terça-feira, 9 de junho de 2020

TERÇA-FEIRA

"Quem seria aquele homem, bornal a tiracolo, pés metidos em botas inevitáveis, chapéu e gravata, espingarda, físico miúdo, parecido um bandeirante a procura de esmeraldas?

Quem seria aquele homem, amigo e contemporâneo de Olavo Bilac, Da Costa e Silva, Alberto de Oliveira, Tasso da Silveira, Mário Pederneiras da Silva, Alberto de Oliveira, Hermes Moreira, Murilo Araújo, Hermes Fontes, Osvaldo Aranha, Lima Campos e José Geraldo Vieira?

Quem seria aquele homem que amava os animais, convivia com eles, conversava com eles, como se fôsse o povorelo de Assis?

Quem seria aquele homem, quase réplica de São João Batista (padroeiro do seu povo) comendo gafanhoto e mel silvestre, também como ele, um caniço agitado ao vento?

Quem seria aquele homem que acreditava na encarnação e dizia e repetia que as palavras não se perderiam nunca, que um dia todas elas voltariam gravadas eletronicamente pelo absoluto?

Quem seria aquele homem, abandonado ao sonho, sonhando frutos e legumes na mesa de todos, sonhando pássaros cantando, calculando produção, vislumbrando exportação, numa terra bíblica para ele, onde o cordeiro e o lobo conviviriam um dia e que ele a chamou de Frutilândia?

Quem seria aquele homem, "ansioso por conhecer o outro lado", mistura de eremita e visionário, um pouco de demônio e muito de Deus, cujos versos já foram declamados na BBC de Londres?

Quem seria aquele homem que foi-se embora pra Frutilândia, mais bela do que Pasárgada, mais distante do que os asteróides de Saint-Exupery?

Quem seria aquele homem, cujos versos as escolas não conhecem e cujo nome não enfeita nem as praças, nem as avenidas, nem as portas dos botequins?

Se eu fosse prefeito do Açu, cada rua teria o nome de um poema de João Lins Caldas. Uma se chamaria Ïsabel"; outra, "Quando Laura Morrer", a praça do cemitério se chamaria "Sinfonia Negra"; o clube se chamaria "Dentro do Sonho"; a praça da matriz, "Deus Tributário"; o quartel, "Litanias de Um Doido"; o acesso à cidade "Chão de Enterro", o hotel se chamaria simplesmente "A Casa".

Se eu fosse prefeito do Açu, colocaria os poemas de João Lins Caldas nas estradas, nas pedras, nas porteiras, nas despedidas, nas saudações, e a quem não se confessasse convencido, eu repeteria o seu diálogo:

"Consola-te. Afinal não há mais nada".
Não há mais nada? E o coração da gente?"

Se eu fosse prefeito do Açu, eu pederia ao DNOCS para que o projeto de Irrigação se chamasse Frutilândia e que os técnicos antes de percorrer o vale, tivessem em suas mãos o sonho de João Lins Caldas:

Como essa manhã me acorda com os passarinhos
Que matinal de árvores e de pássaros
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância e perto a cerca fulfa dos cercados.
No terreiro da casa, as galinhas ciscandos
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio de embriagado.
Vontade de correr, andar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...

O milho verde a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos levado...
Parado... o ar aqui, agora, um ar parado...
Nem um grilo a trilar nem um mover de folhas...

Sáio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu tivesse na vida como aqui sempre plantado.

E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado
A minha laranjeira! A minha laranjeira!
Os frutos que dará encantando o cercado.

Meu rancho, ali, os potes na biqueira...
Pobreza assim riqueza só... um dia
Reposarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei meus veros, direi versos para mim e para o céu estrelado...

A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim que somente
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento, sombras vagas.
Arina! Um filho pela mão... lá atravessa seu filho...

E os filhos que não dei, as almas culpa de mim que não vingaram
Basta... volto-me ao sítio do meu silêncio proclamado
É a música de tudo em tudo que de mim, na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado.

Olho o sol... a ânsia de talvez de pelo sol perder-me
E já não ser de tudo aquele mundo todo nas raíses...
As árvores que quero ver... as pequenas plantas que quero ver dos meus pequeninos berços elevadas.
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas romanzeiras enramadas...

O cigarro se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui por esse andar me tem sempre acompanhado...
Olhos aos olhos do cão... não, Brinquedo que nem sempre tem me acompanhado.

Agora eu entendi porque João lins Caldas disse certa vez: "O Açu é meu inferno".

Agora eu entendi porque em Bauru, ao ouvir em 1932, VIVAS a São Paulo, ele cortou a multidão como um relâmpago inesperado: "Alto lá! Viva o Brasil!"

Agora eu entendi os seus telegramas malcriados ao ditador Vargas e o seu voto permanente (mesmo que ele não fosse candidato) a Eduardo Gomes.

Agora eu entendi porque ele admirava tanto Carlos Lacerda e de repente em 1964, eliminou-o de sua convivência mental.

Agora eu entendi. Ele nasceu impregnado climaticamente de liberdade. Não foi por acaso que João Lins Caldas nasceu em 1888".

(José Luiz Silva,  Em "Apesar de Tudo", 1986)
Outro dito popular...
Na vida não tenho pressa
Devagar, tudo consigo
Desde o pão, até o amigo
Busco o que me interessa
Juntando de peça em peça
Do linho fino ao trapo
Entre o afago e o sopapo
Vou aprendendo a lição
BICANDO, DE GRÃO EM GRÃO
A GALINHA ENCHE O PAPO


 Fabio Gomes

segunda-feira, 8 de junho de 2020

sábado, 6 de junho de 2020

Quem fez o céu? Deus. 
E as estrelas?
- As estrelas são do céu.




Ninguém para ver meus olhos, meus olhos são uma tarde pare sempre entardecer.

Caldas

No início do século XX as pessoas não costumavam tomar banho de mar em Natal



Apesar de todo esse marzão que banha Natal, você sabia que no começo do século XX não havia o costume de se tomar banhos de mar na cidade?

Pois é! As praias eram frequentadas praticamente só por pescadores. O hábito de curtir uma praia começou quando a “Inspetoria de Hygiene Pública” passou a recomendar o banho de mar como “prática medicinal”. 

Pescadores e curiosos na Praia de Ponta Negra provavelmente no início do século. Acervo: José Souto. Autor: não conhecido.
Entre os anos 1920 e 1930, com a ampliação da linha dos bondes até o Monte Petrópolis (atual HUOL), e depois a´te Areia Preta, a construção do “balneário público”, as famílias começaram gradativamente a frequentar a “Ponta do Morcego”.


Foto bem antiga da Praia de Areia Preta
No início daquele século o acesso à praia de Areia Preta era feito por uma estrada precária. Mas no ano de 1915 a Companhia de Bondes Ferro Carril, empresa responsável pela exploração dos bondes de Natal, prolongou seus trilhos até a praia, com uma parada em Petrópolis, o que contribuiu para intensificar a ocupação da praia, até por residências de uso ocasional.

Praia do Meio e do Forte no início do século XX
Antes de entrar na praia, as pessoas passavam pela “casa de banhos” (chamado de Balneário Público), onde trocavam de roupa. Os rapazes tomavam banho com calção e camisa esporte, nunca tiravam a camisa. No máximo 8 horas da manhã todos já estavam de volta e às suas casas e a praia voltava a ficar deserta.

Trajes antigos de banho. Foto meramente ilustrativa de: https://centroestenews.com.br/
Se gostou veja também 8 curiosidades sobre a chegada do surf à Natal (RN)
Informações de João Sizenando Rossiter através do livro “Natal do Século XX” (pág. 53) e “A Origem do Veraneio em Natal” de Brechando.com

De:  https://curiozzzo.com

sexta-feira, 5 de junho de 2020

A vida faz muitos sacrificados.

Caldas, poeta e pensador do Assu

TANGO

Cultura Argentina Musica Argentina Tango
A origem do tango data do final do século XIX, produto de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires e de cidades do outro lado do Río de la Plata, no Uruguai. Esteve associado desde sua origem com bordéis e cabarés, âmbito de contenção da população imigrante massivamente masculina. Não passou muito tempo até que o tango se estendesse também aos bairros proletários e logo passasse a ser aceito “nas melhores famílias”, principalmente depois que a dança teve sucesso na Europa.
A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi posteriormente substituída pelo bandoneón (espécie de sanfona). Os imigrantes acrescentaram ainda todo o seu ar nostálgico e melancólico e, desse modo, o tango foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único. Simultaneamente, uma linguagem paralela ia se formando dessa mistura de raças e ritmos, o denominado lunfardo.
Carlos Gardel foi o primeiro grande divulgador do tango no exterior, alcançando enorme repercussão no começo da década de 1930. Depois de alguns anos de esquecimento fora da Argentina, o interesse pelo gênero ressurgiu graças a Ástor Piazzolla, quem lhe deu uma perspectiva totalmente inovadora. O tango também deve muito aos grandes mestres e suas orquestras brilhantes, evocando nomes como Aníbal TroiloHomero Manzi, Enrique Santos Discépolo, Osvaldo Pugliese, Mariano Mores, entre tantos outros.
Hoje em dia, o tango ocupa um lugar de honra no coração de argentinos de diversas gerações. Com epicentro em Buenos Aires, as referências a esse ritmo estão presentes em luxuosos, tradicionais ou modernos shows de tango e milongas, em canais de TV e em rádios, em sapatarias especializadas, em cursos para todos os níveis, na música eletrônica e, enfim, na constante reinvenção do tango.
No mundo, o ritmo tem adeptos fervorosos que vão do vizinho Brasil até o remoto Japão, o que se comprova no Campeonato Mundial de Tango que é disputado todo ano em Buenos Aires. Em 2009, o tango foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Nenhuma descrição de foto disponível.

Carrego o anseio na leveza das mãos
e o incenso na cor dos olhos.
A vida não me deixou espaço para as ilusões,
percebo o quão frágeis são as minhas maquilhagens.
Escrevo tanto quanto guardo a minha voz,
nada me foi fácil ou grácil; apenas a nudez
de quem caminha célere sem qualquer chão.
Foram tantos os quadros que pintei
nos sonhos murmurados no silêncio do meu pensamento.
Olhando o horizonte limitado pela realidade, cobro-me de incertezas
Não sei quem sou.
Sou difícil de entender,mais difícil de definir.
Tatuados na imperfeição do meu ser
pinto com palavras coloridas
os sonhos que em segredo me vestem a alma.
Descobrindo em cada um, que ainda estou viva.
Sou eu apenas, em segredo.
Em segredo me dou e em segredo me reencontro.


Cristina Costa

quinta-feira, 4 de junho de 2020

REGISTRANDO - Antigo Certificado de Registro de Veículo (atual Certificado de Registro e Licenciamento de Veiculo - CRV. DETRAN/RN. Pertencia ao meu avô paterno, residente em Assu conforme documento abaixo.

Fernando Caldas


Irmãos, amigos, familiares, enfim - todos. Pelo que os especialistas afirmam, a partir de amanhã teremos, no mínimo 30 dias difíceis, de muita dor, de muitas perdas e só temos um remédio para tentar diminuir tudo isso - realizando de forma séria e muito cuidadosa o isolamento social. Portanto, conversem com os amigos, familiares, com os jovens, etc. O contágio é gigantesco e pode vir no ar... tosse...espirro...solas de sapatos....sacolas de supermercados...embalagens etc. Vamos juntos vencer esse vírus. Tudo isso vai passar mas precisamos fazer que passe sem tantas perdas e sofrimento. Vamos fazer uma grande campanha a partir de agora. Compartilhe e envie essa mensagem para todos os amigos e familiares. Vamos ter nos próximos dias a maior taxa de isolamento social do Brasil. Juntos somos mais fortes... Não esqueça envie agora mesmo sua mensagem em todas as redes sociais... Cuidem da higiene pessoal... Lavem as mãos sempre e evitem tocar no rosto. Fé em Deus! Esperamos que depois disso tudo passar possamos voltar melhores... Muita coisa precisa mudar dentro de nós e no mundo!
Mensagem de Dra Paula Loureiro - Sanitarista.
*CHEGAMOS AO PICO*
Copie e cole! Ou compartilhe
Jesus nos proteja 🙏🏻
o vírus e sua pandemia
Jogou o mundo na lona.
Destruiu a economia
Dizimou populações
Causando desolações
O vírus e sua pandemia.
Mudou a fisionomia
De um mundo que desmorona
O tal do vírus corona
Nocauteou a ciência
E sem ter dela clemência
Jogou o mundo na lona.
(Chagas Matias)

Poema "Meu Melhor Amigo" recitado por Rolando Boldrin

Fabio Gomes

"Tem dias que canto mal
Mas quando canto feliz
Deus me mostra o verso pronto
E eu digo ao povo que fiz
Pois nem sempre a gente é dono
Daquilo que a boca diz"
João Paraibano
ALGUMAS FIGURAS FOLCLÓRICAS DO NOSSO TORRÃO:
-Nem todo Chico é Cardoso
Nem todo peitudo é corajoso;
-Nem todo Chico é Macaco
Nem todo palpite é pitaco;
-Nem todo Chico é Sapo
Nem todo murro é de sopapo;
-Nem todo Severino é Pitoroco
Nem todo baixinho é pitoco;
-Nem todo caminhão é GB4
Nem toda foto é retrato;
-Nem todo Luís é Peninha
Nem toda pena é de galinha;
-Nem todo passarinho é Canarinho
Nem todo beijo é carinho;
-Nem toda mulher é Garaiada
Nem toda surra é paulada;
-Nem todo apelido é Arra Diabo
Nem toda malva é quiabo;
-Nem todo Mané é 'Paieta'
Nem toda rua é estreita;
-Nem todo trabalhador é Polodoro
Nem todo cacto é sodoro;
-Nem todo jogador é Tiba
Nem todo mundo que sai, arriba;
-Nem todo João é Madeira
Nem todo tapete é esteira;
-Nem todo Luiz é Bambão
Nem todo ferreiro é do meu torrão;
-Nem todo João é de Julita
Nem todo rato é catita;
-Nem todo homem é Fiel
Nem tudo que é ruim é cruel;
-Nem toda ave pequena é Golinha
Nem toda criança é pequeninha;
-Nem todo Gogó é de Sola
Nem todo pobre pede esmola;
-Nem toda Maria é Preá
Nem tudo se plantando dá;
-Nem todo Mané é 'Toicinho'
Nem todo solteiro fica sozinho;
-Nem toda mulher é 'Caboco Chico'
Nem todo jumento é jerico;
-Nem todo Zé é Doninha
Nem todo gibi é figurinha;
-Nem todo Chico é Agachado
Nem todo calção é arretado;
-Nem todo Totonho é Jacaré
Nem todo líquido é café.
E por aí vai...

Marcos Calaça é jornalista cultural.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

LEMBRANDO MARINHO CHAGAS

Título do blog.

Leandro Mendes

Hoje é o dia da saudade dele.
° Francisco das Chagas Marinho, mais conhecido como Marinho Chagas (Natal, RN, 8 de fevereiro de 1952 — João Pessoa, PB, 1 de junho de 2014) foi um futebolista brasileiro que atuou como lateral-esquerdo.

Lançado para o futebol pelo Riachuelo, pequeno clube da Grande Natal, no decorrer da carreira Marinho Chagas atuou por clubes de destaque regional e nacional como ABC, Náutico e Botafogo, onde conquistou destaque e chegou à Seleção Brasileira e, depois, à Copa do Mundo de 1974. 
Também atuou por Fluminense, Bangu, São Paulo, Fortaleza, e junto com Franz Beckenbauer no New York Cosmos. Encerrou a carreira como jogador no Harlekin Augsburg, da Alemanha.

Apelidado de "A Bruxa", ou simplesmente "Bruxa", era conhecido pelo comportamento irreverente e não raro polêmico dentro e fora de campo, se destacando por estar taticamente à frente de seu tempo: avançava livremente pela lateral do campo rumo ao ataque, características de um verdadeiro ala. Isso na época causava controvérsia, já que antigamente era considerado muito mais importante para um lateral marcar do que apoiar.

Nos seus últimos anos de vida, morou em sua cidade natal, onde era comentarista da Band Natal, emissora Grupo Bandeirantes de Comunicação.

Marinho foi homenageado diversas vezes no Rio Grande do Norte; a última delas foi uma estátua sua entre as decorações da cidade do Natal para a Copa do Mundo. Ele também havia sido nomeado pela então prefeita da cidade Micarla de Sousa como embaixador da cidade-sede para a Copa do Mundo.

Faleceu em 1 de junho de 2014 após sofrer uma hemorragia digestiva alta.


A vida de Marinho Chagas é contada no livro "A Bruxa e as vidas de Marinho Chagas", escrito pelo jornalista Luan Xavier e publicado em novembro de 2014 em Natal.
Títulos
ABC
Campeonato Potiguar: 1970
São Paulo
Campeonato Paulista: 1981
Fluminense
Troféu Teresa Herrera: 1977
Seleção Brasileira
Torneio Bicentenário dos Estados Unidos: 1976
Prêmios individuais
Bola de Prata da Revista Placar: 1972, 1973 e 1981
Melhores do Futebol (El País): 1974 (2º colocado)

Cine Teatro Pedro Amorim (Documentário)- Assú-Rn



O TÚNEL DA JUNQUEIRA AIRES
Você sabia que em Natal há um túnel subterrâneo entre a avenida Junqueira Aires e o rio Potengi? Ele foi construído em 1938 para servir as obras de saneamento da capital potiguar.O referido túnel foi construído entre esta avenida e a avenida Ocidental, atualmente avenida do Contorno.
A inauguração do túnel
Com a presença do Dr. Aldo Fernandes, interventor interino, Dr. Gentil Ferreira, prefeito da capital, diretores de departamentos, engenheiros e outras autoridades e representantes da imprensa, foi inaugurado em 15/01/1938 pela manhã o túnel da Avenida Junqueira Aires construído pelo Escritório Saturnino de Brito par ao Serviço de Saneamento de Natal.
O canal interior foi percorrido pelas pessoas presentes na ida e na volta, causando a todos excelente impressão.
O Dr. Gouveia de Moura, engenheiro chefe da Comissão de Saneamento, após o primeiro discurso, proferiu algumas palavras sobre o túnel recém-inaugurado com a presença do interventor interino
Por sua vez o interventor interino Aldo Fernandes congratulou-se com a população da cidade, pela inauguração do citado melhoramento, estendendo as suas felicitações ao Escritório Saturnino de Brito.
O fotografo João Alves fez várias chapas fotográficas do ato.Não conseguimos encontrar tais fotos.
Atualmente o túnel é propriedade da CAERN e desconheço sua finalidade hoje em dia.
Fonte: A Ordem, 16/01/1938, p.1.

ARTIGO - INÁCIO LACERDA UM VISIONÁRIO DO SEU TEMPO

As lembranças se fazem de várias formas, matérias jornalísticas, fotos, documentários, depoimentos, relatos, entre outros.
Por duas ou mais vezes tive a satisfação de conversar com o Senhor Inácio Lacerda.
Os encontros foram sempre na bodega de Sebastião Borges, ali onde hoje funciona o Banco do Nordeste.
Aos sábados encontravam-se várias pessoas das comunidades circunvizinhas, sempre acompanhei o meu saudoso pai, o velho Torquato, e, por isso sou testemunha do prazer que ele demonstrava ao encontrasse com o líder comunitário o Senhor Inácio Lacerda, um visionário do seu tempo.
Lembro-me como se fosse hoje meu pai me apresentando a ele e o mesmo respondendo nos traços do filho, encontro o pai.
Então passei a conversar com aquele homem de semblantes por vezes sisudos e senti fortemente a marca de sua personalidade, como também me pareceu ser um homem de poucas palavras mais de grande e fecundos gestos.
O tempo tem muitas coisas a dizer sobre o pai do Blogueiro Aluizio Lacerda, homem de reconhecidissima capacidade no mundo das organizações rurais, teve participação decisiva para a fundação do Sindicato Rural de Carnaubais.
E aqui neste relato simples e ligeiro a cerca que vi e ouvi da inteligência daquele homem, que foi o primeiro Presidente do Sindicato por ele fundado.
CHICO TORQUATO

De: Aluizio Dias Lacerda

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...