribo, este era comido pela própria tribo, e também quando nascia um bebê morto, este era comido pela mãe, o que não acontecia com a tribo Kariri. Os Tarairiú que habitavam o Sertão da Capitania do Rio Grande dividiam-se em Jandui, Ariú, Pega, Canindé, Genipapo, Paiacú, Panati, Caratiú e Corene, os quais tiveram contato com os colonos portugueses quando a pecuária adentrou os Sertões. Esses Tapuias tinham os mesmos costumes de alguns índios do Brasil e gostavam de depilar e pintar todo o rosto e o corpo e costumavam cobrir os genitais, sendo que as mulheres usavam uma espécie de "avental" feito de folhas e os homens um cendal também de origem vegetal, além de enfeitarem o corpo com penas e outros adornos naturais.

O clima do sertão impunha aos Tarairiú uma vida seminômade, já que de acordo com as estações do ano, estes mudavam seu acampamento para outros lugares que garantissem seu sustento, não tendo aldeias fixas. Assim relatos apontam que nos meses de Novembro, Dezembro e Janeiro, os Tarairiú se colocavam perto do mar, já que essa região era mais rica. Dormiam em redes ou no chão. As migrações para outras áreas eram indicadas pelos feiticeiros e anunciadas pelos reis que determinavam o local do próximo acampamento. As mulheres eram encarregadas de transportar bagagens e procurar paus e folhagens para confecção de um novo abrigo e os homens eram encarregados da caça, da pesca e da procura de mel, já que sua alimentação básica era esta, juntamente com frutos, raízes e ervas. Após as chuvas estes se deslocavam para as várzeas dos rios, onde plantavam mandioca, milho e legumes.

Os Tarairiú eram guerreiros temidos até por outros indígenas devido sua força, velocidade e destreza na guerra. Além das armas européias, eles adotaram o uso de cavalos, o que causava espanto aos Portugueses. Sendo uma sociedade guerreira, a posição dos "principais", ou seja, de um grande guerreiro, era de grande prestígio, havendo cerimônias de coroação com muitos festejos. Os acordos de paz também eram feitos com a presença do guerreiro, sendo que este juntamente com os seus, se tornavam a partir do "acordo", vassalos do Rei de Portugal.

Percebe-se até então, que estão explícitos os interesses coloniais para "livrar" o território da presença indígena, seja pela morte, pela fuga ou pela rendição forçada ou ainda com outras estratégias de intimação para obter escravos disponíveis a colonização. E na tentativa de expulsar os índios e de se apropriar das suas terras para desenvolver a pecuária, iniciava-se a ampliação das fronteiras econômicas em direção aos Sertões das Capitanias Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Contudo, esse empenho colonial gerou muitos conflitos, onde até os padres seculares temiam vir até o Rio Grande, por medo dos "bárbaros" tapuias. Durante as décadas de 1670 e 80, com a distribuição de sesmarias nas ribeiras dos rios Acauã, Seridó, Açu, Apodi e Mossoró, e implantação da pecuária na capitania do Rio Grande, foi criada uma situação que de certa forma favoreceu uma convivência entre os Tapuias e vaqueiros, tanto que os conflitos eram resolvidos através de "acordos", sendo que em algumas situações, os conflitos eram resolvidos através da "força", ou seja, pela escravização indígena para a mão-de-obra. Esses conflitos foram se alastrando e fazendo com que a situação se agravasse em ambas as partes, pois a interiorização cada vez mais forte da pecuária vinda de um lado, do litoral de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande e do outro (Maranhão, Piauí e Ceará), colocava os indígenas numa situação de imobilidade diante das frentes pastoris, levando-os a se constituir numa barreira à colonização, que foi denominada de "muro do demônio". Por conseguinte, os índios "espremidos" num limite mínimo de terras, pressionadas e sem saída reagiram violentamente, levando a capitania a uma deflagração que ficou conhecida como a "Guerra dos Bárbaros".

No ano de 1687, a reação Tarairiu à colonização, intensificou-se tanto que foi preciso pedir intermédio de um vereador da câmara enviado ao governador geral na Bahia, pois o levante já havia causado grande catástrofe. O governador geral Mathias da Cunha, vendo a possibilidade da retomada das terras pelos Tarairiú, ordenou que o coronel Antônio de Albuquerque da câmara assumisse a liderança de interesse dos colonizadores.

Os Portugueses construíam várias casas fortes onde se instalavam, só que por serem feitas apressadamente, estas eram inseguras o que permitia constantes ataques dos nativos. Logo os colonizadores tentaram repreender os "indígenas", enviando tropas paulistas lideradas por Domingos Jorge Velho, para guerrear contra eles. Os objetivos dessa luta seriam degolar os guerreiros e escravizar suas mulheres e crianças, já que estas úteis, podendo ser inclusive vendidas para pagar os custos da guerra. Além disso, as mulheres cativas, iriam trabalhar na agricultura, enquanto as crianças seriam educadas nos moldes católicos e de acordo com os interesses dos dominadores. Nesse sentido, aos poucos eles iriam se desprendendo de suas raízes culturais.

Percebe-se assim, que a guerra afetava profundamente o cotidiano dos indígenas, já que estas aconteciam em seus territórios forçando-os a migrar para o Litoral em busca da sobrevivência, o que antes faziam voluntariamente só nos períodos de seca para dela escapar. Essa nova situação levava os indígenas, como os Panati, a saquearem fazendas roubando e matando gado na tentativa desesperada de sobreviver à colonização portuguesa, fato que suscitou reações dos dominantes que logo buscaram conte-los, como comprovam as cartas enviadas pelos oficiais da Câmara de Natal ao capital-mor, solicitando desse que fizesse a distribuição desses índios já reduzidos na Aldeia do Guajiru, entre a população da Capitania para que estes passassem a reparar os danos que haviam causado aos colonos e moradores. Como se não bastasse a expropriação e a dizimação já realizada com esses índios pelos portugueses, estes ainda tinham que pagar uma conta que não lhes era sua e sim, devida pelos brancos aos mesmos. Todavia, como a lógica da colonização era além da liberação das terras para a pecuária, obter mão-de-obra necessária para o trabalho, se fazia então fundamental, desenvolver a escravidão. Daí o porque de retirar os indígenas da Aldeia com o pretexto de introduzi-los na fé católica, batizando-os e sustentando suas despesas em troca de seus serviços, pois caso permanecessem na aldeia não haveria como força-los ao trabalho, ou seja, escraviza-los. Por conseguinte, a guerra dos bárbaros só reforçou essa lógica ao atender os objetivos da colonização. Foi assim, que tanto Domingos Jorge Velho que dizimou muitos indígenas na serra do Acauã, hoje a conhecida Serra da Rajada, bem como, a tropa do Pernambuco comandada pelo capitão Afonso de Albertin, que dizimou a tribo dos Janduí na Ribeira do Açu, foram parabenizados pelos seus feitos pelo Governador geral e pelo novo governador de Pernambuco, já que seus prisioneiros foram levados para Recife como presentes para este último, sendo comercializados como escravos em praça pública para bom proveito de seus "carrascos" e ou vencedores.

Com o continuar da repressão aos Tapuias e as vitórias obtidas, os oficiais da Câmara de Natal enviaram um Memorial ao Rei, no qual alegando a este as perdas de colonos e despesas realizadas para com o desenvolvimento da "guerra dos bárbaros", solicitava o reparo das mesmas com o pagamento do gado perdido e a distribuição das terras "liberadas" entre as pessoas da Capitania, além da criação de um presídio no Arraial do Açu e de um alojamento com cem índios domesticados, para a proteção dos moradores e para que estes "ajudassem" no transporte do gado para Pernambuco.

É notório o interesse dos luso-brasileiros para que as perdas sofridas com a guerra, fossem logo reparadas, as terras expropriadas fossem distribuídas e ocupadas, evitando possíveis iniciativas dos Tarairiú de retoma-las. Todavia, estes bravios guerreiros, apesar das degolas, dos aprisionamentos, cativeiros e reduções em aldeamentos jesuíticos que sofreram ao longo dessa história que lhes fora imposta, resistiram por cerca de mais trinta anos sempre lutando como podiam pela posse de suas terras e na tentativa de vencer as injustas estratégias da dominação colonial. Assim, a colonização portuguesa no Rio Grande e no Brasil, se consolidou sob os moldes de uma visão cultural preconceituosa e injusta, onde o nativo passou de gentio a infiel, por não se submeter ou tentar resistir às imposições européias, fato esse, que acarretou o extermínio quase que completo dos nossos nativos.

ANEXOS:

BIBLIOGRAFIA:

LOPES, Maria de Fátima.Índios, Colonos e Missionários na Colonização do Rio Grande do Norte. Natal, 1999. Dissertação (Mestrado em História) Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Cap. 4. p. 102-129.
MONTEIRO, Denise Mattos.Introdução à História do Rio Grande do Norte – Natal:Edufrn, 2000. cap.1-2. p. 19-95

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As Guerras dos Bárbaros ou A Guerra do Açu


A princípio o denominado Sertão do Açu compreendia toda ribeira do rio com este nome e a ribeira posteriormente chamada de Seridó, recorte espacial reputado como possuidor de grandes campos frescos e salubres, onde muito gado podia ser criado. Sua colonização começou no final da década de 1670 e início de 1680. Ocupavam originalmente essa região os nativos tapuias, na sua grande maioria pertencentes à nação dos janduís. Esta porção interior da Capitania do Rio Grande foi tocada inicialmente, pela empresa colonizadora, por vaqueiros que ali fabricavam currais e viviam em relativa paz com os primitivos habitantes.



Contudo, essa paz duraria muito pouco e está região seria palco das mais sangrentas batalhas e atrocidades cometidas ao longo das Guerras dos . Levantes isolados de grupos indígenas precederam o movimento que tomaria maiores dimensões e seria denominado na época como a Guerra do Açu.


Mesmo sendo difícil datar o início destas revoltas e levantes, é possível que os motivos da revolta remontam dos abusos de João Fernandes Vieira, Capitão-mor da Paraíba (1655–1657), quando este prendeu os dois filhos de Canindé, tido como "rei dos janduís".


As razões mais profundas podem ser encontradas na expulsão dos holandeses - fiéis aliados dos indígenas tapuias -, além do avanço da economia pastoril que promovia a ocupação das terras dos nativos, além do que, o sertão do Açu foi alvo da migração de pessoas vindas das demais províncias do Norte em fuga de um surto epidêmico de febre amarela. Diante desse panorama, os tapuias sentiram-se usurpados e resolveram reagir.


Por volta de 1661, cresceu a hostilidade dos tapuias, metendo medo no novo capitão-mor da Paraíba, Matias de Albuquerque Maranhão (1661–1663), o que escreveu imediatamente para a regente D. Luísa de Gusmão, avisando que os índios bárbaros haviam se rebelado causando grande receio à população branca do sertão. Por conseguinte, em 1662, a regente ordenou que fizesse guerra contra os janduís, antes que estes se fortalecessem.


Os conflitos com os tapuias se espalharam por todo sertão atingindo territórios dos atuais estados do Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. No Rio Grande, região do Açu, os conflitos persistiram, uma vez que as nações tapuias estavam causando danos e dando cabo aos colonizadores e vaqueiros além de matar e comer o seu gado.


Não controlando a rebeldia dos nativos, por volta de 1687, os edis da vila de Natal, pediam ao governador de Pernambuco, João da Cunha, ajuda para combater os tapuias que, no sertão do Açu já tinham matado cerca de cem pessoas, além de destruírem tudo o que encontravam.


Em pouco tempo os tapuias fizeram-se senhores, novamente, de todo sertão ameaçando inclusive os colonos na ribeira do Ceará Mirim. Tal proximidade com a sede da Capitania colocava em perigo os moradores de Natal. Houve então a necessidade da vinda de socorro da Bahia. A solução encontrada pelo Governador Geral foi autorizar o envio de duas Companhias que partiram sob o comando do Coronel Antônio de Albuquerque Câmara.


No que tange ao Seridó, na ribeira do Acauã, chega em 1687 o coronel Antônio de Albuquerque da Câmara, que ali possuía uma sesmaria, para dar combate aos gentios, usando como base militar a casa-forte do Cuó, cujos alicerces ainda podem ser encontrados em Caicó.


No entanto, esta expedição resultou em um enorme fracasso, fazendo com que os moradores da Capitania do Rio Grande ficassem bastante abalados a ponto de ameaçarem "despejar a Capitania". Essa decisão dos moradores fez com que o capitão-mor do Rio Grande baixasse um edital para impedir o êxodo em massa, alertando a população dos possíveis danos que sofreriam se abandonasse a capitania.


Diante do caos, o Governo Geral pediu que o paulista Domingo Jorge Velho marchasse de Pernambuco com todas as forças que conseguisse mobilizar, pois cria que suas tropas, moldada no combate ao gentio, seria capaz de vencer os rebelados, um vez que eram bem organizadas, ao contrario das tropas pernambucanas reunidas por Albuquerque Câmara e Manuel de Abreu Soares.


No início de 1688, Matias da Cunha já havia escrito aos edis de São Paulo, alertando para o fato de que o Rio Grande se achava oprimido pelos bárbaros. Ele também escreveu à mesma Câmara afirmando que das fronteiras chegavam avisos de que as tropas não se atreviam a investir contra os índios nas suas aldeias, e que estes chegaram até mesmo a cercar os quartéis onde estavam Domingos Jorge Velho Antônio e Albuquerque Câmara, que pelejando quatro dias com os bárbaros, por falta de munições, tinham se retirado dos quartéis.


O acampamento do sertanista situava-se na ribeira do Piranhas, fronteira com a Paraíba. Combateu no Seridó sem, no entanto, participar da última batalha da guerra cujo palco foi o Acauã. Ali ficou sob o comando das tropas, um cabo de seu terço, que "derrotou o gentio (...) e trouxeram mil e tantos prisioneiros" . Neste combate teria sido preso o cacique Canindé, que em 1692 firmou um acordo de paz com os portugueses.


Segundo as informações do Capitão-mor do Rio Grande, Agostinho César de Andrade, em 1689 os bárbaros haviam se fracionado. Todavia, alguns janduís, chamados Panatis, resolveram continuar as hostilidades obstinadamente, enquanto outros negociaram as pazes.


Mesmo essa iniciativa não foi suficiente para os colonos, pois uma onda de pavor se espalhou entre aqueles que acreditavam que os tapuias tivessem pedido a paz para dela se aproveitar, preparando assim, uma ofensiva final.


Domingos Jorge Velho, continuou na peleja com os índios pelo menos até o final de 1689. Com efeito, em outubro, seu sargento-mor obtivera uma importante vitória sobre os bárbaros, que resulta na captura do principal janduí, Canindé.


A paz não foi uma conquista imediata. Alguns fatores conspiram a favor da instabilidade: negligência para com as tropas de Matias Cardoso; o atraso no pagamento dos soldos, que foi tratado apenas em 1693, deixando os soldados em desespero por causa da situação de desamparo que os desanimava. Corria-se desta forma o risco um motim desses soldados visto que já que a fazenda da capitania não dispunha mais de recursos para investir na guerra, sendo assim, os esforços de paz corriam sérios riscos.


Ainda em 1693, Matias Cardoso atacou os índios do Ceará, não alcançando muito êxito. Em 1695 estavam terminadas as atividades formais da Campanha dos paulistas.


Em 1694 João de Lencasto assumiu o Governo Geral na Bahia com o interesse de solucionar a Guerra dos Bárbaros. Em carta ao Capitão-mor do Rio Grande sugeriu para por fim às guerras que se procurasse a paz acima de tudo.

Na tentativa de arrefecer a rebelião dos tapuias fortaleceu-se a idéia de que era necessário o repovoamento co a ocupação perene das regiões fronteiriças. Para este feito as medidas foram tomadas. A determinação ordenava que em Açu, Jaguaribe e Piranhas se pudessem seis aldeias de índios. A importância dessa medida foi destacada por Lencastro de duas maneiras: de um lado a razão militar visto que essas aldeias amigas seriam importantes para a defesa das fronteiras; por outro lado o sistema econômico das lavouras açucareiras dependia do fluxo de animais de corte provindos desses sertões. Sendo assim, o cordão defensivo das aldeias, além do povoamento iria reconstruir a economia local e garantir a segurança.

Além dessa alternativa ganhava corpo outra que considerava a idéia de se chamar o terço Paulista para intervir já que tentar fazer as pazes com os tapuias era considerado um esforço de muito risco. Portanto, estavam postas na mesa duas saídas: a paz com os índios através do povoamento, ou a guerra continuada em bases militares.

A decisão tomada e aceita pelo rei em 10 de Março de 1695, foi de contratar o terço de paulistas, patrocinando-os e executando a lei de 1641 que possibilitava que esses "soldados" poderiam fazer os índios de cativos, no lucrativo comércio de escravos.

Os moradores do Rio Grande, associados à açucocracia de Pernambuco eram partidários de uma solução pacífica tendo como aliado o capitão-mor Bernardo Vieira de Melo, que achava que "só por meio da paz podia haver quietação". Na visão do capitão-mor, o melhor a fazer era um presídio na Ribeira do Açu, e os cordões de aldeias para povoarem as fronteiras. Sua iniciativa era contrária àquela articulada na Bahia, indicando que o levaria a uma colisão com o terço dos paulistas.

Os argumentos de Bernardo Vieira de Melo não surtiram efeitos para coroa, que já puseram em marcha a máquina de guerra paulista, comandada pelo meste-de-campo Manuel Alvares de Morais Navarro, que distribuiu patentes a ele e a todo o terço que fizeram parte deste levante. Navarro e sua gente partiram para Bahia de onde o terço saiu em direção a Paraíba. Após oito meses (10 de maio de 1699) juntaram-se a esse terço os capitães Manuel da Mata Coutinho e Manuel de Siqueira Rondon, acompanhados de setenta soldados.

As tensões permaneceram até que as pazes foram sendo tecidas pouco a pouco e o trabalho de sedentarização dos índios foi sendo orquestrado pela Coroa.

BIBLIOGRAFIA:

MACÊDO, M. História e espaço seridoenses entre os séculos XIX e XX. Mneme – Revista Virtual de Humanidades. CERES. Vol. 01, n.01. p.01-50. 2000.

PUNTONI, P. A Guerra do Açu. In: - A Guerra dos Bárbaros – povos indígenas e a colonização do sertão nordeste do Brasil, 1650-1720. S. Paulo, 1998.254p, Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP. (CAP. 04).

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