segunda-feira, 6 de maio de 2013

EM BUSCA DO SERTÃO NORDESTINO!


Publicado em 17/03/2013


Quando você acha que não pode nada por muitas coisas, quando muitos problemas surgem, muitas situações que parecem sem solução, o melhor para botar a cabeça no lugar é busca a natureza do nosso sertão nordestino.
Isso foi em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, onde fui visitar sítios arqueológicos e grutas em granito no alto de belas serras. Foi show de bola, mas eu só faltei botar os bofes prá fora! Mas também, com 4.5 de quilometragem no motor, mais de 100 quilos na carroceria, eu quase tive uma turica, um passamento. Mas não desisti não! O negócio de andar no sertão é devagar e sempre, respeitar a hora do sol a pino (procurar uma sombra) e curtir a natureza. A comida foi a boa e velha rapadura, uma paçoquinha, muita água e, já que ninguém é de ferro, um bom café Santa Clara, que esquentamos no meio do mato. O melhor mesmo são as companhias, as conversas, a contemplação. Isso aí rolou em um sábado. Saímos de Natal na sexta, fizemos a trip no sábado e depois voltamos para casa no domingão. Melhor que assistir Faustão e o hômi do Baú….
Até onde sei, não existe na maioria das cidades do interior do Nordeste algo preparado e/ou programado para atender o turismo. Exceção as que possuem atrativos que estão sendo trabalhados e são bem comentados. Normalmente realizo estas viagens com amigos, pessoas simples, cujo objetivo principal é fotografar e visitar locais diferenciados, de preferência com conotação histórica. Praticamente todas as cidade do nosso sertão possuem algum meio de hospedagem, mas muito são precários. Não faltam pessoas dispostas a guiar e o custo é muito baixo. Normalmente buscamos áreas serranas, que dão um trabalho danado para subir, mas lá em cima a vista é fenomenal. Vale o esforço. Umas pessoas já me criticaram dizendo que isso é “programa de índio”, então UGA! UGA! Forte abraço….

ÓCULOS RAY-BAN, REFERÊNCIA DE UMA ÉPOCA

Com seus inconfundíveis óculos Ray-Ban vemos o 2º tenente Charles R. Lambert, do 9th Photographic Reconnaissance Squadron, no cockpite do seu bimotor Lockheed F-5, na Índia, em 1944.
Com seus inconfundíveis óculos Ray-Ban vemos o 2º tenente Charles R. Lambert, do 9th Photographic Reconnaissance Squadron, no cockpite do seu bimotor Lockheed F-5, na Índia, em 1944.
Imagina-se que os óculos Ray-Ban foram criados durante a Segunda Guerra Mundial, pelo enorme sucesso  que este produto obteve junto aos aviadores. Na verdade os famosos Ray-Ban foram criados em 1936 pela empresa americana Bausch & Lomb, até hoje um dos principais fornecedores mundiais de produtos para a saúde ocular. Consta que a ideia da criação dos afamados óculos surgiu quando o tenente John A. Macready (um piloto de teste americano) voltou de um voo de balão e reclamou que o sol tinha danificado permanentemente seus olhos (ainda bem que este voo não foi em nosso Seridó em época de seca). Daí Macready entrou em contato com a Bausch & Lomb, explicando a situação e pedindo-lhes para criar óculos de sol que oferecem proteção e que tivessem um formato sofisticado.
Os técnicos da empresa criada em 1857 pelos alemães John Jacob Bausch e Lomb Henry, perceberam através da solicitação do piloto que deveriam criar um produto específico para a aviação. Como este setor do transporte estava em franco crescimento em todo o mundo, estava ali um interessante mercado.
Em 7 de maio de 1937, a Bausch & Lomb requereu a patente, e os óculos da marca “Aviador” (Aviator) foram disponibilizados para o público. O produto tinha armação de metal banhado com ouro, lentes verdes de vidro mineral para filtrar os raios infravermelhos e ultravioleta e o sucesso foi imediato. Pilotos da USAAF (United States Army Air Force) imediatamente adotaram os óculos de sol. 
O general Douglas MacArthur
O general Douglas MacArthur
O modelo “Aviador” da Ray-Ban tornou-se um estilo bem conhecido de óculos de sol. Um dos momentos mais marcantes deste produto durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu quando o famoso general americano Douglas MacArthur, ao realizar seu extremamente midiático desembarque na praia de Palo, na ilha de Leyte, Filipinas, em 20 de outubro de 1944, desceu de um barco de desembarque, andando ereto e confiante, molhando o seu uniforme e trazendo na cara os seus inconfundíveis Ray-Ban.
Douglas_MacArthur_lands_Leyte1
Depois da guerra a empresa desenvolveu vários novos modelos de óculos Ray-Ban, com constantes mudanças de cor, armações e lentes. Logo os modelos foram vistos nos rostos de estrelas de cinema, de TV e músicos.
A famosa marca de óculos de sol foi vendida em 1999 para o grupo italiano Luxottica e ainda continua em produção. Mesmo depois de setenta anos do seu lançamento os óculos Ray-Ban são um top em termos de  designer na indústria de óculos de sol.

domingo, 5 de maio de 2013


Renato Caldas cheio de graça

Renato, de manhã cedinho estando na praça Getúlio Vargas, é surpreendido por certo cidadão embriagado, dizendo: "Seu Renato. Eu sou macho, de família de gente braba do Piató (distrito do município assuense), que não abre pra homem nenhum! Diga aí uma pessoa da minha família ‘arrochada’, que o senhor conhece?" Renato sem nem pestanejar, respondeu: "Sua mãe!”

Renato, ao chegar à cidade de Rio de Janeiro, logo procurou um hotel. O proprietário daquela hospedaria logo advertiu: “Moço. O Senhor fique sabendo que aqui só tem um banheiro.” Renato pegou a chave e, logo que deixou sua bagagem no quarto saiu para comprar um pinico (aparelho usado em substituição ao vaso sanitário). No primeiro comércio que chegou, encontrou a mercadoria que desejava comprar, dizendo pro vendedor de tal modo: ‘Eu quero Aquele pinico.” Apontando com o dedo indicador pro produto que se encontrava visível. “O nome daquilo ali não é pinico, não! É nordestino!” Disse o vendedor: “Pois eu quero, disse Renato que, ao pagar e receber aquele objeto, soltou essa: “Amigo. Hoje à noite eu vou encher este ‘nordestino’ de carioca!”.

Renato nos idos de trinta, numa certa viagem de trem que fizera, salvo engano, de Angicos, interior potiguar, com destino à cidade do Natal, fumava inveteradamente. Naquele transporte, sentado de frente para ele, Renato, certa jovem que se encontrava grávida, em dia de parir, se encontrava de pernas arreganhadas, no dizer popular. Se dirigiu a ele com a seguinte advertência: "O senhor tá fumando muito. Dá pra apagar o cigarro! Não é por mim, não! É por conta desse inocente!" Disse aquela mulher alisando a barriga. Renato afagou a genitália e respondeu da mesma forma: "A senhora dá pra fechar as pernas! Não é por mim, não! É por conta desse inocente!"

Renato, na época da construção da Ponte Felipe Guerra, sobre o rio Piranhas ou Açu (ele trabalhou na construção daquela ponte construída pelo DNOCS). Pois bem, certa pessoa que morava a margem daquele rio, convidou Renato para o seu casamento. No instante das comemorações, dos comes e bebes, um dos convivas pediu a Renato para fazer uma saudação aos noivos. E Renato ao terminar a sua oração, saiu-se com essa: “Tomara que o noivo não encontre um solo explorado!” Para risos dos circunstantes.

Fernando Caldas



Laura Alves, "Uma história e(m) cordel'

















Se Me Esqueceres

Quero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda

Fruta da caatinga é usada para fazer sorvete no RN


ANGICOS


Pêlo, fruta nativa do semiárido, é o diferencial em sorveteria de Angicos. 
Empresa 'Sertão gelado' aposta nos sabores nativos para atrair clientes.
Sorvete é feito a partir do fruto da palma (Foto: Eduardo Mendonça/Sebrae).
Quem mora ou visita a cidade de Angicos, no Sertão Potiguar, se não provou, certamente ouviu falar do pêlo, uma fruta nativa da caatinga comumente encontrada na região do semiárido. Exótica, a fruta é proveniente da palma, uma espécie de cacto que vem se transformando em matéria prima para a produção de sorvetes.

A ideia é de Kaline Cristine de Castro, dona da sorveteria 'Sertão Gelado'. A fábrica é uma das novas incubadas do Sebrae, apoiada pela Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa).

“Temos como diferencial a inovação de sabores aproveitando as frutas da região”, disse Kaline. Além das frutas típicas da região, como manga, caju, umbu e abacaxi. O mais novo sabor é o sorvete da fruta do pêlo. “Iniciarmos por sugestão de um vizinho. Aceitei o desafio e quem degustou aprovou a novidade” comemorou a empresária. A sorveteria também testou outros sabores regionais como milho, tapioca e rapadura. Atualmente, a empresa tem uma produção mensal de 750 litros de sorvetes e 6.500 picolés de diversos sabores.
Kaline apostou em sorvetes exóticos como diferencial
(foto: Eduardo Mendonça/Sebrae).
A utilização do pêlo remete a uma tradição antiga dos moradores da cidade que tinham o hábito de consumir a fruta in natura com açúcar. “Quem é de Angicos conhece o pêlo e as muitas histórias envolvendo a fruta. Para reconhecer um angicano, basta olhar embaixo da língua para vê se tem pêlo, se tiver, não resta dúvida, é de Angicos”, brincou Kaline.

De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar R$ 10. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os pelos, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta – palmatória ou palma forrageira – é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.

Empreendedorismo

O desejo de montar o próprio negócio motivou a empresária a entrar no ramo da produção de sorvetes. Como acontece com a maioria dos pequenos empreendedores, as dificuldades eram muitas. “Começamos produzindo picolés para vender na escola, para depois iniciar o sorvete. Nem liquidificador a gente tinha. Os primeiros equipamentos foram comprados de segunda mão”, lembrou Kaline de Castro.

A empreendedora teve a convicção de que estava no caminho certo ao participar, em 2010, do seminário Empretec. Posteriormente, a sorveteria passou a ser atendida pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte para levar inovação tecnológica ao setor industrial. A empresária também teve de participar de cursos promovidos por fabricantes de maquinários para a produção de sorvete.

Kaline garante que os sorvetes do Sertão Gelado têm obtido boa aceitação e a fruta do pêlo veio para ser o grande diferencial, além de levar o nome de Angicos para outras localidades.

Fonte: G1

Antigo Projeto Camarão à margem esquerda do Rio Potengi, iniciativa da gestão do governador Cortez Pereira (1971-1975). Todas as reaçõ