quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Conserta(dor) de Almas


Uma alma é um mecanismo complexo
Simultaneamente frágil e resistente
Uma espécie de fábrica de alegrias
E de tristezas, quanto bastem;
Nunca mais do que as que ameacem
A felicidade dos teus dias. 
É tão importante cuidá-lo e mantê-lo
Quanto é ser mais do que parecê-lo.

Uma alma é um gerador de luz
Ou de sombras, conforme seja
Alegre ou triste quem a conduz;
Conforme seja a energia que ela produz:
Ígnea ou bruxuleante e insegura!
Se a tua for mais propensa às trevas
Do que à claridade; mais amiga da lua 
Do que do sol; passeia-a como quem
Passeia uma criança; leva-a como levas
A esperança, pela mão. Uma alma 
Necessita de atenção. De um mecânico
Que a conheça; que não esqueça
Que cada um tem a sua. E que a tua
É a peça de que o teu relógio carece
Para ser tempo; para que a vida aconteça
Como toda a alma deseja e merece!

Não te esqueças: tu és o melhor 
Conhecedor; o melhor consertador 
De almas sobre a terra. Basta teres uma! 

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]
Fotografia de: Cláudia Miranda



















Conserta(dor) de Almas


Uma alma é um mecanismo complexo
Simultaneamente frágil e resistente
Uma espécie de fábrica de alegrias
E de tristezas, quanto bastem;
Nunca mais do que as que ameacem
A felicidade dos teus dias.
É tão importante cuidá-lo e mantê-lo
Quanto é ser mais do que parecê-lo.

Uma alma é um gerador de luz
Ou de sombras, conforme seja
Alegre ou triste quem a conduz;
Conforme seja a energia que ela produz:
Ígnea ou bruxuleante e insegura!
Se a tua for mais propensa às trevas
Do que à claridade; mais amiga da lua
Do que do sol; passeia-a como quem
Passeia uma criança; leva-a como levas
A esperança, pela mão. Uma alma
Necessita de atenção. De um mecânico
Que a conheça; que não esqueça
Que cada um tem a sua. E que a tua
É a peça de que o teu relógio carece
Para ser tempo; para que a vida aconteça
Como toda a alma deseja e merece!

Não te esqueças: tu és o melhor
Conhecedor; o melhor consertador
De almas sobre a terra. Basta teres uma!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]
Fotografia de: Cláudia Miranda

CONTO



A VARA DE BAMBU
 
O sol ainda não tinha surgido no horizonte, quando Francisca acordou definitivamente. A noite inteira ela não tinha conseguido repousar. As preocupações “martelaram” seus neurônios. Nos últimos dias, vinha enfrentando muitas dificuldades. No entanto, sua principal inquietação era encontrar uma forma de sustentar seus dois filhos.
Estava separada do seu marido havia uma semana por desentendimentos e ciúmes, por parte dele. Encontrava-se residindo, miseravelmente, em um casebre de taipa, coberto de palha de carnaúba, sem água, luz ou qualquer tipo de conforto na comunidade de Juazeiro na zona rural do Assu. 
Francisca era uma mulher de feições modestas: estatura mediana, magra, cabelos lisos descendo sobre seus ombros, andar faceiro demonstrando que em alguma época contou com uma condição social melhor do que a que estava vivendo. Achava-se desolada sem saber que rumo tomar na busca de angariar recursos para alimentar sua família.
Naquela manhã, um pouco mais de meio quilo de farinha, uma xícara de sal e meio litro de leite, que diariamente conseguia com o vizinho, era tudo que existia naquele mísero recinto. O desespero poderia ser total se não fosse a personalidade forte daquela mulher.
Surgiram os primeiros raios de sol. Francisca varria o terreiro, com uma vassoura feita artesanalmente por ela do olho da carnaubeira. Inesperadamente avistou, no oitão do casebre, uma velha vara de bambu com linha e anzol, escondida por entre as palhas que protegiam as paredes de barro dos escassos pingos das chuvas. Ela já não lembrava o tempo em que seu ex-marido tinha usado aquela armadilha.
Sua moradia ficava a aproximadamente três quilômetros do leito do rio Assu, que naquela manhã encontrava-se cheio, “de barreira a barreira”, como falavam os ribeirinhos.
- Meu Deus, esta pode ser a nossa salvação! – Pensou ela em voz alta.
Rapidamente terminou a faxina, foi ao canto do quintal e encostou a vassoura na cerca construída de talo da carnaúba. Entrou em casa e seguiu até as redes dos meninos que dormiam sossegados. Por algum momento, hesitou em não chamá-los, mas não podia perder tempo, precisava imediatamente ir ao rio em busca de alguma coisa para comerem.
- Manoelzinho... Vicentinho... Acordem filhos!
Decorridos alguns minutos, caminhava ela, a passos curtos, em uma estreita estrada carroçável, ladeada por cercas de arames farpados formando um corredor que dava acesso ao rio. Manoelzinho, o mais velho, com apenas seis anos de idade era puxado carinhosamente pelo braço, enquanto Vicentinho, de apenas três anos, era conduzido e amparado nos braços da mãe.
Uma cabaça com água fria, a velha vara de bambu e uma bolsa de palha de carnaúba com uma faca e uma toalha surrada dentro, era tudo que levavam. No caminho ao passarem por um pequeno milharal, Francisca esticou-se sobre a cerca e pegou uma espícula de milho. Seria a isca para a pesca. 
Chegando à margem do rio viu o mundaréu d’água e se assombrou. Tentando manter a calma, foi até uma frondosa oiticica estendeu a velha toalha no chão e colocou sobre ela o filho menor.
- Manoelzinho, fique “de olho” no seu irmão. Cuidado pra ele não sair daqui! – Disse ela rumando em direção à barreira.
O sol já estava alto, acima de quarenta e cinco graus, quando ela acabou o milho da espiga tentando pescar algo. O menino menor começou a chorar... O outro cochilava sem ânimo.  A fome já atormentava as crianças. Exausta, Francisca veio até elas, deu água da cabaça aos dois e depois tomou um gole. Precisava poupar aquela água potável. 
Quando ia retornando, avistou um fogoso calango comendo restos de frutas deixadas pelas aves. Não pensou duas vezes, apanhou um garrancho seco da oiticica e partiu para o animalzinho indefeso. A perseguição não foi fácil. Minutos depois estava o pequeno réptil dividido em “iscas” fresquinhas, quase pingando sangue. Colocou uma delas no anzol e jogou a “sorte” na água.
Os peixes debicavam incessantemente. Francisca já estava na oitava “isca”... O suor descia sobre seu rosto, sendo enxugado a cada passada do braço pela testa. Ela estava intrigada, não imaginava que pescar fosse tão difícil.
De súbito, a vara quase lhe escapa das mãos. Ela sem nenhuma experiência puxou o bambu em direção ao ombro arqueando-o de forma inacreditável para a idade daquela armadilha de pesca. Não conseguiu puxar o peixe. Sem saber o que fazer, gritando incessantemente, começou a correr de costas arrastando a vara até o peixe ficar pulando em terra firme.
- É uma piranha... É uma piranha! Chega menino, me ajude pelo amor de Deus! - Gritou ela desesperada.
A luta foi travada para que o peixe que pulava valentemente, não retornasse à água. O contentamento de Francisca pelo feito, quase heroico  era maior que o medo de ser mordida. A piranha tinha coloração cinza-clara, com a região do mento vermelha, pesava aproximadamente dois quilos. Uma paulada certeira na cabeça deu por encerrada a batalha contra o peixe.
Aquele foi um dia de alegria e fartura na pequena família de Francisca... Os dias seguintes constituem outras estórias de lutas de bravas Franciscas nordestinas.

Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro


POESIA DE JADSON QUEIROZ

SONHEI QUE TINHA UM CANTINHO
E COM VOCÊ IA NELE MORAR
VIVÍAMOS COM MUITO CARINHO
E O TEU CORAÇÃO EU IA CONQUISTAR.

ERA UM SÍTIO BEM PEQUENO
COM FRUTEIRAS NO QUINTAL
UM RIO A CORRER, CALMO E SERENO,
ERA UMA VIDA TRANQUILA E LEGAL.

AO ACORDAR BEM CEDINHO
OUVIA O CANTO DO PARDAL
E A VACA A MUGIR NO CURRAL,
E NÓS, TOMANDO DO SEU LEITE QUENTINHO.

O BANHO NO RIO E A PESCARIA,
O PEIXE FRESCO, FRITADO E COSIDO,
A DOSE DE CACHAÇA, O CAJU E O PIRÃO, SERIA,
A REALIZAÇÃO DAQUELE DIA TÃO QUERIDO.

COM A VIOLA EU CANTAVA
UMA CANÇÃO DE NINAR,
E VOCÊ ME OLHAVA E ESCUTAVA,
ESPERANDO A NOITE CHEGAR.

QUANDO ESCURECIA, ACENDIA A FOGUEIRA
PARA O FRIO ESPANTAR.
FICAVAS FELIZ E FAGUEIRA
E NOS MEUS BRAÇOS, VINHAS SE ACONCHEGAR.

ERA ASSIM QUE EU QUERIA
A MINHA VIDA LEVAR,
PORÉM, ACABOU A ALEGRIA,
FOI UM SONHO, TIVE QUE ME CONTENTAR.
SONHO
 

                                     POESIA      DE   JADSON      QUEIROZ



--

SONHEI QUE TINHA UM CANTINHO
E COM VOCÊ IA NELE MORAR
VIVÍAMOS COM MUITO CARINHO
E O TEU CORAÇÃO EU IA CONQUISTAR.

ERA UM SÍTIO BEM PEQUENO
COM FRUTEIRAS NO QUINTAL
UM RIO A CORRER, CALMO E SERENO,
ERA UMA VIDA TRANQUILA E LEGAL.

AO ACORDAR BEM CEDINHO
OUVIA O CANTO DO PARDAL
E A VACA A MUGIR NO CURRAL,
E NÓS, TOMANDO DO SEU LEITE QUENTINHO.

O BANHO NO RIO E A PESCARIA,
O PEIXE FRESCO, FRITADO E COSIDO,
A DOSE DE CACHAÇA, O CAJU E O PIRÃO, SERIA,
A REALIZAÇÃO DAQUELE DIA TÃO QUERIDO.

COM A VIOLA EU CANTAVA
UMA CANÇÃO DE NINAR,
E VOCÊ ME OLHAVA E ESCUTAVA,
ESPERANDO A NOITE CHEGAR.

QUANDO ESCURECIA, ACENDIA A FOGUEIRA 
PARA O FRIO ESPANTAR.
FICAVAS FELIZ E FAGUEIRA
E NOS MEUS BRAÇOS, VINHAS SE ACONCHEGAR.

ERA ASSIM QUE EU QUERIA
A MINHA VIDA LEVAR,
PORÉM, ACABOU A ALEGRIA,
FOI UM SONHO, TIVE QUE ME CONTENTAR.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


AÇÃO PARLAMENTAR


GEORGE SOARES BENEFICIA VALE DO ASSU E SERRA DO MEL ATRAVÉS DE REQUERIMENTOS
George Soares participa do Programa Registrando

Iniciado os trabalhos legislativos após o recesso parlamentar, o deputado George Soares apresentou na Sessão Ordinária desta terça-feira, 19, dois requerimentos ao Governo do Estado. O primeiro solicita a concessão do lote n° 01 na Vila Rio Grande do Norte para a Prefeitura Municipal de Serra do Mel, o segundo reforça a solicitação já apresentada no ano passado para o restabelecimento dos dias de funcionamento da Central do Cidadão, de terça a sábado, no município de Assu.

A concessão do lote para Serra do Mel servirá para desenvolver projetos da Secretaria de Agricultura do município visando o fortalecimento da agricultura familiar e implantação de novas tecnologias para o cultivo.

Já o restabelecimento do horário da Central do Cidadão em Assu facilita que os municípios circunvizinhos usufruam dos serviços deste estabelecimento, especialmente aos sábados, mediante a tradicional feira livre.

“Esses pleitos contribuem tanto para a capacitação dos cidadãos como para a comodidade deste”, comentou.
Assessoria Parlamentar Deputado Estadual George Soares 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


QUANDO AS PEDRAS CAÍRAM DO CÉU NO RIO GRANDE DO NORTE

O meteoro de aproximadamente 10 toneladas caiu a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, na Russia, mas a onda expansiva afetou várias regiões adjacentes e até a vizinha república centro-asiática do Cazaquistão.
Um meteoro de aproximadamente 10 toneladas caiu a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, na Russia, mas a onda expansiva afetou várias regiões adjacentes e até a vizinha república centro-asiática do Cazaquistão.
Casos de Quedas de Corpos Celestes no Rio Grande do Norte
Um Meteoro atravessou o céu da Rússia na manhã desta quinta-feira, dia 15/02/2012, lançando bolas de fogo na direção da Terra e fazendo centenas de vítimas, quebrou janelas e provocou vários outros problemas. O nosso Rio Grande do Norte já viu este tipo de situação.
Autor-Rostand Medeiros
O Rio Grande do Norte, desde que a sua história passou a ser registrada através de documentação escrita, guarda poucos informes de fatos naturais que, de tão incomuns, marcaram o momento em que ocorreram, fazendo com que os homens do passado registrassem para a posteridade estes acontecimentos insólitos.

Um dos fenômenos naturais incomuns que mais chamavam a atenção dos antigos habitantes das terras potiguares eram os tremores de terra. Comuns até os dias atuais, estes acontecimentos geológicos ocorrem principalmente na região da antiga Baixa Verde, atual município de João Câmara. Desde o final do século XVIII, antigos cronistas já registraram a impressão que os tremores deixaram junto aos antigos habitantes. Quem está na faixa dos 30 anos de idade, certamente deve se lembrar do terremoto ocorrido em 1986, que abalou a região, alcançando a magnitude de 5.3 na escala Ritcher e que marcou profundamente a história potiguar e chama a atenção dos geólogos.
Se ocasionalmente os potiguares sentem o solo tremer, muito mais raros são os registros de bólidos vindos do céu, de meteoros despencando com estrondo na nossa região. Entretanto, estes fenômenos já ocorreram.
Uma chuva de meteoritos em Macau
Nos anais do VIII Simpósio de Geologia do Nordeste, realizado em 1977, em Campina Grande, Paraíba, encontramos o resumo de uma pesquisa realizada pelos geólogos brasileiros Celso de Barros Gomes, da USP (Universidade de São Paulo), W. S. Crurvello, do Museu Nacional do Rio de Janeiro acompanhado dos cientistas norte-americanos K. Kiel, da Universidade do Novo México e E. Jarosewich, do Instituto Smithsonian, de Washington, que estiveram na região de Macau e Açu, em busca de restos de um meteorito, que caiu do céu no dia 11 de novembro de 1836.

A queda deste bólido ocorreu ás cinco da tarde, nas imediações da foz do rio Açu, em uma área territorial que então pertencia ao município de Macau. Segundo os relatos da época devido ao impacto no solo, morreram algumas vacas e a queda do objeto celeste foi acompanhada de um forte clarão e ribombos. Aparentemente o meteorito se fragmentou em vários pedaços, alguns maiores e outros tocaram o chão no formato de uma chuva de pequenas pedras. Fontes pesquisadas por estes cientistas relataram que o clarão produzido pela queda deste meteoro foi visto por uma embarcação que se encontrava a 324 milhas náuticas, ou cerca de 600 quilômetros de distância, da costa potiguar. Consta que os tripulantes relataram a passagem do objeto seguindo em direção a costa, que não era visível aos tripulantes a esta distância.
Durante as pesquisas de campo, foram encontrados restos do meteorito, que foi recolhido e transportado para o sul do país, onde análises detalhadas apontaram a existência principalmente de ferro-níquel na sua composição.
O resumo deste trabalho científico não informa de qual fonte histórica provinham estes dados, mas aparentemente este é o primeiro relato conhecido, descrevendo a queda de meteoritos no Rio Grande do Norte.
Um juiz informa a queda de um meteorito em Açu
Dezenove anos depois, coincidentemente a mesma região anteriormente atingida seria o local da queda de outro meteorito.
Na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, volume XIV, de 1916, encontra-se a transcrição de um documento datado de 28 de agosto de 1855, produzido pelo então juiz de direito de Açu, João Valentim Dantas Pinagé, que informa ao então Presidente da Província, Antônio Bernardo dos Passos, que ele estava enviando a capital da província algumas amostras de um meteorito que havia caído na região de Açu. Informava o magistrado que as amostras apresentadas pesavam juntas “duas arroubas”, equivalente a 30 quilos, e sua queda havia deixado o povo da região assombrado com o fato que aquelas rochas “pudessem vir do céu”.
O juiz informava que o objeto foi visto desde as “praias”, provavelmente entre as áreas territoriais dos atuais municípios litorâneos de Guamaré, Macau e Porto do Mangue, e por outros locais da Comarca de Açu. Durante a sua queda, o meteorito foi visto vindo da direção nordeste, seguindo em descendente na direção sudoeste e sendo testemunhado por várias pessoas na região.
Infelizmente o juiz Pinagé não informou exatamente a data do ocorrido, nem o local exato do impacto, mas indica que recebeu as amostras que remetia para Natal “quatro dias depois da passagem do meteoro”.
Tarcísio Medeiros, em seu ótimo livro “Aspectos geopolíticos e antropológicos da história do Rio Grande do Norte”, comenta sobre este fato.
Um “corisco” assombra Santana do Matos
Quarenta e dois anos depois, no dia 8 de abril de 1897, a primeira página do jornal “A Republica”, estampava uma nota intitulada “Aerólito”, onde uma “pessoa de fé, ultimamente chegada do sertão”, informava que no dia 21 de março, um domingo, pelas cinco e meia da tarde, foi visto por diversas pessoas, tanto na área urbana e na zona rural da pequena Santana do Matos, um objeto incandescente, em formato de um ”globo brilhante caindo do céu”.
“A Republica”, 8 de abril de 1897.
As testemunhas comentaram que durante a queda o objeto se mostrava extremamente luminoso e soltava fagulhas. No impacto, segundo o informante, o estrondo foi ouvido a uma distância de oito léguas, equivalente a cinquenta quilômetros. O fenômeno natural chamou a atenção de todos, tendo um grupo de pessoas se deslocado ao ponto onde ocorreu à queda.
Segundo a nota, o impacto se deu na região da “serra de São João”, a sudeste da sede do município de Santana do Matos, onde as pessoas do lugar informaram que um grande “bálsamo”, provavelmente alguma árvore frondosa, fora reduzida a “estilhaços”, mas nenhuma parte do “aerólito” foi encontrado.

A não existência de uma cratera de impacto, que houvesse deixado uma marca mais permanente no solo da região, deixa a entender que o bólido poderia ser classificado como um meteorito de pequenas dimensões. Provavelmente durante a queda, com o atrito junto à atmosfera terrestre, esta rocha foi perdendo massa, criando fagulhas e ao tocar o solo teve força suficiente apenas para destruir esta possível árvore frondosa. O que de toda maneira causou um tremendo espanto aos habitantes da região.
No final do século XIX, ainda era comum a utilização por parte da imprensa do termo aerólito, em detrimento a meteoro ou meteorito. Para o homem simples do campo, e a nota registra isto, a pedra caída do céu era tão somente um “corisco”.
Extremamente econômico na discrição, o relato não cita fontes, nome do informante e outras informações mais apuradas. Mas tudo indica que o local da queda seja localizado no município de Jucurutu, próximo a fronteira com Santana do Matos, na área da fazenda conhecida como “São João”, ou “Saco de São João”, onde existe uma serra homônima.
Um corpo celeste ilumina a noite de Caraúbas
Passados seis anos da queda deste meteorito, o Rio Grande do Norte, foi novamente “visitado” por outra rocha vinda do céu. Na edição do jornal “A Republica”, de 23 de outubro de 1903, o correspondente baseado na cidade de Caraúbas, remeteu uma série de notícias referentes ao município. Entre estas constam informes da seca que assolava a região e sobre o benemérito trabalho do senhor Benevenuto Simões, em perfurar poços na busca do precioso líquido. Em meio a notas políticas, sobre casamentos e de viagens de membros da elite local ao Rio de Janeiro, uma pequena nota, novamente intitulada “Aerólito”, informava ter sido “nossa vila espectadora de um lindo drama”.
“A Republica”, 23 de outubro de 1903.
Por volta das nove horas da noite do dia 30 de setembro, uma quarta-feira, foi visto um brilhante meteorito que percorreu todo o firmamento, deixando um rastro luminoso em sua queda e produzindo uma forte iluminação sobre a pequena cidade. O bólido foi visto vindo da direção sudoeste, seguindo descendentemente na direção oeste, e que após cinco minutos produziu um forte estrondo.
Devido à diferença de tempo entre a visualização do meteorito e o estrondo produzido pelo impacto, partindo do princípio que o correspondente calculou corretamente o tempo, este bólido caiu em uma área distante da sede municipal e a nota do jornal não especifica o ponto exato da queda.

Mesmo sendo um fenômeno raro, chama a atenção à economia de informações do correspondente, onde é mais provável que o mesmo não tenha sido testemunha direta dos fatos, anotando informações prestadas por terceiro, mas nada mais sobre este fato foi comentado.
Os meteoritos
Os meteoritos são classificados de fragmento de um meteoroide que resistiu ao impacto com a atmosfera e alcançou a superfície da Terra ou de outro planeta antes de se consumir. Eles podem ter desde poucos quilos e dimensões mínimas a serem pesadas pedras voadoras de várias toneladas. Quase todos os meteoritos são fragmentos procedentes dos asteroides ou cometas. Podem ter em suas composições minérios como ferro-níquel, silicatos ou ferro metálico. Os meteoritos têm geralmente uma superfície irregular e uma camada exterior carbonizada, fundida. Todos os dias a terra é bombardeada por uma chuva de pedras vindas do espaço, a maioria são inofensivos micrometeoritos. Acredita-se que por ano, caiam sobre a terra seis toneladas de rochas.
Os maiores meteoros, quando se chocam com a Terra, sempre deixam suas marcas, criando crateras profundas.

Acredita-se que o maior meteorito que atingiu a atmosfera da terra, mas sem comprovação definitiva, ocorreu no dia 30 de junho de 1908, na bacia do rio Podkamennaya Tunguska, a 64 quilômetros ao norte de Vanavar, na Sibéria, Rússia. Acreditam os cientistas que um meteorito de 30 metros de comprimento, explodiu a 10 quilômetros de altitude, tendo produzido uma onde de choque sentida a mais de 1.000 quilômetros de distância. O maior meteorito conhecido, que se chocou contra a superfície terrestre, foi encontrado em Hoba West, próximo a Grootfontein, na Namíbia, África, com 59 toneladas.
Estima-se que ao longo de 600 milhões de anos, o planeta Terra tenha sido atingido em mais de duas mil ocasiões por asteroides de grande peso. A maior cratera do mundo, comprovadamente criada pela queda de um meteorito, é chamada Coon Butte, ou Cratera Barringer, localizada próximo à cidade de Winslon, Arizona, nos Estados Unidos.

Em 1784, no sertão da Bahia, próximo a região de Canudos, caiu próximo a uma serra, um meteorito de 5.400 quilos, conhecida como Pedra de Bendegó. Este corpo celeste, com muito sacrifício, foi transportado em 1888 para o Rio de Janeiro e encontra-se até hoje exposto no Museu Nacional. Contudo, cientistas descobriram que o maior meteorito que já tocou o solo brasileiro, ocorreu na divisa entre Goiás e Mato Grosso, é conhecido como “Domo de Araguainha”, deixou uma marca na forma de uma cratera de 40 quilômetros e este impacto ocorreu à cerca de 350 milhões de anos.
Os impactos ocorridos no Rio Grande do Norte e aqui relatados, certamente não foram os únicos casos de impacto destes corpos celestes em solo potiguar, que apesar de possuir uma superfície territorial pequena, não está isento de receber novas “visitas celestes”.
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MARCAS DO NAZISMO EM FAZENDAS DO INTERIOR DE SÃO PAULO



José Ricardo Rosa, 55, conhecido como "Tatão" segurando um tijolo com a suástica nazista; após herdar a fazenda Cruzeiro do Sul na cidade de Campina do Monte Alegre ele encontrou por acaso tijolos com o sinal nazista usados na construção -
José Ricardo Rosa, 55, conhecido como “Tatão” segurando um tijolo com a suástica nazista; após herdar a fazenda Cruzeiro do Sul na cidade de Campina do Monte Alegre ele encontrou por acaso tijolos com o sinal nazista usados na construção -Fonte Folha de São Paulo –  Carlos Cecconello
Escombros de fazenda no interior paulista revelam passado de admiração ao nazismo
Os tijolos que hoje se desprendem de uma velha capelinha da fazenda Cruzeiro do Sul, servem como pistas para rastrear como um integrante de um abastado clã do Rio de Janeiro transformou sua propriedade num testemunho de admiração ao nazismo nos anos 1930.
Nessa fazenda, os blocos de barro eram feitos com uma suástica estampada.
José Ricardo Rosa segura um tijolo com a suástica nazista - Folha de São Paulo
José Ricardo Rosa segura um tijolo com a suástica nazista – Folha de São Paulo – Carlos Cecconello
Alguns desses tijolos viraram material para pesquisadores, assim como fotografias de bois marcados a ferro quente com o símbolo nazista, bandeiras e uma série de outros documentos encontrados na propriedade. 
No início do século 20, a família carioca Rocha Miranda adquire uma extensa área de terra no interior do estado de São Paulo. Os Rocha Miranda eram na época proprietários do Hotel Glória, da Casa Bancária Rocha Miranda e da companhia de aviação Panair, entre outras empresas do Rio de Janeiro, então capital da República. Ao lado dos Guinle e dos Leal, eram uma das famílias mais ricas do Brasil.
A exploração dessas áreas do interior paulista teve início no fim do Império. Elas foram parte do presente de D. Pedro I (1798-1834) ao brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar (1794 – 1857), fundador da Polícia Militar de São Paulo, por seu casamento com a Marquesa de Santos (1797 – 1867), oficializado em 1842. Em 1906, o brigadeiro as vendeu para Luis Rocha Miranda.
José Ricardo Rosa segura um tijolo com a suástica nazista - Carlos Cecconello/Folhapress
José Ricardo Rosa segura um tijolo com a suástica nazista – Carlos Cecconello/Folhapress
As terras abarcavam as fazendas Santa Albertina, Cruzeiro do Sul, Retiro Feliz, Mandaçaia, Cavalinho e Sobradinho, em uma área de 40 mil hectares na região de Buri. É dentro dessas terras que se encontra a Guatambu, fazenda-sede da Agropecuária Guatambu Ltda. 
As terras teriam sido compradas para a prática da caça a perdizes, aves características daqueles campos. Contam-se muitas histórias sobre as caçadas que os Rocha Miranda realizavam ali, junto aos numerosos amigos que traziam do Rio de Janeiro em composições fretadas da Estrada de Ferro Sorocabana. Integradas por carros-dormitório, carro-restaurante e carro-sala de estar, especialmente decoradas, essas composições permaneciam em uma estação construída pelos Rocha Miranda e hoje conhecida como Estação Hermilo, em Angatuba (SP). Terminada a temporada de caça, o luxuoso trem os levava de volta para o Rio de Janeiro.
Em 1934 a família Rocha Miranda dá início, nessas terras, à criação e seleção de gado Nelore. Com a morte do patriarca seus três filhos, Sérgio, Oswaldo e Renato Rocha Miranda, tomam posse das propriedades.
Aloysio Silva, 89, foi uma das crianças trazidas de um orfanato do Rio de Janeiro na decada de 30 para trabalhar na Fazenda Santa Albertina de propriedade de Oswaldo Rocha Miranda; ele afirma ter sido submetido a normas e costumes escravagistas - Carlos Cecconello/Folhapress
Aloysio Silva, 89, foi uma das crianças trazidas de um orfanato do Rio de Janeiro na decada de 30 para trabalhar na Fazenda Santa Albertina de propriedade de Oswaldo Rocha Miranda; ele afirma ter sido submetido a normas e costumes escravagistas – Carlos Cecconello/Folhapress
Sérgio Rocha Miranda cuidava da fazenda Cruzeiro do Sul. A propriedade vizinha, a Santa Albertina, ficava sob os cuidados de seu irmão, Oswaldo Rocha Miranda. Nela, funcionava uma espécie de fazenda-orfanato para 50 meninos mantidos em um regime quase escravo.
Com idades entre 9 e 12 anos, esses garotos (somente dois deles brancos) foram entregues a Oswaldo em 1933 e 1934, após decisão judicial.
Todos haviam sido abandonados no orfanato católico Educandário Romão de Mattos Duarte, no Rio, e foram retirados de lá por Oswaldo com a promessa de terem uma vida melhor, segundo Aloysio Silva, 89, o “menino número 23″ da lista de 50.
“Era uma vida diferente da prometida. Era castigo por tudo, trabalhava muito, até de fazer a mão sangrar”, conta Aloysio, o número 23.
Quero saber da minha mãe, pai e irmãos antes de morrer. É muito triste ficar velho sem saber quem é nossa família. Como não conheci ninguém, sou assim meio revoltado. Dá um negócio assim…Uma revolta danada daquela vida na fazenda.
Dessa forma, Aloysio Silva, 89, pai de sete filhos e morador de Campina do Monte Alegre (SP), reage sobre os quase dez anos vividos na Fazenda Santa Albertina.
Silva foi transferido do Educandário Romão de Mattos Duarte, no Rio, para a Santa Albertina em 1933. Lá, por dez anos, deixou de ser Aloysio para ser o “23″.
Aloysio Silva foi uma das 50 crianças trazidas para trabalhar na fazenda, todas atendiam por números e não pelos nomes, Aloysio era o número 23 - Carlos Cecconello/Folhapress
Aloysio Silva foi uma das 50 crianças trazidas para trabalhar na fazenda, todas atendiam por números e não pelos nomes, Aloysio era o número 23 – Carlos Cecconello/Folhapress
“Os bichos tinham documento e nome na fazenda. E nós éramos tudo número, como se nós fôssemos gado”, diz ele. “O cumprimento na fazenda era sempre ‘Heil Hitler’ ou ‘Anauê’ [saudação dos integralistas], mas a gente nem sabia o que era esse negócio de nazismo.”
Segundo os documentos do orfanato, Silva foi abandonado pela mãe, Maria Augusta da Silva, quando tinha três anos. O local era conhecido como “Casa da Roda”: do lado de fora, familiares colocavam bebês e crianças em uma portinhola que girava até as freiras, do lado de dentro.
Além do nome da mãe, Silva também sabe o de uma irmã, Judith, mas nunca conseguiu localizá-las. “A família vivia ali por onde hoje é o aterro do Flamengo. Só sei disso, mas queria achar alguém.”
Na fazenda, Silva se notabilizou por ser um corajoso “domador de bois, cavalos e burros bravos” e como um dos melhores jogadores de futebol do time dos Rocha Miranda.
A vida na fazenda era sofrida demais. Tinha castigo por tudo. (…) As traquinagens de moleque sempre terminavam com castigo. Era no silo [tanque de armazenamento de cereais] que eles deixavam a gente, como se fosse cadeia“, relembra. “A palmatória tinha uns buracos. Quando batia na mão da gente, sugava tudo. Doía muito.
Reprodução de foto encontrada nas fazenda da família Rocha Miranda em Campina do Monte Alegre interior de São Paulo, em que gados eram marcados com a suástica nazista
Reprodução de foto encontrada nas fazenda da família Rocha Miranda em Campina do Monte Alegre interior de São Paulo, em que gados eram marcados com a suástica nazista
Já os irmãos Maurício e Ângela Rocha Miranda, herdeiros de parte da fazenda Santa Albertina, contestam as versões que colocam seus tios-avôs como simpatizantes de práticas nazistas nas fazendas da família.
Segundo Maurício, o apoio de Sérgio Rocha Miranda ao nazismo durou somente até o momento em que descobriu as reais intenções de Adolf Hitler, por volta de 1934.
Sérgio era um homem viajado, que gostava da boa vida. Era, sim, simpatizante do nazismo no início da década de 1930, como diversas pessoas na sociedade brasileira também eram. Havia um partido nazista no Brasil.”
Parte da fazenda Cruzeiro do Sul está em ruína. (Foto: Divulgação)
Parte da fazenda Cruzeiro do Sul está em ruína. (Foto: Divulgação)
No entanto, diz Maurício, no fim de 1934, com a ascensão de Hitler ao poder, Sérgio deixou de flertar com o nazismo e eliminou a suástica como símbolo da fazenda.
Sobre os 50 meninos trazidos do orfanato por Oswaldo Rocha Miranda, ele afirma que o tio-avô o fez, “com aval do governo da época“, para atender o pedido de sua mulher de “dar escola, educação e profissão aos órfãos”.
Era uma fazenda aberta e eles tinham de ser controlados, mas jamais foram castigados, punidos ou escravizados“, afirma.
Maurício e Ângela captam em vídeo depoimentos de ex-funcionários e de frequentadores das fazendas para mostrar como os Rocha Miranda são bem conceituados nas cidades que se desenvolveram ao lado de suas terras.
Ainda segundo Maurício, o historiador Sidney Aguilar Filho nunca procurou ouvir a versão da família para sua tese de doutorado. Sidney disse não ter conseguido contato com os Rocha Miranda.
Tijolos com a suastica nazista encontrados na fazenda Cruzeiro do Sul - Carlos Cecconello/Folhapress
Tijolos com a suastica nazista encontrados na fazenda Cruzeiro do Sul – Carlos Cecconello/Folhapress
As fazendas, que se espalhavam por área que hoje alcança três municípios. As primeiras marcas do nazismo foram descobertas em 1997 pelo tropeiro José Ricardo Rosa Maciel, 55, o Tatão. Dono de espessa barba branca, ele narra a descoberta.
Teve uma briga da porcada, que derrubou a parede do chiqueiro. Quando vi o estrago, achei os tijolos com a marca nazista. Passaram anos me chamando de louco, mas agora tá tudo comprovado pelos estudos do doutor Sidney.
Tatão se refere ao historiador Sidney Aguilar Filho, 45. Em 1998, ele dava aula para a enteada de Tatão quando ela revelou que, na fazenda onde vivia, havia tijolos com aquele “símbolo alemão” das aulas de história. Sidney investigou por mais de uma década e, em 2011, apresentou sua tese de doutorado na Unicamp sobre a exploração do trabalho e a violência à infância no país no período de 1930 a 1945.
Por muitos anos, aqueles meninos foram submetidos a um regime de trabalho como se fossem adultos, sem remuneração, sem liberdade de ir e vir e estudando pouco. Mas aquilo era aceito pela sociedade”, diz ele.
Anos mais tarde, o tenente da Força Aérea Brasileira Renato Rocha Miranda Filho viria a tornar-se o único herdeiro de todo o patrimônio.
A professora Ana Maria Dietrich, doutora em história, fala que a maior célula nazista no Brasil ficava no estado de São Paulo. “A principal organização era na capital, mas outros núcleos existiram em Santo André, Santos, Campinas, Jundiaí, Presidente Bernardes, Presidente Venceslau e Assis”, fala.
Tijolos com a suástica nazista encontrados na fazenda Cruzeiro do Sul de propriedade de Sergio Rocha Miranda, que era simpatizante do nazismo durante a década de 30 e 40 - Carlos Cecconello/Folhapress
Tijolos com a suástica nazista encontrados na fazenda Cruzeiro do Sul de propriedade de Sergio Rocha Miranda, que era simpatizante do nazismo durante a década de 30 e 40 – Carlos Cecconello/Folhapress
Apesar dessa presença marcante com esses núcleos, Dietrich explica que a pior parte da ideologia nazista não atravessou o oceano Atlântico. “No Brasil só existia o fascínio. Não tinha o terror que acontecia na Alemanha”, finaliza.
A partir de material coletado através de reportagem produzida pelo jornalistab ANDRÉ CARAMANTE
Fonte:http://www.folhadedourados.com.br/noticias/brasil-mundo/escombros-de-fazenda-revelam-passado-de-admiracao-ao-nazismo
Sugestão de Pauta _ Prefeitura do Assú

Projeto "Cinema no Ar" traz cinema a céu aberto e gratuito para o Assú
Cinema no Ar, projeto dos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, que exibe sessões gratuitas de filmes brasileiros ao ar livre, com a proposta de ampliar as opções de lazer e cultura nos bairros populares, estará em Assú nesta segunda e terça-feira, 18 e 19 de fevereiro.
O projeto ofertará aos assuenses duas sessões diárias (às 18h30 e 20h15) para 300 pessoas cada. Na programação estão sucessos do cinema Nacional como “O Palhaço”, “Rio”, “Saneamento Básico, o filme” e “Eu e Meu Guarda-Chuva”.
A projeção é digital em uma grande tela inflável e som stereo surround. Em Assú, por meio do contato estabelecido com a prefeitura municipal o público poderá acompanhar a exibição dos filmes na Praça de Eventos Jota Keully.
O projeto é patrocinado pela Caixa Econômica Federal por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura (Lei Federal n° 8313/1991).
Programação:
Segunda-feira (18.02)
18h30 – Eu e Meu Guarda-Chuva
20h15 – Saneamento Básico, o filme
Terça-feira (19.02)
18h30 – Rio
20h15 - O Palhaço
Foto: Divulação
Legenda: Estrtura será montada na praça de eventos Jota Keully

AD Comunicações






DESCENDÊNCIA DO ITAJÁ


Frei Miguelinho e os Teixeira de Souza


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Navegava tranquilamente pela Hemeroteca da Biblioteca Nacional quando me deparei com uma homenagem póstuma ao coronel José Theodoro de Souza Pinheiro, postada no Diário do Natal, pelo partido oposicionista de Angicos, em 2 de setembro de 1906. Essa publicação transcrevi para o meu blog, mas algumas particularidades, ali contidas, me fizeram reexaminar algumas questões genealógicas que precisavam ser revistas.
No documento em questão constava que José Theodoro era filho de Antonio Teixeira de Souza e Dona Anna Ritta Veiga de Azevedo, e neto paterno do capitão Francisco Antonio Teixeira de Souza, descendente da família de Frei Miguelinho, e materno do capitão Francisco Lopes Viégas. Por isso, resolvi saber mais sobre o capitão Francisco Antonio Teixeira de Souza, pois já tinha feito um artigo sobre os Teixeira de Souza e outro sobre o testamento de Mariana Lopes Viégas, esposa do dito capitão. Encontrei mais dois documentos importantes para o nosso trabalho: primeiro, uma homenagem póstuma para o avô paterno de José Theodoro, na mesma Hemeroteca, e segundo, um batismo em 1795.
Antes de entrar nesses documentos vale lembrar que Nestor Lima e Aluízio Alves escreveram que o capitão Francisco Antonio Teixeira de Souza, descendente da família “Saco” (sem explicar que família era essa), e que foi juiz ordinário, em Natal, casou com Florinda Lopes, filha do tenente Antonio Lopes Viégas. Mais ainda, que Manoel Antonio de Oliveira Câmara, sobrinho do capitão, casou com outra filha de Viégas, Marianna Francisca Lopes. Pelas minhas pesquisas, o capitão Francisco Antonio Teixeira de Sousa tinha casado duas vezes, uma com Marianna Lopes Viégas, e depois, com Joaquina Lúcia da Conceição. Além disso, o registro de óbito dele informava que morreu em 27 de setembro de 1888, já viúvo de Joaquina Lúcia, com a idade de 102 anos mais ou menos, sendo a causa da morte, velhice.
O primeiro documento que encontrei, na Gazeta do Natal, datado de 10 de outubro de 1888, dizia que o capitão Francisco Antonio Teixeira de Souza, tinha falecido em 27 de setembro de 1888, mas com a idade de 106 anos. Melhor ainda, informava que ele tinha nascido em 5 de janeiro de 1783 (talvez 1782, pelas contas, ou 105 anos de idade), dia em que seu pai, o capitão Francisco Antonio Teixeira de Souza, assumia as suas funções do cargo de Juiz Ordinário na Vila da Princesa, hoje cidade do Assú.
Com as informações acima, ficava patente que tínhamos dois Francisco Antonio Teixeira de Souza, e parte da história sobre os Teixeira de Souza precisava ser reescrita. Como sempre repito, a duplicação de nomes gera problemas para os genealogistas. Vamos ao segundo documento, o batismo que encontramos, inserido no meio de registros de batismos de 1848, transcrito pelo Reverendo Manuel Januário Bezerra Cavalcanti. Um achado e tanto!
João, filho legítimo de Francisco Antonio Teixeira de Souza e Florentina Lopes Viégas, nasceu em dias do ano de mil setecentos, e noventa e seis, e foi batizado no mesmo ano, nesta matriz de São João Baptista do Assú, pelo Reverendo Vigário Francisco de Salles Gurjão, com os santos óleos; foram padrinhos o capitão-mor João do Rego Barros, e Anna Francisca da Conceição, todos desta Freguesia. Do que fiz este termo em que assino. Manoel Januário Bezerra Cavalcanti.
No registro acima, a esposa do primeiro Francisco, era Florentina, e não Florinda como escreveram Aluízio e Nestor. Esse, portanto, era o nome da filha do tenente Antonio Lopes Viégas, salvo equívoco no registro de batismo.
Quanto ao segundo Francisco Antonio Teixeira de Souza, filho do primeiro, temos as seguintes informações extraídas da Gazeta do Natal: seu primeiro casamento teve lugar no dia 8 de janeiro de 1810 com Dona Marianna Lopes Viégas, filha do capitão Francisco Lopes Viégas. Desse casamento teve 20 filhos, passando à segunda núpcias, em 20 de setembro de 1840, com sua sobrinha D. Joaquina Lúcia Viégas, filha do Alferes Francisco Lopes Viégas. Deste 2º consórcio teve 16 filhos, com os quais fez o número de 36.
Assim, Francisco Antonio (2º do nome) casou, a primeira vez, com uma prima. Se D. Joaquina Lúcia era sobrinha de Francisco Antonio, então o alferes Francisco Lopes Viégas devia ser irmão dele.
Por enquanto, não dá mais para fazer ilações, principalmente, por conta das repetições de nomes. Assim, evitamos novos erros. Agora, resta descobrir quem eram os ascendentes de Francisco Antonio Teixeira de Souza (1° do nome) que tinha parentesco com Frei Miguelinho. Lembramos que a mãe de Miguelinho, Dona Francisca Antonia Teixeira, era neta do português de Arrifana de Sousa, Francisco Pinheiro Teixeira e de Dona Maria da Conceição Barros.
O texto completo sobre o Francisco Antonio (2º do nome), que encontramos na Gazeta, foi postado no blog.
Aproveitamos este espaço para parabenizar o Arquivo da Cúria e o Departamento de História da UFRN pela digitalização dos microfilmes dos livros de batismos, casamentos e óbitos, que atualmente realizam. Nota 10.


João de Francisco Antonio e Florentina

 

sábado, 16 de fevereiro de 2013


Meu Senhor, sou tua argila,
Manda de novo o teu vento,
Destruir minhas plantações,
Para que eu não veja, ao longe,
Senão, este deserto imenso,
E esta solidão de estrelas,
Onde te encontro.

Meu Senhor, sou tua criação,
Manda de novo o teu anjo,
Dispersar os meus rebanhos,
Para que eu não veja, ao longe,
Senão, esta montanha, Sião,
E estas torres muito altas,
Que se perdem, no azul destes ocasos,
Bordados com as cores do teu Manto.

Walflan de Queiroz [1930-1935], poeta norte-riograndense

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...