sexta-feira, 9 de setembro de 2016

POETISA ALDINETE SALES FAZ HOMENEGEM RIMADA COMO DESPEDIDA DO PROFESSOR GILMAR RODRIGUES




A poetisa carnaubaense Aldinete Sales,  produziu da fornalha da sua inteligência uma referência rimada para homenagear seu professor Gilmar Rodrigues, falecido hoje em Assú.

Hoje o céu se encheu de muitas cores.
Para abrir o portão celestial.
A caminho da rua de cristal.
Conhecendo de Deus seus esplendores.
Foi na terra o melhor dos professores.
Um poeta, advogado e locutor.
No esporte fez tudo com amor
Hoje Deus te escolheu para habitar
E no livro da vida tem Gilmar
Meu querido e eterno professor.
Aldinete Sales

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CORTEZ PEREIRA SOBRE A SECA NO NORDESTE BRASILEIRO

Título do blog.

José Cortez Pereira de Araújo, governador do Rio Grande do Norte (1970-1974)

-Nossa pobreza não decorre das secas, nem da escassez de terras férteis, muito menos do clima. Ela se origina nas múltiplas atividades econômicas que formam nossa agricultura, inadequada às condições e circunstâncias do Nordeste. Nossas atividades agrícolas são contrárias à natureza, são anti-ecológicas, as chuvas irregulares, a alta temperatura, o excesso de luz tudo aqui cultiva culturas arbóreas, perenes e nós fazemos, no Nordeste, exatamente o contrário.
 
-O Seridó é a maior demonstração do acerto contido na expressão que tenho repetido várias vezes: nós não temos fatores adversos e sim atividades adversárias dos fatores.
 
Não há, em todo o Nordeste, uma região mais árida do que o Seridó (vértice de aridez 3.3), nem mais quente (até 60°nos afloramentos da rocha), nem com maior luminosidade (quase 3.000 horas/sol/ano), cujos solos sejam tão rasos, secos e erodidos e, no entanto, o nível de vida povo é muito superior ao das populações do fértil e chuvoso Maranhão.
 
-Tudo começou, como começam sempre a história de todas as gentes, pelas atividades primárias, pelo que se faz o homem sobre a terra. Foi a atividade compatível com a natureza que ajudou o homem melhorar a sua vida.O Seridó começou com os currais, as fazendas de gado, as barragens submersas, as vazantes nos leitos dos rios, os açudes médios e pequenos. Guimarães Duque escreveu que era o seridoense quem sabia melhor aproveitar a pouca e irregular água que caía Nordeste. E foi assim que a pecuária se tornou suporte econômico e alimentar com carne, leite e queijo o homem do seridó.

-O clima tornou saudável a pecuária do Seridó e a imaginação do homem criou os meios para se conviver coma seca.
 
A outra grande atividade econômica da região não precisou, siquer, de ajuda, porque ela já era a própria natureza, no xerofilismo do algodão mocó. Cultura arbórea, perene, o nosso algodão casava com o clima seco para melhorara sua fibra longa. O solo semi-àrido era sua condição ótima para vegetar e produzir. Plantasse o algodão seridó nas terras férteis dos vales úmidos, que a rejeição o faria amarelar, amofinar, com saudade da terra seca, da quentura infernal do meio-dia e das noites sem orvalhos.
 
-Nos sertões do Nordeste, em nenhum outro lugar, elevou-se tanto o nível social dopovo, quando no Seridó. Um dos sintomas dessa realidade foi a liderança da Região em relação ao Estado, desde o primeiro Presidente da Província Tomás de Araújo Pereira. Para se sentir a força dessa influência, basta lembrar os nomes de Brito Guerra, José Bernardo, Juvenal Lamartine, Pe. João Maria, Dinarte Mariz e Monsenhor Walfredo Gurgel.
 
-O nível social alcançado explica a projeção dos seus homens e ambos os fenômenos são explicados pelo desenvolvimento econômico da Região. Esse desenvolvimento econômico só foi possível porque as duas históricas atividades primárias, harmonisavam-se com a natureza, apoiavam-se nela.
 
-Agora, outro aspecto interessante do assunto: o binômio algodão X boi se complementa, se integra e, assim, potencializam-se recíprocamente. Os campos de algodão, depois da colheita, viram cercados de solta e a praga remanescente é destruída pelo gado, que muito deixa  nos roçados. Tem mais, a cultura do algodão produziu, também, a torta, ou simplesmente o caroço que era o rico alimento proteico dos meses secos e dos anos mais secos.
 
O Seridó era uma harmonia de trabalho produtivo!
 
Um outro fato econômico que ocorreu no velho Seridó, eu acho sensacional. Em nenhum outro lugar do Brasil, com a mesma intensidade, aconteceu coisa parecida. Foi como que um planejamento “espontâneo”, nascudo da intuição, que  desenvolveu a atividade agrícola na complementação industrial, com a industria rudimentar situada na própria areada produção da matéria prima. Refiro-me aos descaroçadores de algodão, às tradicionais “bulandeiros” que se situavam nos sítios e nas fazendas, criando , naquele tempo, a agro-industria-rural, que os mais modernos planejadores do Terceiro Mundo apontam, hoje, como a grande solução de quase todos os nossos problemas.
 
-A agro-indústria –rural integra os dois grandes setores de produção e transformação econômicas, com a grande vantagem de, situando-se no campo, permitir o natural êxodo agrícola, evitando o êxodo rural. Só assim, supera-se o grande, o imenso problema do alto custo social das cidades “inchadas”. Pois bem, tudo isso já existiu no Seridó do passado. Certa vez,  em encontro de políticos importantes e até Ministros, eu destaquei esta originalidade genial, quando um deputado federal do Seridó, sem entender o sentido da coisa, condenou o fenômeno sob a crítica de que o meu pai teria sido – como foi – um desses agro-industriais...
 
- Este pedaço do Brasil chamado Seridó, precisa um estudo sociológico profundo para se tentar conhecer as raízes da sua vida, do seu comportamento e reações. Contam que o primeiro, ou um dos primeiros açudes do Nordeste teria sido  feito em Caicó. Um preto patriarca, responsável pelo grande feito, pedira ao missionário alemão que pregava missões na “Vila do Príncipe” para abençoar a novidade, o açude. Quando o frade viu que se tratava de contrariar a vontade de Deus que fizera os rios para devolver ao mar as águas que sobravam da terra, amaldiçoou o velho Terencio (que se suicidou) e sua família, até a 3ª geração. Agora, a grande lição: desde então Caicó não deixou mais de fazer açudes e nenhum outro município do Nordeste tem mais açudes do que lá.
-O Seridó tem projeção no Brasil, na época da guerra, pelo grande produção de tugstenio  e outros minérios. Do sub-solo da Região tiram-se muitas matérias primas com as quais é feito o desenvolvimento dos países avançados: capacitores eletrônicos, turbinas de aviões a jato, naves espaciais, reatores nucleares, etc.
 
-Agora mesmo é o ouro e o ferro que reaparecem na nossa pauta de produção, mostrando a riqueza diversificada do Seridó.
 
- Uma vez, pelo menos, eu não fui bem entendido, quando responsabilizo o governo como o grande “vilão” na história sem lógica da pobresa do Nordeste. Digo que seca não é a nossa terra, mas a inteligência dos que nos governam. Isto desde a era colonial, quando os portugueses nos ensinaram a cultivar o que faziam na Europa e que não podia dar certo aqui, no Nordeste, que não tem nada parecido com Europa. E o pior,  de lá para cá, os que nos governam não foram sensíveis a fazer uma reformulação de nossas atividades econômicas e, mais grave ainda, não souberam siquer conservar o que se fazia acertadamente, aqui. Exemplo: o algodão mocó. O “bicudo”, apenas deu o tiro de misericórdia. O velho algodão mocó começou a morrer quando o crédito oficial (o Governo) chegou por aqui, aplicando suas normas feitas para o algodão anual de S. Paulo e Paraná.

O financiamento teria de ser pago no mesmo ano e o seridoense, para escapar, plantava entre as fileiras do algodão arbóreo o outro algodão anual, o “rasga letra”, que daria condição de pagamento anual, mas que foi hibridando, misturando-se geneticamente, até fazer desaparecer o patrimônio fantástico do velho algodão mocó.
 
*José Cortez Pereira de Araújo foi político, professor e ex-governador do Rio Grande do Norte (1970-1974)
Para descontrair:

Conta-se que Júlio Caraolho como era mais conhecido, era um desses boêmios autênticos do Assu das antigas e fazedor de mandados, se não me falha a memória. Pois bem, teve o atrevimento de pegar nos peitos de uma mulher barraqueira da Andrade Gutierrez (construtora que construía a barragem Armando Ribeiro ou Barragem do Assu, em 1979), a mulher dava-lhe uma surra de mangueira mas ele, num misto de cinismo e otimismo, repelia a exaustão: Deixa de brincadeira, minha senhora!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Natal,
do forte dos reis magos
à força das marés
em Ponta Negra
...
Natal,
capital potiguar
ponto geográfico
que mais nos aproxima
da África
Da grande duna
feito outeiro,
do morro do Careca
diviso o nascer do sol.
Forte, intenso,
sol equatorial
brilha cedo na matina
dorme antes dos passarinhos.
Após uma rodada
da mais pura macaxeira,
acompanhada de camarão e jirimum
ao som das fortes ondas na orla,
Em longa caminhada
fui sentindo nos olhares,
no chão, na palmeira gemendo ao vento,
nas telas de mestre Leão, as raízes
Espalhadas na terra de meus ancestrais
no gosto amargo e corte forte do cajá,
ao sabor agreste do sorvete de cajú,
coisas típicas potiguares.
Apreciando as aquarelas de acrílico
viajei ao tempo de Tarsila do Amaral,
revivida nas obras de mestre Leão,
artista plástico boliviano aqui radicado.
Nos grandes pés e mãos,
na boca honesta e generosa,
da flor de cactus ao menino vaqueiro
eita terra que não nega suas origens.
À noite, ante o agito das marés,
nada como um rodízio de camarão,
e dos mais puros frutos do mar
na barraca Rei do Caranguejo.
Surpresa maior, inusitada
tão deliciosa quanto os pratos típicos,
foi a música regional, alías diversos ritmos
cantados e dançados com arte e alma.
E os dançarinos do carimbó, forró, do coco
nada mais eram que os garçons e garçonetes
aliando ao trabalho de servir, a arte
de cantar, distrair e também se divertirem.
Fiquei deveras encantado
quando sr Manoel do coco, repentista
e cordelista de fama,
se pôs a circular de mesa em mesa,
Cada cidade ou país
de origem do turista
era em versos homenageada
com ironia fina, delicadeza e conhecimento.
Ao final, uma grande embolada
com as pessoas invadindo o salão
ao som da zabumba, do triângulo e da sanfona
na dança que tanto apaixona, o forró.
Vendo, ouvindo e percebendo
os diversos olhares das pessoas,
me senti como árvore fincada,
nos troncos que firmavam a barraca
Encontrando outras raízes,
de lugares tão distantes,
mas, irmanados na doce sensação
de ser um pouco parte desta sinfonia,
Deste jeito de viver
que celebra a vida,
que sorri ao servir,
que se emociona a um agradecimento.
Por isso, digo
se você não foi ao Nordeste,
então vá, Carmen Miranda
já dizia da Bahia, mas vale para Natal,
Para Recife, Fortaleza,
Maceio, Aracajú
São Luiz e Teresina,
João Pessoa e Caruaru...
Ah, que bom curtir
este sol tropical
esta gente bronzeada
que sempre mostra seu valor...

AjAraújo, o poeta humanista, uma noite em Natal, escrito em 16 de julho de 2010
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php… © Luso-Poemas

 

VOZES DO PASSADO: A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA CIDADE DE NATAL ATRAVÉS DE SEUS FOTÓGRAFOS E CRONISTAS

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Foto da antiga igreja matriz de Nossa Senhora da Apresentação, na Praça André de Albuquerque, centro de Natal. No início do século XX era normal que escoteiros ficassem no alto da torre e desfraldassem bandeiras quando um barco era visto se dirigindo para o porto da cidade. Estas bandeiras possuíam cores distintas para diferenciar se os barcos vinham do norte, ou do sul. Durante anos este foi o local mais elevado da cidade, de onde fotógrafos registraram a evolução da cidade.
Luciano  Capistrano
luciano.capistrano@natal.rn.gov.br
Fonte – http://jornalzonasulnatal.blogspot.com.br/2016/06/vozes-do-passado-construcao-historica.html?spref=fb 

O historiador Câmara Cascudo em sua História da cidade do Natal, relata a saga de um alvissareiro, que do alto da torre da matriz, era testemunha ocular das transformações ocorridas na cidade. Nesta pesquisa apresentamos o “alvissareiro” da história, materializado em Manoel Dantas, Luís da Câmara Cascudo, Eloy de Souza, Jorge Wilheim, Henrique Castriciano, Alberto Maranhão, Januário Cicco (memorialistas, poestas, romancistas, entre outros artesãos da palavra) e Bruno Bougard, João Galvão, Manoel Dantas (fotógrafos). A imagem e a literatura, como fonte de pesquisa da história. A imagem sempre esteve presente como fonte importante para entender o passado. Ao longo dos séculos XIX e XX, a fotografia se consolidou como invento, essencial no registro de paisagens naturais e culturais. O documento histórico, não é mais restrito a documentos escritos, cada vez mais, a imagem ganha campo entre historiadores. A utilização desta nova fonte histórica faz parte da nova historiografia.

A literatura em todas as suas vertentes, compõem hoje, com a fotografia uma fonte repleta de possibilidades para a pesquisa histórica. O historiador, por seu oficio, dialoga permanentemente com o passado. Este fazer histórico o leva a andar entre arquivos públicos e privados, buscar construir os caminhos e descaminhos das gerações passadas é a tarefa primeira. Um labutar, por entre, poeiras, revirando velhos manuscritos, documentos, hoje, fontes que dizem mais do que uma carta de amor ou um balancete comercial. O objeto pesquisado não exerce a mesma função de outrora.
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Outra visão da matriz.
No tempo presente o olhar do historiador, dá “voz” ao passado através de sua interpretação do documento selecionado. Construir os caminhos do passado, através da palavra e da imagem, este é o desafio da historiografia atual. Esta pesquisa histórica objetiva a construção da história da cidade de Natal através da utilização do acervo fotográfico do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte) e do jornal A República, e da produção literária do Rio Grande do Norte, tendo como recorte temporal 1901 e 1920. Neste sentido, selecionamos algumas “vozes do passado”, poetas, ficcionistas, memorialistas, enfim narradores de uma época passada, o que possibilita conhecer a transformação do espaço urbano a partir do “olhar” do cronista, materializado no fotografo, muitas vezes não identificado, e dos escritores que testemunharam a ocupação da capital Potiguar.

O educador Henrique Castriciano, Potiguar de Macaíba, amante dos velhos e empoeirados papéis, em uma de suas crônicas publicadas em A República, de 18 de março de 1908, afirmou: sinto um intenso prazer quando me cahe sob a vista, bordado pelos arabescos que as traças costumam por nas laudas antigas, um documento qualquer, onde ventou algum traço de vida dos nossos antepassados (CASTRICIANO in ALBUQUERQUE, 1994, p. 129). É muito prazeroso encontrar testemunhos de nossos antepassados, entre os caminhos das traças.

Os historiadores, até por força do seu oficio, em muitos momentos, já vivenciaram a mesma sensação relatada pelo idealizador da Escola Doméstica. Sobre o trabalho em arquivos, recorremos ao historiador Bacellar(2006,p24):

O trabalho com fontes manuscritas é, de fato, interessante, e todo historiador que entra por essa seara não se cansa de repetir como os momentos passados em arquivos são agradáveis. Grandes obras historiográficas tiveram sua origem nas salas de arquivo, onde muito suor e trabalho foram gastos, após semanas ou meses de paciente e dedicada fase de pesquisa.
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Na foto de Bruno Bougard, do alto da torre, vista parcial do rio Potengi e a direita da antiga Casa de Câmara e Cadeia, atualmente demolida. Natal, 1908.
Revisando baús antigos, encontramos os testemunhos das gerações de outrora, fontes materializadas em correspondências, relatórios de governos, inventários, testamentos, periódicos, enfim, em uma profusão de fontes impressas das mais variadas matrizes. Em visitas a arquivos públicos ou particulares, também encontramos fotografias, outra fonte importante na compreensão da sociedade do passado, seus costumes, seus dilemas.

Esta construção histórica, caminha de mãos dadas com a memória. A memória constitui-se no elemento essencial na construção da identidade. Deste modo, pode-se apreender que as identidades, coletiva ou individual, formam-se a partir dos elementos da memória. Vejamos o que diz a professora Ferreira(2004, p.98):

A iniciativa de diferentes setores da sociedade para recuperar e divulgar suas memórias, através de livros, exposições, inauguração de monumentos e criação de centros de memória, tem como objetivo reelaborar identidades, difundir uma determinada visão sobre o passado  (é bom lembrar que a memória, como a história, é sempre produto de seleção feita no vasto campo do passado), e reforçar a imagem pública de grupos ou personagens. São projetos em geral concebidos para valorizar o registro de trajetórias institucionais ou pessoais, para confirmar, a importância de eventos considerados fundadores, bem como para instituir ou atualizar determinadas celebrações.
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Do alto da torre a visão da Praça Padre João Maria e a área do atual Parque das Dunas ao fundo.
A memória é, então, resultado dos vestígios das gerações passadas, ainda preservados, sejam eles na forma material ou imaterial. Reveste-se no elo atemporal, fator de pertença das gerações. A memória social, é assim, o reconhecimento do cidadão do hoje, enquanto construção dos seus antecessores. Como afirmou o professor Mesentier(2005, p.168):

Diferente da memória individual, a memória social se constrói ao longo de muitas gerações de indivíduos mergulhados em relações determinadas por estruturas sociais. A construção da memória social implica na referência ao que não foi presenciado. Trata-se de uma memória que representa processos e estruturas sociais que já se transformam. A memória social é transgeracional e os suportes da memória contribuem para o transporte da memória social de uma geração a outra.

Construir uma “cidade memória” é fazer uma viagem no tempo através de livros, fotografias e periódicos. Fontes encontradas em arquivos particulares e públicos. E como Henrique Castriciano, poder sentir imensa alegria ao encontrar, por exemplo, em um número de “A República”, notícia referente aos espetáculos ocorridos no saudoso Polytheama, brindar nossos olhos com as imagens de Natal, captadas pelo fotografo suíço Bruno Bougard e nos deliciarmos com prazerosas leituras de poetas, ficcionistas, memorialistas e pesquisadores da história urbana de Natal.

Ao olhar o passado através do cronista da palavra ou da imagem, o historiador esta utilizando uma fonte documental importante na construção de um tempo determinado, é o caso de Natal dos primeiros anos de 1910. Exemplo são as crônicas de Henrique Castriciano, publicadas na A República,  e as fotos de Bougard, tiradas no alto da torre da igreja matriz de Nossa Senhora da Apresentação. Vejamos:

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“Sempre surgem idéias neste sentido apparecem os inveterados pessimistas: ‘Natal não é terra para isto’; cream-se dentes quando tal reconhecer; ora carrapato com tosse; taes são as phrases que somos obrigados a escutar, não raro com impectos de concentrada revolta.
No entanto vamos caminhando, vagarosamente embora, porque os nossos recursos são insufficientes.

De alguns annos a esta parte, construímos o theatro, o jardim, nivelamos e calçamos diversas ruas, entre as quaes a Avenida Rio Branco, cujo aformoseamento era um dos impossíveis desta terra, concertamos o Baldo e o Mercado, a cidade substituiu os seus velhos lampeões de gaz commum pelos de acetyleno”. (CASTRICIANO, 1994, p.15-17).

Este fragmento do texto de Castriciano é bem ilustrativo quando nos referimos a construção histórica, tendo como fonte crônicas, pois, demonstra a utilização de pressupostos históricos na pesquisa do passado urbano. Um viés presente nas abordagens da história das cidades, espaço privilegiado quando se pensa na produção de periódicos locais.

A imagem também tem na construção histórica do espaço da urbe uma importância fundamental, ver a evolução através de fotos captadas no inicio do século XX, é um instrumento metodológico de grande valia para o historiador da cidade. Neste sentido as fotos de Bruno Bougard, fotógrafo suíço que visitou Natal na primeira década do século passado, tem uma relevância muito grande para o oficio do historiador.

A Natal  de 1908, encontrada pelo fotografo suíço, tinha pouco mais de 20.000 habitantes, era uma cidade ainda com características coloniais, com ruas estreitas, casas conjugadas e erguidas em um enorme areal. Sua situação geográfica dificultava a locomoção de pessoas, o “caminho” do rio e do mar, eram talvez as melhores opções para os viajantes que aqui aportavam.
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Praça André de Albuquerque e a foz do rio Potengi.
Do alto, então, nasceu a cidade sob a vigilância do “alvissareiro”, testemunha ocular da abertura de ruas, do nascimento de bairros e da construção de pontes, Natal de mar, rios e dunas, esta era a cidade vista do alto da torre da matriz, local onde o observador do tempo, pode presenciar as intervenções urbanas ocorridas na urbe. Como fez Bougard em 1908.

Uma cidade em transformação, que conhece o Bond, a energia elétrica, as ruas planejadas de Cidade Nova, bairro criado pela elite republicana, havida em fazer esquecer o passado monárquico, com as vielas do período colonial, com suas habitações insalubres. Essa cidade, então, caminhando para a modernidade tem na escrita poética de Jorge Fernandes o registro do novo tempo construído no período, aqui um pouco tardio, da Belle Époque.

O BONDE NOVO

O bonde que inauguraram
É amarelo e muito claro…
Sua campa bate alegre e diferente das outras…
E seus olhos vermelhos indicam Petrópolis…
Anda sempre cheio por que é novo…
Chega na balaustrada espia o mar…
E os passageiros todos nem olham pro mar…
Só vêem o bonde novo…
Aquele bonde só devia sair aos domingos
Pois ele é a roupa domingueira
Da Repartição dos Serviços Urbanos…

(FERNANDES, 1970, p. 83).
A poesia de Jorge Fernandes, apresenta a cidade moderna, com seus novos meios de transporte, sua nova forma de sentir e ver a paisagem. Uma cidade se modernizando e deixando no baú da memória relatos como o de Eloy de Souza, sobre a dificuldade dos antigos moradores da urbe em acompanhar os cortejos fúnebres. Como sair da Ribeira, bairro baixo da cidade, ir segui até o alto, do hoje Alecrim, onde se encontra o primeiro cemitério da cidade.
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Quase o mesmo foco da foto anterior, mas realizado anos depois.
“Já perdemos o hábito de fazer quarto aos moribundos e breve chegaremos à perfeição de deixar os defuntos entre a Bica e o Alecrim, por falta de convidados que cheguem ao cemitério.
Pobres mortos! Também é tão difícil ir à vossa morada! O caminho é tão áspero e a areia tão mortificante! […]

Natal, minhas senhoras e meus senhores, se transforma e sente-se que aos poucos irá deixando essa amarga tristeza que ainda lhe dá um aspecto soturno e mau.
Há jardins desgradados e felizmente livres da retouça dos herbívoros e da maldade destruidora de que nos vamos libertando. As árvores já podem crescer na santa paz do Senhor, e a Natureza completará certamente o esforço do homem.

A cidade desperta de seu sonho três vezes secular e eu sinto bem a alegria de ver que a estão vestindo de novo, para alegria de uma vida nova. […]
O mesmo esforço que tem rasgado avenidas empedra o areal, ameniza as ladeiras, saneia as terras alagadas. Começou a viação urbana e o bonde cimentará de vez a obra de pacificação entre os dois bairros”. (SOUZA, 1999, P.44-45)

Na história da cidade encontramos nos cronistas fonte ricas em informações referentes ao processo de urbanização, como essa supracitada de Eloy de Souza, em Costumes Locais.  A cidade de Natal em seu processo de urbanização avança em direção as dunas, vencendo as diversidades de sua geografia, chega ao alto, desce o canal do Baldo e aporta no hoje Alecrim. Parte distante da urbe, constrói dois equipamentos urbanos, que os cidadãos de outrora queriam longe do perímetro urbano: O Cemitério e o Lazareto da Piedade, símbolos da intervenção do poder público na zona até então tida como rural. O medico Januário Cicco, descreve o Alecrim dos primeiros anos da década de 1920:
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O bairro do Alecrim se desdobra em Bôa Vista, Baixa da Belleza e Refoles. Em plenas ruas do Alecrim, cercado pelas habitações, está o Cemitério de Natal, de edade secular e impróprio, pela saturação, de exercer a sua funcção bíblica de reverter em pó o envolucro da alma do peccador. A uns 200 metros da Cidade dos Mortos ficam fontes de abastecimento d’agua á população de toda a Natal. (CICCO, 1920, p.7-8)

Enfim, como propomos neste artigo, a construção histórica da cidade de Natal através de seus fotógrafos e cronistas, busca encontrar novos caminhos metodológicos da pesquisa histórica, tendo como referencial a produção de imagens e de escritos produzidos entre 1901 e 1920, na cidade de Natal. Ao concluir, lembro Câmara Cascudo e seu Alvissareiro, personagem que nesta pesquisa não encontra-se no alto da torre e sim na produção literária e fotográfica da capital Potiguar.

REFERÊNCIAS

CASTRICIANO, Henrique. A esmo. In: ALBUQUERQUE, José Geraldo de (Org.). Seleta: textos e poesias. Natal: RN Econômico, 1994, p. 15-17.

FERNANDES, Jorge. Livro de poemas. Natal: Fundação José Augusto, 1970.

FERREIRA, Marieta de Morais. Nossa história. Rio de Janeiro, v. I, n. 8, p. 98, jun. 2004.

MESENTIER, Leonardo Marques de. Patrimônio urbano, construção da memória social e da cidadania. Vivência. Natal, n. 8, p. 167-177, 2005.

SOUZA, Eloy Castriciano de. Costumes locais. Natal: Sebo Vermelho; Verbo, 1999.

Do blog: Tok de História

Postado por Fernando Caldas


 

É COM MUITA DOR QUE NOTICIO O FALECIMENTO DO AMIGO WELLINGTON

domingo, 4 de setembro de 2016

Assu Antigo
 
Francisco Assis da Cunha. Foi em Assu comerciante bem sucedido, agropecuarista. Nas eleições de 1962 foi o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçado por Walter de Sá Leitão, pela União Democrática Nacional - UDN, não obtendo sucesso, perdendo para Maria Olímpia Neves de Oliveira. Pacaré era pai do poeta Bonifácio Cunha que foi tabelião na Comarca do Assu e de Natal. Chico Pacaré era um homem observador, cheio de sabedoria ou melhor dizendo: de citações sábias. (Crédito das fotos: Sérvulo da Cunha).

Fernando Caldas
Francisco Assis da Cunha em três fazes da sua vida.
A imagem pode conter: 3 pessoas

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas
Yara Darin
"Se houver um tempo de retorno, eu volto. Subirei, empurrando a alma com meu sangue por labirintos e paradoxos - até inundar novamente o coração."
______Lya Luft
arte © Francis Kilian

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Contei meus anos e descobri
que terei menos tempo para viver daqui para a frente
do que já vivi até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino
que recebeu uma bacia de cerejas...
As primeiras, ele chupou displicente,
mas percebendo que restavam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões
onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis
sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos,
apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia,
quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
que não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!


( desconheço o autor )

Do face de Cristina Costa 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

CHICO DANIEL - O ASSUENSE QUE FEZ HISTÓRIA NO FOLCLORE BRASILEIRO
Francisco Ângelo da Costa - o popular Chico Daniel -, nasceu em Assu no dia 05 de setembro de 1941. Nunca sentou num banco de escola. O negócio de Chico era tocar pandeiro acompanhando um sanfoneiro e ao pai Daniel Ângelo – conhecido mamulengueiro na região. Aos 14 anos Chico aprendeu a esculpir e a manusear os bonecos e nunca mais deixou de “brincar” com seus mamulengos.

Ao longo de sua trajetória desenvolveu uma técnica muito específica em torno de sua brincadeira. Preparava tudo com muito zelo. Era o faz tudo: bonecos, figurinos, adereços, texto, oralidade, cenografia, além do improviso nos diálogos de seus bonecos dando "vida" aos personagens. 


Todas as narrativas eram histórias do cotidiano colhidas nos terreiros das fazendas durante a debulha de milho, histórias de trancoso, piadas... usava timbres de vozes e sotaques diferentes quase ao mesmo tempo. Dizia sempre: “A minha arte, quando eu chegar a falecer, quem vai ficar com ela são meus filhos”.

O escritor e folclorista Ariano Suassuna disse certa vez em Natal: “O melhor mamulengueiro do nordeste é daqui, Chico Daniel. Eu acho que ele é um ator extraordinário”.

Chico Daniel participou de festivais de mamulengos em quase todos os estados do Brasil e em vários outros países. Passou uma longa temporada em Portugal fazendo shows com seus ilustres bonecos de pau.

Era dessas sumidades incontestáveis. Alegrava crianças e adultos com as presepadas do negro Baltazar (filho adotivo do Capitão João Redondo) e de personagens que ganhavam "vida" nas mãos do mestre como: Dr. Pindurassaia, Etelvina, Boi Coração, Mestre Guedes, o Malandro de coca-cola, o Padre, Dr. João Bondado, Cassimiro Coco, Tenente Bezerra de Melo, Pedro Marinheiro, João Guedes, o Cachaceiro, entre outros.

Viveu por muitos anos em Natal, recebendo inclusive o título de cidadão natalense.

O mamulengueiro Francisco Ângelo da Costa - Chico Daniel, faleceu às 13 horas do dia 03 de março de 2007, vitima de um infarto. Foi sepultado no dia 04 de março no cemitério de Bom Pastor em Natal. Deixou 10 filhos e 30 netos além de uma grande quantidade de fãs, sobretudo entre os produtores de arte e cultura no Rio Grande do Norte.
Foto ilustrativa colhida no www.overmundo.com.br



domingo, 21 de agosto de 2016

Que Natal é uma cidade relevante, todos nós sabemos. O seu poeta Bosco Lopes (1949-1996) depõe que Natal é fundamental. Não fosse pelo seu pôr do sol do Potengi, seria pelas pessoas que o contemplam, embriagas de poesia e que passeiam a beleza pelas suas ruas seculares.

Mas, Natal não deve viver sobre o escudo de uma cidade bela e encantadora, não! São multiplos os seus problemas que o povo pede soluções urgentes.

Agora, para que Natal melhore, é preciso que você meu caro el...eitor(a) saiba escolher em quem vai votar no dia 2 de outubro para vereador. Se você votar bem, escolher o melhor candidato, vai ter a certeza de ver a capital potiguar, melhor, mais feliz, preparada para o amanhã e para o futuro!

Fernando Caldas (Vereador - 25125).

(Fotografia oficial de urna eletrônica).

O que significa o ouro para o futebol brasileiro

Juca Kfouri

A medalha de ouro ganha no Maracanã enlouquecido com a vitória não significa a redenção de nosso futebol, nem sequer uma revanche sobre a Alemanha.
Mas significa o refazer de um vínculo com a Seleção Brasileira, medida fundamental para reconduzi-la ao caminho das vitórias.

Quem viu e ouviu e sentiu o Maracanã cantando “olê, olê, olá, Neymar, Neymar”, não pode ter dúvida sobre o quanto o torcedor brasileiro andava carente.
Quem ouviu o estádio gritar que Weverton é o melhor goleiro do Brasil, sendo ele do Atlético Paranaense, entenderá a importância dessa medalha inédita.
Medalha que não empalidece em nada as demais 17 conquistadas pelo boxe, pelo judô, pela natação, vôlei e vôlei d e praia, ou pela canoagem e pela vela.
Medalhas somam, não subtraem.
Se Tite pegou uma herança maldita de Dunga e Gilmar Rinaldi, começou a transformá-la em ouro ao deixar quem merecia comandá-la.

E Rogério Micale não só não decepcionou como transformou miséria em riqueza.
Lembre que seria Dunga com sua carranca de maus bofes quem estaria à frente do time olímpico.
Ignorar o bem que tudo isso possa fazer ao nosso futebol não é coisa de quem goste de futebol.
De quem até acha que o problema do futebol brasileiro é Neymar.
Ora, dane-se o Marco Polo que não viaja ou o que o Neymar diz ou deixa de dizer.
Interessa que ele bata falta como a do gol na Alemanha e que bata pênaltis com a precisão demonstrada na última cobrança, aquela que valeu ouro.
Porque só que falta agora é nós acharmos que ganhar uma medalha olímpica possa fazer mal.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"Morto-Vivo"

Hoje, 19, me dirigi a uma das agências do Banco do Brasil, de Natal, para abrir uma conta especifica e obrigatória, para candidatos (Eleições 2016). Pois bem, o funcionário daquela casa bancária ao consultar o Banco de Dados do SISOB – Sistema de Informações de Dados de Óbitos (que alguns cartórios são obrigados a enviar quando alguém, um preposto ou um familiar do falecido, requeira a Certidão de Óbito, a repassar a Previdência Social, bem como a outros órgãos ...do governo), me informou em voz alta que eu já teria morrido desde o ano de 2013, para risos de alguns clientes e funcionários presentes. O que pode ter ocorrido, penso eu, um raro problema de homonímia, erro de digitação ou má fé de alguém. Fato este que terei de resolver num menor tempo possível!
Continuo candidato a vereador pela capital potiguar. Um registro apenas para tornar público.

Obrigado pela leitura.

Fernando Caldas

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

‘Toinho de Walter’ é homenageado na abertura dos JERNS 2016

A solenidade foi encerrada com uma apresentação cultural

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A 10ª etapa regional dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Norte (JERNS) em Assú teve largada na noite desta terça-feira, 16 de agosto com a realização da cerimônia oficial de abertura na Praça São João Batista. Cerca de 2.400 alunos/competidores  de atletismo, capoeira, karatê, judô, taekwondo, natação, jiu-jitsu, xadrez, tênis de mesa, futsal, futebol de campo, futebol society, futebol de areia, voleibol de duplas, e  voleibol in door, provenientes das cidades de Assú, Campo Grande, Carnaubais, Triunfo Potiguar, São Rafael, Paraú, Itajá, Ipanguaçu, Angicos, Santana do Matos, Lajes, Afonso Bezerra, Pedro Avelino e Fernando Pedroza estarão participando da competição que é considerada uma das maiores do gênero no país como informa o coordenador da Codesp/RN, professor Gileno Souto.
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A primeira delegação a entrar no Anfiteatro Prefeito Arcelino Costa Leitão foi a do Colégio do Futuro. O juramento do atleta foi proferido pelo aluno/atleta Carlos Eduardo, da Escola Municipal Professora Nair Fernandes, segundo colocado no Ranking Nacional de Taekwondo e atual campeão do Natal Open na categoria Cadete. Na avaliação do professor Túlio César de Medeiros Almeida a abertura dos JERNS foi um momento de integração de atletas, familiares e professores. As disputas dos JERNS acontecerão em vários espaços como o ginásio do CAIC, Arena Casa Forte, Estádio Edgarzão, Complexo Poliesportivo Deputado Arnóbio Abreu entre outros.
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O ato considerado como ponto alto da solenidade vivenciada nesta terça-feira, a condução do fogo simbólico seguido do acendimento da pira olímpica, foi protagonizado pelo professor de educação física Carlos Antônio de Sá Leitão – ‘Toinho de Walter’ que também recebeu uma comenda pelos serviços prestados ao esporte assuense.
Eu não esperava que viesse ser convidado para ser homenageado e acender a pira olímpica. É um momento de festa para a nossa cidade”, destacou o professor. A solenidade foi encerrada com uma apresentação cultural. Clique aqui e veja a galeria de fotos.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

( B O R B O L E T A )

Sou borboleta que saiu do casulo
Sentindo -se insegura não sabe voar....
Que a vida me ensine .......
Me mostre o caminho
De um lindo jardim que busco
Encontrar.


Autoria : Sara Camara
17/08/2014/
 

5 coisas interessantes sobre o primeiro museu indígena do Rio Grande do Norte

Publicado por às 10 de agosto de 2016 em Curiosidade, História | 3 Comentários
Isso mesmo, existe um museu totalmente indígena em terras potiguares, que é inclusive o primeiro museu indígena do Rio Grande do Norte.

Ele fica localizado na cidade de Apodi

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Que por sua vez fica na mesorregião Oeste Potiguar.

O museu é uma homenagem a uma guerreira indígena que foi brutalmente assassinada

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A apodiense Luiza Cantofa, assassinada na cidade de Portalegre/RN, no dia 03 de novembro de 1825.

Atualmente ele funciona provisoriamente na casa desta mulher

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Uma pesquisadora apodiense chamada Lucia Maria Tavares, que é a Presidente do Centro Histórico-Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi (CHCTPLA), entidade mantenedora do Museu Luíza Cantofa.

Entre os seus principais objetivos, o museu quer resgatar a cultura indígena de Apodi

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Dança dos índios Tapuias Paiacus, primeiros habitantes de terras apodienses (Foto: Ecoarte.info)
E não só isso:
  • Resgatar e preservar a cultura indígena dos Tapuias Paiacus, porque eles foram um marco histórico na formação do município de Apodi;
  • Promover e apoiar ações que contribuam para o resgate, divulgação e valorização da arte e da cultura indígena;
  • Estimular a parceria, o diálogo local e solidariedade entre os diferentes segmentos sociais, participando junto a outras entidades de atividades que visem interesses comuns;
  • Apoiar, bem como promover, ações sustentáveis que contribuam para a preservação ambiental, de modo especial, da Lagoa do Apodi, que em suas margens foram realizadas atividades como plantação, pescaria, dentre outras pelos referidos nativos, de onde veio as surgir a cidade.

Ele abriga várias peças e artefatos feitos pelos índios primeiros donos da terra

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Os Tapuias Paiacus foram os primeiros habitantes das terras apodienses.
Que trabalho excelente, hein? Parabéns. E para visitar o Museu do Índio Luíza Cantofa, agende a sua visita pelo número (84) 99914-2282.

De: Curioso
Enviado pelo galadinho Francisco Veríssimo de Sousa Neto .
O sopro do tempo não paga
a chama do nosso amor
 
Na vida, aquilo que afaga
se faz profunda emoção,
as coisas do coração
O SOPRO DO TEMPO NÃO APAGA.
E é mesmo bom que não traga
algo que cause rancor
ou que nos lembre uma dor,
melhor louvar bons momentos
como aquece os sentimentos
A CHAMA DO NOSSO AMOR
 
João Celso Neto



domingo, 14 de agosto de 2016


 
GLOSA

O SOPRO DO TEMPO NÃO APAGA
A CHAMA DO NOSSO AMOR

  
MOTE

Os olhares se cruzaram
já famintos de paixão
senti pular meu tesão
as carnes se agitaram
os sentidos aguçaram
me veio um certo temor,
não sei se medo ou rancor...
Uma certeza me afaga:
o sopro do tempo não apaga
A chama do nosso amor.

Autor: Ivan Pinheiro - Assu.
Ilustração colhida do mariaeunicesousa.com

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...