sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

HINO DO SESQUICENTENÁRIO DO ASSU 

Música : Franciso Elion Caldas Nobre ( Chico Elion)
Letra: Maria Aldenita de Sá Leitão Fonseca de Souza

Obrigado Assu pelas paisagens,
pelos feitos heróicos de outrora,
pelo verde que brota nas margens,
do teu rio ao romper da aurora.

Ao terceiro milênio confiante,
levarás em teus ombros a glória,
de ser pátria das letras vibrante,
com o teu nome gravado na história.

O petróleo da terra jorrando,
o algodão lembra paz de oração,
carnaúba poesia inspirando,
terra de frutos para exportação.

As estrelas mais resplandecentes,
no teu céu brilham mais com fulgor,
são as rimas tão doces e ardentes,
dos poetas falando de amor.

Nesta data brilhante e festiva,
bem marcada no teu calendário,
com teus filhos de voz sempre altiva,
parabéns pelo SESQUICENTENÁRIO.

ASSU minha terra, meu berço,
minha ODE, minha canção,
ASSU de todo um povo,
um pedaço do meu coração.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

 Assu - Um Pedaço de Céu Dentro do Mundo.

O artista plástico, aqui da nossa cidade do Assu/RN, a terra dos poetas, a Athenas Norteriograndese, o Sr. Gilvan Lopes, merece todas as nossas homenagens e aplausos, pela sua genialidade, na arte de retratar os nossos vultos históricos, através dos pincéis. Nessa pintura, ele mostra bem a sua genialidade, quando, numa cena lúdica e memorável, ele retrata dois dos maiores poetas do Brasil, que são eles: O João Lins Caldas e o Renato Caldas. E, para fazer uma homenagem aos três, eu fiz essa poesia, que transcrevo a seguir:

João Lins e Renato Caldas
Tirando dois dedos de prosa
Numa pintura famosa
Numa esquina do Assu.
O saudoso Bispo Xandú
Juntou-se a São João Batista
E abençoou os dois artistas
Nesse encontro magistral
Jesus por ser divinal
Pôs nas mãos do pintor
Gilvan Lopes, o mentor
Dessa cena genial.

(Chagas Matias)










GLOSA

O poeta assuense Chagas Matias que o igualmente poeta chamado "Macaíba" certa vez numa bebedeira nas barracas do Rio Açu, ao olhar aquelas garotas deitadas só de biquine nas areias, se bronzeando, recebera o mote de um amigo que glosou assim, Macaíba:

Mote

TANTO TABACO NO RIO
E EU COM O NARIZ ENTUPIDO

Glosa

Ninguém aquece o meu frio,
Ninguém mata o meu desejo,
E meio desesperado vejo,
TANTO TABACO NO RIO.
Um homem sendo vadio,
Fica logo enfurecido.
Eu mesmo já dei gemido
Que estou me sentindo fraco
De olhar tanto tabaco
E EU COM O NARIZ ENTUPIDO.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Capitão Manoel Varella Barca, lá do Assú (I)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Nas minhas pesquisas genealógicas, uma personagem sempre presente, na vida de Assú, foi sem dúvida o capitão Manoel Varella Barca. Entretanto, não encontrei, até agora, maiores referências sobre sua vida por parte de nossos escritores. Está esquecido pelos seus e pelos outros. Faleceu aos dez de setembro de 1850.
Pelos assentamentos de praça, vemos que passou a tenente em 3 de março de 1791 e a capitão em 18 de agosto do mesmo ano. Quando da invasão da Ilha de Manoel Gonçalves, por corsários ingleses, em 1818, foi o capitão Manoel Varella Barca quem recebeu a primeira informação do Comandante do Degredo da Ilha, Alexandre José Pereira.
Foi procurador e administrador das várias fazendas de Cristovão da Rocha Pitta, morador na Bahia, e da viúva Costa, da praça de Pernambuco.
No seu testamento, escreveu que era natural da Vila do Cabo, da Província de Pernambuco, filho de José Varella Barca e Dona Brites Paz Barreto, na época, já falecidos. Cita alguns irmãos, já falecidos, José, Rosa Josefa, Maria, Anna e Brites. Não fala sobre irmãos vivos.
Disse mais que foi casado três vezes. O primeiro casamento foi com Dona Luzia Florência da Silva, da qual teve quatro filhos, a saber: Manoel Varella, Maria Juliana, José Varela e Francisco Varella, todos falecidos; seu segundo casamento foi com Dona Francisca Ferreira Souto, da qual teve seis filhos, a saber: Domingos Varella, Manoel Varella, falecido, Rosa, Maria Beatriz, Maria Francisca, Francisca Ferreira Souto, já falecida; seu último casamento foi com Dona Bertholeza Cavalcanti Pessoa, da qual não teve filhos.
Dona Luzia Florência da Silva, primeira esposa do capitão Manoel Varella Barca, era filha do capitão João Ferreira da Silva e Brites Maria de Mello. Os quatro filhos desse casamento eram falecidos quando do testamento do capitão. Francisco e José morreram conforme o relato a seguir.
Em seu discurso pronunciado na abertura da segunda sessão da terceira legislatura da Assembleia Legislativa Provincial, do Rio Grande do Norte, do dia 7 de setembro de 1841, o vice-presidente da Província, coronel Estevão José Barboza de Moura, faz o seguinte relato: dia 13 de dezembro de 1840, se apresentou pelas nove horas da manhã no campo fronteiro à Matriz na qual tinha de celebrar-se o ato de eleição, um concurso de setenta pessoas, mais ou menos, armadas e capitaneadas pelo tenente da extinta segunda linha, José Varella Barca, e por seu irmão Francisco Varella Barca. Por aquela mesma hora teve de seguir para o lugar destinado o destacamento do Corpo Policial, que ali existe, e havia sido requerido pela autoridade competente para guardar e manter o sossego, na forma da lei; e quando passava este em pequena distância do grupo recebeu tiros de mosquetaria; à vista do que o seu digno comandante, o tenente de Polícia José Antonio de Souza Caldas, mandou fazer também fogo contra o inimigo, que então reconheceu, repelindo assim a força, que o guerreava; de cuja luta, que durou por espaço de três quartos de hora, resultou morrer imediatamente o segundo chefe Francisco Varella, e ficar gravemente ferido em um perna o primeiro José Varella; serem baleados um sargento, e um guarda de Polícia, ambos gravemente, uma mulher que chegava à sua porta na ocasião do fogo, e alguns outros do inimigo, ao número de dez ou doze, os quais todos escaparam, menos o infeliz tenente José Varella, que faleceu de um mês de padecimentos.
Francisco Varella Barca foi representado no testamento pelos seus filhos: Manoel Varella Barca, casado; Pio Pierres Varella Barca, maior de 21 anos; Maria Senhorinha Varella Barca, casada com Antonio Barbalho Bezerra Junior; Senhorinha, casada com Luis Felis da Silva; Francisca, e mais Luzia Maria, Maria Josefa e José, menores.
José Varella Barca foi representado pelos seus filhos legitimados Maria Clara, casada com Manoel Tavares da Silva (no registro de casamento, em 1835, ela aparece como filha natural de Clara Francisca Bezerra); José, Manoel, Luzia e Maria, esses menores.
Maria Juliana, já falecida em 1835, era casada com Francisco de Souza Caldas, e foi  representada pelos filhos Manoel Lins Caldas, Francisco Lins Caldas e Tertuliano de Alustau Lins Caldas, todos casados; Luiz Lucas Lins Caldas, solteiro e maior de 21 anos; Maria Genoveva Lins Caldas casada com Felis Nobre de Medeiros; Luzia Leopoldina casada com Felis Francisco da Silva.
Em um assentamento de praça, consta que Manoel Varella Barca Junior, filho do capitão Manoel Varella Barca, era natural das várzeas do Apodi, idade de 20 anos, de altura 5p e 6p, cabelos pretos, olhos pardos, sentou praça em 23 de junho de 1806, solteiro e criador de gados.
Manoel Varella Barca Junior, o mais velho deles, era casado com Thereza de Jesus Xavier, filha de Francisco Xavier de Souza Junior e Dona Bernarda Dantas da Silveira. Esse casamento foi na capela da Utinga, em 30 de outubro de 1817. No testamento foi representado por seus filhos Francisco Xavier Varella Barca, nascido na Utinga, batizado em 20 de novembro de 1820, casado com Josefa Jovina Pimentel Varella Barca; Manoel Varella de Souza Barca; José Varella de Souza Barca (na época do inventário, preso na cadeia de Natal); e Luzia, nascida na Utinga, batizada em 29 de outubro de 1819, casada com João Gomes Freire.
Trecho de um debate na Câmara Federal entre José Moreira Brandão Castelo Branco e Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti

 



E os meus segredos
São segredos
Que não conto pra ninguém
Segredo é segredo


Quero-te. Vem. As carnes palpitantes
A forma tua onde a beleza mora...
És tu. Quero-te assim. Meu corpo implora
A graça que desce dos contornos...
Trêmulas as mãos e os lábios mornos.

João Lins Caldas


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

 

TALVEZ  
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos…
E por amor
Serei… Serás…Seremos…

( Pablo Neruda )

 

De: FS

domingo, 29 de janeiro de 2023

Aurélio Pinheiro nasceu em São José de Mipibu, no ano de 1882. Passam-se 141 anos daquele dia. Foi médico e escritor. Escreveu vários livros. O Rio Grande do Norte precisa redescobrir Aurélio Pinheiro. Nei Leandro de Castro afirmou em entrevista concedida ao "Diário de Natal" (9.11.1983) que não conhecia a obra de Aurélio Pinheiro. Se um escritor renomado afirmou isso, o que poderemos esperar do grande público? Aqui no RN quem mais escreveu sobre ele foi Américo de Oliveira Costa, que o escolheu para ser o patrono da cadeira 27, na Academia Norte-rio-grandense de Letras.

Francisco Martins






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 Do face de  Fernando Caldas Somente no amor o homem está de joelhos; porque o amor é a única escravidão que não desonra. Vargas Vila, poeta...