sexta-feira, 16 de junho de 2017

Doria diz que apoio a Temer é escolha entre ruim e péssimo, "velha política para evitar nova crise"

Da BBC Brasil

Eleitores do PT são mal informados ou defensores de mazelas, diz Doria
Apontado por recentes pesquisas como o nome mais forte do PSDB para a disputa presidencial em 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria, minimiza interesse pela disputa, e diz que isso é assunto para "janeiro do ano que vem".
Ao mesmo tempo em que não nega que possa concorrer, responde com desenvoltura quaisquer perguntas sobre o cenário eleitoral e ataca alguns de seus possíveis concorrentes na corrida eleitoral.
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, o prefeito de São Paulo, João Doria, afirma que o próximo presidente do país deveria ser um "gestor", adjetivo que constantemente usa para definir a si próprio. Ele ainda classifica os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas na corrida presidencial de 2018, como mal informados ou defensores "das mazelas e do mal feito" e minimiza o crescimento do atual segundo colocado, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Questionado sobre seu apoio à permanência de seu partido no governo do presidente Michel Temer, prestes a ser denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal), ele admite se tratar da "velha política" que tanto critica. "Mas há certos momentos na vida em que você tem que fazer a avaliação sobre o ruim e o péssimo" - e o péssimo neste caso, garante, seria "colocar o Brasil numa crise profunda no plano econômico".
E embora defenda o direito de defesa do senador Aécio Neves, presidente tucano afastado, suspenso do Senado por denúncias de corrupção, Doria afirma que seria prudente que o Diretório Nacional da sigla se posicionasse sobre os pedidos de afastá-lo, "para preservar a imagem do PSDB".
Leia a seguir os principais trechos da entrevista, concedida em seu gabinete na Prefeitura de São Paulo no fim no início da noite de quarta-feira, poucas horas de o prefeito embarcar para Porto Rico, onde passaria o feriado com a família.
BBC Brasil - O sr. tem dito que não é um político, mas um gestor, um empresário. Na sua opinião, os países, Estados, cidades não precisam mais de políticos?
João Doria - Eu me considero um gestor, um administrador. Eu não sou um político. Eu estou na política, não sou da política. Isso não significa que eu desrespeite os políticos. Até sou filho de um. Meu pai foi deputado federal e foi cassado pelo golpe militar e exilado em 1964.
Direito de imagem AFP
Image caption Obra do artista brasileiro Romero Britto no gabinete do prefeito João Doria
Mas sempre fui um homem do setor privado. E com este discurso venci a campanha. E pela primeira vez em 28 anos na cidade de São Paulo um prefeito é eleito no primeiro turno.
E com este discurso tenho feito a gestão nesses primeiros seis meses. E isso tem nos dado um índice de aprovação superior a 70% e assim vamos continuar.
BBC Brasil - No Brasil as pessoas estão muito preocupadas com as relações entre empresários e políticos. Recentemente, nós tivemos uma interceptação de conversas antiéticas entre um empresário e o presidente Temer. O sr. e o seu partido se posicionaram a favor do presidente. O sr. acha que aquela conversa foi ética, que essa é a forma como políticos deveriam se comportar?
Doria - Não foi uma conversa adequada para um presidente da República. Nem na forma, nem no conteúdo, nem no local, nem no horário.
Mas isto não implica definitivamente num equívoco fatal para o presidente. Significa um erro ético e moral, mas não é um fato determinante para o impeachment do presidente.
BBC Brasil - O sr. e seu partido ainda estão em uma coalizão com o partido do presidente. Não seria correto deixar o governo após uma situação como essa?
Doria - Nós estamos do lado do Brasil. Mais do que tudo, é a proteção ao Brasil, à governabilidade, o apoio às reformas no Congresso Nacional.
Direito de imagem AFP
Image caption Doria diz que saída do PSDB do governo Temer poderia causar "crise profunda no plano econômico"
O desembarque do PSDB do governo neste momento implicaria em colocar o Brasil numa crise profunda no plano econômico e no político. Hoje, nós estamos no plano político apenas. Se o PSDB sair, mergulhamos também no plano econômico.
E tudo o que nós não precisamos é de mais uma crise econômica, porque isso vai atrasar a retomada do desenvolvimento, do crescimento, inibir a criação de novos empregos e mergulhar o país numa crise infindável, cujo resultado é mais desemprego e mais pobreza.
BBC Brasil - Mas não se trata da velha política que o sr. promete às pessoas mudar, ficar ao lado do governo com o argumento de defender as reformas, mesmo que o presidente esteja envolvido em conversas tão sérias sobre propinas e juízes?
Doria - É a velha política. E é ruim. Você tem razão. Mas há certos momentos na vida em que você tem que fazer a avaliação sobre o ruim e o péssimo. Entre o ruim e o péssimo, o ruim é melhor que o péssimo.
BBC Brasil - O sr. vai se candidatar à Presidência no próximo ano?
Doria - Eu estou correndo, estou agindo para ser um bom prefeito da cidade de São Paulo. Eu fui eleito para ser prefeito por quatro anos. Não é hora de se discutir uma eleição presidencial. É hora de ajudar a resolver a crise brasileira. E cada administrador cumprindo o seu papel. Eu como prefeito, outros como governadores e assim por diante.
Nós temos que pensar em eleição em janeiro do ano que vem. Aí, quem sabe...
BBC Brasil - Em relação ao seu partido. Há suspeitas de doações ilegais à campanha do último candidato à Presidência, ele foi afastado recentemente do Senado. Isso não mancha um pouco seu compromisso com mudança, já que o sr. ainda é parte desse partido? O sr. apoia Aécio e o partido?
Doria - Ele não foi julgado, ele foi indiciado. É preciso reconhecer a diferença entre indiciado e julgado. Enquanto indiciado, o PSDB defende que toda investigação seja feita em sua plenitude, sem esconder nada e sem inibir nenhuma investigação. Diferente do PT, que sempre fugiu e procurou evitar a investigação.
Aécio deve ter direito a plena defesa e se, eventualmente for culpado, pagar por isso. Se for inocentado, retomar seu mandato e seguir sua carreira política.
BBC Brasil - O sr. é bem ativo nas redes sociais. Nos comentários, vimos pessoas cobrando uma posição sua em relação ao Aécio. Há quem defenda que ele seja expulso do partido. Qual a sua opinião?
Doria - Essa é uma decisão que cabe ao diretório nacional do PSDB. Eu entendo que o diretório deve se posicionar a esse respeito, como também entendo que o senador deve ter direito à plena defesa. Até Lula, mesmo diante de situações tão claras de falta de ética, tem direito à plena defesa e deve cumprir o seu rito na conformidade da lei até ser julgado.
Direito de imagem Divulgação
Image caption Para Doria, PSDB deve se manifestar sobre afastamentos e denúncias contra o senador Aécio Neves para preservar imagem do partido
O mesmo em relação ao senador. Mas entendo que seria prudente para o PSDB tomar uma decisão e fazer uma manifestação. Isso não significa desrespeitar a trajetória do senador Aécio Neves, mas preservar a imagem do PSDB.
BBC Brasil - O sr. trabalha em São Paulo muito próximo do setor privado, recebendo doações e tentando fazer privatizações. O sr não acha que os brasileiros, após os escândalos da JBS e Odebrecht, têm desconfiança dessa relação entre o público e privado?
Doria - É diferente. Eu venho do setor privado, cultivei uma excelente relação com empresas privadas, brasileiras e internacionais, e tudo o que a gente faz por aqui tem o objetivo de atender a população. Não tem nenhuma negociação com objetivo partidário, político, de financiamento de campanha, de interesses espúrios. Os interesses são da cidade. E claramente colocados em transparência.
Nós já obtivemos em seis meses de gestão mais de US$ 220 milhões para a cidade. Dinheiro que foi investido pelas empresas doadoras em automóveis, motocicletas, uniformes para a Guarda Civil Metropolitana, material escolar, material de limpeza, construção de creches, de abrigos para pessoas em situação de rua, computadores, softwares e outros serviços para a cidade.
BBC Brasil - Mas as pessoas podem acreditar que essas empresas estão fazendo isso para o bem delas, sem pedir algo em troca?
Doria - Por que não? As empresas têm espírito de cidadania. Há muitas pessoas que, por confiar no gestor e reconhecer a dificuldade, oferecem produtos, serviços e contribuições dentro do seu campo de atuação para minimizar a aflição e a pobreza.
Isso já ocorria em várias empresas no plano de organizações não governamentais e iniciativas isoladas. O que eu fiz foi aglutinar, incorporar essas empresas dentro de um amplo programa de empresa cidadã, que nós iniciamos já na primeira semana como prefeito da cidade de São Paulo. E deu certo. Deu tão certo que muitas empresas nos procuram.
Direito de imagem BBC Brasil
Image caption Prefeito João Doria diz que próximo presidente deve ser um 'gestor' e minimiza ascensão de Jair Bolsonaro
BBC Brasil - Quais características gostaria de ver no próximo presidente?
Doria - Um inovador, um gestor. Eu acho que o Brasil também precisa ter um bom administrador. Evidentemente, tem um sentimento político e uma capacidade também de aglutinação. Primeiro do voto. Para você se eleger, você precisa do voto, convencer a população que você é o melhor para o país.
Depois, precisa ser alguém com um bom diálogo com o Congresso Nacional e também com as demais forças do país. Você precisa dialogar bem e respeitar bem o poder Judiciário, as atividades produtivas, o mercado. É preciso ter uma compreensão ampla do país e ter como prioridade a gestão da pobreza.
O Brasil não pode continuar com 14 milhões de desempregados, 7 milhões de subempregados, uma população expressivamente sob sofrimento, abaixo da linha da miséria, com dificuldades para saúde, para sua própria alimentação.
O futuro presidente do Brasil deverá ter uma plataforma muito clara de soluções para esses problemas e uma boa conduta na gestão econômica do país. Isso é fundamental. E ter credibilidade.
BBC Brasil - O senhor é atualmente um dos principais críticos do PT, disse recentemente que o partido é ainda o grande inimigo. Mesmo assim, o Lula é líder nas pesquisas. Como o senhor avalia essa aceitação dele mesmo nesse cenário de denúncias?
Doria - O PT é inimigo do Brasil porque produziu a maior recessão econômica da história brasileira. O maior assalto aos cofres públicos que se teve notícia no mundo.
Quem durante 13 anos teve o poder e a possibilidade de encontrar soluções para o país, veio com esse discurso de proteger, amparar, integrar, colocar o país dentro de um processo ético, ver seus principais dirigentes indiciados, presos ou com tornozeleira não é exatamente um partido que pode falar de ética, tamanho o volume de pessoas implicadas.
Inclusive o ex-presidente Lula, que tem cinco indiciamentos, responde a cinco processos neste momento. Então, ele também é um inimigo do Brasil, embora tenha eleitores e uma base do eleitorado. Ou porque reconhece nele, mesmo diante das falcatruas, dos erros, das mazelas e das mentiras, um líder, o que é muito triste.
Direito de imagem Felipe Souza/ BBC Brasil
Image caption Prefeito diz que quem vota no PT é mal informado ou quer defender as mazelas do partido
Você reconhecer pessoas que têm bom nível sócio econômico e podem ler jornais, ler livros, assistir à televisão, ter um melhor nível de conhecimento e ainda aprovam uma pessoa como essa é muito triste, mas é a democracia. A democracia tem alegrias e tem tristezas.
E há também um número expressivo de brasileiros que não têm acesso à informação, não têm acesso aos jornais, não assistem aos telejornais e não são influenciáveis por notícias a respeito do que fez o PT, do que fez o ex-presidente Lula. E são pessoas dependentes de programas sociais que foram iniciados na gestão Lula e continuam neste governo.
BBC Brasil - Só vota no PT quem é mal informado, prefeito?
Doria - Ou quem tem a intenção de defender as mazelas e defender o mal feito. Eu não vejo nenhuma razão para alguém votar no PT.
Qual é a prioridade, qual é a história louvável do PT que você ensinaria ao seu filho? Provavelmente, nenhuma.
BBC Brasil - Há quem aponte um contrassenso entre ser inimigo do PT e fazer alianças com o PMDB, que esteve com o PT durante todos esses anos e tem Michel Temer à beira de ser denunciado no STF.
Doria - A aliança não é com o governo Temer. É com o Brasil. Eu fiz essa defesa e fiz exatamente esse discurso. Duas vezes, aliás. Aqui em São Paulo, na reunião com o diretório do PSDB, que era uma reunião claramente favorável ao desembarque, eu defendia a permanência com esse mesmo discurso.
Nós temos que proteger o Brasil e os brasileiros. Não se trata de fazer a defesa do governo Temer ou do presidente Temer, mas sim da estabilidade política para permitir alguma estabilidade econômica para a retomada do crescimento e também para proteger as reformas que estão em discussão no Congresso Nacional neste momento.
É preciso, neste caso, ter pragmatismo. Não é a defesa incondicional do presidente Temer nem a defesa incondicional do seu governo. É a defesa do país, do Brasil e da sua governabilidade. E ter a certeza e a convicção de que teremos as eleições realizadas no seu prazo determinado constitucionalmente, que é em outubro de 2018.
Até lá, não havendo nenhum fato novo e grave diante das circunstâncias políticas, ao meu ver, cabe ao PSDB sim, como aliás já foi decidido, garantir essa governabilidade. Mas isso não é um cheque assinado, avalizado, até dezembro de 2018. Essa situação pode ser revista, se houver algum fato grave pela frente.
BBC Brasil - Como o senhor vê a ascensão do deputado Jair Bolsonaro?
Doria - Com normalidade. Ele tem um discurso mais à direita, que contagia um universo de eleitores, faz parte do processo democrático. É um candidato assumido, faz campanha há um ano pelo Brasil e isso vai sensibilizando uma parcela dos leitores. Mas não creio que seja uma sensibilização definitiva.
Eu já vi várias vezes histórias de candidatos, e com isso não estou desrespeitando a história, nem a trajetória e nem o valor do deputado. Eu já vi outros candidatos saírem à frente em campanhas e nem sequer irem para o segundo turno. E em São Paulo.
Aqui mesmo temos um exemplo disso. Um candidato que começou a campanha com 38%, era tido como vitorioso ou, na pior das hipóteses, como já no segundo. Estavam discutindo a segunda vaga para o segundo turno, se é que poderia haver um segundo turno.
E esse candidato (o deputado Celso Russomanno, do PRB) não foi nem para o segundo turno e nem ganhou a eleição. Eu tinha 2% e venci a eleição no primeiro turno.
BBC Brasil - Muita gente aponta a ação na cracolândia como o ponto baixo de sua gestão até agora. Como avalia?
Doria - Muito pelo contrário. Eu entendo que é um ponto corajoso da minha gestão. O fácil era não fazer nada, isso era o mais fácil.
Já sabia que o tema era polêmico. Quatro ex-prefeitos tentaram e não conseguiram e desistiram de fazer o enfrentamento tamanhas objeções que receberam. Eu já sabia disso. E nem por isso eu deixei de fazer o enfrentamento. Eu considero o contrário. Eu considero um ponto de coragem e de determinação. Continuamos a fazer o necessário e vamos prosseguir. Não há recuo.
Direito de imagem EPA
Image caption Doia diz que ação na cracolândia é um "ponto corajoso" de sua gestão
Já vencemos ao longo desses últimos dois meses vários pontos importantes. A cracolândia fisicamente onde estava, no quarteirão da rua Helvétia com a Dino Bueno, acabou e não volta mais. Enquanto eu for prefeito de São Paulo, eu posso assegurar que ali não volta mais.
E ali nós tínhamos vários bunkers de uma facção criminosa de São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital), que hoje se espalha infelizmente por todo o Brasil, e ali tinha depósito de armas, refinamento de cocaína, cofres com entorpecentes de toda a espécie. Além da própria cocaína, ecstasy, heroína, maconha, além do próprio crack. E isso acabou.
Não há mais a ocupação ali. Você não tem mais aquele shopping center de drogas ao ar livre, que era uma vergonha cada vez que se via a imagem daquilo, com a comercialização aberta para quem desejasse comprar e abastecendo a cidade inteira de drogas. Isso acabou.
BBC Brasil - Mas e a cracolândia que se formou na praça Princesa Isabel, prefeito?
Doria - Uma coisa é acabar fisicamente com o espaço da cracolândia. Outra coisa é o enfrentamento de uma questão longa e difícil que são os usuários. Infelizmente, nós temos mais de 4 mil usuários do crack residindo nas ruas, dependendo desse consumo, e lamentavelmente manuseados por esses traficantes pertencentes a essa facção criminosa.
Isso foi exigido e nós estamos fazendo. Todo dia há abordagens. Já fizemos mais de 130 internações de pessoas que aceitaram ser internadas e, na minha visão, aceitaram ser salvas porque o crack mata.
Nós vamos continuar esse programa. Não é um programa com base ideológica nem partidária. Por isso mesmo, nós estamos convencidos de que ele vai produzir ao longo do tempo o resultado necessário.
BBC Brasil - A prefeitura entrou com uma ação para poder internar compulsoriamente os usuários da região em casos extremos. O secretário estadual da Saúde, David Uip, questionou a decisão.
Doria - A prefeitura não propõe a internação em conjunto. A prefeitura propõe que haja a possibilidade da internação compulsória individual. Ela não propõe aglutinar pessoas, colocar dentro de um ônibus ou caminhão, ou confinar dentro de um prédio, uma casa, uma sala, amarrar essas pessoas com camisa de força e obrigá-las a ter tratamento. É a abordagem individual. Isso muda muito.
Houve aí, não é o caso da BBC, mas um mal tratamento da notícia por parte dos jornalistas que, desinformados ou deliberados, colocaram a notícia como se fosse o objetivo coletivo. Não era coletivo e não é. E, portanto, não há nenhuma dicotomia entre a ação do governo do Estado e da prefeitura.
Direito de imagem Cesar Ogata/ Secom
Nós seguimos juntos o programa Redenção. Aliás, hoje mesmo (quarta-feira) tivemos uma reunião aqui na prefeitura tratando exatamente desse assunto com os secretários de Saúde do Estado e do município e os responsáveis na área psiquiátrica.
BBC Brasil - A ex-secretária de Direitos Humanos Patrícia Bezerra, ao pedir demissão, deu uma entrevista à Folha de S.Paulo tecendo vários elogios, mas dizendo que o senhor tem um senso de urgência que é equivocado, como não entender que o trabalho na cracolândia exige um certo tempo. Como avalia essa crítica?
Doria - Gosto da Patrícia e a considero uma boa pessoa e uma boa vereadora. Foi uma boa secretária enquanto esteve aqui conosco.
Mas tenho um pensamento distinto em relação à velocidade e ao senso de urgência. É o que me difere dos políticos. Os políticos gostam muito de dar tempo ao tempo. Eu, como gestor e administrador, prefiro administrar o tempo. É diferente.
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Ex-governadora do RN, Wilma de Faria morre em Natal

Ela lutava contra um câncer há dois anos. O velório acontece na Catedral Metropolitana de Natal a partir das 9h.

Wilma de Faria morreu na noite de quinta (15) (Foto: Elpídio Junior/CMN)Wilma de Faria morreu na noite de quinta (15) (Foto: Elpídio Junior/CMN)
Wilma de Faria morreu na noite de quinta (15) (Foto: Elpídio Junior/CMN)
A ex-governadora do Rio Grande do Norte Wilma de Faria morreu, aos 72 anos, em Natal na noite desta quinta (15). Wilma de Faria cumpria mandato de vereadora da capital potiguar na atual legislatura, mas estava afastada das funções desde o dia 18 de abril para tratamento de um câncer.
Wilma vinha convivendo com câncer no sistema digestivo há mais de dois anos, quando passou por tratamentos quimioterápicos e algumas cirurgias em São Paulo e Natal. Estava desde o dia 3 de junho na Casa de Saúde São Lucas, onde permaneceu até agora quando veio a óbito por falência múltipla de órgãos.
O velório acontece a partir das 9h na Catedral Metropolitana de Natal. O sepultamento será no Morada da Paz, em Emaus, às 20h.
Trajetória política
Wilma de Faria era professora e começou a carreira na política em 1986 quando foi eleita deputada federal. Em 1988,foi eleita prefeita de Natal. Voltou a ser eleita prefeita da capital em 1996 e reeleita em 2000.
Em abril de 2002, Wilma renunciou à prefeitura para disputar o governo do estado e foi eleita, se tornando a primeira mulher a comandar o governo do Rio Grande do Norte. Ela foi reeleita governadora em 2006.
Wilma ainda se candidatou ao senado em 2010, mas não venceu. Em 2012 saiu candidata a vice-prefeita na chapa de Carlos Eduardo. A chapa foi eleita e ela cumpriu o mandato.
Em 2014, voltou a tentar uma vaga no senado, mas foi derrotada por Fátima Bezerra. Em 2016, ela deixou o PSB, assumiu a presidência do PTdoB e se candidatou a vereadora de Natal.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

EM LÁGRIMAS

Tarda demais. Em lágrimas prospero.
E por que não me chega o seu consolo,
Sou lágrima, sou dor, sou desconsolo.
E' debalde que tento e em vão que espero.
Olho o caminho, o meu cuidado altero.
Escuto aflito si ela vem... Descolo
A crença boa de encontra-la... e rolo
Tento espera-la e espero e desespero.

João Lins Caldas
Assu, 1909

Resultado de imagem para imagens de homem esperando desesperado o seu amor que não chega
"A alegria é da vida. A tristeza é do homem."

[João Lins Caldas]

quarta-feira, 14 de junho de 2017



Olhando o mar

Por Gilka Machado

Sempre que fito o mar
tenho a ilusão de achar-me diante
de um silêncio amplo, ondulante,
de um silêncio profundo,
onde vozes lutassem por gritar,
por lhe fugirem do invisível fundo.

Diante do mar eu fico triste,
nessa mudez de quem assiste
reproduções do próprio dissabor;
diante do mar eu sou um mar,
a outro de apor
e a se indeterminar.

O mar é sempre monotonia,
na calmaria
ou na tempestade.
Fujo de ti, ó mar que estrondas!
porque a tristeza que me invade
tem a continuidade
das tuas ondas...

Mas te amo, ó mar, porque minha alma e a tua
são bem iguais: ambas profundamente
sensíveis, e amplas, e espelhantes;
nelas o ambiente
atua
apenas superficialmente...

Calma de cismas, de êxtases, de sonhos,
desesperos medonhos,
ânsias de azul, de alturas...
- Longos ou rápidos instantes
em que me transfiguro, em que te transfiguras...
Nos nossos sentimentos sem represa,
nas nossas almas, quanta afinidade!
- Tu sentindo por toda a natureza!
- Eu sentindo por toda a humanidade!

Nos dias muito azuis, o meu olhar,
atento,
a descer e a se elevar,
supõe o mar um espreguiçamento
do céu e o céu um êxtase do mar.

Há nos ritmos da água
marinha uma poesia, a mais completa,
essa poesia universal da mágoa.

O mar é um cérebro em laboração,
um cérebro de poeta;
nas suas ondas, vêm e vão
pensamentos, de roldão.

O mar,
imperturbavelmente, a rolar, a rolar...
O mar... - Concluo sempre que metido
em sua profundeza e em sua vastidão:
- o mar é o corpo, é a objetivação
do espaço, do infinito.
 


A imagem pode conter: céu, nuvem e atividades ao ar livre
São João do Assu.

terça-feira, 13 de junho de 2017

SAUDADE
De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
De quem é esta saudade,
de quem?
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
(Poema de autoria de Gilka Machado, foto abaixo [1893-1980]. Carioca, foi a primeira poetisa a escrever versos de cunho erótico, no Brasil. Poema do livro intitulado Velha Poesia, 1965).

Primeira parcela do 13º da União sai na folha de junho

O Dia
Os mais de 1,3 milhão de servidores federais vão receber metade do décimo terceiro junto com o salário do mês que vem. O Ministério do Planejamento confirmou o calendário de pagamento antecipado de 50% da gratificação natalina na folha de junho. O crédito da primeira parcela será feito no mesmo dia em que os salários de junho entram nas contas em 1º e 4 de julho. Serão beneficiados servidores ativos, aposentados e pensionistas da União.

Primeira parcela da gratificação natalina do ano passado entrou no mês de julho
Como em anos anteriores, a primeira parte do décimo terceiro virá sem descontos legais. Os abatimentos serão feitos quando a União pagar a segunda parcela. Pelo calendário, a segunda parte sairá juntamente com a folha do mês de novembro, com crédito em dezembro.
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"A vida é como um sonho. É o acordar que nos mata."
[Virginia Woolf]

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Você está pronto para a vida de concurseiro?

Estabilidade, salários acima da média e carreira pública é o desejo de muita gente, mas como todo mundo sabe, não é nada fácil chegar ao rol dos premiados em uma vaga pública. A grande questão é: você realmente está disposto a encarar uma vida de concurseiro?
Pode parecer exagero e também, não estamos pensando em desanimar ninguém, mas existem pontos cruciais que precisam ser levados em consideração, antes de engrenar de vez, nessa aventura de concursos.
1. Foco e disciplina: no meu ponto de vista este item é fundamental para seguir adiante, você tem que ter muito foco e disciplina para ser um concurseiro de verdade. Muitas vezes, vendo de fora, não dá pra ter uma noção exata do quanto é importante estes quesitos. Mas, a pessoa que não é disciplinada, vai ter muito dificuldade em enfrentar uma rotina de estudos, principalmente se tiver que conciliar trabalho e estudo, então se você encaixa neste perfil, pense que esta é a primeira parte que você deve trabalhar, antes de qualquer outra fase.
2. Abrir mão de algumas horas de lazer e com a família: ninguém está dizendo que você vai se isolar do mundo completamente, até mesmo porque algumas horas de lazer são fundamentais para manter a sua saúde mental. No entanto, alguns sacrifícios precisam ser feito em relação às horas vagas que você tem e neste ponto, a disciplina será mais que necessário, pois todos sabem o quanto é mais fácil e prazeroso, ficar a toa na frente da televisão, por exemplo.

3. Saber lidar com as decepções: apesar de todo o sacrifício e dedicação a aprovação pode demorar a vim a acontecer e, para grande maioria das pessoas, a frustação da derrota não é nada fácil de superar e, muitas vezes, após uma reprovação já desiste de tudo. Mas, é fundamental entender que, para uma vida de concurseiro, isso tem que se tornar uma coisa comum, ou ainda, encarar como mais uma prova reprovada, até alcançar o seu objetivo.
4. Investimento Financeiro: novamente, somente a dedicação não é suficiente, é fundamental entender que vida de concurseiro sai caro. As taxas de inscrições custam em média R$ 100,00 cada e, se você estiver com intuito de fazer provas em outras regiões, tem que lidar, ainda, com os custos de deslocamento, para cada prova feita. Além disso, para otimizar os seus estudos, é muito comum ter que comprar apostilas ou ainda, entrar nos cursinhos preparatórios. 5. O que você está disposto a deixar para trás: pode parecer um tanto quanto radical, mas a vida de concurseiro significa abandonar muitas coisas e adotar um novo estilo de vida. Assim, é importante pensar, por exemplo, se você quer realmente largar a sua atual carreira e começar do zero em uma nova? Enquanto você estuda, está disposto a diminuir seu atual padrão de vida? E se você passar em um concurso para uma vaga fora do seu estado, como vai ficar a sua família em relação a isso.

http://noticiasconcursos.com.br

domingo, 11 de junho de 2017

Henrique Alves desmente venda do Jornal Tribuna do Norte à Inter TV



Ex-ministro confirmou que há conversas sobre parceria e que empresas não tem dívidas





http://agorarn.com.br
Ex-deputado federal Henrique Alves no Plenário da Câmara

O ex-ministro Henrique Eduardo Alves emitiu nota a respeito da suposta venda de duas de suas empresas que estariam sendo tratadas desde a semana passada. Henrique negou a venda do jornal Tribuna do Norte e da Rádio Cabugi, mas disse que uma parceria poderá ser feita, semelhante a que foi realizada com a Inter TV Cabugi, que passou a ser gerida pelo grupo Inter TV após venda de parte das ações.
Segundo nota publicada no portal O Antagonista, na tarde desta terça-feira (7), Henrique Alves estaria “quebrado” e teria vendido os 25% de suas ações em duas emissoras de TV (Cabugi e Costa Branca) e 100% das cotas da Tribuna do Norte e da Rádio Cabugi, afiliada Rádio Globo, para o grupo da Inter TV, em troca apenas do pagamento de dívidas do jornal.
Henrique também negou a informação da dívida e disse que “a Tribuna do Norte e a Rádio Globo Natal não têm passivos de nenhuma espécie”.

Nota
A propósito do post em O Antagonista, sobre nossa participação e situação administrativa/financeira das empresas Tribuna do Norte e Rádio Globo Natal, esclareço aos seus leitores que:
1 – Não houve venda ou transferência acionária do jornal Tribuna do Norte ou da Rádio Globo Natal;
2 – Existem tratativas em andamento para repetirmos, no âmbito do jornal e da rádio, a mesma parceria que temos há 12 anos com a InterTv Cabugi;
3 – A Tribuna do Norte e a Rádio Globo Natal não têm passivos de nenhuma espécie.
Atenciosamente,
Henrique Eduardo Alves


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sábado, 10 de junho de 2017

Elvis Presley - Always on My Mind (Legendado)

É muito certo, patrão.
Atesto, não tenho medo
Revela um certo segredo
A mulher por traz do não.
- A alguns traz confusão
A outros, já tem ferido
Corações já tem partido.
Dos que não sabem entender!
Eu, porém sei compreender:
Tem sempre um sim escondido.
Fernando Caldas

sexta-feira, 9 de junho de 2017

APRENDA O CORRETO:
*HOJE É DOMINGO, PÉ DE CACHIMBO..*, e eu ficava imaginando como seria um pé de cachimbo, quando o correto é:
*HOJE É DOMINGO, PEDE CACHIMBO...* (fumar um cachimbo)
E tem o *PÉ-DE-MOLEQUE*...
A mulher fazia o doce caramelizado de amendoim e punha pra esfriar na janela. A molecada roubava... então ela gritava: *NÃO PRECISA ROUBAR! PEDE, MOLEQUE!*...
E a gente pensa que repete corretamente os "ditos populares".
No popular se diz: *Esse menino não para quieto, parece que tem bichocarpinteiro*. Minha grande dúvida na infância.... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro???"
Correto:
*Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro*. "Tá aí a resposta para meu dilema de infância!"
*Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão*.
Enquanto o correto é:
*Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão*. "Se a batata é um caule subterrâneo, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparramaria pelo chão se ela está embaixo dele?"
*Cor de burro quando foge*.
O correto é:
*Corro de burro quando foge*. Esse foi o pior de todos!
Burro muda de cor quando foge??? Qual cor ele fica??? Porque ele mudaria de cor???"
Outro que no popular todo mundo erra: *Quem tem boca vai a Roma*.
Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar...
O correto é:
*Quem tem boca vaia Roma*. (Isso mesmo, do verbo vaiar).
Outro que todo mundo diz errado,
*Cuspido e escarrado* - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correto é:
*Esculpido em Carrara*.(Carrara é um tipo de mármore)
Mais um famoso:
*Quem não tem cão, caça com gato*
Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor...
O correto é:
*Quem não tem cão, caça como gato*, ou seja, sozinho...
Vai dizer que você falava sabendo o sentido correto de algum desses?????
AGORA ENTÃO...ESPALHA POR AÍ...
A LÍNGUA PORTUGUESA AGRADECE!
(Dicas do Prof. Pasquale). Achei muito interessante, portanto compartilho .
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