segunda-feira, 27 de outubro de 2014

HANS STADEN E A HISTÓRIA DE UM DOS PRIMEIROS LIVROS SOBRE O BRASIL



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Como um mercenário alemão da região de Hesse, prisioneiro entre índios canibais brasileiros conseguiu sobreviver para trazer ao público a sua grande aventura, que se tornou um best-seller na Europa 

Após Cristóvão Colombo atravessar o Oceano Atlântico em 1492 algumas informações desta viagem começaram a circular na Europa, atiçando o imaginário dos habitantes do Velho Continente sobre o que havia nestes exóticos locais.

Logo, em 1502 e 1504, foram publicadas cartas do explorador e cartógrafo florentino Américo Vespúcio, onde ele apresentou curiosos e fantásticos relatos do “Mundus Novus”. Vespúcio descreveu tempestades, animais estranhos, mulheres sensuais, sexo indiscriminado e canibalismo. Este último fato presenciado pelo famoso navegador na costa potiguar, em 1501, na atual Praia do Marco.

Um tatu (ou um quati), visto e descrito por Staden quando esteve no Brasil
Um tatu (ou um quati), visto e descrito por Staden quando esteve no Brasil

“Mundus Novus” foi um dos maiores best-sellers em seu tempo. Em apenas três anos, 19 edições das cartas de Vespúcio foram publicadas somente em alemão, ajudando a denominar de Novo Mundo, tudo que estivesse do outro lado do Atlântico.

Certamente que os homens que faziam livros naquela época perceberam que ganhariam muito dinheiro com outras obras que trouxesse nas suas páginas os relatos dos navegantes e suas aventuras.
Mas quem poderia escrever algo assim?

Um Mercenário no Novo Mundo

Muito provavelmente o alemão Hans Staden, natural da cidade de Homberg, lutou como um mercenário na Guerra de Schmalkaldischen, uma das primeiras guerras religiosas entre protestantes e católicos. O nosso herói era um “Büchsenschütze”, um atirador de arma de fogo longa, um artilheiro, e, portanto, um especialista muito requisitado naquela época em que as armas de fogo ainda eram uma novidade. Consta que mercenários com esta função faziam um bom dinheiro, quase o dobro dos soldados comuns de infantaria.

Hans Staden
Hans Staden

Staden combateu por seus senhores protestantes, que derrotaram o imperador católico, mas não tinham dinheiro para pagar suas tropas. Além disso, na sequência destes acontecimentos, a região de Hesse foi ocupada pelos católicos, com tropas onde havia mercenários portugueses. Talvez nesta hora Staden tenha escutado pela primeira vez algo sobre o Brasil.

Provavelmente animado por relatos dos lusos, Staden deixou sua região e foi até a cidade de Bremen, de lá seguiu para o porto holandês de Kampen e ali subiu a bordo de um cargueiro que seguia para Península Ibérica em busca de sal. Em 29 de abril de 1547 chegou a Setúbal e depois foi para Lisboa.

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Na capital de Portugal existia uma colônia alemã de tamanho considerável. Staden encontrou hospedagem junto a um anfitrião chamado Leuhr, que mediou sua entrada para uma expedição que seguia para as “Índias”. Embarcou em uma nau lusa para Pernambuco no dia 28 de janeiro de 1548, cujo capitão chamava-se Penteado. Colocaram Staden como artilheiro do navio e ele não era o único alemão a bordo, havia ainda Hans Hausen, de Westerwald, e Heinrich Prant, de Bremen. O futuro escritor e seus companheiros foram envolvidos no sequestro de navios mouros, viu peixes voando para dentro do convés próximo a costa marroquina. Chegou ao Brasil com a missão de transportar degredados portugueses remetidos para povoar a colônia, recolher pau-brasil e atacar corsários franceses que exploravam as nossas costas. 

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Aparentemente Staden lutou contra corsários franceses na Paraíba e não esteve onde hoje é o Rio Grande do Norte. Mas se houvesse ocorrido este confronte certamente não seria uma tarefa fácil para os mercenários alemães, pois os gauleses conheciam profundamente a costa nordestina e potiguar. Constam que estes estiveram na enseada de Itapitanga (atual Praia de Pititinga), também no Rio Pequeno, ou Baquipé (depois denominado Ceará-Mirim, onde penetravam os barcos francesas, que ali iam resgatar o pau-brasil aos indígenas), no Rio Grande, ou Potengi (aonde os franceses iam muitas vezes as suas margens carregar madeiras nobres e nesta área, em 1599, os portugueses fundariam uma comunidade que ficou conhecida como Natal), no porto dos Búzios (na foz do Rio Pirangi), na enseada de Tabatinga (entre o porto dos Búzios e Itacoatiara, ou Ponta da Pipa) e na enseada de Aratipicaba (atual Baía Formosa).

Pouco depois o grupo mercenário de Staden foi requisitado pelo Governador Geral Dom Duarte da Costa para defender uma fortaleza na região de Igaraçu, Pernambuco. O local era constantemente atacado por grupos que totalizavam cerca de 8.000 indígenas, sendo defendido por aproximadamente 120 pessoas, às quais se uniram os cerca de 40 recém-chegados, incluindo Hans Staden. Depois de uma renhida luta e de um cerco prolongado no qual vieram a faltar provisões, os defensores conseguiram, afinal, vencer os indígenas. Neste embate tão desigual, foi a tecnologia das armas de fogo que fez a diferença.
Após um ano e meio ele retornou para Lisboa, aonde chegou em 8 de outubro de 1548.

O que ele viu no Brasil já seria suficiente para um livro, entretanto estes primeiros momentos em terras tropicais ocuparam apenas cinco capítulos, de 53, do seu futuro trabalho literário.

Entre Canibais

Talvez decepcionado com a falta de perspectivas de um Brasil que só tinha os produtos das suas florestas a oferecer aos aventureiros europeus, Staden foi para a Espanha para depois seguir em busca de ouro na América Espanhola.


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Em abril 1549 partiu em uma nave da armada de Diogo de Sanábria, que pretendia fundar um povoado na costa da Ilha de Santa Catarina e outro na embocadura do Rio de la Plata. Mas nesta segunda ocasião em terras tropicais ele não teve sorte, pois seu navio naufragou na costa catarinense. Os integrantes da expedição, depois de passarem dois anos na região, decidiram rumar para a cidade de Assunção, atual capital do Paraguai. Staden se juntou a um grupo que rumou para a cidade de São Vicente, no litoral paulista, onde tentaria fretar um navio capaz de chegar a Assunção. Existem informações que deste último ponto os europeus pretendiam alcançar a Bolívia e o Peru em busca de ouro.

Antes de chegar a São Vicente o navio de Staden naufragou nas imediações de Itanhaém, no litoral paulista, mas seus ocupantes conseguiram nadar até a praia. De lá, foram a pé até São Vicente, onde Staden foi contratado, inicialmente por quatro meses, como artilheiro (outras fontes apontam como comandante) do Forte de São Felipe da Bertioga.

Em 1553, ao realizar uma caçada sozinho, foi capturado por indígenas. Ele contou depois que os índios usavam pequenos gravetos no lábio inferior e nas bochechas, discos de conchas brancas no pescoço e estavam cobertos com penas. Tinham seus corpos nus e estavam com os braços pintados em vermelho e preto. Os seus captores lhe jogaram violentamente no chão, rasgaram suas roupas, lhe espancaram e o esfaquearam. Nu e sangrando, Staden foi levado para a aldeia de Ubatuba (Uwattibi, no texto original do relato de Staden), dos índios tupinambás, do chefe Cunhambebe. Segundo o historiador Capistrano de Abreu, este chefe guerreiro se encontrou com Staden na Serra de Ocaraçu, atual conjunto de morros do Cairuçu, ao Sul de Paraty, na região de Trindade, Rio de Janeiro. Ele seria pai de outro chefe chamado Cunhambebe, líder de maior autoridade dentro da coalizão indígena conhecida como Confederação dos Tamoios, que lutou bravamente contra os portugueses.






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Após a captura, Staden percebeu que a intenção dos indígenas era devorá-lo. Certas fontes apontam que, passado algum tempo, índios tupiniquins atacaram a aldeia onde ele era mantido prisioneiro. Obrigado pelos tupinambás, Staden lutou ao lado destes. Seu desejo era tentar fugir para unir-se aos atacantes. Mas, estes, vendo que a resistência dos defensores era muito forte, desistiram da luta e se retiraram. 

O alemão testemunhou o ritual do canibalismo praticado contra indígenas capturados e o descreveu com riqueza de detalhes no seu relato. Outras fontes apontam que o alemão não foi vítima de canibalismo dos tupinambás pelo fato dele não ser português, já que seus captores haviam se aliado aos franceses.

Ritual de canibalismo. Staden, o barbudo nu a direita, se coloca horrorizado diante da cena.
Ritual de canibalismo. Staden, o barbudo nu a direita, se coloca horrorizado diante da cena.

Independente desta questão o certo é que o alemão passou nove meses junto aos seus captores. Chegou a aprender a língua deles e seu livro contém 150 de suas expressões. Staden acompanhou os indígenas em suas campanhas guerreiras e chegou até mesmo a ter esposas, como era comum entre os brancos que tinha amizades com os índios. Mas Staden silenciou sobre isso mais tarde, provavelmente para não manchar a sua reputação como um cristão. Um dos costumes que o alemão vivenciou foi a participação nas festas em que bebera o cauim, uma bebida alucinógena produzida pelas mulheres da tribo para grandes rituais.

Preparo do caulim
 Preparo do caulim

Durante seu cativeiro o alemão chegou pedir ajuda a um navio português e a outro francês. Ambos recusaram-se a ajudá-lo por não desejarem entrar em conflito com os índios. Um dia, em 1554, chegou à aldeia de Cunhambebe a tripulação do barco francês Catherine de Vatteville, comandado por Guillaume Moner, que manteve contato com o alemão. Consta que para libertar Staden o francês enganou os tupinambás, afirmando que “seus irmãos tinham vindo busca-lo” e ele foi trocado por facas, machados, espelhos e pentes de pouco valor. Essa troca talvez tenha sido apenas um ato de pura piedade e fé cristã, pois o tempo em que Staden passou ao lado dos tupinambás parece que pouco interessou aos marinheiros gauleses.

De Volta ao Velho Mundo

Staden viajou para Europa via o porto francês de Le Havre, depois esteve em Londres, logo após desembarcou na Antuérpia e finalmente chegou à região de Hesse. Ele estabeleceu-se na cidade de Wolfhagen e começou a trabalhar numa fábrica de pólvora.
Dois anos depois o alemão Hans Staden estava financeiramente quebrado, mas ele tinha visto coisas verdadeiramente inusitadas. Mais do que qualquer outra pessoa de sua região e tinha algo para vender; uma história para um livro.

Combate entre índios
Combate entre índios

Para sua época o que ele tinha para contar era algo tão inacreditável que poderia ser um problema para fazer os seus leitores acreditarem no que estava escrito. Mas era tudo verdade e ele tinha experimentado tudo sozinho. Já em 1556 ele teria terminado o manuscrito de seu livro.

O homem que aceitou produzir a sua obra foi Andreas Kolbe (ou Andres Colben), um respeitado gráfico que preparava principalmente folhetos religiosos. Kolbe trabalhava no ramo desde 1546, na cidade de Marburg, mas seu negócio não era particularmente lucrativo e ele precisava de um sucesso em seu programa. Como corresponsável pelo livro de Staden, Kolbe chamou Johann Eichmann, conhecido como Dr. Dryander, professor de matemática e anatomia da universidade de Marburg, considerado um dos principais médicos de seu tempo. O Dr. Dryander representava a reputação acadêmica, escreveu o prefácio, e explicou ao público alemão por que a história de Staden era “verdade”. O Dr. Dryander também afirmou que conhecia o pai de Hans Staden e atestou a reputação do escritor e aventureiro.


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E assim foi publicado em março 1557, em Marburg, um livro sobre o Brasil. Um lugar cuja existência tinha apenas 50 anos entre os Europeus ditos civilizados e da qual se tinha uma vaga ideia do que ali existia.

Dúvidas e Sucesso

Desde então tem sido muito discutido sobre qual a parte que Staden realmente escreveu? Pois ele era um soldado, com presumivelmente pouca educação para escrever um texto com 53 capítulos. Para muitos quem escreveu o livro foi o Dr. Dryander. Outros chegaram até mesmo a questionar se Staden foi realmente uma testemunha ocular e se esteve entre canibais brasileiros?

Mas Staden foi muito detalhista no seu relato e consta que o Dr. Dryander nunca deixou a Alemanha em direção ao Novo Mundo. E os fatos verificáveis ​​- na época havia muito mais, porque Staden apontou datas, nomes e eventos – levam os seus inúmeros defensores a mostrarem isso como prova da autenticidade de suas experiências.




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Críticos apontam que no texto, pelo menos ocasionalmente, Staden deve ter exagerado em seus relatos para abrir ao seu livro melhores oportunidades de mercado. 
É claro que na publicação desta obra Staden, Kolbe e o Dr. Dryander tiveram o público em mente. Pois dinheiro foi gasto na feitura de 50 xilogravuras que compõem a obra, produzidas conforme as descrições do autor. Isso certamente fez com que o livro ficasse mais atraente para leitores inseguros com a incrível história.

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Independente destas questões, o sucesso da publicação dos relatos de Staden foi imediato. Tanto que ainda em 1557, Kolbe colocou a venda uma segunda edição, que segundo o historiador berlinense Wolfgang Neuber é estimado em 3.000 exemplares. Um número considerável para a época.

Sim, e vejam como era o título original – Wahrhaftige Historia und Beschreibung einer Landschaft der wilden, nackten, grimmigen Menschfresser Leuthen in der Newenwelt America gelegen (História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América). Na atualidade o título desta obra parece um tanto grandioso, mas na verdade era relativamente curto para os padrões da época. Nas edições posteriores as xilogravuras de Staden seriam reproduzidas pelo belga Theodore de Bry a partir de uma técnica mais sofisticada e dispendiosa que a anterior.

Legado de Quase 460 Anos

Embora no século XVI a impressão de um livro pudesse gerar uma renda decente, aparentemente para Hans Staden o que ele não viu foi o dinheiro dos direitos autorais. E para piorar a situação, no mesmo ano do lançamento oficial foram publicadas em Frankfurt duas cópias não autorizadas da sua obra. Ou seja, piratearam descaradamente o livro do mercenário alemão!

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Entretanto historiadores germânicos apontam que o sucesso do livro ajudou a melhorar a situação do antigo prisioneiro dos tupinambás, pois o prestígio conseguido abriu as portas para um emprego na corte de um conde local. Estudos a partir de notas da época sugerem que ele se casou em Wolfhagen e desta união veio duas filhas e um filho, que morreu em decorrência de uma praga no ano de 1576. 
Ao longo dos séculos a obra de Hans Staden se firmou como um importante relato da realidade dos primeiros anos de ocupação europeia do território brasileiro. A partir de sua leitura é possível ter uma ideia, mais ou menos bem acabada dos personagens importantes do período: corsários franceses, colonos portugueses, indígenas, aliados e inimigos dos colonos estabelecidos no litoral. Os costumes dos tupinambás estão ricamente descritos no livro

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Hans Staden nunca mais escreveu nenhum livro. Mas sua única experiência literária é comentada há quase 460 anos, onde foram publicadas mais de 80 edições, em oito idiomas diferentes. 
Nada mal para um simples artilheiro da província de Hesse.

FONTES - http://www.tagesspiegel.de/weltspiegel/sonntag/soeldner-hans-staden-bei-den-nackten-menschenfressern/8888754.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tamoios
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_francesas_do_Brasil
http://www.infoescola.com/livros/duas-viagens-ao-brasil-hans-staden/
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338394115_ARQUIVO_CanibalismoTupinamba.pdf

Do blog http://tokdehistoria.com.br, de Rostand Medeiros



Dilma vence em 15 estados, Aécio em 12; veja o mapa


A divisão no resultado das eleições presidenciais refletiu-se nos estados. Das 27 unidades da Federação, a candidata do PT, Dilma Rousseff, venceu em 15 e o candidato do PSDB, Aécio Neves, em 12.

Dilma venceu nos estados de Alagoas, do Amazonas, do Amapá, da Bahia, do Ceará, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e do Tocantins. Os melhores resultados foram obtidos no Maranhão (78,76%), no Piauí (78,29%) e no Ceará (76,75%).

Aécio Neves ganhou a disputa no Distrito Federal e nos estados do Espirito Santo, de Goiás, de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, do Paraná, de Rondônia, de Roraima, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo. Os estados que mais deram vantagem ao tucano foram Santa Catarina (64,59%), São Paulo (64,31%) e Acre (63,86%, com resultado parcial).
Arte/Agência BrasilDilma ganhou em 15 estados, enquanto Aécio venceu em 11 e no Distrito FederalDilma ganhou em 15 estados, enquanto Aécio venceu em 11 e no Distrito Federal

No estado natal dos dois candidatos, Minas Gerais, Dilma derrotou Aécio. Dilma ficou com 52,41% dos votos e Aécio, com 47,59%. De um universo de 15,2 milhões de eleitores, a petista venceu o tucano por uma diferença de 550,5 mil votos.

Embora nascida em Minas, Dilma começou a carreira política no Rio Grande do Sul. No estado, onde tem domicílio eleitoral, a presidenta obteve 46,47% dos votos, contra 53,53% do adversário. Em um colégio de 8,4 milhões de eleitores, Aécio venceu Dilma por 455 mil votos de diferença.

Com informações da Agência Brasil.

domingo, 26 de outubro de 2014

Brasileiros vão às urnas na eleição presidencial mais imprevisível desde 1989

Por Alexandre Caverni
http://noticias.bol.uol.com.br

SÃO PAULO (Reuters) - Quase 143 milhões de brasileiros poderão votar neste domingo para escolher o próximo presidente da República na eleição mais imprevisível, sem que nem mesmo as últimas pesquisas dos dois principais institutos tenham conseguido apontar um favorito claro para a vitória.
A presidente Dilma Rousseff, que aparece em vantagem numérica nos levantamentos, torce para que o histórico de mais abstenções nas regiões onde seu partido, o PT, é mais bem votado não seja um fator determinante no resultado. Já Aécio Neves, do PSDB, diz confiar que vai conseguir uma virada como a que protagonizou no primeiro turno.
Aécio começou a disputa como o adversário forte que poderia impedir a reeleição de Dilma. Mas a entrada de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial, em substituição ao candidato Eduardo Campos, morto num acidente aéreo em meados de agosto, derrubou o tucano para um distante terceiro lugar.
Impulsionado pelos ataques que as campanha petista e tucana faziam contra Marina, Aécio reassumiu o segundo lugar na última hora, garantindo uma vaga para a votação deste domingo.
Já na campanha do segundo turno, Aécio apareceu à frente de Dilma nas primeiras pesquisas Datafolha e Ibope, mas em situação de empate técnico, já que a diferença entre os dois estava dentro da margem de erro. Em meados da última semana a presidente ultrapassou o tucano e conseguiu abrir vantagem fora da margem de erro.
Neste sábado, O Datafolha voltou a mostrar os dois em empate técnico, com o placar favorável a Dilma em 52 a 48 por cento. Pelo Ibope, a vantagem da petista que era de 8 pontos percentuais recuou para 6, em 53 a 47 por cento.
Considerando a migração de votos de última hora que ocorreu no primeiro turno, segundo os institutos, é praticamente impossível fazer uma previsão para este domingo.
Na véspera do primeiro turno, o Datafolha mostrava Dilma com 44 por cento dos votos válidos, Aécio com 26 por cento e Marina com 24 por cento. Pelo Ibope, os números eram 46, 27 e 24 por cento, respectivamente.
Nas urnas, Dilma teve 41,6 por cento dos votos válidos, Aécio chegou a 33,6 por cento e Marina ficou com 21,3 por cento.
Desde 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou Fernando Collor de Mello (PRN) no segundo turno, os brasileiros não iam às urnas com tantas incertezas sobre quem vencerá.
Nas cinco eleições presidenciais seguintes, a partir do momento que se estabeleceu um favorito, a dúvida maior foi se a disputa seria encerrada no primeiro turno, como aconteceu em 1994 e 1998 com o tucano Fernando Henrique Cardoso, ou teria que esperar a segunda rodada, como nas duas vitórias do petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002 e 2006, e na eleição de Dilma, em 2010.
Em 1989, Collor venceu no segundo turno conquistando 53,03 por cento dos votos válidos, contra 46,97 por cento de Lula.
A expectativa agora é de que pouco depois das 20h no horário de Brasília, quando fecham as últimas urnas no Acre, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já terá condições de anunciar quem governará o Brasil nos próximos quatro anos.
ATAQUES E RADICALIZAÇÃO
Além da imprevisibilidade com viradas dramáticas, a campanha eleitoral deste ano ficará marcada pelos incansáveis ataques entre os principais candidatos e pela crescente radicalização na polarização PT x PSDB, que domina as disputas presidenciais há 20 anos.
Se no primeiro turno Marina foi alvo tanto de Dilma como de Aécio por supostos riscos que suas propostas trariam às pessoas, por suas contradições ou por suas origens petistas, no segundo a artilharia foi concentrada sobre corrupção, contra Dilma, e na gestão em Minas Gerais e no suposto risco de perdas de conquistas sociais, contra Aécio.
As denúncias em torno de um suposto esquema de sobrepreços de contratos da Petrobras para alimentar partidos e políticos governistas, que ocupou grande espaço do noticiário e dos ataques durante a campanha, atingiu o ápice com a publicação da última edição da revista Veja antes do pleito.
A reportagem de capa trouxe o que seria declaração do doleiro Alberto Youssef dizendo que tanto Dilma como Lula saberiam do suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Na sua propaganda na TV, a presidente rebateu a acusação e disse que a revista "excedeu todos os limites da decência e da falta de ética".
A nova denúncia, como não poderia deixar de ser, foi trazida à tona por Aécio no último debate entre os dois na TV Globo, na sexta-feira.
No debate, o tucano bateu na tecla de que para acabar com a corrupção no governo é preciso trocar o governo, enquanto Dilma martelou que quando o PSDB comandou o país, nos dois mandatos de FHC, houve grande desemprego e arrocho salarial.
A petista atacou também pontos da gestão de Aécio como governador de Minas Gerais e ainda usou o fato de ter tido mais votos que ele no Estado o primeiro turno para mostrar que o governo do tucano não fora bem-sucedido, mesmo com a propaganda dele repetindo sempre o altíssimo nível de aprovação popular de sua administração.
Se a campanha de Aécio mostrava inúmeras obras paradas e inacabadas no país, a propaganda de Dilma apontava para o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, anunciado pelo tucano como seu futuro ministro da Fazenda se for eleito, como encarnação de todos os riscos para as conquistas sociais.
FRASES DE EFEITO
Mas a campanha não foi feita só de ataques. Os candidatos apresentaram inúmeras propostas.
Dilma falou em ampliar o programa Mais Médicos com o Mais Especialidades e prometeu que não mexerá nos direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa".
Aécio, por sua vez, repetiu inúmeras vezes a palavra previsibilidade, geralmente de forma bem pausada, quando tratava dos temas econômicos. E prometeu, com sua vitória, "libertar" o país do PT.
Mas talvez a frase mais marcante desta eleição seja aquela pronunciada por Campos na véspera do acidente que lhe tirou a vida. "Não vamos desistir do Brasil."

Do Bol
"O homem digno ganha para viver"
Esta fotografia é de um fotógrafo da minha terra- Assu/RN, participando com esta imagem do 1. Concurso da Collorshop - Desigualdade Social. Sucesso para o autor da foto chamado Endson Esron Andrade.
Endson Esron Andrade
"O homem digno ganha para viver"
NIKON D5100
f/8
1/250s
ISO-100
55mm

sábado, 25 de outubro de 2014

Quem não ama a Pátria, desama tudo.

Excelentes motivos para beber Whisky


Quando penso em whisky (também conhecido como whiskey), várias imagens diferentes vêm à mente. Cowboys em filmes antigos de faroeste, ingerindo a bebida antes de iniciar um tiroteio; bares clandestinos da época da Lei Seca de Chicago para Nova York; ou mesmo aquele destilado com líquido de coloração marrom-acobreado que acompanha um homem em uma mesa de bar.
É inevitável não associar o destilado feito pelo mostro de grãos como uma bebida masculina. Não é para menos, aquele aroma irresistível de whisky, com alto teor alcoólico e notas amaderadas, combina perfeitamente com o nosso paladar.
E se você descobrisse que a bebida pode ser muito benéfica a sua saúde? Pois saiba que o consumo moderado (80 ml por dia) além de não deixá-lo bêbado, pode te ajudar a perder peso, controlar a diabetes, aumentar o bom colesterol, fortalecer o sistema imunológico, entre outras funções.
Quer descobrir 13 excelentes motivos para beber whisky? Confira as razões abaixo!
 
1- É uma bebida relaxante
Chegou estressando em casa? A dica é tomar uma dose do destilado. Além de reconfortante, relaxa e faz você desligar dos problemas. Além de não dar dor de cabeça ou ressaca no dia seguinte (no caso da compra de um bom whisky)
2- Bom custo-benefício
Uma boa cerveja custa, em média, R$ 20. Um bom whisky, R$ 120. A diferença é que uma cerveja depois de aberta deve ser consumida toda ou estraga. O whisky, você consome uma dose e guarda o resto para a próxima vez. Uma garrafa pode durar 10 doses, ou seja, dez dias de consumo por R$120. Já a breja custaria R$ 200 os mesmos 10 dias.
3- Economiza o seu dinheiro
Quando você vai ao bar e não tem dinheiro, acha que a cerveja é a bebida mais barata. Ledo engano! Apesar da garrafa sair mais em conta, você estará consumindo 4,5% de teor alcoólico por 600 ml e ainda dividindo com seus amigos. Uma dose de whisky você vai pagar o dobro pela garrafa de breja, mas ele proporciona 40% de teor alcoólico e você dificilmente vai compartilhar com outras pessoas.
Além do que, com um copo de whisky você não precisa tomar rápido e extremamente gelado, consumindo o destilado por muito mais tempo, diferente da cerveja
 
4- Pode ser um grande investimento
Além de não se deteriorar com o tempo, colecionar whisky pode ser um grande investimento. Algumas garrafas raras ficam cada vez mais caras com o passar do ano. Uma boa escolha e paciência, pode render bons frutos financeiros no futuro.
5- Ajuda a perder peso
Muitas pessoas associam a bebida com o desenvolvimento de uma barriga de cerveja ou a perda de tônus muscular devido ao consumo excessivo de álcool. É verdade. Mas, bebendo com moderação ele pode até te ajudar a perder peso. Ele tem 0% de gordura e apenas 100 calorias (a dose), abaixo da cerveja (120 calorias) cachaça (140) e vodka (108). Além disso, os açúcares da bebida são simples que rapidamente são usadas como energia para o corpo.
6- Combate gripes e resfriados
Alguns estudos têm defendido a capacidade do whisky impulsionar o sistema imunológico. O álcool tem um papel tradicional na prevenção da doença e melhorar a função do sistema imunológico, mas provas concretas nunca estiveram a mão. Agora, vemos que os antioxidantes e níveis de traços de vitaminas do whisky pode estimular o sistema imunológico, ajudando assim a combater resfriados normais e gripes.
7- Serve também contra infecção
Todos esses filmes antigos onde homens derramavam whisky em uma ferida para a desinfecção não é só ficção! Por sua pureza e alta concentração alcoólica, você pode derramar whisky em uma ferida fresca para se certificar de que ela não infeccione.

8- Controla a diabetes
O whisky tem sido consistentemente apontado para reduzir as chances de diabetes, às vezes em até 30-40%. Uma quantidade moderada da bebida pode melhorar significativamente a capacidade do corpo de regular os níveis de insulina e glicose, diminuindo assim a possibilidade de desenvolver diabetes.
9- Diminui a demência
Estudos têm demonstrado que o whisky pode aumentar com sucesso o seu desempenho cognitivo e reduzir suas chances de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Embora os estudos estão em andamento e há um pouco de controvérsia sobre o álcool como um método de tratamento/prevenção, não há como negar que o ácido elágico é extremamente poderoso em termos de combate contra os radicais livres no organismo.
Estes radicais livres são frequentemente associados com a interrupção de vias neurais e contribuindo para o lento declínio em direção a demência. A bebida pode reduzir esse declínio mental e melhorar a nossa qualidade de vida à medida que envelhecemos.
10- Contribui com a saúde do coração
Uma série de estudos têm mostrado que o whisky pode ser um bom remédio para proteger a saúde do coração. Como nossos corpos envelhecem, os nossos sistemas se tornam mais frágeis, resultando em funcionamento menos eficiente de vários sistemas de órgãos, e fraqueza do nosso sistema cardiovascular.
No entanto, um estudo revelou recentemente que aqueles que consomem uma quantidade moderada de whisky tem quase 50% de chance menor de sofrer um derrame ou ataque cardíaco, o que é uma notícia excepcional para aqueles em risco de problemas cardiovasculares.
 
11- Diminui is coágulos de sangue
O whisky tem mostrado significante para evitar a coagulação do sangue. A coagulação do sangue é importante quando você está ferido para você parar de perder sangue, mas, internamente, os coágulos de sangue podem obstruir seus vasos sanguíneos ou artérias, que pode ser desastroso. A aterosclerose, que geralmente ocorre devido a um grande acúmulo de colesterol, pode combinar com coágulos de sangue para resultar em trombose, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e morte. O whisky deixa o sangue mais fino, reduzindo significativamente as suas chances de excesso de coagulação.
12- Aumenta o bom colesterol
Ele também aumenta a quantidade de colesterol “bom”, o que neutraliza os efeitos do “mau” colesterol, protegendo ainda mais o seu coração.
13- Previne contra o câncer e outras doenças
O câncer é uma das doenças mais devastadoras e globalmente relevantes conhecidas pelo homem. Há novos sistemas anticâncer e modismos o tempo todo, mas muitos deles são apenas isso, modas populares, com muito pouca informação medicinal para apoiá-la. No entanto, o whisky tem um nível extremamente elevado de ácido elágico, um dos mais poderosos compostos antioxidantes que podemos consumir.
Um antioxidante é um composto que neutraliza radicais livres, os subprodutos nocivos do metabolismo celular, que causam uma grande variedade de doenças, incluindo o cancro, doenças do coração, doença de Alzheimer, e o envelhecimento prematuro. Este poderoso antioxidante faz whisky uma medida preventiva muito eficaz contra o câncer.



http://www.robsonpiresxerife.com/



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.

Fernando Pessoa

COMO SE VOTAVA ANTIGAMENTE



Fonte - pos-aula.blogspot.com
Fonte – pos-aula.blogspot.com
Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense.
Fonte – http://tudodorn.blogspot.com.br/2014/10/de-como-se-votava-antigamente.html
Durante o primeiro período republicano brasileiro, que alguns historiadores denominam de 1ª República(1889-1930), o processo de votação utilizado nos pleitos eleitorais para a escolha dos representantes aos legislativos estaduais e federal configuravam um cenário exótico exatamente no dia da eleição. Os chefes políticos postavam-se nos lados da mesa eleitoral (á época era urna)m instalada sempre dentro das igrejas matrizes. Adredemente formada por componentes vinculados à situação, com objetivos não recomendáveis, para forjação das atas eleitorais, não raro eram contestadas, por recurso, os seus resultados. 
Cada chefe político recebia a quantidade de cédula em número igual ao de cidadãos aptos ao exercício do voto. O voto era sufragado em aberto, ou seja, o eleitor, ao adentrar o local onde localizava-se a mesa eleitoral, dirigia-se ao chefe político ao qual era liderado, na maioria das vezes pela camaradagem, pelo compadrio e pelo “favor” devido, por plantar nas terras dos majores e coronéis da Guarda Nacional. Destes, recebia a cédula para, a seguir, dirigir-se à mesa, por seu presidente, apresentando documento/título. Era-lhe entregue uma sobrecarta vazia, onde o leitor depositava a cédula eleitoral, e incontinenti colocava-a dentro da urna. Feito isto, retornava à mesa eleitoral, onde fazia a aposição da assinatura na folha que era destinada aos votantes. 
Fonte - espiritosantonoticias.com.br
Fonte – espiritosantonoticias.com.br
Conta-nos o saudoso historiador Raimundo Nonato, em uma de suas celebres obras, que agora me flagro em olvido, que em uma cidade do Oeste Potiguar era tanto o pode de mando do chefe político, que os seus eleitores que não sabiam assinar eram substituídos pelos alunos do primário, isto no dia seguintes ao da eleição. Sabe-se que as professoras eram nomeadas por indicação política, o que as fazia submissa à esse tipo de expediente. 
Certa feira, o escrivão eleitoral que também devia o cargo ao chefe político, conduziu a folha de votantes até a escola para que os alunos fizessem a aposição das assinaturas dos votantes que não sabiam assinar e que eram eleitores certos do chefe situacionista. Apurados os votos, o Sr. Juiz eleitoral determinou ao oficial de justiça (o escrivão encontrava-se em diligências) que o mesmo lesse em voz alta os nomes constantes na folha de votação. 
cabresto
Lá pras tantas o escrivão leu: Quinhentos Réis de bosta. O juiz e os presentes olharam estupefactos para o oficial de justiça, como a interroga-lo pelo tamanho disparate. De sorte que, neste interiam, chega de inopino o sr. escrivão eleitoral que ainda ouviu a aberração e, antes que o juiz o interroga-se sobre o inusitado, pega da lista de votantes e lê, em voz alta: Quintino Reis da Costa, sanando assim o vexame. Ocorrera que o aluno que assinara a lista ainda engatinhava na leitura, o que o fez entender o nome do eleitor de forma errônea. 
Esse método de votação era conhecido como voto à bico-pena ou eleição à bico-de-pena. Naquela época, roubar no resultado de eleições era parte integrante da vida política brasileira. Nestes moldes de votação havia dois pesos e duas medidas. O eleitor escolhia de forma espontânea e concreta os candidatos de sua predileção, evidenciando honestidade à toda prova, por outro lado amarrava o voto do eleitor que votava por compra ou por divida de favor. 
Fonte - kdhistoria.blogspot.com
Fonte – kdhistoria.blogspot.com
A imposição do voto secreto fez surgir no seio do eleitorado um processo de venalidade e de desonestidade moral própria, sem precedentes, e crescentes à cada eleição. O eleitor usa essa nuance do voto secreto para “assumir compromissos” com vários candidatos, em troca de benesses de cunho material (materiais de construção, enxovais para casamento, para criança,etc.) como também recepção de gêneros alimentícios – as famosas cestas básicas. Tinha razão Bertold Brecht quando disse: “O pior analfabeto é o analfabeto político”. 
A metodologia da eleição à bico-de-pena era aplicada devido a compatibilidade prática com o pequeno número de eleitores existentes à época, o que proporcionava ao chefe político o conhecimento memoriado, de cor e salteado, de todos os nomes de seus eleitores. Daí fixaram-se nas mentes bocós como pomposo e admirado populista, conferindo-lhe falsa identidade com os humildes do bolso e da mente. Eram meros instrumentos do domínio político. Resta a certeza de os políticos, em sua maioria, pensam e agem como se a massa eleitoral não passasse de resto do resto do resto. É duro, mas é verdade. 
voto-15
Por força da Constituição Federal realizaram-se as eleições em todo o país, no dia 19 de janeiro de 1947, com a aplicação de novo método de votação, que consistia em que o eleitor já trazia de casa a cédula de votação já sufragada, restando apenas a obrigação de se dirigir à mesa eleitoral para dela receber a sobrecarta vazia, colocar a cédula dentro, e a seguir depositar na urna. As cédulas eram distribuídas de forma aleatória, valendo a capacidade de conquista e de persuasão para o sucesso de vitória. Nesta eleição o cidadão votou para governador, 3ª senadoria e suplência, suplente de senador eleito em 1945 e deputados estaduais. 
Este último método de votação foi utilizado até 1957. Ao eleitor menos esclarecido resta a convocação para uma cruzada de combate aos políticos caras-de-pau, submetendo-os a uma derrapagem no óleo de peroba da consciência sob a poeira da obscuridade. 
Em termos de apagão, amalgama-se a razão eleitoral para, como um furacão, incendiar os corações numa ira sagrada, tendo como estuário o magnânimo rio da conscientização política, espraiando surpreendente exaltação moral de um povo usado, espoliado e maltratado. 

Do blog: http://tokdehistoria.com.br, de Rostand Medeiros

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Após Copa, estrangeiros já marcam data para voltar ao Brasil

by vivernatal
“A Copa do Mundo foi o melhor momento da minha vida”. É assim que Dennis Macconnell resume os 45 dias (10 de junho a 15 de julho) em que ele passou no Brasil este ano. O americano é um dos mais de 1 milhão de estrangeiros que estiveram no País durante os jogos do mundial.
A satisfação foi tão grande que Dennis já tem data de retorno ao país. Neste ano, ele aterrissou em Recife com mais nove pessoas para assistir aos jogos dos Estados Unidos. Agora, o grupo também aumentou. Dennis e pelo menos mais 15 turistas vão carimbar o passaporte e voltarão em abril do ano que vem para Pernambuco.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Turismo, o Brasil recebeu turistas de 203 nações durante o mundial, a maior parte passou de 13 a 15 dias nas terras brasileiras. Cerca de 95% informaram que pretendem retornar, a maioria em ocasiões não especificas. Já os que têm intenção de retornar em datas definidas, eventos como a Olimpíada de 2016 e o Carnaval são os preferidos em seus calendários.
Ainda segundo levantamento realizado pelo MTur, na avaliação positiva dos turistas, 97% apontaram a hospitalidade, em seguida aparecem os quesitos diversão noturna (93%) e gastronomia (93%). Para o gerente-geral do Golden Tulip Interatlântico, em Natal (Rio Grande do Norte), Antônio Carlos Massucatto, foi justamente a hospitalidade que motivou o retorno dos estrangeiros. No local, japoneses já fizeram reservas para passar o Réveillon.
Dennis Mcconnell e a sobrinha Katarina com as camisas feitas especialmente para a CopaFonte: Portal R7
vivernatal

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Arena das Dunas é o segundo estádio mais usado após a Copa 2014


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A Arena das Dunas é o segundo entre os palcos da Copa do Mundo mais utilizado após o Mundial. Foram 20 jogos, atrás apenas do Maracanã, no Rio de Janeiro. Desde a partida entre Itália e Uruguai, pela 3ª rodada da 1ª fase do Mundial, a Arena das Dunas foi utilizada em 20 partidas entre Série B e Copa do Brasil (até o dia 17 de outubro), com ABC e América mandando seus jogos no local.

Na Arena das Dunas, a média de público durante esse período é de 10.151 pagantes, com o maior deles registrado na partida entre América e Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, onde 30.575 torcedores acompanharam a vitória rubro-negra por 1 a 0. Foi neste jogo, aliás, que foi registrada a maior arrecadação do estádio: R$ 1.415.825,00. Mas quando o assunto é arrecadação, a Arena deixa a desejar em relação à média das demais 11 sedes. O estádio é 11º, com renda média de R$ 291.038,55. O último a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, com R$ 262.038,62. O primeiro da lista é a Arena Corinthians, com R$ 1.831.465,67.

Fonte: Tribuna do Norte | Foto: Canindé Soares

terça-feira, 21 de outubro de 2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

EBOLA: VÍRUS QUE MATA 90% DOS DOENTES CHEGOU À EUROPA EM GARRAFA TÉRMICA EM 1976

Do blog: http://tokdehistoria.com.br, de Rostand Medeiros

Cemitério com os primeiros sepultamentos das vítimas do Ebola - Fonte BBC
Cemitério com os primeiros sepultamentos das vítimas do Ebola – Fonte BBC (Clique nas fotos para ampliar)
Frasco com amostra de sangue com ‘doença misteriosa’ foi enviado em voo comercial; vírus foi identificado e batizado por belga.
Há cerca de 40 anos, um jovem cientista belga viajou para um parte remota da floresta do Congo com a tarefa de descobrir por que tantas pessoas estavam morrendo de uma doença misteriosa e aterrorizante.
Em setembro de 1976, um pacote com uma garrafa térmica azul havia chegado ao Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, na Bélgica. Peter Piot tinha 27 anos e, com formação em medicina, atuava como microbiologista clínico. “Era um frasco normal, como os que usamos para manter o café quente”, lembra Piot, hoje diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Piot (direita) no laboratório em 1976 (Foto: BBC)
Piot (direita) no laboratório em 1976 (Foto: BBC)
Mas essa garrafa não continha café. Em meio a cubos de gelo derretidos estavam frascos de sangue, com um bilhete.
Vinham de um médico belga que estava no então Zaire, hoje República Popular do Congo. Sua mensagem explicava que o sangue era de uma freira, também belga, contaminada por uma doença misteriosa.
A encomenda incomum tinha viajado da capital do Zaire, Kinshasa, em um voo comercial, na bagagem de mão de um dos passageiros. “Quando abrimos a garrafa térmica, vimos que um dos frascos havia quebrado e o sangue havia se misturado com a água do gelo derretido”, disse Piot.
Fonte BBC
Fonte BBC
Ele e seus colegas não sabiam o quão perigoso aquilo era – à medida em que o sangue vazava na água gelada, um vírus mortal e desconhecido também escapava.
Os cientistas colocaram algumas das células sob um microscópio eletrônico e se surpreenderam. Era uma estrutura que lembrava a de um “verme gigantesco para os padrões virais”, diz Piot, semelhante a apenas um outro vírus, o Marburg.
O Marburg havia sido descoberto em 1967, quando 31 pessoas tiveram febre hemorrágica na Alemanha e na Iugoslávia. O surto ocorrera entre pessoas que trabalhavam em laboratórios com macacos infectados de Uganda. Sete pessoas haviam morrido.
Piot entendia a gravidade do Marburg mas, depois de consultar especialistas, concluiu que o que estava vendo não era Marburg – era algo diferente, algo nunca visto.
Fonte BBC
Fonte BBC
“É difícil de descrever, mas eu senti uma empolgação incrível”, diz Piot. “Me senti privilegiado, era um momento de descoberta.”
‘Adeus’
Os pesquisadores foram informados de que a freira no Zaire havia morrido. A equipe também soube que muitos estavam doentes em uma área remota no norte do país. Os sintomas incluíam febre, diarreia, vômito seguido de sangramento e, por fim, morte.
Duas semanas depois, Piot, que nunca tinha ido à África, pegou um voo para Kinshasa. A equipe viajou para o centro do surto, uma aldeia na floresta equatorial.
Quando o avião pousou em um porto fluvial no rio Congo, o medo da doença misteriosa era visível. Nem os pilotos queriam ficar por muito tempo – eles deixaram os motores do avião ligados enquanto a equipe descarregava seus equipamentos.
Rio Ebola, que batiza o vírus - Fonte BBC
Rio Ebola, que batiza o vírus – Fonte BBC
“Ao saírem eles gritaram ‘Adeus'”, conta Piot. “Em francês, as pessoas dizem ‘au revoir’ para ‘até logo’, mas quando eles dizem ‘adieu’ é como dizer ‘nunca vamos nos ver novamente’.”
“Mas eu não estava com medo. A excitação da descoberta e de querer parar a epidemia guiava tudo.”
O destino final da equipe era a aldeia de Yambuku, sede de uma antiga missão católica. Nela, havia um hospital e uma escola dirigida por um padre e freiras, todos da Bélgica.
As freiras e o padre haviam estabelecido eles próprios um cordão sanitário para prevenir a propagação da doença.
Um aviso no idioma local, lingala, dizia: “Por favor, pare. Qualquer um que ultrapassar pode morrer”.
Peter-Piot
“Eles já tinham perdido quatro colegas. Estavam rezando e esperando a morte.”
A prioridade era conter a epidemia, mas primeiro a equipe precisava descobrir como esse vírus se propagava – pelo ar, nos alimentos, por contato direto ou transmitida por insetos. “Era uma história de detetive”, diz Piot.
Contaminação
A equipe descobriu que o surto estava ligado a áreas atendidas pelo hospital local e que muitos dos doentes eram mulheres grávidas na faixa de 18 a 30 anos. Em seguida, perceberam que as mulheres que passavam por consulta pré-natal recebiam uma injeção de rotina.
Todas as manhãs, apenas cinco seringas eram distribuídas e as agulhas eram reutilizadas. Assim, o vírus se espalhava entre os pacientes.
Ebola, o monstro dos dias atuais. Descoberto a 40 anos e só agora levado a sério.
Ebola, o monstro dos dias atuais. Descoberto a 40 anos e só agora levado a sério.
A equipe também notou que os pacientes ficavam enfermos depois de ir a funerais. Quando alguém morre de ebola, o corpo está cheio de vírus – qualquer contato direto, como lavagem ou preparação do corpo sem proteção, apresenta um risco grave.
O passo seguinte foi interromper a transmissão do vírus. As pessoas foram colocadas em quarentena e os pesquisadores ensinaram como enterrar corretamente aqueles que faleciam por causa do vírus.
O fechamento do hospital, a quarentena e as informações para a comunidade levaram ao fim da epidemia. Mas cerca de 300 pessoas já tinham morrido. Piot e seus colegas decidiram dar ao vírus o nome de um rio, o Ebola. “Nós não queríamos batizá-lo com o nome da aldeia, Yambuku, porque é tão estigmatizante. Ninguém quer ser associado a isso”, diz Piot.
Em fevereiro de 2014, o pesquisador foi a Yambuku pela segunda vez desde 1976, por ocasião de seu 65º aniversário. Ele encontrou Sukato Mandzomba, um dos poucos que pegou o vírus em 1976 e sobreviveu. “Foi fantástico, muito emocionante”, contou.
Naquela época, Mandzomba era enfermeiro no hospital local. “Ele agora está coordenando o laboratório lá, e é impecável. Fiquei impressionado”, disse Piot.
“Doença da pobreza’
Passaram-se 38 anos desde o surto inicial e o mundo está vivendo a pior epidemia de ebola que já ocorreu. Mais de 600 pessoas morreram nos países africanos da Guiné, Libéria e Serra Leoa.
Tragédia dos dias atuais. Incrível como a comunidade internacional demorou a reagir ao caso. Certamente por ser na África - Fonte - www.nbcnews.com
Tragédia dos dias atuais. Incrível como a comunidade internacional demorou a reagir ao caso. Certamente por ser na África – Fonte – http://www.nbcnews.com
Na ausência de vacina ou tratamento, o conselho para este surto é quase o mesmo da década de 1970. “Sabão, luvas, isolar pacientes, não reutilizar agulhas e deixar em quarentena os que tiveram contato com as pessoas que estão doentes. Em teoria, deveria ser muito fácil para conter o ebola”, avalia Piot.
Na prática, porém, outros fatores dificultam a luta contra um surto. Pessoas que ficam doentes e suas famílias podem ser estigmatizados pela comunidade, resultando em uma relutância para ajudar. As crenças levam alguns a confundir a doença com bruxaria. Pode haver ainda hostilidade para com os trabalhadores de saúde.
“Não devemos esquecer que esta é uma doença da pobreza, dos sistemas de saúde deficientes -e de desconfiança”, diz Piot.
Por isso, informação, comunicação e envolvimento de líderes comunitários são tão importantes quanto a abordagem médica clássica, argumenta.
Piot nos dias atuais em Londres - Fonte BBC
Piot nos dias atuais em Londres – Fonte BBC
O ebola mudou a vida de Piot: após a descoberta do vírus, ele passou a pesquisar a epidemia de Aids na África e se tornou diretor-executivo fundador da organização Unaids.
“O ebola me levou a fazer coisas que eu pensava que só aconteciam nos livros. Isso me deu uma missão na vida para trabalhar nos países em desenvolvimento”, diz. “Não foi só a descoberta de um vírus, mas também de mim mesmo.”
FONTE – BBC via http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/07/ebola-virus-que-mata-90-dos-doentes-chegou-a-europa-em-garrafa-termica-em-1976.html

domingo, 19 de outubro de 2014

Quem ama! É tão feliz
Que esconde as dores que tem
E mesmo sofrendo, diz:
Sou mais feliz que ninguém.

Renato Caldas

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

 
Cirurgião Potiguar Nelson Santos Neto é referência e viaja o Brasil para ensinar a técnica de Cirurgia Bariátrica por videolaparoscopia. Felizes com o reconhecimento e conquista!
Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.

1 Coríntios 13:2

Fernando Caldas

Já quase ninguém sabe envelhecer.
Encaram a velhice como uma doença
Com uma infelicidade crua na alma.

Não quero envelhecer assim
quero envelhecer maciamente
não como quem cai num abismo
e tenta agarrar-se aos galhos e pedras
olhando a queda com desespero.
Envelhecer deveria ser como planar.
Porque ENVELHECER
É UM PRIVILÉGIO!!

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...