O
time dos Guerreiros Unidos foi fundado no Bairro de Lagoa do Ferreiro.
Hoje o time é considerado do Bairro Vertentes. Nesta formação das
antigas podemos ver a presença do avô do craque @g.guerron_11 o saudoso
Zeca.
Rostand Medeiros – Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN Seu nome de batismo era Joaquim
Eduvirges de Melo Açucena, nascido em Natal no dia 17 de outubro de
1827, quando a Independência do Brasil havia sido proclamada apenas
cinco anos antes. Quando aquele jovem veio ao mundo a sua cidade era
então muito acanhada, de população reduzidíssima, provinciana, longe de
tudo e de todos e sem nenhuma importância. Tão sem importância que só
recebia uma vez por mês um navio de cargas e passageiros. Ele era filho de Manoel Joaquim Açucena,
homem robusto, um nacionalista exaltado e grande tocador de violão.
Aventuroso, consta que para se encontrar com sua futuras esposa, Maria
Pacífica de Melo, o pai de Lourival Açucena atravessava o rio Potengi a
nado e com a roupa na cabeça, depois andava léguas até a região de São
Gonçalo do Amarante para se encontrar com a jovem Maria[1].
De sua mãe Lourival Açucena herdou o
gosto pela leitura dos clássicos do nosso idioma, o instintivo rigor
gramatical e as frases apuradas. Do pai ficou a voz forte, o gosto pelo
violão e uma fidelidade romântica pelas noites enluaradas. Consta que Lourival Açucena estudou
francês, latim, retórica, filosofia, mas não foi um estudante exemplar
destas matérias. Exemplar mesmo o jovem foi com o violão nas mãos, que
aprendeu com seu pai.
Em 1839, no final do Período Regencial, a
Província do Rio Grande do Norte era governada pelo goiano Manuel de
Assis Mascarenhas (veja imagem acima), que tinha inclusive o título de
“Dom”[2]. Por
esta época o jovem Lourival Açucena já era um exímio cantador e foi
levado até o fidalgo Presidente por seu pai. Ao invés de declamar versos
clássicos, como seria a praxe na época, o garoto atacou com um animado
lundu e o então mandatário potiguar gostou bastante.[3] Um Funcionário Público de Voz e Violão Os que conhecem do tema, que não é o meu
caso, afirmam que a sua poesia era ligada ao Romantismo, mas tinha
forte relação tardia com o Arcadismo. Jovem de espirito alegre, que fazia
amizades de maneira muito fácil, amante das serestas, das noitadas, teve
uma vida agitada e participava ativamente dos serões boêmios de Natal.
Apesar disso, segundo Luís da Câmara Cascudo, não era chegado a bebidas.
Isso talvez explique como alguém que gostava de cantorias e da noite
chegou aos 80 anos, em um tempo onde a medicina era bastante limitada.
Já como cantor alcançou fama nos
festejos religiosos, sendo considerado um cantante de grande qualidade e
que se acompanhava ao violão. Na semana santa de 1848 realizou a sua
única viagem para fora do seu estado natal, onde apresentou “As
lamentações de Jeremias” em Recife. O fato se deu na imponente igreja do
Corpo Santo, que atualmente não existe mais[4]. O padre local, conhecido tenor sacro, ficou impressionado com a apresentação do natalense[5]. Artista praticamente completo, Joaquim
Eduvirges de Melo Açucena também participou de peças teatrais. Em 1853
representou o personagem capitão Lourival na peça O Desertor Francês, aparentemente uma adaptação da peça Le Desérteur, um drama de cinco atos do francês Louis Sèbastien Mercier[6]. Sabemos
que a sua apresentação foi tão marcante, que até a sua morte todos em
Natal passaram a lhe chamar pelo nome do personagem que interpretou.
Joaquim Açucena logo estará no
funcionalismo público estadual como “Praticante dos Correios”, ganhando
dezesseis mil réis. Depois passou para a Tesouraria e em 1859 chegou a
Oficial-Maior. Câmara Cascudo comenta que esta última promoção se deu
neste ano pela sua voz. Mas não foi na base do grito. Mas cantando! Nesse tempo as festas na igreja de São
Miguel, em Extremoz, que então estava em construção, eram muito
populares e Joaquim Açucena arranjou um jeito de fugir do trabalho para
cantar nas missas. Ocorre que naquele ano o baiano João José de Oliveira
Junqueira[7],
então recém-empossado Presidente da Província do Rio Grande do Norte,
assistiu a festa religiosa em Extremoz, onde o bardo Açucena tocou e
cantou.
A autoridade gostou do que ouviu e
perguntou quem era o ilustre trovador. Ao responder o questionamento de
Oliveira Junqueira, um dos acompanhantes aproveitou e contou a história
da tal fugida de Lourival Açucena da sua repartição. Este foi então
chamado diante do Presidente e se apresentou bastante trêmulo,
certamente imaginando algum tipo de castigo. Mas para sua surpresa e do
bajulador safado e extremamente invejoso que o denunciou, o Presidente
Oliveira Junqueira pediu ao cantador para tocar alguns lunduns, modinhas[8], xácaras[9]
e realizar alguns solos de violão. A autoridade ouviu tudo extasiado e
ao final declarou “Gostei muito! Você é um artista Seu Açucena. Está
nomeado Oficial Maior da Tesouraria”. É provável que com este gesto o
Presidente Oliveira Junqueira quisesse mostrar sua indignação com a
denúncia destinada a prejudicar o cantador. Ou talvez desejasse ter por
perto alguém com a capacidade que Lourival Açucena tinha com a viola nas
mãos, para lhe distrair nas horas de folga[10].
Se para entrar no serviço público nos
dias atuais as pessoas tem de “queimar as pestanas” estudando muito,
Lourival Açucena, sem demérito algum já que era a realidade do seu
tempo, subiu no funcionalismo publico de viola na mão e declamando
versos. O Bardo No Xilindró Da Fortaleza Dos Reis Magos Se em Recife foi onde Lourival Açucena
se apresentou com galhardia e sucesso na igreja do Corpo Santo, foi
igualmente na capital pernambucana que em 1861 ele teve seus textos
publicados pela primeira vez em um pequeno jornal chamado “O Recreio”. Mas no ano de 1888 houve muita dor de cabeça para Lourival Açucena, inclusive ele passou um período atrás das grades.
Consegui uma cópia do periódico “Gazeta
de Natal”, edição de sábado, 21 de janeiro de 1888, onde na primeira
página dá conta que o então Presidente da Província potiguar, o
pernambucano João Capistrano Bandeira de Melo Filho, do Partido
Conservador, abriu um inquérito para apurar desvios de recursos na
coletoria de impostos da cidade potiguar de Macau, onde o titular era
Lourival Açucena. O periódico natalense não explica
detalhes do caso, afirmando que Bandeira de Melo usava de muita rigidez
das leis existentes para punir Lourival, entretanto era extremamente
brando com um caso semelhante ocorrido em Nova Cruz, com o funcionário
publico A. Lopes Pessoa da Costa, seu correligionário. Aquela velha
história, ainda bem atual, de se utilizar a lei para os inimigos e
abrandar tudo para os amigos!
Mas como na história potiguar tudo que
envolveu Lourival Açucena terminava em festa, consta que a sua passagem
pelos cárceres da Fortaleza dos Reis Magos foi marcado pela pouca
rigidez do seu aprisionamento. Sabemos que através da anuência do
comandante da fortaleza, amigo do cantador de longa data, a farra foi
tanta e tão boa que Lourival Açucena passou mais alguns dias na
fortaleza por vontade própria. Percebi que os biógrafos de Lourival
Açucena focaram muito mais no burlesco do caso, do que na ideia de
entender o que realmente aconteceu. Mas não sei o quanto Lourival
Açucena estava envolvido em desvios na coletoria de Macau, pois os dados
são limitados e o meu conhecimento das leis da época é restrito. Mas
lendo a edição de “Gazeta de Natal” fica nítido que seus amigos
desejavam protegê-lo do rígido Bandeira de Melo, tanto assim que passou
pouco tempo preso. Muitos Filhos E Um Deles Morreu Pelo Uso de Morfina Lourival ascendeu muito no funcionalismo
público da sua época. Certamente por ser um homem competente no seu
trabalho, mas sem dúvida ajudou bastante o fato dele ser bom de viola,
de conversa e de amizades.
Joaquim Açucena foi comandante de um dos
destacamentos da Guarda Nacional do Rio Grande do Norte, onde recebeu a
patente de capitão. Foi também delegado de polícia, 2° juiz de paz da
paróquia de Natal, chefe de seção da Secretaria de Governo e exerceu a
função de oficial de gabinete do Presidente Gustavo Adolfo de Sá. Ele se
aposentou com um salário nada irrelevante de 1:300$000 (Um mil e
trezentos réis)[11]. Mas se seu salário não era tão módico
assim, ficou registrado que levava uma vida frugal, espartana e que
quase passava necessidades, embora não lhe faltasse nada devido às
inúmeras amizades que fez ao longo dos seus 80 anos de vida. É provável que a sua remediada situação
financeira fosse uma consequência de outra “atividade” na qual o bardo
natalense foi extremamente atuante – Fazer filhos. Lourival Açucena foi
pai de dezenove filhos legítimos e treze rebentos bastardos. Trinta e
dois no total.
Sabemos que ele teve três esposas que
podemos enquadrar como “oficiais”. Estas foram Antônia Cândida de
Albuquerque, cuja união aconteceu em 1852, com Flora Carlinda de
Vasconcelos, em 1865, e a última, já no limiar da vida, com Silvânia, a
quem carinhosamente denominou de “gentil porangaba”. Não é a toa que foi
chamado por um jornal local de “O rouxinol das saias”[12]. Entre seus filhos, ao menos três deles
seguiram a carreira militar no Exército. Foi o caso do tenente-coronel
Reynaldo Lourival, que passou a residir no Rio de Janeiro, e do major
Pedro Lourival, que passou a residir em Pelotas, Rio Grande do Sul[13]. Já o cadete Carlos Lourival, outro
filho de Lourival Açucena que seguiu a carreira das armas, morreu com 21
anos em decorrência do “uso imoderado de morfina”. Este jovem nascido
em Natal era fruto do seu segundo casamento, morava em São Paulo e
estava lotado no 10° Regimento de Cavalaria, onde e faleceu na madrugada
de 4 para 5 de julho de 1889[14].
Segundo um jornal do Rio Grande do Sul,
devido a sua ausência no quartel os seus companheiros de farda
arrombaram as dependências do seu alojamento e encontraram seu corpo
prostrado em sua cama ás onze da manhã de 5 de julho. O jornal informou
ainda que o cadete Carlos Lourival sofria de insônia e utilizava morfina
para conciliar o sono, mas na noite de 4 de julho tomou uma dose mais
elevada que o normal e isso ocasionou a sua morte[15]. Cantor de Modinhas
Lourival Açucena escreveu em muitos
jornais da cidade, mas não chegou a publicar nenhum livro durante a sua
vida, preferindo a viola e a cantoria. Foram seus muitos amigos que
publicaram um pequeno texto com alguns de seus poemas trinta dias após a
sua morte. Foi Luís da Câmara Cascudo, com a ajuda
de Joaquim Lourival, filho do poeta, que recolheu o que foi possível de
seus poemas, publicando um volume em 1927. Este filho do bardo foi
igualmente uma figura muito conhecido em Natal, sendo proprietário de
uma escola particular e chamado por todos de “professor Panqueca”.
Câmara Cascudo, nascido em 1886, ainda
teve oportunidade de assistir uma cantoria do então septuagenário
Lourival Açucena na festa de Nossa Senhora da Apresentação. O bardo
glosava os motes dados pela multidão de forma atenta e chamava atenção
pela prontidão da rima e do vocabulário. Cascudo comentou em 1939 que o
nosso artista era muito orgulhoso e vaidoso. Pois se em uma apresentação
ele não fosse o primeiro a subir no palco, batia o pé e não cantava
mais. E que ninguém falasse alto durante sua apresentação, pois ele
parava e não recomeçava mais. Ainda bem que no tempo de Lourival Açucena
não existiam os celulares![16] Conhecido como o “cantor de modinhas”,
Lourival Açucena teve durante 60 anos a primazia da voz nas festas e
solenidades natalenses. Segundo Câmara Cascudo ele foi a alma alegre da
cidade. Improvisador de festanças, marcador de quadrilha, artista
dramático, fazedor de brindes, compadre de meio mundo de gente,
respeitado e cortejador, era ainda aquele que conhecia “Os tristes
desvios das altivosas criaturas”[17]. NOTAS [1]
Algumas fontes apontam que esta peripécia no rio Potengi teria sido
realizada pelo próprio Lourival Açucena, mas em um interessante texto de
Luís da Câmara Cascudo publicado em 1939 ele aponta o fato ligado ao
pai do poeta. Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de
quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3. [2]
Manuel de Assis Mascarenhas nasceu em Goiás Velho no dia 28 de agosto
de 1806, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30 de janeiro de 1867.
Filho de Francisco de Assis Mascarenhas, conde e marquês de São João da
Palma, no Brasil, e 6º conde da Palma, em Portugal.
Proprietário rural em Campos (RJ) formou-se em leis pela Universidade
de Coimbra e tornou-se condestável e diplomata do Império. Foi nomeado
pelo Governo Imperial adido de 1ª classe na legação brasileira em Berlim
e, em seguida, secretário da legação em Viena. Em 1830, deixou
definitivamente a diplomacia e voltou ao Brasil, atendendo urgente
chamado de seu pai, para ajudá-lo a gerir a propriedade da família em
Campos. Nesta atividade, demorou-se, no interior fluminense, por três
anos, para depois ingressar na magistratura. Foi juiz em Vassouras e
desembargador da Relação da Corte. Filiado ao Partido Conservador,
presidiu as províncias do Rio Grande do Norte (1838-43) e Espírito
Santo, (1843). Eleito deputado-geral pelo Rio Grande do Norte à 4ª
legislatura e, na seguinte, por Goiás. Em 1850, foi escolhido, em lista
tríplice, senador pelo Rio Grande do Norte. Embora conservador, em
várias oportunidades aprovou os liberais, tornando-se, por fim,
conselheiro-chefe do Partido Liberal. Em 1º de junho de 1839, ingressou
no Instituto Histórico e Geográfico do Brasileiro (IHGB) como sócio
correspondente. Ver – https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/MAMascarenhas.html [3]
O lundu, ou lundum, chegou ao Brasil através de escravos Bantu de
Angola e áreas circundantes, sendo uma dança de casal muito sensual,
voluptuosa e considerada bastante lasciva. Foi altamente popular em todo
o Brasil no século XVII e início do século XVIII. Posteriormente
substituído pelo maxixe (que também foi considerado escandaloso …) e,
segundo alguns autores, em seguida pelo samba. Ver TINHORÃO, José Ramos.
Pequena história da música popular: da modinha à lambada. São Paulo-SP:
Art, 1991, p. 41. Sobre o encontro de Açucena com esta autoridade ver A
República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939,
pág. 3. [4] O conjunto arquitetônico da igreja do Corpo Santo foi demolido para a construção da Avenida Marquês de Olinda em 1913. [5] Ver http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/secretaria_extraordinaria_de_cultura/DOC/DOC000000000113068.PDF [6]
Louis Sèbastien Mercier (1740-1814) foi um escritor francês, autor
dramático da época revolucionária, membro da Convenção. Autor do romance
de costumes Tableau de Paris, conhecido documento de caráter histórico e sociológico sobre a situação da sociedade francesa na véspera da Grande Revolução. [7]
João José de Oliveira Junqueira (Salvador, 10 de março de 1832 – 9 de
novembro de 1887) foi um magistrado e político. Era filho do senador
João José de Oliveira Junqueira, ministro do Supremo Tribunal de
Justiça. Foi deputado provincial, deputado geral, ministro da Guerra
e senador do Império do Brasil de 1873 a 1887. Antes disso foi
presidente das províncias do Piauí (1857 a 1858), Rio Grande do Norte
(1859 a 1860) e de Pernambuco (1871 a 1872). Ver http://www.wikiwand.com/pt/Jo%C3%A3o_Jos%C3%A9_de_Oliveira_Junqueira_J%C3%BAnior [8] A modinha era uma canção de origem portuguesa
leve, sentimental e muito popular nos séculos XVIII e XIX. Alguns dos
primeiros exemplos de modinhas estão nas Óperas Portuguesas
(1733-41). Originalmente melodias simples, as modinhas
costumavam serem abrilhantados com intrincados e elaborados efeitos
musicais quando executados para a nobreza. Elas foram introduzidas no
Brasil no final do século XIX onde permaneceram como expressões simples
da vida urbana. Ver TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música
popular: da modinha à lambada. São Paulo-SP: Art, 1991, p. 47. [9]
A xácara é uma narrativa popular cantada em versos também denominada
romance, em que acontece algum episódio trágico, oriundas de Portugal e
Espanha ainda encontradas no Brasil do século XIX. Ver FARIA, Edméia.
Folclore Poético em Pompéu. Belo Horizonte-MG: Maza Edições, 2000, p.
59. [10] Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3. [11]
Para se ter uma ideia podemos comparar os vencimentos da aposentadoria
que Lourival Açucena ganhava com os vencimentos da aposentadoria de um
juiz de direito na mesma época, que era de 4:800$000 (Quatro mil e
oitocentos réis). Ver Mensagem lida pelo Governador Augusto Tavares de
Lyra em 14 de julho de 1904, na abertura do Congresso Legislativo do
Estado do Rio Grande do Norte, na página 114. Em 1904 Lourival Açucena
tinha 77 anos. [12]
Sobre este apelido jocoso ver o periódico O Caixeiro, Natal-RN, edição
de quinta-feira, 10 de agosto de 1893, pág. 4. Aparentemente as suas
duas primeiras esposas faleceram em decorrência de partos mal
assistidos. [13]
Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 19 de
outubro de 1927, pág. 1, na reportagem comemorativa dos 100 anos de
nascimento de Lourival Açucena. [14]
Atualmente o local onde se situava o 10° Regimento de Cavalaria do
Exército Brasileiro é a sede da Academia de Polícia Militar do Barro
Branco (APMBB), da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ver
CERQUEIRA, Homero De Giorgi. A disciplina militar em sala de aula. São
Paulo-SP: Ed. Biblioteca 24 horas, 2009, p. 51. [15]
Sobre a morte de Carlos Lourival ver os periódicos A Gazeta de Natal,
edição de sábado, 27 de julho de 1889, pág. 2 e A Federação, Porto
Alegre-RS, edição de segunda-feira, 29 de julho de 1889, pág. 1. A razão
do falecimento do cadete Carlos Lourival ter sido estampada na primeira
página deste jornal gaúcho deve-se ao fato dele ter vivido alguns anos
naquele estado, onde fez muitos amigos, serviu em alguns quartéis e
chegou a cursar a Escola Militar. [16] Ver A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3. [17]
Ver CASCUDO, Luís da Câmara. Introdução. In: AÇUCENA, Lourival.
(Joaquim Eduvirges de Melo Açucena). Versos reunidos por Luís da Câmara
Cascudo. 2. ed. Natal: Editora Universitária, 1986, p. 25-26
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Craques do passado. Mestre Francisquinho, além de um músico de qualidade, também dava show com a bola nos pés. Fundou juntamente com irmãos e primos o Palmeiras, que acabou sendo o grande adversário por muitos anos do Centro Sportivo Assuense.
Na
história do Rio Grande do Norte diversas pessoas já relataram a passagem do
grande escritor e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry por Natal, ocorrida
no fim da década de 20.
Entre os
anos de 1985 e 1995 escritores potiguares como Pery Lamartine e Nilo Pereira,
escreveram artigos com relatos de testemunhas oculares da presença do francês
na cidade. De acordo com Lamartine, o que dificulta a pesquisa é o fato de que
nos anos 1920 os pilotos franceses e brasileiros não registravam seus voos.
Existe uma passagem no livro que diz: “vamos nos livrar das ervas daninhas antes de se tornarem baobás
que poderiam explodir o planeta”. O escritor estaria se
referindo ao baobá de Natal, que teria sido visitado por ele nas décadas de 20
e 30, quando teria sido inclusive hóspede da proprietária do terreno.
O poeta e professor Diógenes da Cunha Lima, que
comprou o terreno da árvore afim de preservá-la, conta também que há no livro
desenhos como elefante, estrela, vulcão, dunas e falésias,
elementos que lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte.
O poeta e professor Diógenes da Cunha Lima e o sobrinho-neto de
Saint-Exúpery. Foto: Canindé Soares
Já em
2009 a imensa árvore recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o
engenheio François D’Agray. Ele esteve em Natal à convite da Prefeitura
Municipal para o lançamento dos livros “O Pequeno Príncipe Me Disse” e “Antoine
de Saint-Exupéry – A História de uma História”, da escritora paulista Sheila
Dryzun.
Alguns
atribuem também a relação do francês com o RN pela presença de
outro grande baobá plantado desde 1877 na cidade de Nísia Floresta,
próximo a Natal.
Mas afinal, Saint-Exúpery, autor de uma das obras
literárias mais traduzidas do mundo, passou mesmo por Natal?
Quem
conta é o francês Patrick de Bure, entusiasta da História da aviação que em
2010 foi morar em Natal.
Primeiro
ele relembra que Saint-Exupéry, deixou a cidade Bordéus, na França, e após
dezoito dias de cruzando o Atlântico no navio de carga S. S. Massilia chegou à
Buenos Aires, na Argentina. Ele, que também era aviador, foi visitar o
escritório da companhia de aviação Aéropostale, e permaneceu no país por
“apenas” 15 meses. Esta foi a única vez que o escritor veio à América Latina na
sua vida.
Assim,
Saint-Exupéry nunca esteve em Natal em missão oficial de avião, e portanto os
baobás potiguares não foram a fonte de inspiração do escritor. Segundo Bure, as
árvores foram avistadas quando ele estava voando sobre as paisagens do norte da
África, local que abriga milhares delas.
Mas o
escritor e pesquisador potiguar Rostand Medeiros diz ter uma hipótese. Segundo
ele, Antoine de Saint-Exupéry teria feito uma escala em Natal de navio, na
mesma viagem em que seguia para Argentina.
Exportações do estado cresceram 200% entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período de 2016. Ao mesmo tempo, Ceará registrou queda de 95%.
Por Igor Jácome, G1 RN
Fazendas no RN produzem 96% do melão exportado pelo Brasil (Foto: Anderson Barbosa/G1
O crescimento das exportações de melão ultrapassaram a barreira dos 200% no Rio Grande do Norte, entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período de 2016. Com o resultado e a queda de produção dos concorrentes diretos, o estado também se tornou responsável por 95,9% de toda a venda da fruta para o mercado externo.
Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Ao longo do ano passado, o estado já liderava o setor, mas era responsável por cerca de 50% das exportações das frutas frescas para fora do país, com US$ 75,3 milhões comercializados. O vizinho Ceará contava com outros 47% do mercado, com vendas de US$ 70,8 milhões.
Entre janeiro e agosto o RN comercializou US$ 47 milhões. Parece pouco, diante dos US$ 100 milhões estimados para o ano, mas existe explicação. De acordo com o empresário Luiz Roberto Barcelos, maior produtor do país e presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN, a produção se torna mais intensa a partir de setembro, até janeiro. "Neste período do ano, apenas o Brasil fornece as frutas para o mercado Europeu, que é o maior consumidor", revela.
Mercado externo representa cerca de 50% da produção nacional de melão (Foto: Anderson Barbosa/G1)
O mercado externo, ainda de acordo com Luiz Roberto Barcelos, consome 50% da produção nacional do melão. Apesar de não ter grandes variações positivas, ele considera que essa fatia é mais estável, ao contrário do mercado interno.