segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Por Cristina Costa

És luz que rasga as trevas, 
aurora boreal ,inspiração, 
utopia e lenda, 
um mito que não me canso de declamar.

Pataxó volta a ser o maior ponto turístico de Ipanguaçu

Açude cheio e muita gente comparecendo para tomar um banho gostoso e esperar com expectativa a sangria do Açude que vem se tornando um encontro de muitas pessoas do vale nos finais de semana.
Fotos Mara França.

Do blog: http://www.ipanguacudobem.com/

PESQUISADORAS MAPEIAM OCUPAÇÃO INDÍGENA NO SERTÃO NORDESTINO DESDE SÉCULO 16

  

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A obra revela como o Sertão era habitado pelos índios, considerados nômades pelo fato de precisarem de todo o espaço necessário para sobreviver à ocupação violenta dos colonizadores brancos. Crédito: Arquivo/DP 
Considerados nômades, índios que viviam mais ao oeste do Brasil são pouco estudados se comparados aqueles da região litorânea e da Zona da Mata
A escassez de informações sobre o passado histórico do Sertão nordestino abre espaço para a reprodução de preconceitos com séculos de existência. Um conhecido mapa criado no século 16 pelo cartógrafo espanhol Diego Gutiérrez, por exemplo, generaliza a população sertaneja da época a índios canibais, representados em ilustrações de esquartejamento e assado humano. Para dar contornos mais claros à história brasileira, em especial referente ao território pernambucano mais ao oeste do país, duas gerações se uniram em um vasto estudo, agora disponível em livro. Mãe e filha, as historiadoras Socorro Ferraz e Bartira Ferraz Barbosa, que no último dia 20 de janeiro lançaram em Recife, na Arte Plural Galeria, o livro Sertão – Fronteira do medo (Editora UFPE, 283 páginas, R$ 75).
Na publicação, o Sertão dos tempos coloniais é descrito como uma fronteira física e, ao mesmo tempo, imaginária para a população do litoral. Era, portanto, representada graficamente pelos colonizadores, interessados em conquistar terras e riquezas em um local com características peculiares. “Há muitos trabalhos sobre a ocupação indígena litorânea e da Zona da Mata, mas muito poucas a respeito do Sertão, uma região onde a sobrevivência é mais difícil e, portanto, as informações não são tão fáceis de serem obtidas. Foi uma grande surpresa encontrar nos cartórios pesquisados livros de batismo de índios, negros e escravos brancos, com dados sobre como se batizava na época, sobre relações de parentesco, posse das terras”, relata Socorro Ferraz, doutora em história econômica pela Universidade de São Paulo e professora da UFPE.
Segundo a pesquisadora, a obra revela como o Sertão era habitado pelos índios, considerados nômades pelo fato de precisarem de todo o espaço necessário para sobreviver à ocupação violenta dos brancos. Esses colonizadores, ela esclarece, impingiram o medo para que a população indígena cedesse em muitos aspectos. Boa parte dela cedeu, negociou, tentou sobreviver de toda forma possível. Grande parte, contudo, foi extinta. Nesse contexto de adaptação, alguns índios chegaram, inclusive, a ter presença ativa no sistema colonial. Alguns foram capitães de milícias, outros tiveram cargos políticos, militares, serviram de intermediários para a própria conquista.
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Crédito: Editora UFPE/divulgação
Para Bartira Ferraz, desde o século 16 os portugueses impuseram uma nova ordem política baseada em mecanismo de ocupação e controle, do vigiar e punir. “Os colonizadores vão primeiro punir, taxando os indígenas de selvagens, canibais, instalando um caos, que dá origem a guerras coloniais. Ocorreu a implantação brutal do sistema político por meio de um controle feito pela cruz e pela espada, com apoio do missionário e de tropas que controlavam essas populações”.
SERVIÇO – Lançamento do livro Sertão – Fronteira do medo, de Socorro Ferraz e Bartira Ferraz Barbosa
Editora: UFPE
Páginas: 283
Preço: R$ 75 (R$ 70 no lançamento).
Por: Felipe Torres – Diário de Pernambuco
Do blog: http://tokdehistoria.com.br/

domingo, 24 de janeiro de 2016

Lucas Neves
"Vejo o ódio no rosto de um assassino. Vejo a humildade no rosto de um pobre animal e vejo que vai morrer irremediavelmente após ter sido torturado. Vejo muitas coisas, mas não vejo arte."
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. I Corintios 13: 4-7
.

Clara Nunes e P. Gracindo - "Brasileiro Profissão Esperança" (Lado A)

No meu peito bate três corações: o primeiro, para amar, o segundo, para sorrir, o terceiro, para chorar.

Fernando Caldas



BRASIL TEVE O MAIOR PARTIDO NAZISTA FORA DA ALEMANHA

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Reprodução da capa de revista Der Nationalsozialist, periódico do Partido Nazista

Estima-se que existiram 2,9 mil filiados ao partido em 17 estados brasileiros

Apesar de o Brasil não ter aderido ao nazismo – e lutar contra ele junto aos aliados na Segunda Grande Guerra –, um grupo de alemães que morava no país cultivou as ideologias propostas por Adolf Hitler. Essas pessoas ajudaram, inclusive, a colocar o Füher no poder em 1933.
Calcula-se que chegaram a 2,9 mil os filiados ao Partido Nazista Brasileiro. Mesmo se tratando de um partido, ele não almejava nem concorrer a eleições nacionais, nem ser registrado na Justiça Eleitoral do Brasil. Por este motivo, o presidente Getúlio Vargas e os governadores locais não se importaram com sua fundação, pelo contrário, eram simpatizantes, até mesmo participaram de festividades nazistas. O partido existiu em 83 países, mas, no exterior, foi justamente no Brasil onde teve mais repercussão. “Sua expressividade foi maior, inclusive, do que em países como a Áustria e a Polônia, que estavam sob a tutela do 3.º Reich”, afirma a professora de História da Universidade Federal do ABC Ana Maria Dietrich.
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Fundação
Um documento mostra que foi em Santa Catarina, na cidade de Timbó, em 1928, que o partido foi fundado no país. O estado, porém, teve um número menor de filiados (528) do que São Paulo (785). No Paraná, o partido foi o quinto maior (com metade dos filiados em Curitiba). Segundo o Censo da época, havia 12 mil alemães natos no estado, dos quais menos de 2% eram filiados. “Os nazistas do Paraná, do ponto de vista institucional, não se reportavam diretamente à Alemanha. Acima estava o Landesgruppe (com sede em São Paulo) e este, por sua vez, se reportava à Auslandsorganisation (Organização do Partido Nazista para o Exterior), em Berlim”, explica o historiador Rafael Athaides, que acaba de lançar o livro O partido nazista no Paraná (Editora UEM, R$ 50 com frete).
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Na foto, crianças alemãs da cidade de Presidente Bernardes (SP) fazem a saudação a Hitler, na década de 1930
Comunidade alemã
A explicação para o partido nazista ter sido bem sucedido por aqui está diretamente relacionada com a extensa comunidade alemã do Brasil – eram cerca de 230 mil – que migraram, sobretudo para São Paulo, na década de 1920, quando a Alemanha de Weimar estava em crise e havia a busca por melhora na vida econômica.
Assim como na Alemanha, o partido nazista brasileiro pregava a superioridade de certas raças, combatia o comunismo, fomentava o repatriamento de alemães (muitos retornaram, após receber um financiamento) e, graças ao partido, os alemães daqui também puderam votar em Hitler para assumir o poder na Alemanha em 1933. “O Füher também financiou atividades nazistas nas empresas alemãs instaladas no país”, conta Ana.
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No Paraná, segundo Athai­­des, a atuação do partido foi barulhenta. “Se fez sentir, sobretudo, nos indivíduos da comunidade germânica do estado. Os nazistas se sentiam no direito de se portar como administradores das entidades germânicas locais ”, afirma. É claro que, para fazer parte do partido, era preciso ser alemão de nascimento (os descendentes não eram bem-vindos). Os partidários, de certa forma, também sabiam que o nazismo não era apenas uma reviravolta na economia alemã – que cresceu e quase zerou o desemprego –, mas, acima de tudo, era violento e exterminador.
Dentre as organizações vinculadas ao Partido Nazista Brasileiro, uma delas era a Juventude Hitlerista. “O discurso de Hitler era o de investir em crianças e jovens, porque, dizia ele, os velhos estavam gastos”, afirma a historiadora Ana Maria Dietrich. As crianças alemãs que viviam no Brasil cantavam hinos nazistas, celebravam o aniversário de Hitler e faziam saudações a ele. O Füher pediu a introdução da disciplina de eugenia nas escolas. As crianças aprendiam, entre outras coisas, que não podiam se miscigenar. Os professores das escolas alemãs do Brasil foram orientados a ensinar às crianças segundo os ideários do 3º Reich. 
Amazônia seria alvo de alemães
Existem diversas especulações de que os nazistas pretendiam criar uma área alemã no Brasil, mas historiadores descartam a hipótese porque esta intenção política nunca foi documentada. Na verdade, segundo historiadores, isso não passa de confusão.
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Primeiro porque existiu uma expedição de alemães, patrocinada por nazistas, de 1935 a 1937, à Amazônia. “Na verdade, estas expedições de reconhecimento de território eram comuns à época. A questão é que um dos integrantes morreu durante o caminho e o enterram lá com uma cruz que existe até hoje”, afirma a historiadora Ana Maria Dietrich. A cruz, que tem uma suástica, é explorada como atração turística no Amapá.
O historiador Rafael Athaides lembra que a ideia de que os nazistas “agiam sorrateiramente para conquistar o Sul do Brasil é uma falácia veiculada pela mídia durante a Segunda Guerra Mundial.”
“Esse mito de ‘perigo alemão’ serviu durante o Estado Novo (1937–1945) por dois motivos”, diz Athaides. Um deles, o projeto nacionalista varguista, que via nos alemães uma ameaça nacional; outra, a aproximação do Brasil com os Estados Unidos durante a Segunda Guerra, que resultou em benefícios econômicos ao país, mas criou a necessidade de rompimento com a Alemanha.
Atualidade
Outra confusão que costuma acontecer é associar as ações dos neonazistas (de hoje) com a comunidade alemã e o nazismo histórico. Athaides acredita que é pouco provável que exista qualquer ligação. “Basta fazermos um levantamento do perfil dos indivíduos presos por atividades neonazistas. Nenhum deles é descendente dos nazistas históricos”, diz, antes de completar em seguida. “Os neonazis são, em geral, jovens, desprovidos de referencial identitário e que manipulam os signos do nazismo no mundo.” (PM)
De: http://tokdehistoria.com.br/author/tokdehistoria/

Como fazer adubo com cascas de ovo

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A gente adora ovos porque são saudáveis e versáteis para a dieta, certo? E hoje a dica é fantástica e super simples! Vou ensinar a reaproveitar as cascas de ovo para fazer um belo adubo para as plantas.
As cascas são ricas em nutrientes importantes para as plantas e esse adubo é uma forma barata e orgânica de adicionar cálcio, magnésio e potássio. Para que tudo seja absorvido da melhor forma, vamos transformar as cascas em farinha. Depois é só incorporar à terra na hora do plantio ou colocar por cima das plantinhas no vaso ou no solo.
Olhem só!
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A medida para um vaso pequeno é de uma colher de chá da farinha a cada 40 dias. Para vasos maiores, colocar 2 ou 3 colheres.
Esse adubo pode ser utilizado na nossa horta também e eu coloco nas minhas hortaliças e elas adoram. Aliás, já viram o vídeo tour da minha horta, né? Quem ainda não viu, pode clicar AQUI  e se divertir.
Gostaram da dicas? Agora não vai mais nenhuma casa de ovo para o lixo. :)
Quem tiver mais alguma sugestão de tema de jardinagem coloque aqui! E contem seus segredinhos também.
Mundão Véio Sem Portera

Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia."

Foto de Mundão Véio Sem Portera. Mundão Véio Sem Portera 30 de dezembro de 2015 às 11:38 · Vai diminuindo a cidade Vai aumentando a simpatia Quanto menor a casinha Mais sincero o bom dia."


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A gente adora ovos porque são saudáveis e versáteis para a dieta, certo? E hoje a dica é fantástica e super simples! Vou ensinar a reaproveitar as cascas de ovo para fazer um belo adubo para as plantas.
As cascas são ricas em nutrientes importantes para as plantas e esse adubo é uma forma barata e orgânica de adicionar cálcio, magnésio e potássio. Para que tudo seja absorvido da melhor forma, vamos transformar as cascas em farinha. Depois é só incorporar à terra na hora do plantio ou colocar por cima das plantinhas no vaso ou no solo.
Olhem só!
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A medida para um vaso pequeno é de uma colher de chá da farinha a cada 40 dias. Para vasos maiores, colocar 2 ou 3 colheres.
Esse adubo pode ser utilizado na nossa horta também e eu coloco nas minhas hortaliças e elas adoram. Aliás, já viram o vídeo tour da minha horta, né? Quem ainda não viu, pode clicar AQUI  e se divertir.
Gostaram da dicas? Agora não vai mais nenhuma casa de ovo para o lixo. :)
Quem tiver mais alguma sugestão de tema de jardinagem coloque aqui! E contem seus segredinhos também.

Pessoas que defendem a Ditadura ● Leandro Karnal

sábado, 23 de janeiro de 2016

IPANGUAÇU: MARLUCE BARBOSA DISPARA NA ENQUETE DO BLOG REGISTRANDO

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O blog Registrando decidiu encerrar hoje (23) a enquete para avaliação dos internautas com relação a preferência dos pré-candidatos a prefeito de Ipanguaçu.
A produção do blog observou que o fato da enquete não ter uma formação cientifica, onde qualquer provedor permite que de um mesmo ip  possa votar quantas vezes quiser, o que se determina fraude, o que não acontece com o nosso site, em respeito ao leitor resolve divulgar o resultado final e encerrar a enquete.
Os números que vemos em outros blogs não fecham os 100% dos que foram incluídos na lista dos pretensos candidatos, portanto para evitar posterior celeuma vamos divulgar os números obtidos e agradecer aos que serenamente optaram pelas opções propostas.
De:  Registrando

SIMGLEMARANHÃO: COM APOIO DO GOVERNADOR, GRUPO ESPECIAL COMEÇA A EXTERMINAR ASSALTANTES DE BANCO


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O governador Flávio Dino (PCdoB) colocou em campo, desde o último sábado 16, o que deve ser o início de uma nova Operação Tigre no Maranhão, deflagrada pela primeira vez na segunda metade do século passado, quando o então governador, João Alberto de Souza (PMDB), deu carta livre para que policiais militares bem treinados abrissem guerra contra o crime organizado.
Partindo da mesma concepção de João Alberto à época – de que o Maranhão está vivendo uma guerra, o que obriga o Governo a partir para o enfrentamento direto – Dino autorizou ao seu novo Comandante Geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel José Frederico Pereira, a formação de uma tropa especial qualificada para combate às ações de quadrilhas de assaltos a agências e instituições financeiras no interior do estado.
Os treinamentos aconteceram na selva no município de Imperatriz e foram ministrados pelo 50º BIS, unidade do Exército Brasileiro sediada naquela cidade. O 12º BPM de Estreito e a 12ª CI de Rosário participaram dos treinamentos e, em São Luís-MA, o 24º BIL também prestou contribuição para a qualificação dos exterminadores de assaltantes.
Duas turmas já foram formadas – a primeira no primeiro semestre passado e a segunda na primeira semana deste mês – e ambas já mostraram a que vieram: abater bandidos.
Batizada por Pereira – único coronel caveira – com o nome de Cosar, a Companhia de Operações de Sobrevivência em Área Rural abateu, logo na primeira ação, pelo menos dois suspeitos de participarem do assalto à agência do Banco Bradesco no município de Icatu. Nesta ação, três bandidos chegaram a sobreviver, por terem rapidamente decidido se entregar tão logo seus comparsas tombaram.
Na manhã desta terça-feira 19, a Cosar voltou a ser acionada após assalto a uma agência dos Correios na cidade de Morros. Como na primeira ação do grupo especial, os dois assaltantes também foram rapidamente abatidos.
Terminado o trabalho em Morros, a tropa especial – que age de forma independente das informações repassadas pela Inteligência – já está no encalço do grupo de cinco assaltantes que tocou o terror no município de Paraibano, também na manhã de hoje – e continua atrás dos outros cinco que assaltaram ontem o Bradesco em Alcântara.
Como nas duas primeiras ações infalíveis da Cosar, o resultado já é esperado. E será a Cosar a tocar o terror.
Por Atual 7

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

“Nunca tivemos uma geração tão triste”

Publicado em Psicologia e Comportamento

“Nunca tivemos uma geração tão triste”
Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-seller Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século. O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos
“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam  gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema 'bateu, levou', e a desenvolver altruísmo e generosidade.”
Geração triste
“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”
Dor compartilhada
“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’. Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”

Intimidade
“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais.”
Mais brincadeira, menos informação
“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”
Parabéns!
“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”
Conselho final para os pais
“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”


Um relato da escravidão, em primeira pessoa

Único relato conhecido de um escravo no Brasil é lançado em português
por Miguel Martins e Tory Oliveira — publicado 09/01/2016 20h58, última modificação 09/01/2016 20h58
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Baquaqua
O relato de Baquaqua é parte fundamental da história brasileira
abolicionismo brasileiro fortaleceu-se nos anos 1870, duas décadas após a proibição definitiva do tráfico negreiro. Consolidava-se em meio à implosão do sistema escravista, incapaz de se reproduzir com a suspensão das rotas comerciais de cativos entre o Brasil e a costa ocidental da África. Relatos em primeira pessoa dos sofrimentos vividos por africanos submetidos ao cativeiro não foram registrados na Colônia ou no Império. O silêncio dos escravos e libertos na historiografia nativa, acessíveis apenas por fontes indiretas como testamentos e arquivos policiais, fragiliza a empatia dos brasileiros e o entendimento do horror da escravidão e de suas consequências perenes.
Nos Estados Unidos, o abolicionismo floresceu ainda no século XVII, com forte conteúdo religioso. Os pastores protestantes americanos acostumaram-se a coletar os relatos de negros libertos como parte de sua missão. Em 1854, o abolicionista Samuel Moore publicou as memórias de Mahommah Gardo Baquaqua, ex-escravo libertado nos EUA após três anos de trabalhos forçados em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Trata-se do único relato em primeira pessoa sobre a trajetória de um africano escravizado em terras brasileiras conhecido até hoje.
Baquaqua
A biografia de Baquaqua expõe a violência contra os negros do Império
A biografia de Baquaqua passou mais de um século e meio sem uma edição nacional. Os historiadores brasileiros Bruno Véras e Nielson Bezerra, com apoio do Ministério da Cultura e do governo do Canadá, abraçaram a causa de concluir a tradução iniciada pela pesquisadora Silvia Hunold Lara, da Universidade de Campinas, ainda em 1988. Orientado pelo pesquisador canadense Paul Lovejoy, responsável pelo relançamento recente da biografia em inglês, Véras ampliou o escopo da versão brasileira. Na segunda-feira 30, entra no ar o site baquaqua.com.br, que traz uma edição digital interativa da biografia com foco no público infantil. No primeiro semestre de 2016, o livro será lançado pela Editora Civilização Brasileira. 
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Missionário americano ensinando Mahommah Baquaqua
A história de Baquaqua inicia-se na cidade de Djougou, no Benin. De origem muçulmana, ele descreve os hábitos islâmicos de sua família, como as sessões de reza e as leituras do Alcorão. A região onde hoje atua o Boko Haram era domínio do Califado de Socoto. “O islamismo e o jihadismo sempre foram fortes no Benin”, afirma Véras.
 Convidado a conhecer o monarca de uma cidade próxima a Djougou, Baquaqua foi preso após falsa festa em sua homenagem. Vendido para um traficante de escravos, acabou acorrentado aos seus semelhantes em um navio negreiro e zarpou para o Novo Mundo. “Imagino que, em toda a criação, haja apenas um lugar mais horrível do que o porão de um navio negreiro, e esse lugar é aquele onde os donos de escravos e seus lacaios muito provavelmente se encontrarão algum dia.”
A passagem demonstra o forte conteúdo religioso do relato. “A maior parte dos textos era mais de biografias espirituais do que de protestos contra a escravidão”, afirma o historiador americano Sean Kelley, integrante do projeto canadense Shadd, que organiza e edita biografias de africanos escravizados, entre elas a de Baquaqua.
O tráfico de escravos foi proibido formalmente no Brasil em 1831, mas prosperou por duas décadas na ilegalidade. Baquaqua chega ao Brasil em 1845. A equipe de Lovejoy, integrada por Véras, percorreu várias possíveis praias onde ele pode ter desembarcado em Pernambuco. A mais provável delas é a de Itamaracá, que funcionava como porto clandestino para a entrada de cativos. Na capitania nordestina, Baquaqua foi comprado por um fazendeiro português. Em um primeiro momento, o escravo tentou se aproximar de seu dono, sem sucesso. “Fizesse o que fizesse, descobri que servia a um tirano e nada parecia satisfazê-lo.”
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O historiador Bruno Véras percorreu os caminhos do africano no Brasil e no exterior
Desiludido, Baquaqua entregou-se à bebida. Pensou em matar seu algoz, mas preferiu tentar o suicídio por afogamento, ação malfadada que lhe rendeu impressionantes castigos físicos. “Fui levado à casa de meu senhor, que atou minhas mãos para trás, colocou-me de pés juntos, chicoteou-me sem misericórdia e me espancou na cabeça e nas faces com uma vara pesada.”
Vendido novamente a um traficante de escravos, Baquaqua foi levado ao Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar para o capitão Clemente José da Costa, dono do navio Lembrança. Ao ser contratado para um serviço de transporte de sacas de café para Nova York, Costa levou Baquaqua em sua tripulação. Ao chegar ao Norte dos Estados Unidos, onde a escravidão fora abolida, o cativo fugiu do navio. Enquanto era perseguido, gritava a palavra free. Embora tenha sido capturado novamente, foi libertado pelas autoridades americanas poucos dias depois.
Enfim livre, Baquaqua partiu para o Haiti, onde se converteu ao cristianismo. Voltou aos EUA em 1850. Após ter sua biografia publicada, foi para o Canadá e para Inglaterra. O Porto de Liverpool foi o último lugar que registrou sua passagem. Véras pretende, porém, ir a Lagos, na Nigéria, atrás de outros eventuais destinos de Baquaqua. “Acredito que ele voltou à África no fim da vida.”
Ex-professor da rede pública de Pernambuco, Véras optou por lançar o site com foco nos estudantes dos ensinos fundamental e médio. “A falta de referência histórica e estética dos africanos no Brasil é responsável pela baixa autoestima dos negros nas escolas.” Por esse motivo, a biografia digital é também um livro para os alunos imprimirem, recortarem e colorirem. O “Baquaquinha”, personagem infantil que apresenta o relato para as crianças, descontrói logo de início o preconceito cotidiano: é hora de pegar seu “lápis cor de pele” para pintar os personagens.  “Meus alunos negros se pintavam de rosa, branco, jamais de preto. Quero que eles sintam orgulho das suas origens.” 
*Reportagem publicada originalmente na edição 878 de CartaCapital, com o título "O cativeiro em primeira pessoa"
http://www.cartacapital.com.br/

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