domingo, 18 de agosto de 2013

Após três décadas, seca faz ressurgir das águas os escombros da antiga cidade de São Rafael

Com a longa estiagem, moradores de São Rafael estão revivendo parte de uma história que foi encoberta pelas águas. Com o nível da barragem baixo, ruínas da antiga cidade reapareceram novamente, após ser inundada em 1985.
Por muito tempo ficou à mostra apenas a torre da antiga Igreja, que desabou em 2010. Hoje, todos os lados há muitas pedras e tijolos usados nas construções do passado. Os mais saudosos guardam na lembrança um tempo que submergiu nas águas da maior barragem do RN.  

Créditos: Canindé Soares - abril/2013

sábado, 17 de agosto de 2013

Assu antigo

Estádio Senador João Câmara. Fora demolida para assentar a antiga CIBRAZEN, atual CONAB,além de casas residências e comerciais. Fundado por Arcelino Costa Leitão, na década de cinquenta. Foi o primeiro campo de futebol do Assu. Alí jogaram importantes agremiações futebolísticas como Fortaleza Futebol Clube versus Centro Sportivo Assuense. + estória há contar sobre esse assunto!

Fernando Caldas

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Maria Auxiliadora Macedo Montenegro

 

Da direita: Francisca Ximenes, Maria Auxiliadora, Edgar Montenegro, Evangelina Sá Leitão e Zélia Tavares. Velhos tempos.

Maria Auxiliadora Caldas Macedo era o seu nome de solteira. Casada com Edgrd Borges Montenegro passou a se chamar Maria Auxiliadora Macedo Montenegro. Era filha de Maria Terezinha Caldas Macedo (dos Caldas de Ipanguaçu) e do Português João Macedo. Faleceu hoje na capital potiguar onde tinha residência fixa. Maria há 17 anos vivia em estado vegetativo. Sobre aquela figura que orgulha o Assu,  escreveu seu filho Paulo Montenegro, a crônica que transcrevo adiante, publicada há dez anos atrás, no Jornal de Hoje, de Natal. Vejamos:

"Na véspera da tentativa de Lampião entrar em Mossoró, na distante cidade de Assu, nascia Maria Auxiliadora Caldas Macedo.Vindo ao mundo de uma gravidez inesperada, já tinha seu destino traçado: O de não ter conhecido seu pai e conviver com o sofrimento da mãe (aleijada) durante toda sua vida. Filha do português João Macedo, que se arremediou em Assu vendendo alfinin e de Tereza Caldas dos Caldas de Sacramento hoje Ipanguaçu, esta, não presenciou a saída do marido acompanhado da mulher do juiz da cidade para nunca mais voltar, deixando para trás uma filha na barriga, várias propriedades (Farol, Mutamba, Cumbe, Recreio), ruas de casa no Assu, uma pequena fortuna, vivendo no Recife até 1936.

Moreno, meu filho tem o nome de nossa raça, nossa latinidade, Mas Maria Tereza minha filha carrega o seu nome, o de sua mãe e o de Maria Angelita de Carvalho (Hinha), que veio de Tapera hoje Triunfo para cuidar das duas, a partir de 1927.

Católica, mas não apostólica, nem romana, sempre achava que a benção fosse uma formalidade, porque o respeito para ela sempre foi uma questão de atitude. Não sei se ela é uma mulher do seu tempo, só sei que ela é simplesmente Maria. Calma por natureza e com os princípios fundamentais da vida nunca a vi cometer nenhum dos pecados convencionais ou capitais. Mulher sem preconceito, honesta, com um amor pela vida tão profundo de fazer inveja a morte. Posso citar, em vários episódios, dezenas de exemplos de sua postura (ética), seja no âmbito familiar, político ou no cotidiano. Em todas as suas interferências lá estava Maria Auxiliadora com sua opinião carregada de dignidade.

Em 1946, casa-se com seu primo filho do Major Montenegro, que veio doutor de Lavras para casar com Maria Auxiliadora e ser político na região do Vale do Assu, Edgard Montenegro. Agora, como coadjuvante, vivendo um outro momento, entre a inteligência dos Caldas e a importância dos Montenegros, continuou pontuando sua vida perseguindo a Paz e a Justiça, binômio que conjugou em toda sua trajetória.

A arte e a natureza, foram suas duas grandes paixões. Uma vez em 1989 fomos ao centro de convenção assistir a um teatro de dança contemporânea. Na volta para casa ela me disse: "A arte é quem vai salvar o mundo". Aí me chegou a comprovação de que na política, faltam muitos ingredientes para que o jogo do poder seja o caminho das transformações sociais.

Hoje, sua cidadania é representada por sua filha Rejane Maria, que nasceu também em Assu em 1956 pelas mãos hábeis do doutor Sales, quando ainda não tinha maternidade.

Há oito anos dirigida pelas mãos dos outros (Delmira, Graça, Telúzia, Maria Selma, Dona Edite, família) ainda assim comanda sua casa. E a cada dia mais debilitada, andando menos, falando menos, nunca vi reclamar de nada, como também nunca vi ninguém se dirigir a ela com sentimento de pena. Quando André, neto de Dona Janoca, vinha a sua casa todas as manhãs ela encontrava motivos para viver, E quando Arlete, filha de Aldenora, vem todas as tardes em sua casa passando para a padaria seu olhar brilha e emociona quem passa pela Floriano. Toda codificação da linguagem ela perdeu, mas sua consciência lhe deixa em pé. Em pé de igualdade para com a vida.

As borboletas e os canários amarelos do farol seus companheiros de toda infância, não são mais uma prova de sua presença. Mas o flambyant vermelho plantado por Pau de Lenha, o eco da pancada do Machado de Pedro de Melo e os oitizeiros da Floriano Peixoto são testemunhas que por aqui vive uma mulher forte e corajosa.

Ainda espero vê-la sorrir. Talvez na possibilidade de voltar a sua terra e pisar o chão do farol, onde tudo começou. Um sorriso, igual aquele de Telê Santana, quando do gol de Rair, se tornando campeão do mundo na década de 90. E cumprindo um ditado que sempre defendeu, concluo esse simples artigo, nem alegre nem triste, que escrevo com seus óculos (hoje meu), molhando o rascunho desse texto com lágrimas de orgulho."

Postado por Fernando Caldas

Em tempo: O sepultamento de Maria Auxiliador ocorrerá amanhã na cidade de Assu, ainda pela manhã. após missa na igreja Matriz de São João Batista.

 
Me vem a noite, todo o cansaço
se esvoaça ante um beijo teu
na claridade da lua, seus abraços
fecho os olhos, escureceu.

Teu corpo quente, e nesse mormaço
o cansaço o amor venceu
Ah! que pena, o arrebol em amarelaço
nos acorda, o dia nasceu.

Edivam Bezerra - Assuense.




Jardins bonitos há muitos, mas só traz alegria o jardim que nascer dentro da gente.

Rubem Alves

 
Do face.

Rosa do desejo

Gilberto Avelino





Gilberto Avelino (1928 - ) era natural de Assu. Mas, a sua terra que escolheu para viver era Macau, importante cidade do litoral potiguar, onde chegou ainda menino novo, em companhia de seus pais. Herdara do seu genitor Edinor Avelino, o dom da poesia. Gilberto era brilhante orador e advogado, poeta lírico, prosador. Sobre a terra macauense onde ele radicou-se, escreveu numa feliz inspiração: "Esta é a terra que amo. De rio em preamar, sereno, onde entre ferrugens e sombras, descansam âncoras, e navegam fantasmas de barcos cinzentos."

Ele era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (cadeira número 35, que tem como patrono o poeta Juvenal Antunes, e da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, além do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Avelino deu a sua colaboração literária em em jornais como "A Imprensa", "O Democrata" e "A Opinião", de Natal, bem como em periódico como "Folha do Nova", de Macau, "O Mossoroense", de Mossoró e "A Cidade", de Assu.

O poeta Avelino (por que não catalogá-lo também como bardo assuense?) publicou os livros como "Moinho e O Vento", 1977. Ele é da geração dos poetas Berilo Wanderley, Zila Mamede, Celso da Silveira, dentre outros. Publicou também os livros intitulados "O Navegador e o Sextante", 1980, "Os Pontos Cardeais", 1982, "Elegias do Mar Aceso em Lua", 1984, "O Vento Leste", 1986, "Além das Salina", 1990 e "As Marés e a Ilha", 1995. Deu a sua colaboração em diversos jornais de Natal e do Recife, como Diário de Pernambuco. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito de Alagoas, em 1955. No seu livro Os Pontos Cardeais, transcrevo abaixo o poema sob o título intitulado "A Ilha e a Lenda", que diz assim para o nosso bem estar:


Aos ventos da foz do rio Açu erguida,
e tendo o nome do seu sesmeiro
Manuel Gonçalves, resistia a ilha -
flor sangrando em meio às marés

altas de sizígia. O mar vinha em espumas
de fogo, e levava, em velozes carrocéis,
pedaço por pedaço do seu chão salgado,
e ante o qual, por amplo tempo, brando

cantara. Luminosas cicatrizes refloresciam
na carne dos seus pacíficos moradores
(pescadores e salineiros). E lhes doía
a última visão - sol em sossego do poente,

que se apagava das casas e pequenas ruas,
onde ressoavam ainda os seus longos
passos. O mar, incandescendo-se de azuis,
a ilha escondeu entre ondas

ardentes e porões abissais que construíra.
Em noites de lua de agosto, quando
o mar reveste-se de brancos algodoais,
os pescadores escutam cantos de sino

que vêm da capelinha insepulta,
e identificam a voz -
tão leve, bela e pura,
da virgem da Conceição falando às águas.

Fernando Caldas

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

ENTREVISTA NA TV METROPOLITANO COM O JORNALISTA GERSON DE CASTRO

Nos estúdios da TV Metropolitano com Gerson de Castro
Nos estúdios da TV Metropolitano com Gerson de Castro
RECENTEMENTE FUI CONVIDADO PELO AMIGO GERSON DE CASTRO, PARA UMA ENTREVISTA NO SEU PROGRAMA MATUTINO.
???????????????????????????????
ALI CONVERSAMOS SOBRE NOSSOS TRABALHOS LITERÁRIOS, SOBRE A QUESTÃO DA MEMÓRIA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL EM NATAL E A NECESSIDADE DA DEMOCRATIZAÇÃO DESTA INFORMAÇÃO HISTÓRICA. VALEU DEMAIS A GERSON PELO PROFISSIONALISMO COMO CONDUZ O SEU TRABALHO.
DSC04050
Foto de: Passarinho no Telhado.
 
"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...E ter paciência para que a vida faça o resto."

William Shakespeare

ASSU

Blocos Carnavalescos do Passado
Nos anos 30 – Destacamos: Os Come Água era dirigido por Joca Marreiro Pessoa. A fantasia era humilde, mais significativa: Calça branca e camisa florida. Na cabeça dos componentes era usada uma fita escrita: “Os Come Água”. No primeiro dia de carnaval, caiu uma grande chuva e quando Joca Marreiro chegou a casa, sua mulher comentou: - Viu Joca, eu não disse que esta faixa não dava certo. Vocês comeram água mesmo. – Joca brincava com muita animação, mas nem bebia e nem deixava os outros beberem. Apesar da musica que cantavam não confirmar isto. 

Ainda nos anos 30 - Os Bengalinhas – Eram mais ou menos 20 componentes bem fantasiados, de chapéus enfeitados e usavam uma bengala. Seus organizadores eram: Solon e Afonso Wanderley. 

Nos anos 40 - Os Piratas – O bloco era dirigido por Chico Belo. Muito bem organizados saiam em 03 alas e visitavam as casas de famílias onde eram bem recepcionados. Um ano tirou em primeiro lugar e foi uma festa na casa do Chico Belo. Neste dia a poetisa Alice Wanderley escreveu uns versos que Boanerges lembrou tão somente de uma quadra: Piratas de Brincadeira/ Piratas no carnaval/ De façanha derradeira/ Destes a nota final.

Nos anos 50 - Os Cangaceiros – O organizador da agremiação carnavalesca era Chico de Laura. Um bloco de 25 a 30 homens representando o cangaço de Lampião  Vestiam uma calça branca e camisa quadriculada e um chapéu típico. Cantavam a música Mulher Rendeira. Todos armados com espingardas, revolveres de madeira, facões, etc. 

Ainda nos anos 50 – Os índios que tinha como Page João Branco. Era um bloco muito bonito e os componentes trajavam as vestes indígenas com muito zelo. Não havia letra nas músicas, pois eram gaitas e tambores. E o homem branco aprisionado, aparentava muito maltrato. 

Nos anos 60 - Boanerges Wanderley descreveu dois Blocos: Os Ciganos que tinha Zé Branco como chefe e Os Vassourinhas este era organizado pelo pernambucano Djalma Barros. Com todo o exagero o carnaval pernambucano foi transferido para o Assú. Djalma com suas filhas bailavam ou até mesmo flutuavam dançando nas ruas de nossa cidade. A música era e não podia deixar de ser: Vassourinhas, ainda hoje tocada em carnavais. As fantasias eram de muito bom gosto e as apresentações encantavam o publico.
Dizem que sentir saudade é bom; que ela alimenta aquele desejo enorme de rever quem a gente tanto gosta, de reviver os momentos que tanto nos fizeram bem. Dizem até que ela faz parte dos melhores sentimentos bons que podemos sentir.

Mas nós temos de concordar: saudade demais incomoda, machuca, dói. Porque lá no fundo a gente sabe que é um pedaço do nosso coração - se não ele todo - gritando por mais, muito mais daqueles minutinhos de prazer e alegria que nós demos a ele. São pedacinhos nossos que ficaram marcados pela poeira do tempo, e nela se prenderam como uma doce recordação do que foi bom.

Saudades, ah... saudade.
Dos tempos em que a mamãe contava boas histórias antes de dormir.
Dos tempos de subir na árvore para fugir da bronca do pai.
Dos tempos de correr pelos gramado molhado na fazenda do avô.
De olhar pela janela enquanto a chuva caía numa tarde solitária de quarta-feira.
Dos tempos de escola, do primeiro amor e da primeira lição de casa incompleta.

Pior que sentir saudade e não poder voltar atrás seja talvez o sentimento de ser indiferente a tudo que vivemos. Porque ninguém é uma ilha, ninguém está isolado e ninguém vive sozinho. Fisicamente sim. Emocionalmente, não.

Do que você sente mais falta? De alguém que passou feito um meteoro na sua vida, ou daquele perfume que você nunca esqueceu?

Conta para a gente aqui na www.aterceiraidade.com Nós temos várias razões e emoções para recordar juntos.
O que é o amor?

Quais os enigmas?
As rubricas marcando a pele...
Os estigmas tatuando a alma
Os desejos torturando a mente
A ansiedade te pedindo calma
Como fosse uma semente um rebento,
Um pão sagrado, um alimento
Uma euforia interior um tormento
Um broto afoito implorando para germinar
Para crescer e quebrar como o mar
Ou viver um eterno contos de fadas ou do vigário
Um rompante, um calmante um escapulário
Uma peça um teatro, um fato do imaginário
Um amor, um amante, sem dias sem brilho
Um diamante?
Em qual dia, em que hora...
Hoje, amanhã ou agora?
E o amor que faz chorar a alma?
O desejo que faz queimar a pureza...
E o beijo que faz selar os lábios...
E suas dúvidas inquisidoras e as certezas...
O que é o amor??

Sonia Gonçalves
Son Dos Poemas
 
De: Só Poesias

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...