A vida é necessariamenteceleste. E por necessariamente celeste, necessariamente imortal Daí o alvo contínuo na marcha que se nos faz para Deus. – O homem tem a seu alvo uma plenitude imortal.
João Lins Caldas, pensador
domingo, 8 de dezembro de 2019
Vamos com a paz de Jesus.
Vamos com a paz de Deus,
Depois da imensa treva, agora a imensa luz.
João Lins Caldas
Não há dúvida que tenho a dizer algumas cousas interessantes. De interessante: a vida a viver.
(João Lins Caldas)
sábado, 7 de dezembro de 2019
As vozes do senhor nos tocam. Nós é que,
nem sempre, tocamos as vozes do Senhor...
As vozes do Senhor são nossas por toda a eternidade. Nós é que, nem sempre, por toda a eternidade, Queremos atender às vozes do senhor.
Um encontro ocorrido segunda-feira (02) nas dependências de Casa de Cultura Popular Sobrado da Baronesa, centro da cidade, iniciou os preparativos para a realização, em janeiro de 2020, da 2ª edição do Festival Curta Verão Assú.
A reunião ocorreu entre o secretário municipal adjunto de Cultura, Paulo Sérgio, e a artista, produtora e ativista cultural mossoroense Katarina Gurgel.
A iniciativa é da Prefeitura do Assú, via Secretaria Municipal de Educação e Cultura, e a Fundação José Augusto (FJA), dentre outros parceiros e apoiadores. A primeira experiência do Festival aconteceu este ano, de 21 a 23 de janeiro passado.
O Cine Teatro Pedro Amorim será o local da concretização do projeto cultural.
A programação do 2º Festival Curta Verão Assú está agendada para o período de 22 a 24 de janeiro de 2020.
O conteúdo do evento engloba produções audiovisuais de Assú, Mossoró e outras cidades da região, do Rio Grande do Norte e de outros estados.
“Faremos um grande intercâmbio cultural cinematográfico, com música, rodas de conversas, workshop e exposições, tendo a oportunidade contar com a participação de pessoas premiadas em festivais de cinema e que desenvolvem trabalhos audiovisuais, com destaques em festivais”, frisou o secretário.
Postado por Pauta Aberta.
"Lá vem a lua saindo Redonda da cor de sangue, Oxente mataram um boi?"
Lá vem a lua saindo Redonda como uma bolacha Uma banda é minha E a outra é sua.
Poesia de pé quebrado, versos que foge da métrica
e a expressão não está correta. Na cidade de Assu de tantos poetas, vivia um
bardo chamado Inácio Nilo dos Santos (Inácio de João Pio como era mais
conhecido). Boêmio inveterado, imitador de mão cheia. Era meu amigo. Morreu
ainda jovem, vitima do alcoolismo. Pois bem. Entre tantos de sua autoria
transcrevo os seguintes versos de pé quebrado:
LUGARES CONHECIDOS, COMO A CASA DO
ITALIANO LETTIERI, NA RIBEIRA, ONDE HOJE É O CONSULADO, E OUTROS
CURIOSOS COMO O ESCRITÓRIO DO FRANCÊS MARCEL GIRARD, REPRESENTANTE DA
AIR FRANCE EM NATAL, SÃO RECORTES DA HISTÓRIA QUE ROSTAND MEDEIROS
ESMIÚÇA COM MUITA PAIXÃO.
A
curiosidade e a paixão pelo Rio Grande do Norte, fez de Rostand
Medeiros um pesquisador insaciável pela história potiguar. Sua curtição é
esmiuçar arquivos públicos, acervos privados, documentos oficiais,
fotos antigas, é também conversar com velhas figuras guardiãs da memória
coletiva do Estado. Dessas viagens no tempo que faz, ele retorna com
material bruto que aos poucos transforma em livro. É de sua autoria, por
exemplo, três biografias “João Rufino-Um visionário de fé” (2011),
sobre o criador do grupo industrial 3 Corações, “Fernando Leitão de
Morais-Da Serra dos Canaviais a Cidade do Sol” (2012) e “Eu não sou
herói – A História de Emil Petr” (2012), este sobre um veterano da 2ª
Guerra Mundial.
Por falar em 2ª Guerra, esse é um dos
principais temas de Rostand, ao lado da história da aviação. Sobre
aviação, ele foi coautor de “Os Cavaleiros do Céu: A Saga do voos de
Ferrarin e Del Prete” (2009), que conta a história do primeiro voo sem
escalas entre a Europa e a América Latina; e sobre a 2ª Guerra, lançou
em 2019 “Sobrevoo: Episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do
Norte”.
Mas agora, ao apagar das luzes de 2019,
Rostand surge com novo livro, ainda dentro de seu tema predileto:
“Lugares de Memória – Edificações e estruturas históricas utilizadas em
Natal durante a Segunda Guerra Mundial”. A obra apresenta 27 locais
referentes aquele tempo, a maioria na Ribeira, trazendo curiosidades
quer ajudam a entender como era o dia a dia de Natal naqueles anos
intensos.
O lançamento do livro será no dia 5 de
dezembro, na Livraria Cooperativa Cultural, na UFRN, às 10 horas. A
publicação sai pela Editora Caravela Selo Cultural e conta com o apoio
do Fundo de Incentivo e Cultura de 2018, da Prefeitura de Natal. Sobre o
livro e aquele período, Rostand Medeiros conversou com a TRIBUNA DO
NORTE.
Inventário
Essa pesquisa começou em 2015, quando a
Promotoria de Justiça de Natal me solicitou a elaboração de um relatório
sobre os locais utilizados pelas forças militares americanas em Natal
durante a Segunda Guerra. Listamos 32 locais históricos entre Natal e
Parnamirim. A ideia era incentivar ações de preservação. Mas naquele ano
nada foi feito. Até que no início de 201, o Ministério Público Federal
do RN, preocupado com a situação do Patrimônio Histórico de Natal,
promove uma audiência sobre o tema. Informo sobre o relatório já feito e
sou solicitado para aprofundar as pesquisas. O que fiz, mas focando
apenas em Natal, fechando em 27 locais relacionados a 2ª Guerra. Agora,
com a parceria da Editora Caravela, estou publicando o trabalho em
livro.
Preservar é importante
O livro fala de locais que se não for
feito nada, vão se perder em ruínas. Mesmo com grande parte dos locais
deteriorados, é um material que aponta para existência de uma rota
turística. De todos os meus livros, esse é o que mais me entusiasmou.
Espero que essa publicação possa ser útil, de repente para ajudar na
preservação dos prédios que cito.
Ribeira
Acho que a 2ª Guerra é um dos aspectos
mais proeminentes da história do Rio Grande do Norte. E nisso está a
Ribeira. O bairro já foi o centro de tudo no Rio Grande do Norte.
Roosevelt e Churchill falam de Natal em suas biografias. Arrisco dizer
que naqueles tempos, para os Aliados, referente à Segunda Guerra, Natal
era a cidade mais importante da América do Sul. Você olha para a Ribeira
hoje chega bate uma tristeza. É uma decadência que vem desde os anos
70. Recuperá-la pode dar um boom no turismo histórico.
Descobertas
Muitos dos lugares são conhecidos. A casa
do italiano Lettieri, na Ribeira, onde hoje é o Consulado, está bem
preservada, assim como a Maternidade Januário Cicco, que era o Hospital
Militar de Natal, e o Grande Hotel. Mas ujma das minhas descobertas é o
Rádio Farol, com as antenas enormes. Ficava na Praia da Limpa, um lugar
entre a Fortaleza dos Reis Magos e o Rio Potengi.
Oleoduto
Uma estrutura com história interessante é o
oleoduto Pipeline, que ia até a Base de Parnamirim. Sendo que nas Rocas
há um trecho do encanamento que está visível. Descobri que em 1977 esse
cano chegou a estourar e os moradores aproveitaram para encher tanques
de combustível até secar. Outra coisa legal é que o Colégio 7 de
setembro, na Rua Seridó, no tempo da Guerra era o Quartel dos Marines da
Marinha Americana.
Dois espiões e um francês
Em Natal tinha uma coisa muito curiosa nos
tempos da Guerra. O francês Marcel Girard era representante da Air
France em Natal. Seu escritório ficava na Rua Tavares de Lira. Perto
dali, na Rua Chile, estava aloja de secos e molhados do alemão Ernst
Luck, que ficava no térreo do Àrpege, e a casa do italiano Guglielmo
Lettieri, comerciante conhecido na cidade. Cada um dos três atuava como
representante diplomático de seus respectivos países em Natal. Imagine
só! A Europa em guerra, a França invadida pelos alemães, e os três tendo
de conviver na Ribeira. É provado que Luck espionou para a Alemanha e
Lettieri para a Itália. Os dois foram condenados pelo Tribunal de
Segurança Nacional e ficaram detidos na Colônia Agrícola de Jundiaí. Mas
no fim da Guerra, ambos foram perdoados.
Jornal da BBC
Outra coisa que gostei muito de ter
estudado foi sobre a Agência Pernambucana de Luiz Romão, com seus
difusores espalhados pela cidade. Era algo formidável. Ele retransmitia a
versão em português do jornal da BBC. Foi legal descobrir a importância
da difusora dele. E é uma pena que hoje o local esteja em ruínas.
Grande Hotel
Mas para mim, não tem dúvidas, o Grande
Hotel foi o principal lugar da 2ª Guerra em Natal. Era uma referência
central por receber autoridades americanas. Além de ter a figura forte
de Teodorico Bezerra como seu proprietário. Resgatei muitas histórias no
livro.
Um projeto desenvolvido no âmbito do Museu Quilombola da Picada, localizado no município de Ipanguaçu, recebeu destaque na 10ª edição do Prêmio Ibermuseus, evento internacional que tem por objetivo reconhecer e promover iniciativas ibero-americanas inovadoras no campo da educação em museus. Representando o Brasil, o museu potiguar foi classificado como vencedor na categoria I, voltada a projetos concluídos ou em fase de execução.
A premiação aconteceu neste mês e selecionou projetos de diversos países que têm em comum a valorização da identidade comunitária, o fortalecimento do patrimônio cultural e da memória social, entre outros valores. Nesta edição 158 projetos, oriundos de 15 países diferentes, foram inscritos. Desse total, 8 projetos de 7 países foram premiados, que são: Argentina, Brasil, Colombia, Chile, Equador e Portugal.
O projeto desenvolvido no museu potiguar trata-se de uma iniciativa realizada pela ONG Centro de Documentação e Comunicação Popular (Cecop), na comunidade quilombola de Picada – em Ipanguaçu.
A ação tem o objetivo de estimular, entre os atores locais, o interesse em apropriar-se dos conhecimentos e técnicas da museologia social que possibilitam a implementação e operação do museu como estratégia para a valorização da memória local, fortalecendo a organização comunitária e o protagonismo de setores historicamente marginalizados.
“O Museu Quilombola da Picada é uma determinação da comunidade em registrar suas memórias de resistência e luta, seus saberes e fazeres populares. Esse espaço será um importante equipamento cultural, educativo, turístico e para o desenvolvimento sustentável da comunidade e região”, explica o coordenador da iniciativa, Raimundo Melo.
O coordenador ainda explica que, durante o desenvolvimento do trabalho, organizou-se uma comissão de implantação do museu, constituída por lideranças locais, representantes de associações, grupos culturais, juventude, escola, ONGs e instituições como a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC), por meio do Projeto da Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural (RPTV), a Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do RN e a Prefeitura de Ipanguaçu.
Proposta do museu
O projeto é executado por meio de um trabalho educativo realizado pela ONG Cecop junto a líderes da comunidade quilombola, estudantes, professores das escolas públicas, grupos culturais e associações comunitárias. São realizadas ações de mobilização e formação de lideranças comunitárias, fotografia – como estratégia de registro e difusão da realidade local -, oficinas de cultura e identidade afro brasileira, produção audiovisual e inventário participativo.
“Foram realizadas oficinas de capacitação em museologia social, de fotografia, e de memória e identidade, que resultaram na montagem de um acervo visual com a participação de alunos de escolas públicas, jovens e adultos da comunidade, bem como realizamos o registro da memória local com o uso do audiovisual e definição com a comunidade de uma planta baixa do Museu”, diz a coordenadora da ONG Cecop, Talita Barbosa, declarando que tratava-se de um sonho da comunidade a implementação de um museu.