quarta-feira, 27 de julho de 2011











Por Cristina Costa
Sonhar 
é sair pela janela da liberdade,
é vaguear por caminhos
proibidos 
Sonhar
é viajar sem ter um rumo qualquer
é ter um alvo a perseguir:
a felicidade.
Sonhar
é não ter limites
sejam eles quais forem.
É fazer do impossível o possível
quando e como quiser o coração.
 

Sonhar
é viver o passado no futuro
e o futuro no presente.
É ter o se quer
e afastar o que não se deseja.

Sonhar
É despertar dentro de nós
aquele ser criança.
É almejar a vida.

Sonhar
É vaguear
É não ter rumo
É ter um alvo
É não limitar-se
É fazer
É sentir
É amar
É ser amado
É ter esperança
É viver!

Sonhos
são o alimento da alma!

ALUGUEL IRRISÓRIO


Theodorico Bezerra [1903-1994] foi um político potiguar influente durante décadas, no Rio Grande do Norte. Figura espirituosa. As suas citações sábias, as suas estórias pitorescas são incontáveis, estão catalogadas no dicionário folclórico da política potiguar. Por sinal, a TV Globo, no início dos anos setenta, produziu um documentário [O Imperador do Sertão] em 1978 sobre a sua trajetória que foi um sucesso no país inteiro. Ele foi deputado estadual por várias legislaturas, desde os tempos do PSD, além de fazendeiro, hoteleiro. Amigo íntimo de Juscelino Kubitschek chegou a lançar sua candidatura ao governo do seu estado em 1965 [Theodorico 65] era a sua logomarca de campanha. Pois bem, em Natal, era o locatário do imóvel de propriedade do Governo do Estado, onde ele explorava uma hospedaria denominada Grande Hotel que chegou a ser o melhor hotel, salvo engano, nos anos quarenta e cinquenta. Amado e odiado também. Seus ferrenhos adversários diziam que ele pagava ao governo apenas uma quantia irrisória, pela locação daquele prédio [hoje servindo ao Juizado de Pequenas causas, no bairro da Ribeira] que ele explorou durante décadas. Certo dia, alguém lhe perguntou o valor que ele pagava pelo aluguel daquele imóvel. Matreiro que era, respondeu: "Eu pago o que o Governo do Estado me cobra". E papo encerrado.

Em tempo: Certa vez, Theodorico mesmo com aquela toda sua sabedoria, fora infeliz quando o poeta matuto do Assu [que o Brasil consagrou] chamado Renato Caldas ofereceu a ele, Theodrico, um livro de sua autoria intitulado "Fulô do Mato", ao chamá-lo de "vagabundo". Renato não guardou ressentimento, porém não esqueceu. Dias depois daquele fato, escreveu a seguinte sextilha conforme adiante:

Eu conheci Theodorico,
Quando lavava penico
No hotel de dona Danona.
Hoje é rico, é potentado.
É major, é deputado.
Oh sorte velha sacana!


Postado por Fernando Caldas

BUMBUM DE IVETE


Ivete Vargas [São Borja, 17 de julho de 1927 - São Paulo, 3 de janeiro de 1984] era sobrinha-neta do ex-presidente Getúlio Vargas. Durante o seu primeiro mandato [ela foi eleita pela primeira vez em 1950] de deputada federal [PTB] por São Paulo, visitou a cidade de Mossoró, importante município Norte-rio-grandense. Pois bem, Epifânio Barbosa [ele era entusiasta de Vargas] grande fazendeiro nos Sertões do Assu, figura espirituosa, influente nos meus políticos, com relações amistosas com o ex-governador Dix-Sept Rosado, dentre outros do seu tempo, resolveu ir até a terra mossoroense conhecer aquela parlamentar. Ao chegar no aeroporto, Ivete já se encontrava arrodeada por uma multidão de admiradores. Não deu outra. Epifânio despachado, desinibido que era, meteu-se no meio daquela gente toda e, com facilidade se aproximou daquela ilustre visitante, batendo forte com a mão, no 'bumbum' de Ivete, se auto apresentando com aquele seu jeitão sertanejo que lhe era peculiar: "Muito prazer, deputada. Epifânio Barbosa, do Assu. Nunca bati na bunda de uma mulher, pra ela não olhar pra trás."

Postado por Fernando Caldas

terça-feira, 26 de julho de 2011

O POETA E CONSTRUTOR PAULO VARELA

O poeta dos causos matutos potiguar do Assu chamado Paulo Varela, é também construtor de casa de taipa, uma construção rústica de pau-a-pique, barro e madeira,  é originária das várzeas, das regiões ribeirinhas dos sertões e das periferias das cidades também, do interior nordestino. A sua cobertura além da madeira e da telha, no vale do Assu ainda é coberta com palha da carnaubeira [uma arvore nativa então abundante naquela região].






Postado por Fernando Caldas

DO JORNAL BESTA FUBANA




 Ivanildo Villanova e Raimundo Caetano improvisando em Sextilhas sobre o tema “O que a natureza fez
* * *
Inês Gomes glosando o mote:
A coruja agourenta é inquilina
Dos escombros da casa abandonada
Nem a sombra do velho juazeiro
Tem a mesma extensão e quietude,
Acabou-se o barreiro de açude
Que ficava nas margens do terreiro.
No curral só tem pé de marmeleiro,
Mata-pasto nascido na calçada,
A casinha dos pintos desmanchada,
Que era feita de cerca de faxina.
A coruja agourenta é inquilina
Dos escombros da casa abandonada
* * *
Josa Rabelo glosando o mote:
Quem nasce no Pajeú
Tem o “gen” da poesia.


Quem nasce aqui nesta terra
Já nasce um abençoado
Tudo que fala é rimado
Vendo o dia que se encerra
As flores no pé da serra
Versejam de noite e dia
Trazendo mais alegria
Pra um vaqueiro sem lundu
Quem nasce no Pajeú
Tem o “gen” da poesia.
Temos vaqueiro valente
Com o cheiro no gibão
Das madeiras do sertão
Quando passa a gente sente
Canta um aboio dolente
Quem escuta se arrepia
Causando uma nostalgia
Pr’àqueles que tão no sul
Quem nasce no Pajéu
Tem o “gen” da poesia.
De Diomedes Mariano
A um José Marcolino
Qu’a sua canção é hino
Cantada de ano a ano
Dedé que o mais humano
Lembra Elizeu Ventania
Dos versos que se fazia
Com a inspiração de Xudu
Quem nasce no Pajeú
Tem o “gen” da poesia.
A tríade dos Patriota
Que a todos nós encantou
Antonio Marinho imperou
Louro foi trocadilhota
Nos versos de Jô se nota
Seu lirismo que iradia
O reco-reco da jia
As marcas de um tatu
Quem nasce no Pajeú
Tem o “gen” da poesia.
* * *
Geraldo Amâncio glosando o mote:
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
Quem foi pai do folheto nordestino
Foi Agostinho Nunes do Teixeira,
Escreveu a história pioneira
Com os filhos Nicandro e Ugolino.
Prosseguiu com Germano e com Silvino,
Eis aí a primeira geração.
O romance no estado de embrião
Fervilhou no poder imaginário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.

Teve berço no chão paraibano,
Da cultura do povo um grande guia,
Registrou a primeira cantoria
Na peleja de Inácio com Romano.
A memória do padre Otaviano
Levou luz  onde havia escuridão,
O veículo maior de informação
E o primeiro jornal do proletário
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
O cordel memoriza a cantoria
Na peleja de Pinto com Marinho,
Com o Cego Aderaldo e Zé Pretinho,
O que via apanhou do que não via.
Zé Gustavo e Roxinha da Bahia,
Nisso tudo aparece até o cão,
Na peleja do Diabo e Riachão
Foi Assu testemunha do cenário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
A maior expressão do menestrel
Não há força que atinja o seu alcance
O campônio conhece por romance
Ou então por folheto de papel.
Só  depois veio o nome de cordel,
Que em feira era exposto num cordão
Ou então numa lona pelo chão
E um poeta a cantar feito um canário.
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
Registrando o passado e o presente,
Para tudo o cordel tem sempre espaço:
Pra amor; pra política, pra cangaço,
Romaria, promessa e penitente.
Retirante, romeiro, presidente,
Seca, fome, fartura, inundação,
Nele encontra o melhor documentário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
Dos cordéis elegeu-se o mais famoso,
Entre métrica, oração, rima e estilo
O segundo lugar é de João Grilo
E o primeiro o Pavão Misterioso,
A história de um pássaro formoso
Misturando o real com ficção.
O enredo imortal de uma paixão
Imprimiu-se no nosso imaginário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
O cordel é valente e denuncia
O que esconde o poder que nos domina,
Conceição do Araguaia uma chacina
Que revolta, entristece e arrepia.
A tragédia em Canudos da Bahia,
O massacre no Sítio Caldeirão
Tem um rastro de morte e opressão
De um governo despótico e arbitrário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
O cordel atestou que Conselheiro
Ainda exige pesquisa e mais estudos
E que o santo profeta de Canudos
Quis salvar o Nordeste brasileiro.
Padre Cícero Romão em Juazeiro
Construiu um caminho do perdão,
O quarteto maior da salvação:
Penitência, jejum, fé e rosário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão
Luminares da arte e da cultura,
O Cascudo e Ariano Suassuna.
Pedestais do saber; têm por tribuna
O cordel de onde emana a iluminura.
Toda saga de um povo se emoldura
Nas histórias da sua tradição,
Se encontra o registro da nação
Na memória do acervo literário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
No futuro, a famosa Academia
Brasileira de Letras, com seus mitos
Vai saber que nem só os eruditos
Têm direito a medalha e honraria.
Os que fazem cordel e cantoria
Fazem parte da lista da exclusão.
Sem diploma, troféu, sem medalhão,
Tem no mundo da idéia um santuário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
O cordel continua sempre forte
Sem temer novidades nem impasse;
Como fênix, da cinza ele renasce,
Desmentindo os que pregam sua morte.
Por um lance de Deus, pra nossa sorte,
Do cordel temos nova geração,
Sepultando na cova da ilusão
Os profetas do seu obituário.
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
Postado por Fernando Caldas

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Natal - Encruzilhada do mundo - Parte 3













FLOR ALADA


A lua irrompe a convite da noite
Resta ainda uma rosa acordada
O vento sopra e a estremece inteira
Transfigurando-a em uma flor alada

Ao som de sussurros bailam ao luar
Não há testemunhas, dorme o jardim
Aurora anuncia a necessária despedida
Beijam-se no fim ao som de um bandolim

O sol inflige o podar das asas
A flor silente respira o ar da solidão
Na lembrança o aroma da cumplicidade
Nenhuma dança de amor é em vão...

Luciana Dimarzio








sábado, 23 de julho de 2011

Curso de Artesanato: Como trabalhar a fibra da Banana



Está sendo realizado na comunidade de Picada, o curso de Artesanato sobre como trabalhar a fibra da banana. 25 mulheres, agricultoras familiares estão participando do curso que tem como objetivo, qualificação profissional, gera emprego e renda, inclusão e fixação das pessoas no campo.

O curso tem duração de 15 dias com a carga horaria de 60 horas e é ministrado pela VALER (Assú), a realização é da secretaria de assistência social e o apoio da Prefeitura Municipal de Ipanguaçu.

Veja os belos trabalhos feitos por estas artesãs:

[Do Blog de Juscelino França]




Texto de Pedro Simões [transcrito do seu Facebook]

POR QUE SE FORAM DE REPENTE?
Já estertores do dia comemorativo do amigo, ofereço para deguste sensível da comunidade fraterna do FB, a "Pavana para um amigo ausente", composta por Augusto Severo Neto em louvor de outro destacado acadêmico da Confraria Boêmia e Literária Natalense, Berilo Wanderley, o grande cronista, que dividiu com Wanflan de Queiroz e Sanderson Negreiros o laurel de os inexcedíveis cronistas dessas plagas do Potenvi. Os dois - poeta e cronista homenageado - estão encantados nos mais altos planos astrais. Que o bom Deus os tenha sob seus cuidados como menestréis celestes.  

PAVANA PARA UM AMIGO AUSENTE

Poeta, meu bom poeta,
de outras plagas agora
bebendo vinho de nuvem
comendo queijo de aurora
tira-gosto de ambrosia
numa bodega celeste
bandeja de estrela d'alva
som de sino, rosa alpestre
largo balcão de arco-íris
lareira de sarça ardente
Poeta, meu bom poeta
por que foste de repente?

Ainda havia tanta coisa
a fazer, meu bom poeta,
tanta taça ainda cheia
tanta poesia incompleta
tanta noite moça ainda
querendo ser conquistada
tanta rota de navio
sem ter sido navegada
tantas esquinas da vida
tanta estrada, tanta trilha
tanto samba a ser cantado
só uma Maria Emilia
mulher, companheira, amante
namorada, colombina
parceira multiplicante
fêmea madura, menina
sabendo ser madrugada
gargalhada, riso quente
que teve o riso partido
quando te sentiu ausente
Poeta, meu bom poeta,
por que foste de repente?

Poeta, meu bom poeta,
amigo de muita vida
te recordo, luminoso
voz macia, taça erguida
pierrot chapliniano
mestre-sala, companheiro
bigode parnasiano
coração de mundo inteiro
cantor de terra de Espanha
andaluz e Iorqueano
navegador de serestas
navegando a todo pano
ergo a taça dolorida
à tua presença ausente
Poeta, meu bom poeta,
por que foste de repente?





sexta-feira, 22 de julho de 2011

POESIA



Quantas injustiças
podem ser esquecidas
num abraço de um amigo.

Abraça-me.
Toma-me para perto do teu corpo
com um abraço eterno.
Daqueles que fazem parar o tempo.
Dos puros.

Dos abraços que amam.
Que choram.
Que confidenciam.
Que transmitem força e segurança.

Dos abraços que nos mimam
e nos fazem sentir melhor.
Dos abraços que só nós conhecemos.
Dos secretos.
E dos mágicos.

Dos perfeitos.
Dos que nos fazem sorrir a alma.
Dos que nos aconchegam.
Dos abraços suaves e doces.
Dos abraços que riem.

Dos nossos abraços.
Só nossos.



Por Cristina Costa

O MAIS NOVO LIVRO DE AGNELO ALVES



Clique na imagem.

quinta-feira, 21 de julho de 2011



HORAS

Por Virgínia Vitorino, poeta portuguesa [1895-1967]

Tem cada hora uma decifração.
As horas falam e têm gestos, côres,
Na hora da manhã - vê que esplendores! -
É diferente a sua vibração.


Repara bem na hora dos amores,
É um coração com outro coração,
Tem a hora maior palpitação.
Tem vida, movimentos e langores.


É cada hora um livro, e cada qual
da sua forma o lê: Ou bem ou mal.
- Horas que vão e que não voltam mais!


Para mim há só duas. Males... bens,,,
É a hora dourada em que tu vens,
e a hora dolorosa em que te vais.


Postado por Fernando Caldas

CITAÇÃO

"A única vantagem da solidão é poder entrar no banheiro e deixar a porta aberta".

Por Antônio Maria, cronista [n. Recife, 1921- m. Rio de Janeiro 1964]

Postado por Fernando Caldas

Natal - Encruzilhada do mundo - Parte 2

Imagem do Mural/Facebook de Pedro Simões

HUMORISTA CEARENSE SE APRESENTA EM ASSU NO PRÓXIMO DIA 28

AINDA É TEMPO, PARTICIPE DO CONCURSO ASSUENSE DE LITERATURA

quarta-feira, 20 de julho de 2011

ASSU NA ARTE DE UM FILHO SEU


ARTE DE WAGNER OLIVEIRA

Postado por Fernando Caldas



Quando a tristeza se fizer maior, silencie.
Quando for magoado e estiver doendo, silencie.
Quando as palavras ouvidas forem ásperas e intolerantes, silencie.
Quando te julgarem sem haver sinceridade, silencie.
Deus tudo sabe, tudo vê.
Ele sonda o coração do bom e do mal.
Nada escapa ao Seu olhar.



De MC

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...