quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

A INDÚSTRIA DE DOCES E BALAS SIMAS

 

Fatos e fotos de Natal Antiga
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Administrador
 4 h 
Certamente 99,9% dos potiguares já provaram de alguma bala fabricada pelas indústrias SIMAS INDUSTRIAL S/A, uma das mais tradicionais indústrias potiguares. Quem não se lembra do cheiro de açúcar fabricando as balas e pirulitos na sede da industria que ficava na av Salgado Filho?
O inicio
De uma velha fabriqueta da rua Tavares de Lira à moderna indústria de balas e doces situada à margem direita da avenida Salgado Filho, há uma longa história de lutas travadas por um modesto grupo empresarial potiguar contra o poder de concorrência dos grandes grupos sulistas verdadeiros donos do mercado brasileiro de tais produtos.
A SIMAS INDUSTRIAL S/A começou em 1947, sob a razão social de ORLANDO GADELHA SIMAS & IRMÃO, com um capital de 200 contos de réis.
Na época, foi fundada a Fábrica São João, operando em regime quase artesanal e tentando conquistar um lugar ao sol no mercado de Rio Grande do Norte.
A preocupação com a qualidade e a melhora gradativa dos seus produtos logo mostraram resultados positivos. Meses depois de iniciar suas atividades, a Fábrica São João já tinha mais procura do que oferta. Inclusive os Estados vizinhos iniciaram as compras dos produtos aqui fabricados. Para atender ao consumo, ORLANDO GADELHA SIMAS & IRMÃO cuidou de importar as primeiras máquinas de balas, da Inglaterra e da Alemanha.
O crescimento
O crescimento da empresa prosseguiu de modo racional e constante. Dentro do programa de expansão, em 1963 a firma instalou a sua própria fábrica de latas, para atender o seu próprio consumo e ao de outras empresas locais. Em 1964 a empresa adquiriu o controle da Fábrica de Doces Muriú, ampliando então sua linha de produção, e passando a atuar também no ramo de doces e conservas, aproveitando como matérias primas frutas regionais.
O Apoio da SUDENE
No ano de 1968, já com um capital de 700 mil cruzeiros, mudando a razão social de ORLANDO GADELHA SIMAS & IRMÃO para SIMAS INDUSTRIAL S/A, os dirigentes da empresa foram apoiados pelos incentivos fiscais da SUDENE. Um projeto de ampliação, modernização e relocalização da fábrica de doces foi encaminhado ao órgão encarregado do desenvolvimento com aprovação imediata pela Resolução n. 41/62 do Conselho Deliberativo da SUDENE.
A nova fábrica era já uma realidade em 1971, produzindo, por dia 10 mil kg de goiabadas, bananadas, balas, pastilhas, drops, doces de leite, etc. e consumindo nada menos do que 3 mil sacos de açúcar por mês.
A SIMAS INDUSTRIAL S/A abastecia, já naquele ano de 1971, todo o mercado Norte e Nordeste (inclusive os produtos já estavam sendo vendidos na Transamazônica em construção naquela época e que em muito contribuiu pra divulgar a marca dos produtos SIMAS).
A SIMAS INDUSTRIAL S/A contava com 116 empregados em 1971, com uma linha de 30 produtos que chegavam às mãos do consumidor com as marcas SÃO JOÃO, SAMI’s s MURIÚ. A produção em 1971 deveria subir para 20.000 kg/dia, com a importação das novas máquinas.
Sozinha, a empresa adquiria toda a produção de goiaba do Rio Grande do Norte (naquele ano de 1971 foi de 200 toneladas), e se constituía no maior comprador de caju, banana e várias outras frutas regionais.
Com um capital social de Cr$ 7.000.000,00 em 1971 a SIMAS INDUSTRIAL S/A era, segundo a revista RN Econômico, um atestado da capacidade realizadora do homem nordestino. Segundo a Revista RN Econômico a empresa, praticamente, já tinha libertado o Nordeste da necessidade de importar balas e caramelos, liderando as vendas destes produtos em Pernambuco, na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no Ceará, sem falar no Norte do país, onde atuava quase sem concorrentes.
A empresa tinha à frente Orlando Gadelha Simas, seu diretor presidente e fundador. Os seus demais diretores eram: José Gadelha Simas — diretor comercial; João Gadelha Simas — diretor-assistente; Antônio Thiago Gadelha Simas Neto — diretor-industrial; e Eduardo Orlando Araujo Gadelha Simas — diretor-financeiro. Estes dois últimos nomes trouxeram ao empreendimento a vitalidade, a criatividade e o dinamismo da nova geração.
A fábrica da Avenida Salgado Filho era um cartão de visita de Natal, não apenas pelo que tem de moderno em equipamentos e não apenas pela excelente qualidade dos produtos que lançava no mercado, mas pelo seu conjunto arquitetônico e pelas linhas artísticas que chamam a atenção de quem passava pela avenida.
Não era sem razão que os inúmeros compradores dos produtos São João e Muriú, vindos de outros Estados a convite dos diretores da empresa, ao visitarem a SIMAS INDUSTRIAL S/A tinham a mesma palavra de exaltação e de surpresa pela grande indústria que se conseguiu implantar em Natal e pelos grandes lucros que ela vinha proporcionando aos clientes e aos investidores.
Atualmente a empresa está situada no Distrito Industrial de Macaiba-DIM as margens da BR-304.
Fonte: RN Econômico, 1971, p.24-25 via Crônicas Taipuenses.

















 Comunicado da Academia Norte-rio-grandense de Letras

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto que diz "ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS A Academia Norte-rio- grandense de Letras, em luto, lastima informar O falecimento do Acadêmico NELSON PATRIOTA (Cadeira 8), ocorrido hoje, de causa natural. Natal 06.01.2021 Oportunamente serão dados detalhes do velório e do sepultamento."
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Teus olhos de busca

Erotismo moreno
Sensualidade a fervilhar
No corpo suado
Escorrendo desejo.
Teus olhos de busca
Pedindo socorro
Em outro lugar
De boca fechada
Desenho do amor.
Teus olhos de busca
A testa franzido perguntas
Sem revelar
Tudo o que virá
Teus olhos de busca
Sorriso aberto
De alegria infantil
Revelando anseio
Da busca intensa
Que sua alma viverá
J. A. Simonetti / @ja_simonetti

 

PASTORADOR DE AURORAS

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

A visão de quem passa pelo empório dos Guarapes (Macaíba) testemunha um tipo inexprimível de mistério, grandeza e história, que não se manifestam, apenas, na visibilidade dos olhos. Espelho e sombra nos envolvem totalmente. Reflete a casa perdida da infância de qualquer um de nós, mesmo que distem quase duzentos anos de nascença. As cores da vida vem de dentro. Ao derredor da construção principal, aflora o lirismo vegetal e memórias mil de luar. Diante dos Guarapes paraliso o meu corpo e silencio a boca, ante a emoção e a paz emblemática onde nascem, depois, todas as palavras. Templário erguido ao comércio, ao labor, a vida, a riqueza, ao capital, nele, somente restando, hoje, a raiz e o cupim, sem jardim, sem teto, gasto em sombras, sem rumor, apenas um eco antigo e longínquo da voz imaginária do grande capataz dos mistérios circundantes: Fabrício Gomes Pedroza.
“Feliz do homem que conhece a terra onde será enterrado”, disse o saudoso Dom Nivaldo Monte, já perto de sua partida e despedida. Ele não tinha nas mãos o acento da desesperança. Reescrevi hoje novo texto sobre os Guarapes movido pela aflição de um vento novo, ressurgente, após a longa noite da burla, do engodo e do humano ressentimento. Segundo os pesquisadores, os técnicos, as prospecções ao redor da área indicam um dominó de ocorrências ainda desconhecidas. Estão invisíveis, dissipadas e espalhadas no ar fino das brumas do rio Jundiaí soprando na paisagem do nunca mais. Queremos vê-la restituída, reerguida, alongada até o antigo cais e a capela, até desfazer todas as incertezas. Tudo, para sentirmos o peso da criação do homem que investiu e inovou a economia de Macaíba e do Rio Grande do Norte.
No esforço criativo de restaurar os Guarapes, congregam-se neste ano da paz de 2021, verdadeira confraria habituada as longas viagens repetidas. Para essa plêiade não interessa equívocos e maus murmúrios. Basta que a lembrança retorne submissa na velha casa que repousa em clarões e longos silêncios. Sobre a história do monumento já falei em textos anteriores. Após os gemidos, resta-me, agora, a alegria de haver achado o caminho. Um outro rumor intemporal já escuto e já me revejo diante de um espelho de sustentação. A porta que abriu não me traz enganos. As primeiras imagens dos Guarapes reconstruído renasceu dessa porta. E logo eu que me achava perdido, volto a perceber que não estou só. Estava exausto de ser enganado. Hoje, consegui a vontade política e a sensibilidade de fazer, dos que estão no poder.
A constelação de todos que se mostram envolvidos na obra constitui o fulgor da partida, do início de uma peleja. Naquela colina se ouvirão, logo mais, vozes diárias entre arcos voltaicos de sua beleza e significado para a história do Rio Grande do Norte. Dede o tempo dos holandeses, do temível Jacob Rabbi, disse-me o geólogo Edgar Ramalho Dantas que os Guarapes e Jundiaí, juntos, desafiam os estudiosos pelo circuito de circunstâncias no chão sagrado dos antepassados, a suscitarem descobertas, grutas, ecos irresignados, águas novas e subterrâneas. Atravessando o rio, vê-se de frente o memorial de Uruassu, santuário dos mártires e bem perto dali as ruínas de Extremoz. Para trás, o Solar do Ferreiro Torto, já restaurado. Chega-se a conclusão que o entorno de Natal, naquele tempo foi o maior teatro de operações da produção de alimentos, comércio, moldura de dissídios e lobisomens, que somente os Guarapes renascido pode restituir pelo olho e o tino do estudo e da pesquisa, já em campo.
(*) Escritor.











 


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 NOSSAS RAÍZES SÃO MAIS FORTES DO QUE NOSSAS PRÓPRIAS SAUDADES

Bate bate coração, bate forte neste velho peito. Agora mesmo fui tomado pelos sentimento de recordações, destas criaturas raízes profundas da nossa árvore existencial.

Faço aqui o que disse o poeta sanfoneiro Sivuca - venho de longe, ando na estreada da distância porque tenho histórias pra contar.

Lembrar do tempo em que Ioiô Lacerda, Maria Januária ( meus avós) na sua comunidade do arraial, Inácio Lacerda e Joaquina nos áureos tempos da Timbaúba (meus pais) e mais recentemente morando juntamente com todos nós nesta cidade.

Sem esquecer do mano Arnóbio (Boboia) - é simplesmente dizer que estas raízes fincadas neste solo, depois que subiram ao planalto dos céus, são mais fortes do que nossas próprias saudades.



























 "Muitos copos , abraços, bebida no gargalo, narguile, pegação.

Chega em casa, daquele jeito!
Vai na geladeira bem louco e dá aquele gole bem servido e cheio de saliva no gargalo da garrafa de água.
Come e joga o prato na pia, toma um banho, vai dormir.
Mãe e pai acordam, pegam na maçaneta, na torneira, lavam os pratos e talheres.
Usam o mesmo banheiro.
Logo o pai ou a mãe começam a tossir, passam mal - o filho vem no Facebook pedir oração.
Os pais não aguentam; agonizam e morrem.
Postagens de luto :
"Meu herói",
"Minha rainha"
"Mais uma estrela no céu".
Um enterro rápido e sem dignidade.
Fim.
Fatalidade ?
Pense nisso. É muito fácil culpar apenas as autoridades; cada um de nós tem seu papel nestes tempos sombrios." 😞
Autor desconhecido:
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas dançando, multidão, noite e atividades ao ar livre

AMIGOS - estou trabalhando na próxima edição deste livro. Desta vez, constará os filhos de Antonio Soares de Macêdo (meu tetravô). Quem tiver informações, fotos e/ou documentos para acrescentar na pesquisa é só entrar em contato comigo, aqui no Facebook ou pelo e-mail: tabuademareeditora@gmail.com - sou muito grato por qualquer contribuição. A próxima edição será de luxo e ricamente ilustrada [Wandyr Villar].


VELHA FEIRA DO TORRÃO

Lembro a boa rapadura
Rede e colchão de capim,
Candeeiro e lamparina
Também bonito alfenim,
O pente e espelho de bolso
E veneno pra cupim.
Queijo de manteiga e coalho
Pulseira, brinco e anel,
Ferro de engomar à brasa
Agulha e o carretel,
O chocalho e ferradura
Buchada e sarapatel.
Isqueiro com gasolina
O perfume era loção,
Bom óleo de coco e de ovo
Gaiola com alçapão,
Panela de barro e pote
Também tinha foguetão.
Minha antiga e bela feira
Tempos que não voltam mais,
O cordelista te louva
Lembranças sentimentais,
Isso para preservar
As raízes culturais.

Isso e muito mais no cordel.
Calaça é poeta e escreve sobre a cultura do torrão 'pedavelinense'.

E a experiência?  A experiência se consegue a proporção que os dias se passam! (Fernando Caldas).