domingo, 13 de janeiro de 2013

Um belo soneto de João Lins Caldas


Dentro do Sonho

Por ti, velho ideal dos meus sonhares,
Humanos maldizentes me desprezam.
Chamam-me louco e as coisas que eles presam
São outras coisas que não são seus lares.

Que importa a mim o mal desses olhares,
A praga dessas bocas que não rezam?
Cruz ou consolo, os sonhos que me pesam
Serão meus companheiros seculares...

Malgrado as tempestades que conheço,
O meu prazer não revelado e pouco,
As injúrias que eu sofro nessa lida,

És tu o sonho por quem vivo e cresço...
Que eu seja eternamente eterno louco
E nunca deixe de sonhar na vida!

João Lins Caldas [n. Goianinha-RN, 1888, m. Assu-RN,1967]

ZPE DO SERTÃO: O QUE É? PARA ONDE VAI?

As Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) são distritos industriais incentivados, onde as empresas neles instaladas trabalham com suspensão de impostos, liberdade cambial e procedimentos administrativos simplificados de compra e venda de mercadorias, com a condição de destinarem ao menos 80% de sua produção para o mercado externo. O foco do modelo é a exportação já que, pela legislação vigente, apenas uma pequena fração da produção pode ser direcionada ao mercado interno.

A experiência pioneira de ZPE foi registrada na Irlanda no ano de 1959, como projeto de revitalização da área portuária de Shannon. No continente asiático, a primeira ZPE foi instalada na Índia, em 1965, e, no ano seguinte, um empreendimento da mesma natureza foi adotado em Taiwan. Em 1970, a Coreia do Sul credita nessa nova modalidade econômica de negócios e cria também o seu distrito industrial exportador. A partir dessa década, a instalação de áreas produtivas voltadas à exportação se propaga pela China, pelos Estados Unidos e por outras localidades do mundo.

São inúmeras as razões que levam os países a adotarem ZPEs. Dentre as suas principais finalidades, destacam-se: atração de investimentos estrangeiros, melhoria da competitividade das empresas nacionais, criação de empregos formais, aumento da competitividade das exportações, redução dos desequilíbrios regionais, fortalecimento do balanço de pagamentos, difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social, entre outras.

No Brasil, a proposta original de criação de ZPEs só o correu após  a redemocratização do país, em fins da década de 1980, através do Decreto-Lei 2.452/1988, editado pelo governo do então presidente José Sarney. Atualmente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC, 2013), existem 23 ZPEs  autorizadas a funcionar no território nacional, embora nenhuma delas ainda esteja em atividade. Desse total, dois projetos estão localizados no estado do Rio Grande do Norte (RN): um em Macaíba e outro em Assú.

A ZPE de Assú, que por sua localização no interior do semiárido potiguar recebeu o sugestivo nome de "ZPE do Sertão", foi criada por meio de Decreto Presidencial, em 10 de junho de 2010. O referido decreto prevê que o projeto ocupará uma área de 1.020 hectares no território assuense, sendo o espaço escolhido situado geograficamente no trecho que liga a cidade ao município de Paraú-RN.

A aprovação da ZPE do Sertão, desde o início, provocou grande expectativa na população local e os representantes de diferentes esferas do governo logo trataram de espalhar a notícia na tentativa de colher rapidamente os frutos políticos da conquista. Apresentado ora como "redenção", ora como um "poderoso mecanismo de transformação do Vale do Açu", o projeto visa "no papel" iniciar um vigoroso ciclo de crescimento econômico na região e adjacências por meio da industrialização e agregação de valor às riquezas naturais abundantes no espaço regional.

Na visão dos entusiastas do projeto, alguns da "situação" e outros da "oposição", a ZPE do Sertão representa, por si só, "a realização do sonho do progresso e da prosperidade". Objetivamente, embora não existam evidências científicas e históricas que comprovem a suposta relação de uma ZPE e processos de desenvolvimento inclusivos e harmoniosos com o meio ambiente, deve-se admitir que a proposta parece ser realmente promissora do ponto de vista geoeconômico. A implantação do distrito industrial incentivado no Vale do Açu poderá atrair empresas privadas estrangeiras e nacionais, que poderão contribuir para ampliar e agregar valor às exportações potiguares. Além disso, o projeto poderá ajudar a descentralizar as atividades produtivas estaduais, fortemente concentradas na região da Grande Natal, irradiando seus efeitos pelo interior potiguar e até mesmo pelos estados vizinhos.

Todavia, mesmo considerando suas boas perspectivas, o "sonho do progresso" corre o risco de se esvair no ar. Conforme notícia veiculada recentemente pela imprensa estadual, a empresa contratada para gerir o empreendimento não cumpriu os prazos de preparação e cercamento do terreno reservado ao empreendimento, o que pode levar ao cancelamento da obra antes mesmo dela começar a operar. O fato é que, transcorridos dois anos desde a aprovação da proposta pelo presidente Lula, a ZPE do Sertão, que fora apresentada como "salvação da pátria", capaz de alavancar a economia assuense  da noite para o dia, não conseguiu sair do papel nem angariar apoio político capaz de viabilizar sua implantação.

Com efeito, ao permanecer enclausurada numa redoma de vidro importada, a ZPE do Sertão acumula dúvidas e incertezas quanto ao seu destino. Do ponto de vista gerencial, provavelmente a administração municipal de Assú conseguirá prorrogar os prazos e manter a proposta viva por mais algum tempo. Nesse intervalo, não há previsão para o começo das obras e muito menos para a instalação das primeiras empresas. Afora esses aspectos, deve-se também deixar claro que não existe ainda nenhuma previsão oficial sobre os reais rebatimentos do projeto em sua amplitude.

Entre as muitas dúvidas sobre o tema, basta dizer que não se tem dados convincentes sobre o tipo e a quantidade de empregos que serão gerados. Por exemplo, não há qualquer evidência comprovada estatisticamente que ateste que o projeto vai gerar 1.000 ou 50.000 empregos diretos, até mesmo porque não se sabe ao certo o tipo e a dimensão das empresas que se hospedarão na área, bem como as cadeias produtivas que elas serão capazes de dinamizar no entorno. Ademais, não se tem qualquer noção precisa sobre os rebatimentos socioambientais e a infraestrutura social requerida para atender às necessidades futuras da sociedade.

Na verdade, todos esses questionamentos continuam abertos e sem resposta, pelo menos por enquanto. E, como se não bastasse, não se nota no Vale do Açu um clima político de cooperação intermunicipal em torno do equacionamento dos problemas regionais, que, aliás, são muitos e desafiadores. Isso inibe ações conjuntas, indispensáveis para a obtenção de emendas orçamentárias que possam contribuir para melhorar a infraestrutura de transporte e energia, fundamental para fortalecer a logística operacional das empresas e responder as demandas da população que deve crescer substancialmente caso o empreendimento se concretize.

Essas e outras inquietações, essenciais ao debate propositivo, ganham relevo com a possível ameaça de perda do projeto da ZPE do Sertão e as indefinições quanto ao seu futuro. De qualquer forma, parece evidente que, na conjuntura atual, muito mais importante do que discutir os possíveis "culpados" pelos atrasos nas obras é realizar estudos e concentrar esforços para readequar o projeto e viabilizar sua operacionalização. Logo, a "queda de braços" travada pelos atores locais pouco contribuirá para a resolução dos desafios que precisam ser vencidos mediante o debate público e o maior envolvimento da sociedade, até então carente de informações mais precisas a respeito dos assuntos atinentes à construção de caminhos para o desenvolvimento da economia regional.

Joacir Rufino de Aquino & amp; Raimundo Inácio da Silva Filho

(Economistas e professores da Uern/Assú)

Fonte: O Mossoroense

Modesta

Ela ia ao  baile. E seu colar mais fino
Sobre a neve sutil de seus vestidos
Fazia ressoar a seus ouvidos
Este grito gentil: " - Corpo divino! -"

E o sinto leve, lirial, fransino,
Mordendo-lhe os contornos tão queridos,
Dizia no  seu todo ver perdidos
Mundos de aroma, sonhar azulino...

Tudo a cercando era oulhoso dela!
Pois, vendo a sombra de seu vulto nobre,
Um espelho lhe disse: "- És a mais bela! -"

E no entanto, meu Deus, foi tão modesta
Que apesar de ser rica e ver-me pobre
Fui  a criatura a quem sorriu na festa.

João Lins Caldas

*Sacramento, 22 - 8 - 1907

*Atual município de Ipanguaçu-rn

sábado, 12 de janeiro de 2013

Prefeitura do Assú abre processo seletivo para contratação de médicos

A Prefeitura Municipal do Assú está divulgando por meio do edital n°
001/2013, no Diário Oficial do Município, de terça-feira, 8 de janeiro
de 2013, o processo seletivo o qual contratará 62 médicos em caráter
temporário para atendimento à necessidade de excepcional interesse
público do sistema municipal de saúde. Os futuros servidores serão
remunerados com vencimentos que oscilam de acordo com a jornada de 6 a
40 horas semanais.

As vagas serão distribuídas entre a zona urbana ou rural, para
atendimento dos Programas Centro de Atenção Psicossocial - CAPS,
Unidades Básicas de Saúde -UBS; Pronto Socorro e Centro Clínico, no
Município de Assú para os cargos de Médico Psiquiatra (02), Médico
Clínico Geral (20) e Médico Plantonista com especialidade (40).

Os interessados deverão se inscrever das 8h00 às 13h00, até 31 de
janeiro de 2013, excetos sábados, domingos e feriados, no Setor
Administrativo da Secretaria Municipal de Saúde, localizada à Rua Dr.
Luis Carlos, 100 -Bairro Dom Elizeu, Assú/RN, mediante apresentação de
documentos originais e cópias dos mesmos.

A seleção constará de análise curricular, que terá a função de
identificar, entre os candidatos, os aptos a desempenharem as exigências
requeridas para os cargos oferecidos e disponibilidade de horários. Os
resultados serão afixados no quadro de avisos da Secretaria Municipal de
Saúde e publicados no Diário Oficial do Município de Assú, divulgado
através do portal http://assu.rn.gov.br.

O prazo de vigência do contrato será de 12 (doze) meses podendo, por
interesse administrativo e na forma da lei, ser prorrogado por iguais e
sucessivos períodos.

Fotos aéreas da Arena das Dunas, Natal e Grande Natal



Na tarde desta terça-feira, 8 de janeiro, fiz registros das obras do Arena das Dunas, de várias regiões de Natal, de Parnamirim e Macaiba, além do aeroporto de São Gonçalo e pista de pouso de Ceará-Mirim. Confira e tente localizar os lugares.

Texto e fotos de Canindé Soares
 foto de Teus Sonhos em Busca da Vida.
 
 
Sabes o que dizem as saudades?
Sabes?
Dizem: Volta!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]
 

‎Ame como a chuva fina.
Esta cai em silêncio, quase sem fazer notar,
mas é capaz de transbordar rios.
Paulo Coelho
Liduxa 
 
De - Delicadezas
"
 .·´✿
Ame como a chuva fina.
Esta cai em silêncio, quase sem fazer notar,
mas é capaz de transbordar rios." .·´✿

Paulo Coelho
Liduxa .·´✿

De - George Soares

Estiva hoje com Gabriel Victor Soares, filho do primo Edmilsom Soares Junior, garoto que está sendo sondado por vários times da Europa, como Real Madrid e times nacionais como Sao Paulo e Santos.
Desde de 2011 estamos apoiando ele para que se torne um grande jogador.
Vai próxima semana fazer teste em dois clubes de Minas Gerais e Sao Paulo.
Fenômeno potiguar.
Presenteie com a camisa do Camaleão do Vale.
Ele achou linda porque gosta de verde.
Boa sorte e sucesso.
Estiva hoje com Gabriel Victor Soares, filho do primo Edmilsom Soares Junior, garoto que está sendo sondado por vários times da Europa, como Real Madrid e times nacionais como Sao Paulo e Santos. 
Desde de 2011 estamos apoiando ele para que se torne um grande jogador. 
Vai próxima semana fazer teste em dois clubes de Minas Gerais e Sao Paulo. 
Fenômeno potiguar. 
Presenteie com a camisa do Camaleão do Vale. 
Ele achou linda porque gosta de verde. 
Boa sorte e sucesso.
Nunca diga te amo se não te interessa. 
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

Mário Quintana
D. ♥
De - Doce mistério
Nunca diga te amo se não te interessa. 
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. 
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. 
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

 Mário Quintana
D. <3
Dar mais páginas aos livros;
Que desígnio este!
Dar mais frases ao silêncio
Mais voz ao entendimento
Mais nós aos abraços…
É louco?
Então, deixem-me ser louco
Desfiando palavras
Como quem descasca favas
Ou esfarela miolo de pão para alimentar os pássaros.
Quem tiver asas
Venha
Quem não tiver
Venha na mesma;
Tenho penas…
Estendam os braços…

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]
Dar mais páginas aos livros;
Que desígnio este!
Dar mais frases ao silêncio
Mais voz ao entendimento
Mais nós aos abraços…
É louco? 
Então, deixem-me ser louco
Desfiando palavras
Como quem descasca favas
Ou esfarela miolo de pão para alimentar os pássaros.
Quem tiver asas
Venha
Quem não tiver
Venha na mesma;
Tenho penas…
Estendam os braços…

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

NATAL HOJE


Praia de Ponta Negra- Morro do Careca, Natal-RN.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Rebuliço de Renato Caldas - parte 1

‎Lua que encanta...
que chega enfeitando o céu
quando seu amigo 'Sol' com seu brilho intenso
a permite enfeitar nossas noites, pois, ele
sabe que poderá abraçá-la nos dias quentes
enquanto houver os eclipses
Ela chega com suas fases despindo seu véu
e com sua majestosa luz dorme no céu
nos permitindo viajar só de olhar pra ela.
A Lua me cativa até o dia nascer.

Gutha Mell(11/01/13)
  

Uma Visita de Cortesia

























Os blogueiros Aluizio Lacerda e Juscelino França fizeram na manhã desta sexta feira uma visita de cortesia ao prefeito Abelardo Rodrigues Filho. 
Travamos uma conversa franca e positiva a respeito dos primeiros 10 dias úteis da nova administração, mandato exercido por Abelardo pela 5ª vez em sua cidade.
 O relatado pelo prefeito é um verdadeiro libelo de acusações ao desastroso governo do ex-prefeito Eider Medeiros, fazendo uma transição de poder totalmente fora dos padrões da responsabilidade administrativa.
 Segundo Abelardo a prefeitura na sua parte fisica ficou literalmente destroçada, o ex-prefeito fez uma maquiagem enganosa pintando a faixada por fora e deixando a parte interna em total desleixo.
 A situação que Eider deixou a prefeitura é castastrófico,  exigindo um esforço concentrado dos novos auxiliares pra reordenar a parte funcional, sem informações que possibilitem a normalidade do serviço público.
 A rede de computação sem funcionar, carregaram os HD dos monitores, ficando somente a carcaça dos aparelhos.

A administração está processando uma sindicância pra identificar infratores e responsabilizar criminalmente os responsáveis pelo descalabro cometido.

Quem esteve participando do nosso bate-papo foi fiel amigo do gestor, Francisco de Assis (DIÀ), homem de integral confiança de Abelardo, ex-chefe de gabinete da sua última gestão, atualmente indicado pra ocupar a Secretaria de Obras e Infra-Estrutura do Municipio. 
Encerramos a breve conversa em virtude da grande presença de populares na área de sua residência, todos  aguardando nossa saída pra abraçar o seu amado gestor.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


CONTO

ACIDENTE UTÓPICO

- Traga cerveja aí como quem trás oró pra burro!... Estão olhando o quê? Eu tenho dinheiro! – Gritou Aléxis para as mulheres presentes na sala central do “Mina de Couro”.
Cena da Peça Cabaré das Donzelas Inocentes
“Mina de Couro” era o mais caro e requintado cabaré de Coruripe, no Estado de Alagoas. Aléxis era um comerciante. Vendia mangalhos e telhas industrializadas no pólo cerâmico do Assú. Naquele dia ele tinha ido entregar trinta mil telhas encomendadas pela cooperativa de Pindorama. A carga foi transportada em um caminhão Mercedes trucado.    
Tão logo recebeu o pagamento Aléxis quitou o frete do veículo e liberou-o. Retornaria à cidade do Assú, no Rio Grande do Norte, onde morava, de ônibus. Logicamente depois de umas boas farras.
Todo entusiasmado Aléxis jogou sobre a mesa um maço de notas de cinqüenta reais atadas com ligas. Quando a putada viu o dinheiro, a animação tomou conta do recinto. Ele rapidamente recolocou o pacote de cédulas em sua bolsa capanga.
- Meu filho, está estressado? Calma, fique tranqüilo... Nós resolveremos seu estresse. – falou uma garota passando o braço sobre o ombro de Aléxis.                   
- Sua cerveja, bem geladinha. – A garçonete puxou uma cadeira e o convidou a sentar-se. - Deseja mais alguma coisa?
 Aléxis estava radiante com o recinto e o atendimento. Observou quando a garçonete se afastava da mesa. Ela usava uma mini-saia de aproximadamente vinte centímetros. Cada passada que dava mostrava a pequenina calcinha vermelha de rendas.
 Em menos de três minutos a mesa estava composta por três belas jovens. Uma loira, uma morena e a outra ruiva. O “Mina de Couro” tinha mulher para todos os gostos e gastos.
- Podemos pedir umas doses de Campari, meu tesão? – perguntou alisando o peito de Aléxis, a loira.  
- Se pode? Eu vim aqui pra farrear. Quero beber e comer até dar uma coisa ruim.
A farra se estendeu até a noite. A cidade começava a repousar. Aléxis já estava em estado de putrefação alcoólica. Chamou a garçonete e apontando para a piscina ordenou.
- A partir de agora quero vocês desfilando nuas na beira da piscina. E a primeira será você.
Todas se entreolharam discordando da proposta. A garçonete tomou a palavra.
- Vamos fazer o seguinte: o senhor paga esta primeira despesa e a partir de agora nós iremos negociar as suas exigências. Aqui quem manda é o freguês.
- Fechado!... Traga a conta, feche as portas dessa espelunca e vamos fazer um bacanal... Cada mulher que desfilar pelada ganha “cin-qüen-ti-nha”. – Falou Aléxis retirando um maço de notas da capanga.
A realização de Aléxis foi plena quando a garçonete tirou a última peça, a calcinha vermelha de rendas, e a passou delicadamente sobre seu rosto. A loira que ele estava a namorar reclamou.
- Deixe de tolices mulher. Acabe com esse ciúme besta, você será a última a desfilar... Quero ver agora na passarela a vermeinha! – Disse Aléxis apontando o dedo indicador em direção à ruiva.
Quando ele acordou estranhou o recinto. O dia já tinha amanhecido. Olhou para o lado e viu a loira dormindo ao seu lado. Levantou rápido e foi até sua roupa pendurada num cabide no canto do quarto. Abriu a capanga. Restavam-lhe apenas quatro notas de cinqüenta reais. Rapidamente tomou banho, vestiu-se e foi saindo quando ouviu a voz da “companheira”.
- Já vai meu bem? Não se esqueça de deixar meus cem.
- Vá roubar outro abestalhado, rapariga imunda! – esbravejou Aléxis saindo do quarto apressado. Na rua tomou um táxi com destino a rodoviária.
O vento norte soprava com suavidade as últimas brisas da tarde. A força da luz solar já havia sido quebrada pelo crepúsculo da noite. Madalena sentada na calçada de sua casa, rodeada por cinco crianças, respirava aquele ar agradável. Seu pensamento era em Aléxis seu marido, havia três dias que tinha saído pelo “meio do mundo” negociando.
- Mamãe, lá vem papai! – Gritou uma das crianças.
Madalena olhou rapidamente para a rua sombria. O aspecto maltrapilho de Aléxis dificultou o reconhecimento à primeira vista. Ela levantou, correu ao encontro do esposo que chorava aos soluços.
- O que aconteceu homem de Deus? Você esta todo arranhado, sujo, esmolambado, o que houve?
- Madalena, a história é longa. Dê graças a Deus eu estar vivo. O carro que levava a telha virou... Sic... Escapei por pouco. Perdi tudo mulher!
Os meninos abraçaram o pai chorando, enquanto Madalena agradecia de mãos postas o retorno do esposo ao lar. Ela providenciou o banho, colocou mercúrio nos seus leves ferimentos e serviu o jantar.     
- “Como fui tão imbecil... Como pude arranhar-me com cacos de telhas para simular um acidente? Como gastei tanto dinheiro em vão? Como vou viver em paz com minha consciência e minha família? E o dinheiro para voltar a negociar?...” – Se perguntava Aléxis recolhido e encolhido em sua rede.   

Fonte: Livro Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


JOÃO DE PAPAI


"João de Papai"
       
O poeta glosador João Evangelista Soares de Macedo deixou muitos versos espalhados pelos antigos botequins do Assu e por onde passava. Parte dessa produção vez por outra é encontrada e divulgada. Fernando Caldas, Fanfa, já publicou algumas poesias em seu blog. Pois bem, no dia 14 de dezembro de 1982 o saudoso poeta João de Oliveira Fonseca recebeu da família do poeta João Evangelista Soares de Macedo – o popular “João de Papai”, um caderno contendo 21 poesias inéditas (atualmente, a maioria, já foi publicada). Após seu falecimento, sua esposa dona Teté, fazendo limpeza em seus arquivos me presenteou este caderno. Vejam algumas destas glosas.

NA CRUZ PREGADO MORREU
O DIVINO REDENTOR.

A ninguém ele ofendeu
Para ser crucificado
Somente pelo pecado
Na cruz pregado morreu.
Todo seu sangue ele deu
Pra remir ao pecador
Passou pela grande dor
De ser pregado na cruz
Para dá ao mundo luz
O divino redentor.

LOUCURAS DA MOCIDADE
SÃO OS TROFÉUS DA VELHICE.

Mesmo na realidade
A vida é uma ilusão
Recorda o velho ancião
Loucuras da mocidade
Implorando a caridade
Já chegando à caduquice
Sem carinho e sem meiguice
Já cansado de sofrer
Só esperando morrer
São os troféus da velhice.

NA CHEGADA DO AVIÃO
MARIDO PERDEU MULHER.

Em grande perturbação
Vi no campo um camarada
Procurando a sua amada
Na chegada do avião.
E em grande confusão
Não sabia nem se quer
Procurando outra qualquer
Em troca da que perdeu
Pois assim aconteceu
Marido perdeu mulher.

MANOEL SANTANA EM NATAL
COMPROU KEPE E SE FARDOU

Bebendo na ideal
O Batista lhe encontrou
Me dizendo a dias chegou
Manoel Santana em Natal.
Vai voltar pela central
Segundo me declarou
Afinal tudo comprou
Preparou sua bagagem
Para não pagar passagem
Comprou kepe e se fardou.

Nota: Manoel Santana foi barbeiro em Assu. Antigamente quem usava farda de despachante (ou dos Correios) não pagava passagem de ônibus.
O CARNAVAL DESTE ANO
COMEÇOU NO TRIBUNAL

Estreou com Floriano
João Maria o Zé Pereira
Terminou com bandalheira
O carnaval deste ano.
Canindé gritou ufano
A bandalheira que tal?
Diz Faraxe especial
Deles a vitória eu tomo
Pois este ano o Rei Momo
Começou no Tribunal.

A CASA DO MEU PAPAI
TÁ SERVINDO DE HOTEL.

Quem quer comer pra lá vai
E lá lhe dão de jantar
Penso que vai prosperar
A casa do meu papai.
Sem comer de lá não sai
Depois do jantar tem mel
Depois brinca o carrossel
Marola faz mil carinhos
A casa dos dois velhinhos
Tá servindo de hotel.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


















Amigo embala-me.
Dá-me teu colo,
para repousar
meu corpo cansado
de tanto lutar!

Amigo, 
dá-me o sorrir
da Primavera.
Trás a luz do Sol
ao meu coração,
as flores, como estrela guia,
debulhadas em botão.

Dá-me a relva orvalhada, 
para pisar
com meus pés cansados.
Mil quimeras d'alma sonhadas
e revividas,nas madrugadas
frias e cinzentas.

Dá-me travesseiros
recheados de carinho,
para repousar a minha cabeça,
povoada de sonhos.

Assim, 
Amigo, embala-me.
Não me deixes perecer!
Dá-me de novo esse colo,
e eu tecerei
estrelas de sonho,
para ti e para mim
para no teu colo,
finalmente, adormecer.

Cristina Costa

domingo, 6 de janeiro de 2013

O passarinho solto e o passarinho preso...
O passarinho solto
Quis ver um dia o passarinho preso...
- Canta o teu canto passarinho solto!

João Lins Caldas

ASSU ANTIGO



Antiquário


De: Antiquário Época








Queres que te defina,
Mulher?
Uma chama
Temperada com alma
Alimentada com calma
Uma alma
Que acalma
Corpo que desarma
A minha arma
E o meu coração dispara
Apenas
A
M
O
R
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

Queres que te defina,
Mulher?
Uma chama
Temperada com alma
Alimentada com calma
Uma alma
Que acalma
Corpo que desarma
A minha arma
E o meu coração dispara
Apenas
A
M
O
R
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]


Os Reis Magos e a Estrela-Guia

E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria.
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
Mateus 2:9-12
De: Paz Luz Serenidade Paciência Tolerância
Os  Reis  Magos  e  a  Estrela-Guia

E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria.
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
Mateus 2:9-12

  Luizinho Cavalcante IV Cultura Viva, acontecerá no 1º de junho no bar de Ninha - Pacheco O blog Carnaubais Para Todos segue promovendo a n...