Carrego o anseio na leveza das mãos
e o incenso na cor dos olhos.
A vida não me deixou espaço para as ilusões,
percebo o quão frágeis são as minhas maquilhagens.
Escrevo tanto quanto guardo a minha voz,
nada me foi fácil ou grácil; apenas a nudez
de quem caminha célere sem qualquer chão.
Foram tantos os quadros que pintei
nos sonhos murmurados no silêncio do meu pensamento.
Olhando o horizonte limitado pela realidade, cobro-me de incertezas
Não sei quem sou.
Sou difícil de entender,mais difícil de definir.
Tatuados na imperfeição do meu ser
pinto com palavras coloridas
os sonhos que em segredo me vestem a alma.
Descobrindo em cada um, que ainda estou viva.
Sou eu apenas, em segredo.
Em segredo me dou e em segredo me reencontro.
Cristina Costa
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