quinta-feira, 3 de setembro de 2015



Por João Lins Caldas

Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...

Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...

Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...

Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...

Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....


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