quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

FALECEU EM NATAL AURINO ABREU (ZEZINHO)

AURINO 1
Faleceu na madrugada de hoje em Natal, José Aurino de Abreu (Zezinho).
O corpo está sendo velado no Centro de Velório Vila Flor, na rua Xavier da Silveira e o sepultamento acontecerá às 17h no cemitério parque de Nova descoberta.
A família enlutada nos irmanamos nesse momento de dor.
José Regis de Souza
REGIStrando

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DIREITOS DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS


BBB 13 (por Luis Fernando Veríssimo) Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros… todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE. Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!! Veja o que está por de trá$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana, Gonçalves Dias ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…., estudar…, ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós… , pescar…, brincar com as crianças…, namorar… ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade!

FRAGMENTOS HISTÓRICOS

Conforme Ata da primeira sessão da Câmara Municipal do Assú do dia 07 de outubro de 1957 os vereadores Celso Dantas da Silveira, Francisco Soares de Macêdo (Chiquito Soares) e Manuel Corcino da Costa emitiram Projeto de Lei concedendo o Título de Cidadão Assuense, ao vigário local Monsenhor Júlio Alves Bezerra, ao Sr. Arcelino Costa Leitão e ao escrivão e tabelião da Comarca, aposentado, Sr. João Germano Sobrinho.
Arcelino COSTA LEITÃO
Prefeito do Assu: 1959/63

No entanto, no dia 22 de outubro, a Câmara Municipal recebeu oficio do Monsenhor Júlio Alves Bezerra, tratando do Projeto de Lei de autoria do vereador Celso Dantas da Silveira e outros, da concessão do título de Cidadão Assuense,  no qual Sua Reverendíssima declara "não aceitar o título de Cidadão Assuense”. E, na sessão do dia 23, foi a vez da Câmara receber outro ofício, desta feita do Sr. João Germano Sobrinho, também não aceitando o título e expôs seus motivos, agradeceu aos signatários do Projeto a lembrança e declara, "... por feito moral e formação religiosa, ser obrigado a renunciar as honrarias do projeto”.

O vereador Pedro Borges fez longas considerações sobre os ofícios, dizendo estranhar e lamentar as atitudes daqueles cidadãos, visto à Câmara só querer através do projeto em questão honrar, os ditos cidadãos.

Na sessão do dia 29 de outubro também de 1957 o vereador Francisco Soares de Macêdo afirmou taxativamente: “Após várias considerações ao Projeto de Lei que concede título de cidadania aos Srs. João Germano Sobrinho e Monsenhor Júlio Alves Bezerra, mereciam melhor estudo aos seus pares”.

Depois, alguns "comentaristas políticos" defenderam que a não aceitação dos títulos, deu-se em virtude de questões políticas. Ou seja, os títulos foram dados visando uma armação politiqueira para que Arcelino Costa Leitão pudesse sair candidato a Prefeito do Assú respaldado pelo padre e pelo respeitável ex-tabelião. A armação não deu certo, porém, mesmo assim costa foi eleito prefeito. 

Fonte: Fragmentos do livro Câmara do Assú - A História” - Auricéia Antunes de Lima.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Soneto de João Lins Caldas

Foto: Paula Vanina - UFRN

QUER GARANTIR UM BRONZEADO SAUDÁVEL?

QUER GARANTIR UM BRONZEADO SAUDÁVEL?

Algumas pessoas são paranoicas quando o assunto é tomar sol. Essas pessoas têm um medo absurdo de desenvolver câncer de pele e por isso devem ler este artigo: http://bit.ly/Kyk7Bu




Se achar o bebê, compartilhe.
CUIDADO COM A GARRAFA DE ÁGUA

Garrafas de plástico duro e o revestimento de muitas latas de produtos alimentícios estão entre as principais fontes de bisfenol (BPA), substância química nociva à saúde. E os problemas são:http://bit.ly/1jiFjId


Rinoplastia em Natal


















É com essa linda mensagem que começamos nossa semana 
VOLTA AO TEMPO

DÊ UMA VOLTA NO TEMPO
BUSQUE NAS SUAS MEMÓRIAS
AS COISAS SIMPLES DA VIDA
PARTE DA NOSSA HISTÓRIA

LATA DE LEITE COM AREIA
PUXADA ERA UM CARRÃO
JOGAR BOLA, TICA COLA
BOLA DE GUDE E PIÃO

CHEGAVA A HORA DO LANCHE
FARINHA COM RAPADURA
NINGUÉM CRESCIA COM TRAUMA
MAS, EITA VIDINHA DURA

COMER CARNE MEU AMIGO
ERA UMA VEZ POR SEMANA
NOSSOS PAIS FAZIAM MÁGICA
PRÁ VIVER COM POUCA GRANA

PRÁ ESTUDAR, UM CADERNO
E VONTADE DE APRENDER
A BOLSA, UM SACO PLÁSTICO
E UMA CARTA DE ABC

SE CAMINHAVA ATÉ LÉGUAS
PARA CHEGAR NA ESCOLA
A PROFESSORA BEM RÍGIDA
NUNCA PERMITIA COLA

NÃO TINHA BIBLIOTECA
LOCAL PARA PESQUISAR
O CONHECIMENTO DO MESTRE
PARECIA ATÉ BASTAR

ERA O ENSINO PRIMÁRIO
PELO NOSSO INTERIOZÃO
MAS A GENTE APRENDIA
COM FORÇA E DISPOSIÇÃO

ISSO É SÓ UM POUQUINHO
DE UMA INFÂNCIA, UMA VIDA
VOCÊ USA O FACEBOOK?
VAI AÍ, DÁ UMA CURTIDA

Autor: ROSIVALDO

domingo, 19 de janeiro de 2014

Amor Distante

Ah! Como eu quero viver o amor que um dia experimentei...
É um amor distante, mas muito presente;
É um amor lindo, muito lindo, mas eu ainda não o vi de perto;
É um amor forte, mas que nos torna sensíveis, simples e inocentes como crianças;
É um amor grande, mas que nos torna pequenos e desprovidos de desejos de grandeza;
É um amor de primavera, mas que está presente em todas as estações do ano;
É um amor atrevido, mas que sabe respeitar o coração amado;
É um amor que chora com a distância e uma possível separação, mesmo quando os corpos nunca estiveram juntos;
É um amor que traz paz em meio a tanta dor causada pela distância;
É um amor que encurta a distância e une dois corações em um só coração;
É um amor que dá esperança de encontro inesquecível;
É um amor que dá a certeza de nos pertencermos, mesmo quando as impossibilidades são reais;
É um amor que vivifica;
É assim! Isto é o nosso amor.
Tony Fraga


Técnico da seleção dos Estados Unidos visita a Arena das Dunas

Publicação: 19 de Janeiro de 2014 às 10:57

O técnico da seleção dos Estados Unidos, Jürgen Klinsmann, esteve em Natal neste sábado (18) para visitar a Arena das Dunas. Através da conta oficial da seleção americana no Twitter, o registro da visita de Klinsmann à capital potiguar. "É absolutamente lindo", declarou o alemão.
Reprodução/TwitterKlinsmann (centro) em visita à Arena das Dunas na manhã de sábadoKlinsmann (centro) em visita à Arena das Dunas na manhã de sábado

A seleção dos EUA está no Brasil para conhecer as estruturas disponíveis para a equipe durante a disputa da Copa do Mundo Fifa 2014. A excursão tem duração de 10 dias.

A Arena das Dunas será palco da estreia dos EUA na Copa contra a seleção de Gana. A partida está marcada para o dia 16 de junho.

A inauguração oficial da Arena das Dunas será na próxima quarta-feira (22). A cerimônia deve contar com as presenças da presidente do Brasil Dilma Rousseff e do secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke.

Tribuna do Norte

MEDICINA ORTOMOLECULAR

Medicina Ortomolecular
Dr. Rondó

Artigo postado na Revista Natural ED.04 em JAN.2012

A Medicina Ortomolecular, ou a Medicina Preventiva Ortomolecular, se propõe a dar às células exatamente o que elas precisam, por meio de uma alimentação adequada e do uso de suplementos alimentares, quando necessários. Esses suplementos são basicamente, vitaminas, sais minerais, aminoácidos, enzimas e hormônios. Seu papel é fundamental para que as células do corpo se mantenham saudáveis e desempenham bem suas funções.

Se você pensar que o corpo humano possui cerca de 60 trilhões de células e que cada uma delas precisa estar adequadamente nutrida para fazer  o seu trabalho, perceberá o quanto a Medicina Ortomolecular é importante na prevenção e no tratamento dos problemas de saúde e na manutenção do equilíbrio conquistado.

Um organismo mal nutrido reage com dificuldade às agressões cada vez mais fortes da vida moderna. E torna-se alvo fácil de doenças e de envelhecimento precoce. Os principais vilões que nos empurram para situações de estresse físico e mental são a competição a que estamos sujeitos, a poluição ambiental, a exposição a campos eletromagnéticos, o excessivo consumo de doces, gorduras saturadas, alimentos refinados, industrializados e com substâncias tóxicas como corantes, conservantes, e ainda hormônios e antibióticos, que costumam estar presentes em alguns produtos.

Seu corpo precisa estar preparado para enfrentar essas situações, o que exige uma demanda maior de nutrientes. E a alimentação, por si só, nem sempre consegue dar conta do recado. É aí que a Medicina Ortomolecular  mostra sua eficiência, porque dá às células o que elas precisam para reequilibrar o organismo.

A medicina ortomolecular  muitas vezes é utilizada com o objetivo de emagrecer, pois, com a correção dos nutrientes e a melhora da saúde, ocorre uma recuperação da  capacidade de queima dos alimentos, causada pela normalização da função da mitocôndria (normalmente em desnutrição há uma oxi-desregulação dessa estrutura celular) e pela saciedade que é satisfeita com mais facilidade, pois os órgãos estarão mais abastecidos  nutricionalmente. Outro fator  que também melhora é a ansiedade e uma melhor adaptação ao estresse, causando uma diminuição do hormônio cortisol, que quando elevado gera ganho de peso.

A medicina ortomolecular pode ser aplicada em diferentes fases da vida, tratamos desde casais que estão programando terem filhos, passando por gestantes, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Tratamos a dinâmica  molecular e células e para isso não tem idade.

O tratamento pode ser descontinuado, mas os resultados obtidos serão progressivamente perdidos. Em determinadas situações, os problemas poderão voltar, especialmente quando não for realizado o tratamento completo.


sábado, 18 de janeiro de 2014

Perda de memória, saúde mental independe da idade



Perda de memória não faz parte do processo de envelhecimento.
Mesmo pequenos lapsos não devem ser vistos como normais. A causa está em lesões cerebrais do mesmo tipo que ocorrem no mal de Alzheimer. Calma, não se assuste. Isso não significa que haverá uma fatal evolução para demência séria. Menos estresse, alimentação adequada e um bom programa de exercícios físicos podem interromper e até reverter a evolução das lesões.
Ações básicas

A resistência à insulina e o diabetes aumentam de forma expressiva os riscos de demência. Assim, hoje pensa-se no Alzheimer como um tipo de diabetes cerebral e os cuidados preventivos são bastante semelhantes aos sugeridos a diabéticos: evitar açúcar, aspartame, grãos – inclusive a soja – e reduzir alimentos de alto índice glicêmico na dieta. Açúcar e grãos geram resistência à insulina, origem de inflamações que lesam células cerebrais. Alimente-se de acordo com seu tipo metabólico, consuma vegetais ricos em antioxidantes e ômega 3 – 50% do cérebro se compõe desse ácido graxo, gordura também conhecida como DHA. Ômega 3 protege contra demência. Reduz inflamações no cérebro, regenera células nervosas, favorece as funções das membranas cerebrais e limita o acúmulo de placas beta-amilóide, uma das características do Alzheimer.

Movimentos do bem

Exercícios aumentam o fluxo de sangue no cérebro, promovendo reparo de tecidos e crescimento de novas células. Também diminuem o risco de doenças cardiovasculares, que podem danificar funções cerebrais. Ajudam a evitar lapsos de memória, demências e favorecem ganhos cognitivos. O psiquiatra John Rafey afirma ser possível retardar demência por 10 ou 15 anos com a simples realização de um programa de exercícios 3 ou 4 vezes por semana.

Negado durante anos, o “povo brasileiro” foi recentemente “redescoberto” pela historiografia. Agora só nos falta aceitar

Marcus J. M. de Carvalho

Quando o Brasil nasceu, logo na primeira Constituinte, em 1823, houve uma discussão sobre o que seria a nação brasileira, quem deveria ter direitos políticos e que direitos seriam esses. A noção de povo estava no centro da discussão. Será que o Brasil teria um povo, na forma como os europeus entendiam este termo? Bem, para os franceses, por exemplo, era claro. Francês era francês, mesmo que o país tivesse várias etnias, verdadeiras micronações lá dentro falando bretão, occitane etc. Os americanos chegaram até a resolver o problema, entronizando a ideia de “país dos imigrantes” na sua própria justificativa de ser.
Mas e o Brasil? Teríamos um povo realmente, ou o que havia aqui era um agregado informe de gente de diferentes procedências, com posições prefixadas, escravos e senhores, falando línguas diversas, sem nada que os unisse além da inevitável relação de trabalho? Seria essa gente uma massa, sem um nexo ideal comum, uma cultura que os unisse para, enfim, formar uma nação? Salvo um ou outro liberal radical, eram poucos os que incluíam índios e escravos no povo. Eram outra categoria. Estavam fora daqueles direitos e deveres comuns que chamamos hoje em dia de cidadania. E o resto, nas cidades, era uma “África”, como diziam os viajantes, entre irônicos e temerosos, de um país que não entendiam. A fina nata do patriciado brasileiro concordaria com isso. Entre eles e os escravos, o que havia era uma “população”, um arremedo de povo, algo ainda em construção. Era preciso educá-los, civilizá-los. Se possível, branqueá-los.
Esta visão racista e desesperançada, que não conseguia perceber senão anomia, desagregação, teve impacto na historiografia. Nos nossos primeiros manuais de história, os descendentes da mestiçagem, entre europeus, índios e negros, estavam fadados ao silêncio. Não eram percebidos como protagonistas de nada. Eram ou massa de manobra, ou ralé incontrolável destruindo a ordem – ordem esta que podia ser ruim, mas era a que nos dava a lógica certa do cotidiano, pensavam os primeiros ideólogos do Brasil. O que havia de bom era feito nos palácios. À população analfabeta e miserável restava esperar o futuro. Esta percepção, no final do XIX, ganhou amparo em teorias pseudocientíficas racistas, e higienistas, pois também era preciso separar essa massa dos “verdadeiros” cidadãos, ou seja, os proprietários. A propriedade, o voto censitário delimitavam as categorias. Houve até intelectuais que acreditavam que, com o passar do tempo e a ajuda da imigração europeia, o Brasil se branquearia, se alfabetizaria, se civilizaria, alcançando algum dia esse ideal maior de se constituir, finalmente, em nação. Éramos, assim, o país do futuro. Era só esperar.
A História do Brasil, como aliás a de praticamente todos os países do mundo, nasceu estudando os “grandes vultos”, aqueles personagens das elites que marcaram a época em que viveram. Isto é antigo, pois a História surgiu como o estudo dos grandes homens, dos grandes feitos. As nações apareciam através dos seus líderes mais destacados. Para os gregos antigos, a História era um desdobramento da poesia, para poder melhor venerar os heróis. É natural que tenha sido assim. Até hoje nos encanta saber mais sobre pessoas marcantes. É como se através delas a gente pudesse entender o mundo em que viveram. Mesmo gente sórdida, como Hitler ou Stálin, fascina. Acalenta-nos também saber que passaram, que foram vencidos pelo tempo, senhor de todos os destinos. Acalenta-nos também saber que houve grandes personagens da paz, do conhecimento, pessoas que, em suas vidas, representaram valores que respeitamos, justificando tantas biografias de filósofos, pensadores e políticos que visualizavam um mundo melhor, como Mandela ou Gandhi.
A História tem também uma finalidade política. Ela pode ser um instrumento poderoso para quem está no poder ou, ao contrário, para quem o combate. Assim, quando nasce um país, quem está no governo tem que se autojustificar perante as gerações futuras. Num passado remoto, havia sempre algum mito fundador, algum semideus para criar a nova nação e o seu povo. Rômulo e Remo mamaram numa loba para fundar Roma. E quantos reis medievais não tomaram diretamente de algum santo, ou mesmo de Deus, a justificativa do seu trono? Portugal mesmo foi fundado no milagre de Ourique, quando Afonso Henriques teve uma visão do Senhor que o protegeu e lhe comunicou que iria ganhar suas batalhas. O milagre fundou o reino. O século XIX, todavia, era o século da razão, não havia mais lugar para justificar o surgimento de um novo país por algum mandato divino. No mundo laico, cabia à História tecer esta justificativa. O Império do Brasil precisava de uma história oficial que justificasse a monarquia, a escravidão, para falar apenas dos dois pilares mais evidentes sobre os quais fomos fundados.
 Ao nascermos, pisando em um manto de café, cana, fumo e algodão, é óbvio que nossos primeiros manuais tenham legado a barões, condes, duques e ao imperador a construção de algo maior do que a antiga colônia portuguesa. É natural, portanto, que o lugar do povo tenha sido pequeno em nossa história oficial. O homem comum tinha que ser guiado. Se possível educado, para no futuro, quem sabe, tornar-se ele mesmo um protagonista do teatro social. Um dos quadros mais conhecidos do Brasil é aquela cena inventada por Pedro Américo para a Independência. Nela se vê um grupo levantando espadas, saudando Pedro I. No canto esquerdo do quadro, um homem humildemente trajado, guiando um carro de boi com uma vara, assusta-se diante daquela gente ricamente fardada e a cavalo. Era como se perguntasse: “o que é isso?”.
Seria este o papel do povo brasileiro? Ser moldura do teatro da história? Assistir, apenas, àquilo que não entendia? Nesse modelo de História, não éramos protagonistas, mas somente espectadores.
Nas últimas décadas tudo isso mudou radicalmente. A queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e das ditaduras na América Latina aceleraram a quebra de antigos paradigmas das ciências sociais. Já não se lutava mais apenas por comida, pelas liberdades mais simples ou pelo direito à representação popular, mas também se lutava pela natureza, pelos direitos à sexualidade, pelos direitos da mulher e da infância, pelos direitos humanos. O mundo era outro. “A gente não quer só comida, quer também diversão e arte”, dizia a música dos Titãs do final dos anos 1980. Esse torvelinho de novas demandas entrou na academia, estremeceu velhas prateleiras, misturou pastas amareladas pelo tempo e escancarou a janela para o que ocorria lá fora. A outra janela, a janela para o passado, precisava ser reaberta de forma mais ampla. Havia outros agentes a se estudar.
A vida humana é imensamente rica. Praticamente qualquer coisa pode ser objeto de estudo. O espectro de possibilidades de pesquisa do historiador, todavia, tem limites. Ele não faz literatura. Ele não pode inventar um personagem, um país e um processo histórico que nunca existiram. Ele pode, infelizmente, até errar, mas mentir é desonesto. Ele depende, portanto, de indícios, de fragmentos, com sorte, de evidências sobre processos passados, e assim explicá-los, entendê-los ou, ao menos, apresentá-los a nós para que conheçamos melhor o que fomos, mesmo que o nosso entendimento sobre esse passado seja sempre menor do que gostaríamos que fosse.
Hoje, em História, estudamos tudo. Quer dizer, tudo aquilo sobre o qual temos fontes e artefatos que nos proporcionam a possibilidade de observar o passado. Estudamos da sexualidade ao cotidiano. Da cozinha da casa-grande à vida de trabalhadores portuários. De prostitutas a frades. Uma das grandes viradas da historiografia contemporânea foi trazer à tona a vida das pessoas comuns, como eu e você, que está lendo este texto.
Seria injusto, todavia, dizer que somente na contemporaneidade os historiadores brasileiros se preocuparam com as pessoas mais simples. Alguns dos nossos pensadores mais conhecidos anunciaram esta questão há muito tempo. Capistrano de Abreu abriu o caminho ao tentar visualizar a ocupação do Brasil mais profundo por levas e levas de imigrantes portugueses anônimos, caboclos e mulatos. Gilberto Freyre, mesmo falando a partir da casa-grande, deixou claro que os escravos foram protagonistas da História do Brasil, cuja cultura ficou marcada por eles e também pelos índios. Sérgio Buarque de Holanda, como que continuando o caminho aberto por Capistrano, tentou identificar o ethos, o modo de ser, do brasileiro justamente nesse indivíduo simples que tinha no personalismo e na emotividade o seu traço mais marcante. Caio Prado Júnior deixou claro também que, por mais “capado” e “recapado” que o povo tenha sido, na expressão de Capistrano, ele não estava condenado à anomia, mas destinado a algo maior, quem sabe, a uma revolução.
Entre desesperanças, conjecturas e sonhos, o fato é que cabe aos historiadores mergulhar nos arquivos e buscar indícios e evidências de processos passados. E foi nessa busca que nas últimas décadas ficou claro que o Brasil tinha “povo”. Parece óbvio, mas durante muito tempo não foi. O Brasil digeriu o que recebeu, e recriou um modo de ser próprio. E mais, a historiografia contemporânea tem demonstrado que o povo foi protagonista da história. Ele não assistiu abestado ao que acontecia ao seu redor como o pobre coitado lá na pintura de Pedro Américo.
Só que o protagonismo popular teve que ser buscado em outros locais. De fato, era difícil encontrá-lo nos palácios, raramente no Parlamento. Estava nas ruas, nos engenhos, nas fazendas, no cotidiano urbano e rural, nos tribunais. Tudo bem, estava até nos palácios e no Parlamento também – dentro deles, através de uma multidão de trabalhadores domésticos. Fora desses espaços, mas bem perto da entrada, não faltou multidão pressionando, nem sempre em silêncio, às vezes até ameaçadora.
E foi assim que a historiografia – que hoje é imensa – mostrou, por exemplo, que os escravos foram os principais protagonistas do processo de superação da escravidão. Ficaram claras as inúmeras estratégias que empregaram para minar a instituição, resistindo ao trabalho, fazendo fugas temporárias, colaborando para a compra da alforria. Da mesma maneira, perscrutaram-se as formas de convívio entre povos nativos, quilombolas e as populações rurais em geral, que faziam alianças entre si e, eventualmente, até com proprietários rurais e agentes do poder, mas não o faziam aleatoriamente, pensavam e pesavam quais alianças lhes seriam mais vantajosas. Nas cidades, além da resistência escrava, a população livre e pobre pouco a pouco foi criando meios de organização, inclusive com vínculos com a Igreja, como é o caso das irmandades. Consolidaram também formas de associativismo e ajuda mútua não muito diferentes daquelas que ocorriam na Europa nessa época. Mesmo mulheres praticamente encarceradas em conventos e recolhimentos criaram um mundo próprio, muito diferente daquele que era esperado delas. O povo não foi objeto. Foi agente da história.
É esse protagonismo das pessoas comuns que possibilita uma história popular do Brasil. Sabemos hoje que os homens e as mulheres pobres participaram de vários dos momentos fundadores da nacionalidade. Talvez o historiador José Honório Rodrigues estivesse certo ao dizer que todas as nossas revoluções foram derrotadas. Ao final dos momentos mais marcantes da história, ele afirmava, a elite dominante sempre se reconciliava e fazia algum arremedo de reforma, estancando o movimento que vinha do andar de baixo. Mas será que somos assim tão coitadinhos, fadados à mesmice, a nos conformarmos com o que está posto?
A literatura recente tem revelado outras possibilidades. O povo esteve presente na Independência, tentando se fazer representar. Esteve em inúmeros protestos pelo país afora contra os desmandos da classe senhorial e do patriciado urbano. Esteve no movimento abolicionista que, hoje sabemos, não foi só palaciano, pois sem a resistência escrava não teria frutificado. A abolição demorou a vir, mas veio apesar de todos os interesses econômicos em seu favor e de um bem sedimentado racismo pseudocientífico. As mulheres não eram sempre obedientes a seus pais, maridos e irmãos. A população urbana vivia uma religiosidade fervorosa, mas uma religiosidade própria, distinta daquela que era esperada pela união Igreja-Estado. Houve até um republicanismo popular, vinculado ao abolicionismo, a trabalhadores das nossas primeiras manufaturas, diferente do republicanismo escravista de produtores de café insatisfeitos com a monarquia. Foi das ruas que veio o protesto, a resistência, a força motriz para a queda das nossas ditaduras do século XX, a de Vargas e a de 1964. Tudo bem que a queda de Vargas e a dos militares tiveram o impulso de conjunturas internacionais favoráveis, mas quem conduziu o timão foi o protagonismo popular.
Todos os nossos avanços políticos e sociais mais importantes só aconteceram devido a esse protagonismo popular. Não quero dizer com isso que fizemos revoluções, que chegamos à utopia. Muito menos cair na armadilha panfletária de achar que o mal sempre vem de cima e tudo que é feito com apoio popular é necessariamente o melhor. Afinal de contas, Hitler foi eleito. É possível, sim, enganar muitos por muito tempo. A história ensina isto. Mas o fato é que as nossas demandas populares mais avançadas não foram sempre derrotadas. Vencemos a escravidão. Vencemos as ditaduras. Criamos um país que se não está no primeiro mundo, também não é nem de longe o pior lugar para se viver. Enfim, temos povo. Temos protagonismo popular. É possível e é fundamental fazer a História do povo brasileiro.

Marcus J. M. de Carvalho é professor da Universidade Federal de Pernambuco e autor de “O outro lado da Independência: Quilombolas, negros e pardos em Pernambuco (Brazil), 1817-23” (Luso-Brazilian Review, University of Wisconsin Press, 2006).


EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...