quarta-feira, 10 de junho de 2015

CONTRATO DE PROFESSORA EM 1923 PROIBIA DE CASAR, FREQUENTAR SORVETERIAS E ANDAR COM HOMENS


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Contrato de professores em 1923 apresentava rigidez em compromissos - Reprodução Facebook - CLIQUE NA FOTO PARA VER O DOCUMENTO COMPLETO...
Contrato de professores em 1923 apresentava rigidez em compromissos – Reprodução Facebook – CLIQUE NA FOTO PARA VER O DOCUMENTO COMPLETO…

Publicado no Facebook, documento extraído de artigo acadêmico impressiona pelo rigor. Fumar ou beber causava demissão

Por Raphael Kapa
Não fumar, não beber, não sair de casa de noite e não se casar. Esses eram alguns dos termos exigidos em um contrato para ser professora em São Paulo em 1923. O documento que está sendo compartilhado no Facebook é um anexo de um artigo da historiadora Jane Soares de Almeida. No seu trabalho, a pesquisadora fala sobre a transformação da profissão de professores e da inserção das mulheres no cargo e suas restrições.
“A parcela feminina da população reclamava maior nível de instrução e a Escola Normal se tornou bastante procurada pelas jovens paulistas oriundas não apenas da classe média, mas também das famílias mais abastadas do estado por oferecer a oportunidade de prosseguimento de estudos. Para a admissão na escola era exigida a verificação da idade, da saúde, da inteligência e personalidade, fato que demonstra a elitização do curso no período, nos rastros de uma política educacional bastante autoritária. Para as moças era ainda necessário apresentar autorização do pai ou do marido no ato da matrícula”, escreveu Jane.
O contrato mostra uma rigidez caso algumas de suas regras fossem descumpridas. A primeira delas é clara: “Não se casar. Este contrato ficará automaticamente anulado e sem efeito se a professora se casa”.
O segundo e o terceiro pontos já não deixam brechas para que o primeiro ocorra. Era proibido:
“2. Não andar na companhia de homens. 3. Ficar em sua casa entre às 8h da noite e às 6h da manhã, a não ser que seja para atender a uma função escolar”.
Viagens também não eram permitidas sem autorização e passeios pelas sorveterias da cidade eram proibidos. Consumo de cigarro, uísque, vinho ou cerveja configurava como quebra de contrato imediato. A autora, em seu artigo, mostra que estas noções em plena República demonstra uma contradição.

Imagem Meramente ilustrativa de uma escola brasileira nos anos 20 do século passado - Fonte - ieccmemorias.wordpress.com
Imagem Meramente ilustrativa de uma escola brasileira nos anos 20 do século passado – Fonte – ieccmemorias.wordpress.com

“Apesar das expectativas alvissareiras da ordem e do progresso do século XX, a higiene, a moralidade e religiosidade, a pureza, os ideais de preservação da raça, da sobrevivência social, estamparam no sexo feminino seu emblema de manutenção da sociedade tradicional e as mulheres continuaram sendo submetidas a padrões comportamentais que serviram para impor barreiras à sua liberdade, autonomia e principalmente sobre a sexualidade”, escreveu Jane.
Nota de Rostand Medeiros, administrador do Blog Tok de História – 
Eu tive uma tia avó chamada Martha Maria de Medeiros, que foi professora a partir de 1924, no sertão do Seridó Potiguar, mais precisamente em Acari e Carnaúba.
Talvez inconformada com a sua condição, ela se posicionou contra o que preconizava a sociedade de deu tempo. Tornou-se em 1927 a primeira mulher a receber de um juiz o título eleitoral e em 1935 politicamente seguiu o Interventor Mario Câmara e deixou de lado as orientações políticas vindas da família Lamartine, então muito forte na política potiguar. Pagou um preço altíssimo em perseguições sociais e políticas. Quando ela faleceu em 1980 eu tinha 14 anos, mas tive oportunidade de ouvir muito sobre a nossa família e o que ela sofreu apenas pelo fato de ser mulher e pensar!
Mas não esqueço do seu orgulho e altivez, ao recordar que não aceitou que lhe dissessem o rumo que devia seguir.
Recordei-me dela ao postar este material…
Leia mais sobre esse assunto em

terça-feira, 9 de junho de 2015

Vive mais feliz
quem tem olhos capazes de contemplar a simplicidade.
É nas mais pequeninas coisas
que tudo aquilo que realmente importa 
se revela com maior nitidez.
Cristina Costa


segunda-feira, 8 de junho de 2015

A VERDADE POR TRÁS DE MARIA BONITA

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Aos 18 anos, Maria Gomes conheceu Lampião, um caboclo alto, corcunda, manco e caolho. Curiosamente, o apelido pelo qual ficou conhecida não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, inventado por jornalistas.

Autor – Felipe Torres
PUBLICADO EM – http://lounge.obviousmag.org/sarcasmo_e_sonho/2014/08/a-verdade-por-tras-de-maria-bonita.html
Ano de 1929, município de Jeremoabo, Sertão da Bahia. Lampião era um caboclo alto, um tanto corcunda, cego do olho direito, óculos ao estilo professor, manco de um pé (baleado três anos antes), com moedas de ouro costuradas na roupa. Exalava mistura forte de perfume francês com suor acumulado de muitos dias. O cangaceiro podia até não preencher os requisitos de um bom partido, mas foi com esses atributos que conquistou a futura mulher, filha de casal com uma dezena de filhos.
Maria Gomes Oliveira tinha 18 anos quando subiu na garupa do cavalo de Virgulino Ferreira da Silva. Corpo bem feito, olhos e cabelos castanhos, um metro e cinquenta e seis de altura, testa vertical, nariz afilado. Era bonita, habilidosa na costura (assim como era Lampião) e adorava dançar. Foi o suficiente para Virgulino quebrar a tradição do cangaço e permitir o ingresso de uma mulher nos bandos, o que abriu precedente para várias outras.
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Curiosamente, ela nunca foi conhecida como “Maria Bonita”. Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, o “nome de guerra” não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, por meio do uma “conspiração” de jornalistas. A partir dali, tomou conta do Brasil.
Até então, a mulher de Lampião era chamada de Rainha do Cangaço, Maria de Dona Déa, Maria de Déa de Zé Felipe ou Maria do Capitão. O nome definitivo surgiu inspirado em um romance de 1914, Maria Bonita, de Júlio Afrânio Peixoto, adaptado para o cinema 23 anos depois. Vários repórteres chegaram ao consenso para padronizar a informação disseminada pelos jornais impressos.
Nos três primeiros anos, de 1929 a 1932, as mulheres do cangaço ficavam reclusas no Raso da Catarina, refúgio no nordeste da Bahia. Quando, enfim, foram autorizadas a acompanhar os bandos de cangaceiros, passaram a conviver com a elite sertaneja, esposas e filhas de coronéis poderosos.
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“Disso resulta o aprimoramento da estética presente em trajes e equipamentos, além do aburguesamento de maneiras. A máquina de costura, o gramofone, a lanterna elétrica portátil – e logo, a filmadora alemã e a câmera fotográfica, pelas mãos do libanês Benjamin Abrahão – chegam ao centro da caatinga, amenizando os esconderijos mais seguros, levados pelos coiteiros”, destaca Frederico Pernambucano de Mello

SOBRE A FAMÍLIA ALVES:

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Tive algumas dificuldades na descoberta de alguns parentescos, em virtude de segredos que eram mantidos por familiares. Grande parte desses segredos vinha do nascimento de filhos naturais, como se isso não fosse comum nas famílias do mundo todo, desde o começo dos tempos.
A primeira dessas dificuldades veio quando tentei descobrir o parentesco do Senador Georgino Avelino com a nossa família. Todo mundo era parente dele, mas não ninguém sabia explicar como. Através de exaustivas pesquisas em documentos fui me aproximando mais e mais da verdade. Ela somente foi confirmada através do meu parente José Nazareno Avelino, morador no Assú. O avó do Senador Georgino, Vicente Maria da Costa Avelino, era filho bastardo (como se dizia naquela época) do meu trisavô Alexandre Avelino da Costa Martins.
Depois, tentei descobrir como era nosso parentesco com os Alves. Papai deixou escrito que tanto os Alves Fernandes como os Rodrigues do Baixo Assú e Macau eram do clã do velho José Martins Ferreira. Foi uma pesquisa difícil, aonde a maior dificuldade vinha da afirmação que os Alves eram de Santana do Matos. Minha irmã, que conversou mais com minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, afirmava que ela era prima legitima de seu Nezinho. Ninguém mais sabia dizer coisa alguma. Cheguei a conversar com membros da família Alves, incluindo aí, descendentes de Manoel Alves Martins Filho, irmão de seu Nezinho, mas qualquer elo para eles estava distante no tempo. Somente, quando encontrei, lá no Fórum de Assú, o inventário de meu tio-bisavô José Alves Martins, tudo se esclareceu repentinamente. Nele estavam nomeados todos os nove filhos dele e da sua esposa Francisca Martins de Oliveira, incluindo aí Manoel Alves Martins, Josefina Emília, Militão Alves Martins e Delfino Alves Martins.
Minha tia Águida Torres Avelino foi casada com Bernardo Pinto de Abreu. Não tinha nenhuma informação sobre ele. Procurei entre os familiares mais detalhes, mas nada. Com a ajuda de meus tios Francisco Avelino e Láercio Avelino, localizei no Rio de Janeiro, Fátima Pantoja e Manoel Pantoja, filhos de Pintinha (Maria Pinto de Abreu) e netos maternos de tia Águida. Havia um ranço com relação a minha tia-avó, pois ela, quando viúva de Bernardo Pinto de Abreu, teve uma filha natural, conhecida na família com Ritinha. Deram-me o telefone de Rosália Pinto de Abreu, outra filha de Bernardo e Águida, que mora em Recife, e, atualmente está com 107 anos. Como na época estava doente, conversei tranquilamente com Irene filha dela que me deu maiores detalhes dessa descendência, que já comentei em artigo anterior.
Um dia quando meu tio Chiquinho esteve aqui em Natal, perguntei por que ele não tinha o nome completo do seu avô Francisco Avelino da Costa Bezerra. Ele me respondeu que isso aconteceu por conta da existência de um filho bastardo desse referido avô. Agora, quando da vinda de Francisco Avelino Neto, por conta da doença de mamãe, resolvi continuar a conversa. Queria saber mais detalhes, iniciando pelo nome desse irmão de meu avô. Chamava-se Luiz Torres. Foi descrito como um homem alto e moreno. Meus tios lembravam-se de um dos filhos dele, de nome Chico Torres. Tia Francisquinha disse que estudou com ele, no primário, lá em Angicos, e tio Laércio disse que ele, Chico Torres, foi casado com a viúva de um tal Clarindo Dantas.
Uma pergunta que meus tios não souberam responder: Se Luiz era filho natural de Francisco Avelino da Costa Bezerra, porque ele tinha o sobrenome da esposa dele, Josefa Maria da Costa Torres? Nas pesquisas que tenho feito em livros de registros que começam em 1688, filhos naturais estão sempre presentes. A esposa do português Manoel Raposo da Câmara nasceu antes dos pais se casarem. O coronel Francisco Machado de Oliveira Barros gerou um filho natural que foi presidente de nossa Província, Joaquim José do Rego Barros. Minha tetravó Lourença Dias da Rosa nasceu antes de sua mãe, a viúva Francisca Xavier Lopes, casar com meu tetravô Francisco Xavier da Cruz. Não esperou pelo casamento com o primo. Os padres Thomaz Pereira de Araújo, Francisco de Brito Guerra, Antonio de Souza Martins, Pantaleão da Costa Araújo e tantos outros deixaram larga descendência por aqui. Jerônimo de Albuquerque Maranhão, uma das figuras exponenciais da nossa história, era filho natural de Jerônimo de Albuquerque com uma índia.


Batismo de Lourença Dias da Rosa
Fonte: Hipotenusa.

Do blog: Assu na ponta da çongua

sábado, 6 de junho de 2015


En la bandera de la liberdad bordé el amor más grande de mi vida.

Federico Garcia Lorca (1898-1836), poeta espanhol, uma das maiores vozes da literatura espanhola.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Abraço 40: Moradores do conjunto Núbia Lafayette receberam Júnior e Alzenir com muita alegria, o abraço 40 foi uma grande festa!

Veja como foi AQUI

PASTORIL




Pastoril de Dona Joaquina , de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte - Foto de Isaias Carlos
Pastoril de Dona Joaquina , de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte – Foto de Isaias Carlos – CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

Texto – Valdemar Valente
O Pastoril integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, particularmente, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. É um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos, sendo os outros o Bumba-meu-boi, Mamulengo e Fandango.
De tais espetáculos, participa o povo ativamente, com suas estimulantes interferências não se comportando apenas como passivo espectador, a exemplo do que acontece com os espetáculos eruditos. Muitas destas interferências, servindo de deixa para inteligentes e engraçadas improvisações, imprimindo ao espetáculo formas diferentes e inesperadas de movimento e animação.
A comunicação entre palco – geralmente um coreto – e platéia – esta, quase sempre ocupando grandes espaços abertos – entre personagens e espectadores, não se faz somente sob influência que a peça, por seu enredo e por sua interpretação, possa exercer sobre a assistência. Nem simplesmente – aqui admitindo teatro erudito bem educado – através dos aplausos convencionais, quase sempre sob forma de palmas. Palmas que às vezes revelam apenas educação ou incentivo.
No Pastoril, os espectadores, representados pelo povo, a comunicação com os personagens faz-se franca e informalmente, não só com palmas, mas com vaias e assobios, com dedos rasgando as bocas, piadas e ditos, apelidos e descomposturas.
Tudo isto enriquece o espetáculo de novos elementos de atração, dando-lhes nova motivação, reativando-o, recriando-o pela substituição de elementos socialmente menos válidos, por outros mais atuantes e mais condizentes com o gosto e os interesses momentâneos da comunidade para a qual ele exibe. Deste modo, revitaliza-se o espetáculo, permanecendo sempre dinâmico e atualizado, alimentando no espírito do povo e no dos próprios personagens um conteúdo emocional que tem no imprevisto e no suspense sua principal tônica.
Nos começos, o auto natalino, que deve ter surgido na terceira década do século XIII, em Grecio, sua primeira apresentação teatral não passava do drama hierático do nascimento de Jesus, com bailados e cantos especiais, evocando a cena da Natividade.
Com o correr do tempo, os autos baseados na temática natalina se separam em duas direções: uns, seguindo a linha hierática, receberam o nome de Presépios ou Lapinha, outros, de Pastoris.
Em Pernambuco, o primeiro Presépio surgiu nos fins do século XVI, em cerimônia realizada, no Convento de São Francisco, emOlinda.Com as pastorinhas cantando loas, tomou o Presépio não só forma animada, mas dramática, ao lado da pura representação estática de gente e de bichos.
A dramatização do tema, agindo em função didática, permitiu fácil compreensão do episódio na Natividade. A cena para da, evocativa do nascimento de Jesus, movimenta-se, ganha vida, sai do seu mutismo, com a incorporação de recursos, não apenas visuais, também sonoros.

Pastoril Dona Joaquina - Foto de Isaias Carlos
Pastoril Dona Joaquina – Foto de Isaias Carlos

O Presépio, representado em conventos, igrejas ou casas de família, reunia mocinhas e meninas, cantando canções que lembram o nascimento de Cristo. As canções, obedecendo a uma seqüência de atos que se chamam jornadas, são entoadas com o maior respeito e ar piedoso pelas meninas e jovens de pastorinhas.
O Pastoril, embora não deixasse de evocar a Natividade, caracteriza-se pelo ar profano. Por certa licenciosidade e até pelo exagero pornográfico, como aconteceu nos Pastoris antigos do Recife.
As pastoras, na forma profana do auto natalino, eram geralmente mulheres de reputação duvidosa, sendo mesmo conhecidas prostitutas, usando roupas escandalosas para a época, caracterizadas pelos decotes arrojados, pondo à mostra os seios, e os vestidos curtíssimos, muito acima dos joelhos.
Do Pastoril faz parte uma figura curiosa: O Velho. Cabia ao Velho, com suas largas calças, seus paletós alambasados, seus folgadíssimos colarinhos, seus ditos, suas piadas, suas anedotas, suas canções obsenas, animar o espetáculo, mexendo com as pastoras, que formavam dois grupos, chamados de cordões: o cordão encarnado e o cordão azul. Também tirava o Velho pilhérias com os espectadores, inclusive, recebendo dinheiro para dar os famosos “bailes”, – descomposturas – em pessoas indicadas como alvo. “Bailes”, que, muitas vezes, terminavam, terminavam, nos pastoris antigos dos arrabaldes do Recife, em charivari, ao qual não faltava a presença de punhais e pistolas.
O Velho também se encarregava de comandar os “leilões”, ofertando rosas e cravos, que recebiam lances cada vez maiores, em benefícios das pastoras, que tinham seus afeiçoados e torcedores. Nos Presépios atuais, como nos Pastoris, encontram-se ainda os dois cordões. O Encarnado, no qual figuram a Mestra, a 1ª do Encarnado e a 2ª do Encarnado, e o Azul, com a Contra-Mestra, a 1ª do Azul e a 2ª do Azul.
Entre os dois cordões, como elemento neutro, moderando a exaltação dos torcedores e simpatizantes, baila a Diana, com seu vestido metade encarnado, metade azul.
Foram famosos no Recife, até começos da década de 30, os pastoris do Velho Bahu, que funcionava aos sábados, ora na Torre, ora na ilha do Leite, também, os dos velhos Catotas, Canela-de-Aço e Herotides.
Hoje, os pastoris desapareceram do Recife. Só nos arrabaldes mais distantes ou em algumas cidades do interior, eles são vistos. Mesmo assim, sem as características que marcavam os velhos pastoris do Recife, não deixando, no entanto, de cantar as jornadas do começo e do fim: a do Boa Noite e da despedida. O que vemos hoje são presépios ou lapinhas.
Presépio tradicional do Recife, exibindo-se em grande sítio do Zumbi, era dos irmãos Valença, infelizmente há vários anos sem funcionar.

MARCAS QUE SE FORAM:

MARCAS PIONEIRAS DO CATOLICISMO EM ASSÚ
TERRENO PARA IGREJA

1712 – Sebastião de Souza Jorge doou o terreno para serem construídas: a Igreja de São João Batista (atual Matriz) e a Casa Paroquial da então povoação do Assú.

TRABALHOS RELIGIOSOS 

1720/28 – Em Assú os primeiros trabalhos religiosos, foram desenvolvidos pelo Padre Manoel de Mesquita e Silva implantando o hábito religioso ligado à religião Católica Apostólica Romana. Os primeiros atos religiosos ocorreram sob as sombras das frondosas árvores.

FREGUESIA

24 de junho 1726 - Vigariava a Povoação o Padre Manoel de Mesquita e Silva (1726-28), quando foi criada a segunda Freguesia da Capitania do Rio Grande, uma Casa de Oração na Ribeira do Assú, tendo como Padroeiro São João Batista. (Silveira, 1995: 72). A Freguesia de São João Batista do Assú foi a quinta freguesia do Brasil e a primeira a ter como padroeiro São João Batista – O Precursor do Messias.

VISITA DO BISPO 

1746 – O Bispo de Pernambuco, D.FçR. Luís de Santa Teresa, em seu relatório, descrevia a Igreja de São João Batista do Assú: “... Cuja Igreja suficiente pelas suas dimensões, é construída de madeira e barro, tendo apenas um ornamento encarnado e branco, ressente-se absolutamente de obras de prata”.
         Na Capitania do Rio Grande, em 1746, existiam duas freguesias: Natal e Assu (já era a Paróquia do Assu viva em 1726), criando Dom Luiz de Santa Teresa (7º Bispo de Olinda) as freguesias de Caicó e Goianinha. (Marinho, 57, 2006).
        Em tempo: essa referência corresponde a primeira capela construída de madeira e barro onde atualmente esta localizada a Praça São João (marco zero da cidade).  

JULGADO

1754 - 29 de novembro - A Povoação de São João Batista da Ribeira do Assú passou à categoria de JULGADO DO ASSÚ. (Silveira, 1995: 129). O Senado da Câmara de Natal foi contra essa justa pretensão. A despeito, porém, de tal oposição, o Rei, neste dia, despachou favoravelmente o pedido, passando a então florescente Povoação à categoria de Julgado.
          A Povoação de São João Batista da Ribeira do Assú possuía 405 fogos, já era freguesia. (Silveira, 1995: 129). 

O TEMPLO DA MATRIZ

1760/71 - Coordena os trabalhos da Freguesia o Padre João Saraiva de Araújo. (Silveira, 1995:129). Em 15 de julho de 1760 teve início à construção daIgreja de São João Batista (atual Matriz) no terreno doado por Sebastião de Souza Jorge (1712) obedecendo ao projeto em estilo romano por dentro e por fora barroco. As primeiras pedras para edificação foram transportadas nos carros de bois. (Amorim, 1929; 22). Em 06 setembro de 1761 - Chegaram do Apodi alguns índios que começaram a trabalhar nos serviços da Igreja, a 14 do referido mês.

     EM TEMPO: Igreja mais antiga no Brasil que ainda continua em pé está localizada na Bahia, na cidade de Porto Seguro. Chama-se Igreja da Misericórdia. Foi construída em 1526, em cuja época era chamada de Nossa Senhora dos Passos. Não há indícios de que o referido templo tenha sido reconstruído, o que sugere que a obra arquitetônica é original mesmo.No entanto, ela é a mais antiga que continua em pé, porque a primeira igreja construída no Brasil aponta para o ano 1503, também em Porto Seguro. Em Olinda, Pernambuco, existe ainda uma terceira igreja que fora construída no século XVI, por volta de 1550, que permanece em pé, até hoje. (br.answers.yahoo.com).

FESTA DE SÃO JOÃO

2015 - A comunidade religiosa do Assú, devota de São João - o precursor do Messias - está vivenciando 289 anos de festa religiosa, ininterruptamente. Os folguedos  populares, cognominados de profanos, complementam os festejos, cada período com suas particularidades folclóricas.    

Fonte: "Marcas que se Foram" - livro inédito de Ivan Pinheiro.
Foto: Colorindo a Fé - Luiz Neto - Assu/RN - www.flickr.com

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Os Anos 40

Nesta época, os conflitos armados que assolaram a década anterior chegaram ao apogeu, todas as atenções estavam voltadas para a segunda guerra mundial.

A silhueta era em estilo militar, o corte era reto e masculino, com casacos de ombros alcochoados angulosos e apertavam na cintura.

As saias eram  mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas se tornaram práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.

Em 1941, o racionamento de roupas foi estabelecido e era comum uma prática antiga, a costura feita em casa e o aproveitamento do velho, usado.

Na Grã-Bretanha, o "Fashion Group of Great Britain", comandado por Molyneux, criou 32 peças de vestuário para serem produzidas em massa.

A intenção era criar roupas mais atraentes, apesar das restrições.
O corte era reto e masculino, ainda em estilo militar.

As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o "tweed", muito usado na época.


O nylon e a seda estavam em falta, fazendo com que as meias finas desaparecessem do mercado. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.

Os cabelos das mulheres estavam mais longos que os dos anos 30. Com a dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos. Os lenços também foram muitos usados nessa época.

A maquilagem era improvisada com elementos caseiros. Alguns fabricantes apenas recarregavam as embalagens de batom, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica.

Nesse período surgiram muitos adornos e modelos de chapéus. Alguns grandes, com flores e véus, outros menores, de feltro, em estilo militar.

A alta costura ficou restrita às mulheres de comandantes alemães, dos embaixadoeres e àqueles que podiam freqüentar as grandes maisons.

O artesanato se desenvolveu, com a escasses de matéria prima, as bolsas de couro eram raras, e muitas eram confeccionadas em tecido.

Apesar de algumas bolsas já serem confeccionadas com o revolucionário zíper, houve uma restrição com relação ao seu uso e também com o fecho de metal, surgindo assim outros materiais como a madeira.

A partir da década de 40 os calçados começaram a ser fabricados em massa, as indústrias de calçados começam a trocar o couro por materiais sintéticos e pela borracha, os estilistas que se desdobrarem e serem muito criativos, então passam a incorporar nos calçados varias tipos de materiais antes não utilizados como: Peles de répteis, cortiça, solados de madeira presos por grampos, os ornamentos foram mantidos o mínimo necessário.

Algumas mulheres chegaram a utilizar alguns utensílios domésticos para decorarem seus sapatos de festas como o celofane e outros.

Em 1947, Christian Dior lançou o “New Look”, que era, basicamente, composto por saias amplas quase até os tornozelos, cinturas bem marcadas e ombros naturais.

Era a volta da mulher feminina e elegante.



CÂNDIDO PORTINARI, pintor - 1903-1962

quinta-feira, 4 de junho de 2015


EPÍLOGO
foi onde a nascente se perdeu
que o sal dos dias se fez pele
da minha pele
ainda que as águas regressem
ficarei
neste longe em que me adivinhas,
neste limbo outrora mar.
as horas
também envelhecem...
João Carlos Esteves
in “Marginália” (Edita-Me editora, 2015)
(Imagem de Milos BurKhardt Burki)

UTILIDADE PÚBLICA - DESAPOSENTAÇÃO


Desaposentação??? Não! - Surge uma nova tese para aproveitar as contribuições pagas após a concessão do atual benefício.
Surge uma nova ação para reparar uma grande injustiça para com os trabalhadores que se aposentaram e continuaram trabalhando e contribuído ao INSS, detalhe, não é a já conhecida e chamada de Desaposentação.
A desaposentação como muitos já conhecem ou ouviram falar se trata de um direito em tese onde o segurado que se aposentou e continuou contribuindo ao INSS requer através de ação judicial a renúncia do atual benefício para a concessão de um novo mais vantajoso, aproveitando assim, o histórico de contribuições do atual benefício, somado as contribuições pagas ao INSS depois de aposentado, pedindo assim um novo benefício mais vantajoso.
O direito a desaposentação já foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça, porém, atualmente aguarda julgamento pelo Supremo Tribunal Federal que dará palavra final se é possível ou não incluir as contribuições pagas ao INSS após a concessão de primeiro benefício para o cálculo de um novo benefício.
Esta nova ação que tratamos nesse assunto, apesar de também ser uma ação de renúncia ao atual benefício para a concessão de um novo mais vantajoso através das contribuições paga concessão da aposentadoria que o segurado já recebe é diferente da Desaposentação já conhecida, isto porque nela, não se pede o aproveitamento das contribuições do benefício que o segurado já recebe, pede apenas que seja concedido um novo benefício com base nas contribuições pagas ao INSS após a concessão do benefício atual.
Para facilitar o entendimento, podemos citar o caso de um segurado aposentado por tempo de contribuição em 1995 e que recebe hoje por volta de R$ 1.500,00. Após a aposentadoria, o segurado continuou trabalhando e contribuindo obrigatoriamente ao INSS por mais 20 anos com contribuições altas, próximo ao teto.
Através dos cálculos de concessão de aposentadoria, podemos verifique que, caso ele ingressasse com o pedido de renuncia ao benefício atual com pedido de uma nova aposentadoria por idade (lembrando que não incide fator previdenciário, somente se for favorável), com base nas contribuições pagas durante os 20 anos após a concessão do benefício que já recebe (lembrando que o requisito de aposentadoria por idade são 65 anos de idade para homens e 60 anos para mulheres e com o mínimo de 180 contribuições), ele teria direito há um benefício muito mais vantajoso, sendo que esse valor poderia chegar ao teto máximo pago pelo INSS, ou seja, cerca de R$ 4.666,00.
Ou seja, o que diferencia esse novo pedido é que o segurado não pretende incluir as contribuições pagas após a sua aposentadoria junto ao cálculo da aposentadoria que já recebe atualmente, na verdade ele renuncia totalmente ao seu benefício atual, desprezando todo o tempo e valores de contribuições pagos ao INSS até a concessão da aposentadoria que recebe atualmente e assim, pede a concessão de um novo benefício mais vantajoso, com base exclusivamente nas contribuições que foram pagas ao INSS após a concessão do benefício que recebe atualmente, e ao invés de pedir uma aposentadoria por tempo de contribuição, o segurado pede uma aposentadoria por idade, muito mais vantajoso.
Porém, resta deixar bem claro que, essa ação somente serviria para aposentados que recolheram mais de 180 contribuições após a concessão da aposentadoria que recebe e no caso dos homens que tenha no mínimo 65 anos e as mulheres 60 anos de idade, preenchendo assim, os requisitos de aposentadoria por idade.

Para finalizar, é imprescindível também que sejam elaborados os cálculos de forma antecipada para o segurado ter certeza que o novo benefício a ser requerido seja mais vantajoso em relação ao benefício que recebe atualmente.
Nesse sentido já vem decidindo o poder judiciário, determinando inclusive a imediata implantação do novo benefício através da chama Tutela Antecipada:

"Como se depreende da leitura do acórdão citado, é perfeitamente possível a concessão do benefício de aposentadoria por idade, com renúncia à aposentadoria por tempo de contribuição, caso o segurado cumpra os requisitos para a concessão da aposentadoria por idade com as contribuições vertidas no período posterior à concessão da primeira aposentadoria. Isso porque não se caracterizaria como desaposentação, para cômputo do mesmo período contributivo, mas de outro que se formou em data posterior, caracterizando o direito ao benefício mais benéfico ao segurado.
No caso dos autos, verifico presente o manifesto receio de dano irreparável ou de difícil reparação, considerando que a parte autora, atualmente próxima a completar 92 anos de idade, está percebendo valores equivalentes a 1/3 do valor do benefício a que tem direito, comprometendo suas necessidades de caráter alimentar e a sua dignidade. Isso posto, considerando que a parte autora conta com 228 contribuições ao sistema previdenciário, recolhidos após a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, o cumprimento do requisito idade e, ainda, os requisitos específicos para a concessão da tutela antecipada, defiro o pedido formulado pela parte autora.
Ante o exposto, ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL para permitir à parte autora a renúncia do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (NB XX/XX.XXX.XX-X) e determinar ao INSS que conceda imediatamente o benefício de aposentadoria por idade urbana, benefício mais vantajoso, em favor da autora"
Caso queira outras informações entre em contato por email :

fabiomotta@fabiomotta.adv.br ou motta_fabio@hotmail.com

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Cordialmente,
Fábio Motta- advogado
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"Propagando o direito, defendendo a sociedade contra o sistema"

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