quinta-feira, 12 de janeiro de 2023


 

João Gothardo Dantas Emerenciano 7 h · Rua Chile com Avenida Tavares de Lira. À direita o Hotel Internacional na década de 20.






Por João Felipe da Trindade O reencontro com o capitão Manoel Varela Barca Por conta da Ilha de Manoel Gonçalves e da Genealogia dos mártires de Uruaçu, Antônio Vilela Cid e Estevão Machado de Miranda, me interessei por tudo relacionado ao capitão Manoel Varela Barca, inclusive o seu inventário. Agora, descubro que o capitão está na ascendência dos meus netos Melina, Lucca e Rafael, através da avó materna Lúcia Caldas. Através dos documentos da Igreja, descubro que meus netos são descendentes de Domingos Varela Barca e Gertrudes Lins Pimentel, cujo casamento foi no Assú, aos 9 de outubro de 1823, na Fazenda Estreito. Ele, com 20 anos, filho do capitão Manoel Varela Barca e Francisca Ferreira Souto, falecida, na época, e ela, com 22 anos, filha legítima de João Lins Pimentel e Josefa de Mendonça Lins, presentes João Maurício Pimentel e Francisco Varela Barca, ambos casado, sendo dispensados do parentesco com que estavam ligados.
Por João Felipe da Trindade Domingos Varela Barca e Gertrudes Lins Pimentel tinham uma filha como o mesmo nome da avó materna, a saber Josefa de Mendonça Lins Caldas. Ela se casou, em 29 de fevereiro de 1852, em Santana do Matos, com Joaquim José de Arruda Câmara. Segue o casamento dela, onde não são citados os pais. Posteriormente, colocarei o óbito dela, que ocorreu em Recife, onde são citados os filhos, embora, com equívocos por conta do declarante.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Morreu o grande comunicador e amigo Aurivan Lacerda Assu de Luto.Descanse em Paz. By: JOTA RIBAMAR JR on janeiro 10, 2023 Morreu o comunicador Aurivan Lacerda Reprodução Morreu na tarde de hoje, 9, no município de Porto Nacional, estado de Tocantins, o comunicador Aurivan Lacerda, que por alguns anos exerceu suas atividades profissionais na rádio Princesa do Vale, hoje Princesa FM, em Assú. Aurivan estava com a saúde fragilizada após enfrentar problemas de úlcera, foi submetido a uma cirurgia e em seguida teve problema renal. O sepultamento será em Porto Nacional (TO). Além da Princesa do Vale, Aurivan atuou nas emissoras de rádio Difusora de Cajazeiras (PB); Libertadora de Mossoró (RN); Salinas de Macau (RN); Tocantins FM de Gurupi e Araguaína (TO); Porto FM e Tocantins AM de Porto Nacional (TO). Também atuou em televisão, na TV Assu/Rede Horizonte; TV Gurupi/SBT; TV Araguaía/SBT; TV Capital-Palmas/SBT; TV Porto/SBT e TV Pontal/Band. Em todas atuou como repórter, apresentador e produtor jornalístico. PrintTwitterFacebook

domingo, 8 de janeiro de 2023

A vida é o que foi sempre. Um ascendente circulo vicioso. (João Lins Caldas, poeta potiguar do Assu, um dos maiores nomes - esquecido e injustiçado - da poesia e do pensamento filosófico brasileiro).

sábado, 7 de janeiro de 2023

SORTE MESQUINHA

 

Waldemar Campielo Maresco e João Teixeira Filho foram prefeitos do município de Carnaubais, então Vila de Santa Luzia que até 1963 pertencia ao município do Assu. Pois bem, o ex-vereador daquele município, o ativista político e blogueiro Aluízio Lacerda depõe que na década de 70, o poeta violeiro, cordelista chamado Alípio Tavares desencantado com a falta de atenção dos poderes constituídos à época em Carnaubais, estava realizando uma cantoria de pé de parede, vendo a fraqueza dos políticos que não compareciam com sua contribuição ao prato exposto na sala, versejou em tom de desabafo:

Carnaubais quando era Vila
Alguma coisa ainda tinha
Depois que passou a cidade
Entrou numa sorte mesquinha
É saindo Valdemar 
Entrando Teixeirinha


E a cantoria fora encerrada com risos dos circunstantes.

 


- A mais bela das rosas?

- Todas as rosas.

(Fernando Caldas)



sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Por: Ival Saldanha
Quando se puxa pela mente, a imagem parece surgir em preto e branco. Cenas do Recife que muitas vezes se confunde com algumas da Europa dos anos 20, com o capricho que se fazia presente nas roupas, na música e nos perfumes. Mas a arquitetura também não deixava por menos. O estilo imponente e recheado de detalhes ainda pode ser visto desde algumas ruas e suas casas. E foi neste cenário, cravado entre a avenida Guararapes e a rua do Sol, tendo como vizinho ás aguas do rio Capibaribe, que foi erguido o Edifício Sede dos Correios e Telégrafos do Recife, hoje a Agência Central dos Correios em Pernambuco. O prédio em estilo Art Déco, um estilo imponente e recheado de detalhes foi construído em 1950. Traz um relógio no topo do prédio, com 4,5 metros de diâmetro, estando a 40 metros do chão. O estilo formato denominado de Art Déco vem se perdendo entre às ruas e casas deterioradas pelo abandono e pelo tempo do meu Recife querido. São lembranças de um Recife esquecido...
*Obs: A foto abaixo, mostra a Ponte Duarte Coelho, no trecho em que se vê o edifício dos Correios e Telégrafos, no bairro Santo Antônio, da região do Centro de Recife, em 1957.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

LEMBRANDO EPIFÂNEO BARBOSA

Era eu menino de calças curtas quando tive o privilégio de ter conhecido Epifânio Barbosa. Tipo baixo, garboso, esperto (no bom sentido), morenão, jeitão sertanejo. Fazendeiro, negociante de gado. Epifâneo era amigo leal de meu avô materno Fernando Tavares (Vemvem) que foi também fazendeiro na região do Assu. Lembro-me de dele, Epifânio, frequentando assiduamente as reuniões sociais na calçada do rico e antigo casarão do casal Maria Eugênia e Nelson Montenegro. Ele era proprietário da famosa Fazenda Cruzeiro, localizada, se não me engano, no distrito do Riacho.


Epifânio tinha um mundo de amigos e era admirado por todos daquela região sertaneja. Homem de poucas letras, porém sabido nos negócios de compra e venda de gado, sábio na maneira de viver e ver a vida, espirituoso como ninguém. O governador Dix-sept Rosado de quem ele era amigo íntimo, que o conheceu através de Vemvem que tinha amizade estreita com Dix-Sept que fora governador do Rio Grande do Norte, em 1951,deliciava-se com suas tiradas de espíritos, suas estórias pitorescas, os seus repentes. Nas festas políticas Epifâneo não perdia a oportunidade para discursar. A sua fala com aquele seu linguajar matuto, estapafúrdio, que tinha um sentido filosófico e lhe fazia gracioso, encantava e agradava a leigos e eruditos.


Epifânio não tinha inibição, era desenrolado. Grosseirão (no bom sentido). Certa vez, a deputada federal Ivete Vargas, visitava a cidade de Mossoró (RN). Epifâneo era admirador do então presidente Vargas, resolveu ir até aquela cidade do oeste potiguar conhecer aquela parlamentar do PTB. Ao chegar no aeroporto daquela terra do oeste potiguar, uma multidão incalculável se encontrava presente naquele local, prestigiando a filha do presidente Vargas. Pois bem, Epifânio usando da habilidade que lhe era peculiar, "como um relâmpago inesperado", meteu-se no meio daquele povão e chegou próximo a Ivete, batendo forte com uma das mãos no "bumbum" daquela parlamentar que assustou-se, virou-se e ficou olho no olho com Epifânio que apresentou-se a si mesmo de forma graciosa, dizendo assim: "Muita prazer, deputada. Epifânio Barbosa do Assu. Nunca bati na bunda de uma mulher, pra ela não olhar para trás!"


Epifânio imortalizou-se na "pena fulgurante e adestrada", da escritora assuense de Lavras (MG), Maria Eugênia, no romance intitulado "Lourenço, O Sertanejo", cujo conto é o seu protagonista. Aquela mulher de letras, começa a narrativa do seu belo e original romance dizendo que "na aridez das caatingas, Lourenço viu-se jogado no mundo. De estatura mediana, saudável, inteligente, rosto largo e moreno, era figura popular no Vale do Açu, a rica região onde as carnaubeiras, com seus leques entreabertos, emolduravam de verde os longínquos horizontes, ao abano constante dos ventos.


Herdara dos ancestrais a tenacidade na luta pela vida. Corpo raiado, espírito forte, aceitava com a alegria ou sem amargor, tudo o que a vida lhe oferecia em suas variadas contingências.


Ali nascera e se fizera homem. Integrado à terra, como os verdes juazeiros, que heroicamente resistem a todos os ventos. Lourenço, ali possuía raízes como as agigantadas árvores que não poderiam ser transplantadas. Não se aclimataria jamais em qualquer lugar."


Fica este artigo que tem, sobretudo o sentido de resgatar, relembrar, apresentar aos mais jovens, Epifânio Barbosa, o que ele representou para o folclore regional, a pecuária dos sertões do Assu.

Por fim, nas palavras do poeta cordelista (desconheço o autor), homenageio e reverencio a memória de Epifânio Barbosa, que diz assim:

Muito gado na fazenda,

Vacas, bezerros, garrotes.
Diversos reprodutores,
Novilhas e novilhotes,
Muitas cabras e cabritos,
Pulando pelos serrotes.

(Fernando Caldas)

Zalgalo, 90 anos de idade. É o único da seleção brasileira de 1958 que etá vivo.













segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Eis de mim, uma poesia desconhecida.
Eis de mim, um erotismo que não se conhece.
É estranho carregar um sorriso,
uma vida inteira no rosto
e ninguém suspeitar dos traumas,
das quedas, dos medos, dos choros.
Desenganem-se aqueles que pensam
que erótico é o corpo.
Erótica é a alma que aceita as cicatrizes.
Não há beleza nelas,mas são minhas.
O que seria eu sem elas.

(Cristina Costa)



Corpo do poeta João Lins Caldas - 1988-1967 no seu caixão, sendo velado na casa do seu primo e amigo Luiz Lucas Lins Caldas Neto (meu avô paterno), na cidade de Assu/RN, 1967. Na fotografia da esquerda: Domitília Eliete de Medeiros, João Crisóstomo Tavares (?), (?), Ivo Pinheiro, Tibobô, Fernando Caldas (criança), (?), Luiz Roberto/ Luiz da Carroça, Mário Tavares Dantas, (?), (?), Levi de Oliveira Gomes, dentre outros admiradores do grande poeta Caldas. 

Vamos conferir o seu poema fúnebre intitulado Marcha Fúnebre:

Os cem mil padres do meu negro enterro
Vão agora passar, círios às mãos.
Os cem mil padres, os cem mil irmãos...
Nasci... dou-me por pago do meu erro
Já que dá morte é que me vem o enterro...
Nasci... dou-me por pago do meu erro.

Noite... e dentro da minha solidão...
A solidão é um pássaro da noite...
Quem não te busca, pálido tresnoite,
Alma fria da noite, pelo chão...?
Amo a noite do amor, amo esse açoite,
Os círio rezam morte no clarão...

Vejo o olhar dos mortos pela treva,
Lá passa, vai adiante, o meu caixão...
Quem passa assim, quem com tal força leva
Meu esquife pesado, cor de treva,
Meu caixão,
Quem leva, quem leva?...
Vai meu corpo levado cor de treva...

Vejo os claros da morte pelo chão...
Tudo planeja o negro, a solidão.
Meu corpo, vai-se ver, não se vê fundo...
Entrarei pela terra, cor de terra...
Terra aqui, terra ali, terra... desterra,
A minha boca aterra...

Olhando a morte, quero ver o mundo...
Achar a solidão, quero ver fundo...
Solidão, solidão...
O som de um sino e a voz de um cão...
Meia noite... Solidão...

Agora os quero, do meu enterro,
Todos os padres, de volta irmãos...
Frontes curvadas, círios às mãos,
Hoje de volta do meu enterro...

Todos os padres, para o meu erro,
Hoje de volta são meus irmãos,
Os cem mil padres do meu negro enterro.

(Postado por Fernando Caldas)



sábado, 31 de dezembro de 2022

E as indiferenças?
As indiferenças ficaram
No ano que se findou
Agora, no ano 'novo'
que se inicia,
Muita paz, esperança
E Amor...
 
(Fernando Caldas)

 O influente natalense Cid Montenegro (meu amigo) ladeado por Pelé e Fitipaldi.

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E a vida?
A vida continua
Prazerosa e bela...

(Fernando Caldas)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Bolavip Peixe

Garrincha e Pelé, que nunca perderam quando jogaram juntos, estamos novamente unidos em outro plano.



O Rei Pelé no Hotel Internacional dos Reis Magos em 1971. Ao seu lado Ribamar que jogou no ABC Futebol Clube e outras agremiações de Natal ( RN).
 
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Diogenes da Cunha Lima 
[ Escritor, advogado e presidente da ANL ]

Nenhuma região do país é tão pródiga na inventividade como o Nordeste. A arte do repente identifica a nossa região. É o exercício da poética popular, do sertão ao litoral, com versos de fazer inveja a poetas eruditos.

O repente nordestino é duelo verbal de cantadores com o acompanhamento de viola, rabeca ou pandeiro (embolada). Em todas as suas formas, participa do rico Patrimônio Imaterial do Brasil. É o diálogo do improviso e da liberdade vocabular.

Muito se discute sobre a sua origem. Como sempre, Câmara Cascudo vai mais longe. Para ele é o desafio oriundo do canto amebeu, grego, do tempo de Homero. É canto alternado, obrigando resposta às perguntas do companheiro.

Muitos poetas cantadores tornaram-se célebres. Pinto do Monteiro (sempre considerado o mestre da cantoria), um dia, recebeu Lourival Batista, crescente em versos quentes. Glosaram os dias da semana com o humor produzido por trocadilho. Pinto: “No lugar que Pinto canta/não vejo quem o confunda. / Que o rio da poesia/o meu pensamento inunda. /Terça, quarta, quinta e sexta, /sábado, domingo e segunda”. Lourival respondeu: ”Sábado, domingo e segunda, /quarta e quinta. / Na sexta não me faltando/a tela, pincel e tinta/pinto pintando o que eu pinto. /Eu pinto o que o Pinto pinta”.

Ninguém sabe dizer melhor das coisas da região do que o poeta mossoroense Antônio Francisco. É sempre expressiva a sua linguagem para fazer pensar. Brevíssimo exemplo: Falando sobre a fome, ele começa: “Engoli três vezes nada...”.

Fabião das Queimadas, escravo que tangia bem o verso e a rabeca, foi provocado para falar sobre a paga dos seus vinténs arrecadados. Que seria um poeta? Ele explicou: “Canta longe um passarinho/do outro lado do rio, /uns cantam porque têm fome, /outros cantam por ter frio. /Uns cantam de papo cheio, /outros de papo vazio”.

Não era cantador, mas poeta popular, popularíssimo. Aliás, Renato Caldas foi um lírico, improvisador, bem-humorado. Pediram-lhe que fizesse saudação ao escritor e pintor Newton Navarro. Versejou: “Adão foi feito de barro/mas você Newton Navarro foi feito de inspiração. / Dos passarinhos, das cores/da noite feita de amores/do luar do meu sertão”. Certa vez, o poeta tomou café em uma residência na cidade de Angicos e ao guardar suas coisas, distraidamente, incluiu uma colherinha. Já na sua cidade, em Assu, verificou o equívoco e voltou. Desculpou-se dizendo: “Eis aqui, dona Chiquinha, /devolvo sua colher. / De coisa que não é minha/eu só aceito mulher”.

Na função de conselheiro do Iphan, esforçar-me-ei para que o Repente Nordestino seja reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro.

  Luizinho Cavalcante IV Cultura Viva, acontecerá no 1º de junho no bar de Ninha - Pacheco O blog Carnaubais Para Todos segue promovendo a n...