sexta-feira, 25 de abril de 2014

Temporada gratuita do espetáculo Borderline em Natal

Divulgação

O Teatro de Cultura Popular (TCP) recebe a nova temporada de Borderline, espetáculo teatral potiguar que vem colecionando apresentações de sucesso desde a estreia, em agosto do ano passado.
A temporada vai até o domingo (27) e volta na semana que vem, também de quinta a domingo. As oito apresentações são abertas ao público, gratuitas, graças ao Fundo de Incentivo a Cultura (FIC), que contemplou Borderline na edição 2013. As apresentações ocorrem sempre às 20h.
Borderline tem texto e direção de Junior D’alberto e fala do transtorno de personalidade limítrofe, além de provocar a plateia sobre reflexões do comportamento de cada um, seus sentimentos e significados da postura ética e da moral estabelecida.
Fonte: ViverNatal

quinta-feira, 24 de abril de 2014


Mossoró-RN, domingo 8 de maio de 2011
LAÉLIO FERREIRA DE MELO
Nascido em 30 de junho de 1939, o poeta Laélio Ferreira de Melo é formado em administração pública e atualmente é auditor federal aposentado. Laélio, que no perfil do blog “Mediocridade Plural” se autodenomina poeta de cantigas de maldizer, bardo de glosas fesceninas e antropófago nas horas vagas, começou a escrever em um jornal estudantil do Diretório “Celestino Pimentel”, do Atheneu Norte Riograndense, no início dos anos 1950, em Natal. O poeta, que herdou do pai o gosto pela leitura, elenca entre prosadores que o influenciaram: Cervantes, Eça de Queiroz, Érico Veríssimo, Jorge Amado e, acima de todos, Euclides da Cunha. Entre os poetas preferidos estão Olavo Bilac, Raimundo Correia, Augusto dos Anjos, Bocage, Edinor Avelino, Othoniel, a mossoroense Helen Ingersoll, Esmeraldo Siqueira, Damasceno Bezerra, Jayme Wanderley e todos os fesceninos que apareciam.
por: Nara Andrade
O Mossoroense: Othoniel Menezes foi o primeiro poeta modernista potiguar. Qual a contribuição de sua obra para o movimento aqui no Estado?
Laélio Ferreira de Melo: Othoniel, segundo Cláudio Galvão - seu excelente biógrafo -, em 1914, em Macau, fez experiências poéticas como “futurista”, embora essa sua produção não se encaixasse completamente nas características do movimento que viria depois, em 1922. Em setembro de 1925, publicado na revista “Letras Novas”, em Natal, o poema “Atavismo” antecedeu, sem dúvida, à divulgação dos trabalhos de Jorge Fernandes. Essa sua primeira experiência modernista, pós-1922, acho eu, era um exercício de diletantismo – e, até, de gozação -, naquela base do “se vocês fazem, eu também posso fazer”. O próprio Câmara Cascudo (a quem Othoniel chamava de “Cascudinho”), tuxaua e morubixaba do movimento cá na Jerimunlândia, embora poeta não fosse, queixava-se de “Titó” (apodo dele, para Othoniel), dizendo-o “arredio” à novidade. Revelava que o poeta do “Jardim Tropical” divertia-se com os poemas futuristas, “como se assistindo atrevimentos de menino arteiro”, esnobando uma aproximação com Mário de Andrade, então hóspede do portento da Junqueira Ayres, em 1928: “a prosa, sim, o verso não, Cascudinho!”
OM: Quando foi lançada a primeira edição do livro “Sertão de Espinho e de Flor” o seu pai doou setecentos, dos mil exemplares, para o Albergue Noturno de Natal. Nesta edição você também doou a receita arrecadada?
LFM: À exceção dos exemplares que separei para doação aos amigos, parentes e bibliotecas públicas - seguindo o exemplo do Poeta -, ofereci, graciosamente, para livre comercialização, 650 volumes do “Othoniel Menezes – Obra Reunida”, distribuídos entre o Albergue Noturno de Natal, Hospital Infantil Varela Santiago e Sociedade de Amparo aos Portadores de Anemia Falciforme (numa homenagem a um neto, infelizmente, portador desse mal) – todos de Natal.
OM: O que a edição do livro “Sertão de Espinho e de Flor” traz de novo em relação à última?
LFM: Esse longo poema sobre o sertão (do Seridó) é, sem dúvida, o carro-chefe da “Obra Reunida”, reunindo, nas anotações, sociologia, etnografia, folclore. A novidade é que toda a obra de Othoniel – um conjunto de poesia, prosa e jornalismo, cartas - recebeu anotações. Para melhor “explicar” meu Pai, ousei bastante - muitos vão me classificar como “prolixo”! -, ao escrever, aproximadamente, 1.500 notas. Othoniel Menezes, embora sem anel no dedo, era homem de vastíssima cultura e, no início da sua atividade literária, chegava a abusar, às vezes propositadamente, de preciosismos de linguagem. O talentoso mossoroense Tarcísio Gurgel, autor da excelente introdução à obra, afirmou ser Othoniel Menezes “um culto no espaço de iletrados”.
OM: Qual a sua real ligação com o movimento denominado Intentona Comunista, em 1935?
LFM: O Levante de 1935 – é assim como prefiro chamar a revolta – custou a Othoniel Menezes quase três anos de cadeia, nos porões da ditadura de Vargas, condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional. Nunca foi comunista. Era, sim, um socialista-cristão, oposicionista, jornalista vigoroso, amigo e correligionário do então Deputado João Café Filho. Seu grande pecado foi o de escrever – quase de cabo a rabo – o jornal “A Liberdade”.
OM: Por que Othoniel Menezes não foi incluído no movimento de fundação e formação do primeiro quadro de sócios da Academia Norte Riograndense de Letras?
LFM: Nessa época, Othoniel – desde os anos 20 – era o maior poeta vivo do RN, o “Príncipe” – mas tinha um defeito danado: era esquerdista, socialista. A Academia foi pensada por uma elite de intelectuais de direita, quase todos integralistas de carteirinha, que marchavam, fardados, rua acima e rua abaixo, sob o pálio do Sigma, cantando hinos e bradando o “anauê”, sob o lema “Deus. Pátria e Família”... Aliás, quem explica muito bem, minuciosamente, essa novela é Cláudio Galvão, na biografia do poeta.
OM: Anos mais tarde, já no final da década de 1950, vários sócios inscreveram Othoniel Menezes para ocupar a cadeira 26 da Academia Norte-Rio-grandense de Letras. E mesmo eleito por unanimidade ele nunca chegou a tomar posse. Por quê?
LFM: Pirraça. Nunca foi lá, nunca passou procuração para a posse. Não gostava de igrejinhas, solenidades, mediocridades, confetes e serpentinas, embora nesse tempo a Academia fosse outra, mais séria e muito comedida nas escolhas. Era arredio, sofrido, “pobre, probo e culto” – no dizer de Manoel Onofre Júnior. Ia fazer lá o quê? Agradeceu aos amigos, pediu desculpas e alguns anos depois, doente, perseguido pelo governador Aluízio Alves, juntou os poucos teréns, deu uma solene banana para os poderosos de plantão, pegou sua Maria e se autoexilou no Rio de Janeiro, onde morreu com saudades da aldeia cruel. Só para ilustrar: Se a ossada do meu velho pai estivesse hoje em Natal (era espiritualista, não ligava para coisas da matéria) – digamos lá pelo velho Cemitério do Alecrim – estaria chacoalhando divertidamente com a notícia da mais nova aquisição da Academia de Letras.
OM: O poema “Serenata do Pescador”, mas conhecido como “Praieira”, escrito em 1922, musicado por Eduardo Medeiros no mesmo ano, recebeu em 1972, da Câmara Municipal do Natal, o título de Canção Tradicional da Cidade. O que isso representou para o seu pai?
LFM: A sextilha do poeta responde à indagação: A glória a que aspiro – a única –/e que há de ser minha túnica,/mais sagrada que a de um rei,/posse intangível, se planta/na alma do povo – que canta/as canções que lhe ensinei!
OM: Na sua opinião, o seu pai não teve o reconhecimento merecido por parte do Rio Grande do Norte?
LFM: Respondo com um trecho que escrevi, na apresentação do livro: “Linda e pobre terra, a nossa "iara morena, pulando na água serena do Potengi, a cantar"... Muita água no velho rio desceu, o tempo rodou e, vamos e venhamos, Othoniel Menezes – o parnasiano, o modernista, o jornalista, o ensaísta, o prosador, o etnógrafo, folclorista, o crítico –, hoje, salvo para poucas pessoas, é apenas mais um nome de rua na Limpa dos Santos Reis. E apelido de prêmio de poesia da Prefeitura do Natal, só isso. Seus livros publicados foram poucos e, agora, são muito raros. O rio da sua canção, lá bem perto da ruazinha modesta, está poluído pela imundície dos esgotos; o prêmio temporariamente cassado pela pequenez cerebral da atual administração, entregue às baratas e borboletas viageiras.”
OM: O senhor também é sobrinho de João Menezes, primeiro aviador do Rio Grande do Norte, que morreu em 1920, aos 24 anos, no Campo dos Afonsos – Rio de Janeiro. O seu tio também não teve o devido reconhecimento?
LFM: Esse meu tio – pioneiro, herói e mártir da aviação brasileira, um militar -, nascido em Natal, na Rua das Laranjeiras, tem sido, aqui, na sua terra, cruelmente esquecido. Há anos, venho me debruçando sobre a curta história da sua vida e sobre ela escrevendo. Seus companheiros de farda, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Recife e até em Natal, nos tempos de Parnamirim e da Segunda Guerra, o homenagearam, em várias oportunidades. Há hangares (no Campo dos Afonsos, no Rio e no Campo de Marte, em São Paulo) e ruas com o seu nome, por todo o Brasil. Somente aqui – terra de muro baixo e encruzilhada de mediocridades, digo eu! – não lhe dão o valor que merece. Há poucos dias, representantes de uma certa Fundação em Natal, dirigida por empresários e militares da reserva, cujos objetivos reais desconheço, respondendo a indagações que lhes fiz, demonstrando absoluta desinformação, chegaram ao cúmulo de, numa “reunião de diretoria”, ofenderem a memória do meu tio, questionando, nesse tribunal de araque, os patetas juramentados, a heroicidade do aviador.
OM: Ser filho do poeta e jornalista Othoniel Menezes o influenciou a começar a escrever?
LFM: Acho que sim. Nasci e me criei numa casa cheia de livros e frequentada por intelectuais importantes – daqui e de alhures -, vendo e ouvindo gente de muita tenência e brilho: Esmeraldo Siqueira, Oswaldo Lamartine, Deífilo Gurgel, Mauro Mota, Olegário Mariano, Ascenso Ferreira, Newton Navarro, Edinor Avelino, seu filho Gilberto, João Batista Pinto, Aderbal Morelli, Lenine Pinto, Câmara Cascudo, Djalma Maranhão e Sílvio Pedroza (fazendo serenatas), Evaristo de Souza, Jayme Wanderley, Walflan de Queiroz (dava-me moedas de mil réis!), Miriam Coely, Helen Ingersoll, Celso da Silveira, Dorian Gray, seu tio Luiz Rabelo, João Meira Lima, Moacyr de Góes e tantos outros.
OM: O gosto pela poesia fescenina também é herança do seu pai?
LFM: Não. Othoniel, em casa, era avesso até “a nome feio”. Essa era a regra. Havendo necessidade de se referir a um homossexual, o “velho”, na frente dos filhos e da mulher, partia, no máximo, para o substantivo e pouco usual “pederasta passivo” – é olhe lá. A sua pouca – mas deliciosa produção fescenina - só a conheci, em parte, aos dezessete anos, no Assu, sob a guarda fiel do poeta João Fonseca, seu amigo e colega no Campo de Parnamirim, na Segunda Guerra Mundial. Em casa, ele nunca falava dessa sua faceta pornográfica. E eu, às escondidas, no Atheneu, pintava e bordava nas tais cantigas de maldizer.
OM: O senhor é conhecido por seus comentários polêmicos sobre pessoas e fatos, principalmente, na área cultural. Por que adotou esse estilo de escrever?
LFM: Para aporrinhar os analfabetos, os corrutos e os cretinos – os “analfacorruinos”, como bem dizia o meu amigo de levantamento de copo, o insubstituível juiz de Direito Caio Pereira.
OM: Qual o objetivo do blog Mediocridade Plural?
LFM: Tá lá, no frontispício: “Aqui (no Rio Grande do Norte), há muitas exceções, honrosas, decentes, mas a coisa, no geral, no picollo mondo, "tá preta" mesmo no ensino (de todos os graus), nas academias – inclusive na de Letras, aquela que o senhor nunca foi lá sequer tomar posse –, na política e no bestunto da maioria dos "intelectuais conterrâneos" – estes últimos produzindo mais do que sabiá no fundo da gaiola. (Carta a Othoniel, in “Obra Completa”)

Viaduto da Arena estará pronto até a Copa, mas não será usado e ficará “escondido”

Construção de um viaduto, drenagem do entorno da Arena das Dunas e adequação de calçadas tiveram cronogramas alterados e serão entregues apenas após o Mundial

Vista aérea da Arena das Dunas, onde será erguido p viaduto. Fotos: Cena2 Produções
Vista aérea da Arena das Dunas, onde será erguido p viaduto. Fotos: Cena2 Produções
Três obras de mobilidade urbana consideradas cruciais para a Copa do Mundo em Natal não ficarão prontas a tempo, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da cidade. Um viaduto que facilitaria o trânsito na marginal da Arena das Dunas, a drenagem no entorno do estádio e a adequação de calçadas seguindo normas de acessibilidade tiveram seus cronogramas alterados e só serão entregues após o Mundial.
A obra mais aguardada dentre as três citadas era a construção de um viaduto medindo 130 metros na Avenida Lima e Silva, ao lado da Arena das Dunas. De acordo com o secretário de Obras de Natal, Tomaz Neto, a estrutura estará pronta até a Copa, mas não poderá ser usada e ficará “escondida” com a ajuda de tapumes. “O viaduto vai ficar pronto, mas existe um tempo para a cura (secagem) do concreto, o que não permite que seja liberado o trânsito sobre ele”, afirmou o secretário à reportagem do Estado.
Para amenizar o impacto na mobilidade ao redor do estádio, três vãos de oito metros de altura por cinco de largura serão abertos sob a estrutura a fim de facilitar o acesso das delegações, convidados e profissionais de mídia à arena em dias de jogos.
A expectativa é que o equipamento seja liberado para receber o tráfego de veículos apenas no mês de julho. A pedido da Fifa, que enviou técnicos para uma última visita ao Rio Grande do Norte antes do evento-teste marcado para 3 de maio (jogo entre ABC e América, pela Série B do Brasileirão) na semana passada, a obra será cercada com tapumes de cinco metros de altura adesivados com mensagens e imagens alusivas à Copa do Mundo.
ARENA-VISTA-DO-GINÁSIO
OUTRAS OBRAS
As outras duas obras que não estarão prontas até o Mundial são a drenagem do entorno do estádio e a adequação de 55 quilômetros de calçadas nas vias que dão acesso à Arena. De acordo com a Secretaria de Obras de Natal, a intervenção na drenagem – que deveria ser entregue dia 31 deste mês – teve seu cronograma modificado em virtude da necessidade de rebaixamento do lençol freático, que estava criando “pequenas cavernas” embaixo das demais obras, e agora será entregue apenas no dia 31 de julho – mais de 15 dias após a competição.
“Recomendamos a paralisação da obra com objetivo de encontramos uma solução para continuar a escavação. Estamos cavando novos poços no entorno para rebaixar esse lençol freático. A expectativa é que haja um atraso de 60 dias”, disse Tomaz Neto. Segundo o secretário, o atraso nesta obra também comprometerá a pavimentação de algumas vias próximas.
Sobre as calçadas, que deveriam receber adequações de acessibilidade, o secretário revelou que a prefeitura tem tido problemas com proprietários de imóveis localizados em áreas próximas ao estádio. Esses moradores construíram rampas de acesso às suas garagens. Por isso, segundo Thomaz Neto, nem 10% do cronograma previsto para esta obra será concluído a tempo.
“As exigências de acessibilidade nos obriga a destruir essas rampas e isso tem causado problemas. Não vamos conseguir realizar nem 10% dessa obra, mas as calçadas no entorno da Arena das Dunas estarão prontas”, garante.
Fonte: Estadão

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Antigo Cine Rex, Natal-RN.

Supremo absolve ex-presidente Collor por falta de provas

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
  • Alan Marques/ Folhapress
    Ministra Carmem Lúcia é a relatora do processo contra Fernando Collor de Mello
    Ministra Carmem Lúcia é a relatora do processo contra Fernando Collor de Mello
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (24) absolver Fernando Collor de Mello do crime de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e corrupção passiva por falta de provas. A acusação é da época em que ele foi presidente da República, entre 1990 e 1992.
Ao apresentar o seu voto, a ministra Cármen Lúcia argumentou que os indícios apresentados pelo Ministério Público Federal são "frágeis", o que "impossibilitam a condenação pleiteada". "É preciso certeza, não basta probabilidade", afirmou a relatora, que também fez críticas ao trabalho da acusação. "Não é um primor de denúncia, na minha opinião."
Ela foi acompanhada integralmente pelos ministros Dias Toffoli, revisor do processo, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski. Teori Zavascki concordou com a absolvição por peculato, mas entendeu que falsidade e corrupção já prescreveram e, portanto, não deveriam ter o mérito julgado. A ministra Rosa Weber e o presidente da Corte Joaquim Barbosa também votaram como Zavascki. O ministro Marco Aurélio de Mello, por ser primo de Collor, não participou do julgamento.
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Relembre casos e polêmicas do ex-presidente Fernando Collor de Mello13 fotos

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Denúncias de corrupção: Com a revelação do Esquema PC, foi aberta uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso em junho de 1992 para averiguar o caso. Teve início uma série de denúncias contra Collor, como a confirmação de que uma empresa de PC Farias pagava as contas da Casa da Dinda, residência do presidenteSérgio Tomisaki/Folhapress
O decano da Corte, Celso de Mello, e o ministro Gilmar Mendes não estiveram presentes na sessão. Logo após o fim da sessão, o presidente do Supremo criticou a morosidade da Justiça no Brasil. "Isso é um retrato de como funciona a Justiça criminal brasileira. (...) Com tropeços, com mil dificuldades. É isso".
A acusação é da época em que Collor era presidente da República, entre 1990 e 1992. Segundo o Ministério Público Federal, ele teria favorecido empresas de publicidade na assinatura de contratos com o governo federal em troca de propina. O dinheiro seria usado para pagar pensão alimentícia de um filho que Collor teve fora do casamento na década de 80.
Os crimes de falsidade e corrupção já haviam prescrito, ou seja, Collor já não poderia mais ser punido por conta do tempo decorrido, mas a ministra decidiu julgar o mérito mesmo assim por entender que as acusações estavam "entrelaçadas".
A ação contra Collor foi recebida pela Justiça Federal de Brasília em 2000. Sete anos depois, quando se elegeu senador e passou a ter foro privilegiado, o processo subiu para o STF.
Leia mais em: http://zip.net/bjnb1Q

Foto de: Vale do Açu

OTHONIEL MENEZES MUITO ANTES

Por Laélio Ferreira de Melo

“Quanto à parte do livro (“Sertão de Espinho e de Flor”) que trata do sertão
como objeto de interesse propriamente etnográfico, nas incontáveis notas que
se seguem aos poemas, Othoniel Menezes revela uma comovente postura
intelectual.

À sua experiência empírica, recolhida da memória infantil, acrescenta à de
autoridade em assuntos sertanejos da estatura de Gustavo Barroso, José
Américo de Almeida, Câmara Cascudo, Leonardo Mota, tantos outros.

E o que é mais: às fontes vivas, interlocutores da região, verdadeiros
narradores das coisas do sertão, como o notável fazendeiro de Acari,
Cipriano Bezerra Galvão, zeloso guardador da memória, antepassado de
estudiosos competentes como os citados Oswaldo Lamartine e Paulo Balá. O
resultado é um conjunto inestimável de informações sobre o Sertão. Sertão de
cuja medida se tem idéia pela emoção do seu autor.” Tarcísio Gurgel (Os
grifos não são do original)

SERTÃO DE ESPINHO E DE FLOR

Canto 7

No piso do comboio

[...] As lendas arrepiadoras do caipora travesso e maldoso, atravessando
célere, montado em caititu arisco, as chapadas, desertas,
nas noites misteriosas de luares claros; os sacis diabólicos,
de barrete vermelho à cabeça, assaltando o viandante retardatário,nas noites
aziagas das sextas-feiras, de parceria com
lobisomens e burras-sem-cabeça notívagos: todos os
malassombramentos, todas as tentações do maldito [...]
Os Sertões, p.139

***

Sertão dos meus dez janeiros!
Cavalos mansos, baixeiros.1
Que delícia, era viajar,
armando a rede nos ganchos
do alpendre aberto dos ranchos,2
– seis dias, para chegar…

Fazer uma madrugada! 3
A tropa, inda estremunhada,
trota, no barro da chã…
Vai-se andando… vai-se andando…
Rósea, a barra vem quebrando…4
Chora, no vale, a acauã.

(Rompe-nuvem, baio lindo!
Viaja-se, mesmo dormindo,
no teu dorso embalador!
Teu nome – de avanço e luta –
é uma hipérbole matuta,
chalaça de cantador!

Assim, tardo, é que te quero,
Rompe-nuvem! Que inda espero
volver, tão dócil te sei,
– e, só por matar saudades! –
às serras, às soledades,
do sertão que sempre amei!).

***
A ária, dulcíssima, esparze-a
nas carnaúbas da várzea,
graúna, avatar de Orfeu! 5
Tua asa é a tinta do poema
dos cabelos de Iracema
– que, de saudades, morreu…

Latada! Mata esta sede
de madornar numa rede
bem alvinha, de algodão!
Pelego, 6 na areia… areia
que o rio enxaguou na cheia
– mais fofa do que um colchão…

Moça da saia encarnada,
que eu vi, na volta da estrada,
arisca, a olhar para mim
– talvez nunca mais te veja!
– ou, um dia te leve à igreja,
a ouvir-te o risonho sim…

Não, nunca mais! Bem m’o disse,
na sua sábia crendice,
meu arrieiro, o Tundéu:
– Quem carcula, se atrapaia…
de casamento e mortaia,
o corte é feito no céu!

Eu, condo fui do seu tope,
quebrava no curilope 7
no lenço de gurgurão. 8
Tive tomém uma cera 9
c’uma cabrocha linheira,10
lustrosa que só o cão!

Hoje, num dou mais nutiça:
fizero machaviliça,
briguemo. Foi fuzuê!
Uma sujeita zanôia
dixe que eu sou vira-fôia,11
e ela num quis mais me vê…

– Diz us fio da Caindinha
que ela, agora, é bonequinha
do cabaré do Iguatú.
Nun vê guaiaba passada?12
P’ru fora, cheira e é rosada
– dento, só tem tapuru..
.
Pricurei meu padim Ciço.
Ele tornou-me: Feitiço
de mulata, é bem capaz
de atentá o prope Cristo;
vá rezar, se esqueça disto,
– muié, o vento é quem traz…

Andei mascando a liamba,13
dei birrada,14 acabei samba,
bêbo foi meu naturá.
Sarou. Mas, p’ru dento, é vivo,
o diale do remativo
desse estrepe de juá…

Iguá o freguês sem rumo,
que entra no mato sem fumo,
pra caçá, e fica é só.
Toma ferrão de tubiba 15
– e a caipora, pru riba,
inda lhe infinca o cipó…

O freguês só tem sossego
si num arrumá chamego,16
mucuím, tixe 17 ou muié.
Rabo de saia e mundiça,18
faz inté fazê toliça
cavalo de carroçé! 19

***
Sobe a névoa matutina.
Terno, o galo-de-campina
fere a canção do arrebol.
Desperta a fazenda, em baixo.
O dendezeiro do riacho
apara a esgrima do sol…

Papa-arroz…20 De nome, é feio;
qual, porém, mais belo, veio
da Amazônia, ou do Japão?
Tão retinto, que azuleja:
da gorja 21 ao peito, flameja
um crachá cor de malvão!

A Cidade ainda distante…
Eu, o lírico estudante,
venho em férias. Olho ao sul:
que alvoroço, que alegria!
– a igreja da freguesia
recorta a torre no azul…

Aí vai, cruzando o caminho,
um serrano no burrinho
lerdo, mancando de um pé.
Entra no mato. Mas, onde,
em que cafundó se esconde
seu ninho de caboré? 22

Centelha, vivente, réstia
de sol, gorjeando! Tiveste-a,
a voz, no Céu, a afinar?
Pintassilgo! és o violino
de um gênio, cujo destino
é o de morrer… de cantar!

Casaca-de-couro. 23 O ninho,
enorme, é todo de espinho.
Dá-lhe o nome, a cor que tem.
Canto, em dueto: alarido!
– grita, frucudo, 24 o marido!
– A mulher grita, também!

Sem uma folha, uma, única,
no adamascado da túnica,
o flamboyant faz lembrar
os Doze Pares de França: 25
– é Roldão, 26 ferido à lança,
de pé, com o peito a sangrar…

Ganhou Burbank 27 ouro e glória,
obrigando a palmatória
a sem espinhos nascer.
A nossa, não passa disto:
– nem a coroa de Cristo
tanto espinho era de ter!

Lavandeira,28 lavandisca,
bem casadinha! Petisca,
desde o pátio, ao corredor.
A lenda a protege e nimba:29
– na água e no anil da cacimba,
lava pra Nosso Senhor.

Mulungu, pau de tabuado,
num açude, és um achado
no cavalete 30 que dás!
Florido, a contar de agosto,
na tua fronde, o sol posto
o fogo em retalhos faz…

Notas ao Canto 7

Baixeiro: Hábil no baixo, modalidade miúda e macia, da marcha
do cavalo ou do burro, muito cômoda e agradável para quem viaja.
Em escala de velocidade ascendente, assim se classifica, no sertão,
a marcha da montaria:

– passo
– chouto
– baixo (ou carrego)
– galope-em-cima-da-mão
– galope alto (ou largo)
– contramarcha
– meio
– esquipe
– carreira

Rancho: Ou arrancho. Pouso, lugar onde se descansava, durante
o pino do sol (pingo-do-sol), ou onde se pernoitava, nas extenuantes,
mas tão divertidas, tão pitorescas jornadas através do sertão,
prolongadas por três, quatro ou cinco dias, na marcha ordinária
dos comboios, marcha que consistia em dois períodos: pela
madrugada, até as 10, às 11 horas, e das 14, ou 15, às 18, em
etapas de 5, 6 léguas. Havendo luar, a segunda etapa se prolongava
às 19, às 20 horas. Os ranchos eram o rústico alpendre, colmado31
de folhas de coqueiros ou ramas de oiticica, da habitação à margem
da estrada, a cuja porta a integral, encantadora hospitalidade
sertaneja proverbialmente desobrigava do clássico: “ó de casa!”.
Comumente, também, se não era inverno, servia de pousada, para
o pernoite, alguma copada de oiticica, uma quixabeira alvinha de
flor, um espetacular juazeiro em cuja copa rotunda a gente pressentia
o frêmito dos canários estremunhados, sobre o clarão da
água para o café – o café mais gostoso, mais tonificante, mais perfumado
desse mundo, e cujo pó grosso e rescendente se fazia assentar
da panela.
Durava cinco a seis dias, o trajeto entre Jardim do Seridó e
Macaíba, ponto terminal da jornada, e de onde, através do rio
Jundiaí, em lancha ou bote, se atingia Natal.

Anexins e Ditados: “Agrado é que demora viagem”; “Hóspede
em casa é dia-santo”.

Fazer u’a madrugada: Sair do rancho, em prosseguimento da caminhada, às 3,
às 4 horas e mais cedo. O mesmo que fazer u’a mineira, no Sul.

A barra vem quebrando: Vir amanhecendo. Alusão às nuvens que, ordinariamente
se acastelam ao nascente, na antemanhã. Ao quebrar da barra, cedinho, de
manhãzinha.

Pelego: Idílio. Tem quase sempre sentido pejorativo e, nesta
acepção, não figura no Pequeno Dicionário aqui já muitas vezes citado.
Vejam-se adiante cera e chamego.

Arrieiro: Pajem, pessoa que se encarregava de preparar as refeições, de
cuidar dos animais, durante a jornada. Almocreve, comboieiro, tangerino,
cargueiro.

Condo: Quando.

Tope (ó): Talhe, tamanho, estatura.

Quebrar: Usar, por luxo. Fulano só quebra no brim branco; Fulano só quebra
na seda.

Curilópe: “Chlorilopolis do Japão”, marca de perfume
popularíssimo no Seridó, há trinta anos. Era vendido em vidrinhos de 5 a 8
gramas, com etiqueta dourada – uma gueixa sobre a sombrinha de bambu e seda
– a 50 centavos.

Cera: Namoro, idílio platônico. Veja-se adiante chamego.

Linheira: Esbelta, delgada, lazarina (veja-se, no Canto 11, anotação à
ultima palavra).

Lustrosa: Que não é bonita, nem feia. Simpática, bonitona. G.Barroso e M.
Bandeira não colhem o termo com este significado, clássico em todo o
Nordeste (Referimo-nos sempre, nestas Notas, à segunda edição do
excelentePequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa).

Cão: O diabo. Veja-se Nota à palavra droga, no Canto 4.

Machaviliça: Maquiavelice, intriga.

Fuzuê: Barulho, disputa, confusão, arrelia. Vide verbete angu, em Notas ao
Canto 11.

Vira-folha: Infiel, volúvel.

Passada: Madura em excesso, meio podre (relativo a fruta).

Andei mascando a liamba: Alusão ao ciclo da cachimbagem
dessa erva, que é o cânhamo, cannabis sativa, diamba, riamba, pango, maconha
(a denominação mais popular, esta última). Rica, interessantíssima, a
sinonímia inclui, ainda, aliamba, dirijo, birra, fumo-de-Angola, atchí
(corrutela de haxixe).32 É uma variedade de cânhamo europeu, originário da
Índia, (cannabis indica). Esta planta, cujo uso e contrabando tanto
preocuparam a policia carioca, e foi assunto rendoso a muitos jornais
sensacionalistas
da capital da República, é conhecida, há muitos anos, no sertão, embora o
fato não tivesse sido registrado, até agora, na crônica policial ou
judiciária do Estado. No Seridó propriamente dito, e talvez em todo o sertão
norte rio-grandense, não se sabe do uso da diamba.33
Entretanto, o Dr. Manoel P. Diniz,34 bacharel em direito, advogado, poeta
incluído na coletânea de Laudelino Freire,35 Sonetos Brasileiros, e que, em
1941, encontramos nas funções de secretário da Prefeitura da terra de Padre
Cícero,36 escreve o seguinte, no seu curiosíssimo livro,Mistérios do
Joazeiro, que Câmara Cascudo considera (emVaqueiros e Cantadores) um dos
mais importantes,
minuciosos documentários do ciclo folclórico dominado pela singular
personalidade daquele malogrado Barjesus37 caririense:
Não inventamos bichos-de-sete-cabeças, quando nos referimos ao uso da liamba
[...] Infelizmente, os nossos
governos do Norte e Nordeste (onde há os mais perigosos
centros de cultura e uso da liamba) ainda não criaram
serviço especial de policia preventiva, contra entorpecente
tão perigoso, que concorre, não só, para
achinesar um povo, como para africanizar, que é muito
pior. No Rio de Janeiro existe a legendária favela e, no
sertão nordestino, que está mais próximo do Maranhão?
(Simões da Fonseca, no Dicionário Enciclopédico, afirma
que a liamba é nativa daquele Estado).
M. Diniz continua,
Há muitas favelas, ou elementos de favelas, atuando
particularmente nos grandes centros onde predomina
a maioria da ignorância, como desgraçadamente aconteceu
em Joazeiro, que só de há poucos anos a esta
parte (1935) começou a sair do caos, como se fosse
um novo orbe de que o padre Cícero seria o Padre-
Eterno, conforme a crença de muitos romeiros que a
estas horas, podem estar na Bem-Aventurança celeste,
formando a imensa legião dos pobres de espírito que constituíram o maior
troféu com que o Patriarca
se apresentou diante de Deus, ao ser julgado [...] Mas,
dir-nos-iam, que tem isto com aquilo? Muitíssimo; pois
muitas pessoas, mesmo das menos simplícias, pensavam
que certos tipos, particularmente pretos ou bem
trigueiros, eram realmente doidos ou malucos, conduzidos,
furiosos, à presença do Patriarca, para curálos.
Nem por sonho. Tais indivíduos, que vimos mais
de uma vez à porta do Patriarca, contidos por seus
condutores, cavilosos ou não, no dia seguinte estavam
bons, e proclamando que tinham sido curados por milagres
da bênção do Padim Ciço. Quase todos esses tipos
eram liambados, e nada mais [...] E a liamba, para a
formação desses pseudo-loucos? Existia e existe em
Joazeiro, embora usada ocultamente, não por medo
da policia, mas porque não queriam que o Padim soubesse;
não porque o amassem mas porque temiam que
ele mandasse castigar os empreiteiros da cultura da
liamba e do seu uso maléfico. Damos testemunho de
tal erva aqui. Vimos há anos, no quintal de uma casa, à
rua da Conceição, desta cidade, alguns pés de um arbusto
parecido com o mastruço e de sementes semelhantes
às do coentro. Eram pés de liamba.(Mistérios
do Joazeiro, M. Diniz, tipografia do O Joazeiro, Ceará, 1935).

Em 1947, a revista O Cruzeiro, do Rio, publicou sensacional
reportagem em torno do uso da maconha (liamba). Américo
Valério38 e Gonçalves Fernandes,39 de Pernambuco, têm publicado estudos
especiais a respeito.

Birrada: Pancada (de birro, bilro, cacete curto), caçambada,
tamboretada, sabacuzada, lapada, gebada (esta última tem também sentido
obsceno).

Remativo: Reumatismo. Qualquer dor surda e intermitente, cuja causa não
conheçam, é assim denominada, entre os matutos.

E a caipora, p’ru riba: O sertanejo acredita na caipora,40 duende, espírito
protetor dos animais silvestres, espécie de saci-pererê, um negrinho muito
vivaz, de barrete vermelho, sempre cavalgando um porco ou um veado, e cuja
presença se manifesta num assobio agudíssimo e prolongado. Exige, dos
caçadores, o tributo de um pedaço de fumo, sem o que não poderiam eles
penetrar impunemente no mato, ou realizar caçada compensadora. O castigo
mais temido é o de uma sova de cipó, quando a caipora topa
com um devedor relapso, reincidente. Aos caçadores mais felizes, atribui-se
estarem em dia com o imposto.

Chamego: Namoro, em sentido pejorativo. Agarrado, pegamasso, pelego,
arranhado, xodó, chichinado (subst). Animação, cera, influência e ponta são
empregados na acepção platônica. Por ocasião de sua última viagem ao Seridó
(1941), já ouviu o Autor dessas Notas, em rodas de cafés e bilhares,
chafandrilha, xumbregação, e fiapo (tirar fiapo com fulano, com fulana),
termos da gíria plebéia
natalense. Há, ainda, aqui (Santo Deus!), mamparra, fraguido, ronçoio (do
verbo roçar?), etc.

Macuim: Ou micuim, espécie de carrapato microscópico, habitante das folhas
verdes, e cuja picada produz inaturável comichão.

Tixe: Piolho das aves domésticas, goniodes stylifer. Cafife, mundiça. No
feminino, cafifa, significa importunação, estribilho irritante, mofina,
caninga, infuca, amolação (Veja-se caninga, nas Notas do Canto 6).

Mundiça: Imundície. Denominação dada, entre o povo, a qualquer praga de
parasitas, especialmente de galináceos e colombinos (mundiça). Gente ruim,
canalha, cambada. Em sentido afetivo, trata também assim o matuto a própria
família:

– Como lhe vai, a obrigação?
– A mundiça tá viva, graças a Deus…

Jaques Raimundo41 (O Elemento afro-negro na Língua Portuguesa, p. 124)
ensina que mundiça é sinônimo de grande quantidade (Mato-Grosso), e cita uma
frase de Taunay,42 em Inocência, p. 101:
“Trouxeram de lá uma imundície de gente amarrada”.
Pode ser, esta, a significação em que o matuto emprega a palavra,
referindo-se à prole, ordinariamente numerosa entre os casais sertanejos.

Cavalo de Carrossel: Sujeito que não sai dos limites, em questões de despesa
econômico, a mais não poder, somítico, avarento; pirão-na-unha,
amarrado-de-corda, pão-duro, dura-fogo.

Papa-arroz: Pássaro da família das Fringiloidas, Dolychonix
oryzivorus. Xexéu de coqueiro, de plumagem negro-azeviche, ou azul-ferrete,
encontradiço nos coqueirais e carnaubais. Anda sempre em bandos, nos quais
avultam as fêmeas. O macho, ave belíssima, quando adulto, tem a plumagem
ainda mais escura, e uma faixa cor de brasa viva no papo, começando da parte
inferior do bico.

Cafundó: Lugar deserto e longínquo, de difícil acesso; furna de serra.

Caboré: Glaucidium brazilianum, Gm., pequenina coruja pintalgada, não apenas
noturna, e que só nos ermos serranos comumente constrói o ninho, nos buracos
da velhas árvores e barrancas. Quando canta, nas proximidades do inverno, é
mau sinal. Cuidam os matutos ouvir, no melancólica, regougo,43 em tom grave
do caboré, repetida sinistramente, a onomatopéia ameaçadora: sol… sol…
sol…

Casaca-de-couro: Ave do sertão e da caatinga,44 da família das Mimidas, e
também chamada maria-cocoruta, denominação que lhe vem da poupa de penas. Na
várzea do Assu, é também conhecida por catapirra. É toda de cor de couro,
curtido recentemente.
Anda aos casais, tanto no mato como nas árvores dos quintais urbanos, onde
todos os anos faz o ninho – um ninho enorme, tão entretecido toscamente de
gravetos espinhosos, mas forrados, no interior, com pluma de algodão e
capins delicados. São tão grandes, estes rústicos gineceus, que, não poucas
vezes, arreia com o peso deles o galho da jurema, de favela ou de turco,45
que os suportava.
Há árvores com cinco, seis, e mais, ninhos de casaca-decouro, sempre
construídos pelo mesmo casal – anos e anos. A casaca tem dois terríveis
inimigos, o punaré 46 e o concliz. O primeiro, um ardiloso e voraz rato
silvestre, para lhe devorar os filhotes; o concliz, (Vide esta palavra no
Canto 6), para expulsá-la, aproveitando-se velhacamente da “casa” pronta,
para chocar a própria ninhada. A casaca só canta em dueto, um canto alto,
agudíssimo, estridente, alegre caprichoso, sem melodia consagrada pelos
Hercules-Florence 47 e pelos Gonzaga-Duque 48 do pentagrama
avícola do deserto, mas cheio de graça agreste e de saudosa ressonância,
ouvido a grande longitude na solidão comburida dos meios-dias sertanejos.
Frente a frente, junto ao ninho, e pulando vivo e miúdo, os topetes riçados
49 as asas distendidas e peneirando, “marido” e “mulher” se desafiam,
ardentemente, nesta estrídula melopéia que, a breves intervalos, martelam o
dia inteiro.

Lavandeira: Lavandisca, Fluvícola climazura. Esclarece Câmara Cascudo, em
Aves no Folclore Brasileiro:

Vão ter uma surpresa, quando lhes disser que a
lavandeira está no Índex,50 também. Apesar de seus
hábitos simples, de sua familiaridade, de suas visitas
às calçadas e cozinhas, de seus saltos e reviravoltas, a
lavandeira não é boa peça. Se lavou a roupa de Nosso
Senhor, é que foi obrigada, ou quis agradar uma vez na sua vida. Dá azar, e
dos grandes. Para anular seu
inconveniente prestígio maléfico, quando lhe derem
de comer, especialmente carne verde, não lhe dêem
de beber. E vice-versa.

Cavalete: Toro de madeira leve – especialmente, o mulungu –, muito usado,
nos açudes e nos rios, como precioso auxiliar dos exercícios de natação. É o
salva-vidas clássico no sertão.

***

NOTAS DE LAÉLIO FERREIRA

1 Ver nota de OM.
2 Idem.
3 Idem.
4 Idem.
5 Figura mitológica, filho da musa Calíope, músico e poeta, marido
apaixonado
de Eurídice. Quando tocava sua lira, os pássaros paravam de voar
para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. Ele ganhou a lira de
Apolo; alguns dizem que Apolo era seu pai.
6 Ver nota de OM.
7 Ver notas de OM para “condo”, “tope” e “curilope”.
8 Gorgorão, tecido encorpado de seda, com relevos formando finos cordões,
originalmente fabricado na Índia.
9 Ver nota de OM.
10 Ver nota de OM.
11 Idem, idem.
12 Ver nota de OM.
13 Ver nota 373.
14 Ver nota de OM.
15 Do tupi tuuíua – Pequena abelha silvestre meliponídea (Scaptotrigona
tubiba-Smith).
16 Ver nota de OM.
17 Ver nota de OM.
18 Ver nota de OM.
19 Idem, idem.
20 Idem.
21 Garganta, goela, pescoço.
22 Ver nota de OM.
23 Ver nota de OM.
24 O mesmo que frocado: com a coluna reta; aprumado, empertigado.
25 Refere-se a “Carlos Magno e os Doze Pares de França”, canção de gesta,
narrativa com muitas batalhas que se espalhou por todo o sertão e inspirou
violeiros e cantadores. A tradição é que esses pares, cavaleiros que
formavam uma espécie de tropa de elite do imperador Carlos Magno,
eram doze e assim se fixa o seu número no primeiro poema que celebrou
a batalha de Roncesvalles – La chanson de Roland.
26 Forma abrasileirada de Roland, um dos Doze Pares de França, personagem
principal da canção carolíngia – acima referida -, do ano 1070, sobre
a emboscada sofrida pelo rei franco Carlos Magno, no desfiladeiro de
Roncesvales, em 778, pelos bascos.
27 Luther Burbank (1849-1926). Pioneiro dos alimentos ditos hoje
transgênicos, um dos maiores gênios de melhoria de plantas. Vivia na
Califórnia no início do século XX e criou centenas de variedades. Livre
pensador, darwinista.
28 Ver nota de OM.
29 Do verbo nimbar: cobrir uma imagem, pessoa ou figura com um halo ou
auréola.
30 Ver nota de OM.
31 Coberto de colmo. Pequena casa coberta de colmo. Palhoça, cabana,
choupana.
32 Palavra africana (makanha, pl. com pref. ma- de dikanha, tabaco) do
quimbundo, língua da família banta, de Angola. Consumida como o tabaco,
seu princípio ativo é o tetraidrocanabinol. Nas línguas espanhola e inglesa
é
chamada de marijuana (Maria e Juana) e em árabe – e depois na França –
conhecida como haxixe, nominando a planta. No Oriente, conhecida como
charas. A.M.P: maconha embebida em formaldeído, seca e posteriormente
fumada. Skunk: é a maconha de laboratório, cultivada em condições especiais,
com finalidade de obter maconha com concentrações 7 a 10 vezes maiores
de Delta 9 THC. Também chamada de Super Maconha. Outras denominações:
abango, abangue, bagulho, bango, bangue, baseado, baura, bengue,
bolo, bomba, bongo, bosta-de-burro, cabeça-de-nego, cangonha, chá, danada,
dirígio, dorme-dorme, elba-ramalho, erva, erva-do-diabo, erva-docão,
erva-do-capeta, erva-maldita, fininho, fuminho, fumo, fumo-do-mato,
fumo-da-Índia, fumo-selvagem, fumo-de-caboclo, jererê, marijuana, manga-
rosa, maria-joana, massa, mato, muamba, mutuca, massa, nadiamba, pacau,
palha, pango, preto, rabo-de-raposa, ralfe, rafi, riamba, sariema, seruma,
soruma, suruma, tabanagira, umbaru. Os jornais, no Rio Grande do Norte, vez
por outra, noticiam a descoberta de plantações de maconha em terras
potiguares, no Seridó e no Alto-Oeste. Essas lavouras teriam surgido, dizem
os entendidos, por conta do assédio da Polícia Federal aos latifúndios do
chamado Polígono – ou Triângulo – da Maconha, nos cafundós de
Pernambuco, ribeiras do São Francisco. A atividade, hoje, o plantio, o
canhameiral, pode ser até novidade para os nossos sertanejos. O uso da
droga – sempre pernicioso – é secular. A “erva maldita”, veladamente, por
baixo do pano, sempre esteve presente nos sertões nordestinos. Graciliano
Ramos, escrevendo o Linhas Tortas, em Palmeira dos Índios, no sertão das
Alagoas, afirmava que “nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a
cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda usam a liamba”.
Nunca misteriosa, sempre perigosa e deletéria, a maconha, noutra modalidade
de uso, recebeu na Arábia o nome de haxixe. É a resina, a cera
extraída das flores e dos frutos (belotas). Homero, falando da embriaguez
a que se entregavam os citas, faz alusão à inalação dos vapores do cânhamo.
Os orientais (e muito buona gente em Natal, diga-se de passagem) servemse
do haxixe (de alto preço) pitando o narguilé – cachimbo composto de
um fornilho, um tubo e um vaso cheio de água perfumada, por onde
atravessa a fumaça antes de chegar à boca do usuário.
Mil anos a.C., os hindus já consideravam o cânhamo como planta sagrada,
havendo, no Rig-Veda, alusão a respeito. Charas, na Índia, é, também,
sinônimo de costume. Notável, curioso, é que, no Brasil – e aqui mesmo,
na Cidade dos Três Reis, nas comunidades periféricas, nas reuniões dos
“intelectuais” modernosos e emproados, dos artistas “performáticos”, dos
poetas de vários calibres e segmentos, nos condomínios de luxo ou no
Beco da Lama –, qualquer dependente da maconha, com ou sem leitura,
ocupantes ou não de polpudos cargos comissionados no serviço público,
sabe que um chara equivale a um longo, grosso, substancial “canela-deanjo”,
um “cheio”! E a apologia da liamba corre frouxa, na Potiguarânia –
mais das vezes, até, amparada, a título de produção cultural, pelo dinheiro
de todos nós. Novidade não é que uma grande parte da hodierna
intelligentzia do Rio Grande Sem Sorte, além da liamba, faz “clínica geral”,
“inspirando” as raras cacholas, também, nos eflúvios dos chás de cogumelo,
de zabumba (Figueira do Inferno, Maminho Bravo, Trombeta, Dabumba,
Aubatinga-dos-Indios, Erva-dos-Mágicos, Erva dos Feiticeiros, Erva do
Diabo, Erva dos Demoníacos) e da “hostil e mimosa” Jurema-Preta.
33 As pesquisas e as notas de OM são do período de 1939 a 1952. Hoje,
infelizmente, a maconha corre solta Brasil afora, no Seridó e alhures, “nas
Oropa, França e Bahia”
34 Manoel Pereira Diniz. Paraibano de Alagoa Nova, nascido em 1887,
formado em Direito (1911), pela Faculdade do Recife. Migrou para a terra
do Padre Cícero, onde publicou livros (Mistérios do Juazeiro, 1935), fundou
o Colégio São Miguel, e viveu até sua morte, em setembro de 1949. Com o
pseudônimo de “Dr. Israel”, publicou, ainda, Lunário Moderno ou Manual do
Nordestino. A proposta do autor era a de “adaptar o Lunário Perpétuo para o
Hemisfério Sul”. Como advogado, atuou no inventário do “Padim Ciço”.
35 Laudelino de Oliveira Freire (Lagarto/SE, 26.01.1873-Rio de Janeiro/
RJ, 18.06.1937). Advogado, jornalista, professor, político, crítico
e filólogo. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).
36 Cícero Romão Batista (Crato/CE, 24.03.1844-Juazeiro do Norte/
CE, 20.07.1934). Padre Cícero do Juazeiro, “Padim Ciço”. Político importante

“coronel” de muito prestígio, latifundiário, fez revolução contra
o governo da República. Fundador da chamada “Meca nordestina”, ou
seja, Juazeiro do Norte.
37 Mago, feiticeiro judeu, falso profeta, também chamado de Élimas. Vivia
em Chipre (Pafos), província senatorial de Roma, governada, à época,
pelo procônsul Sérgio Paulo – a quem servia, como curandeiro. Segundo
os Atos dos Apóstolos, quinto livro do Novo Testamento, Barjesus foi
desmascarado por Saulo (ou Paulo) de Tarso, que, “cheio do Espírito Santo”,
o amaldiçoou, cegando-o.
38 Américo Valério. Médico carioca, nascido em 1898, ensaísta, professor
catedrático. Escreveu sobre Euclides da Cunha, Machado de Assis, José
de Alencar e Graça Aranha.
39 Gonçalves Fernandes. Psiquiatra, antropólogo, folclorista e escritor
especializado em superstições e religiosidade popular. Nasceu em Recife/
PE, no ano de 1909. Formado em Medicina, em 1937, pela Universidade
de Pernambuco. Foi professor na Faculdade de Ciências Médicas do
Recife, na Faculdade de Direito do Recife e na Universidade do Brasil e
diretor da Fundação Joaquim Nabuco. Faleceu na capital pernambucana,
em 1986.
40 Também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os
índios guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um
porco do mato. Uma carta do padre Anchieta datada de 1560, dizia:
“Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os
atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante”.
41 Jacques (ou Jaques) Raimundo. Professor, jornalista, escritor e
filólogo brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Especialista no estudo das
línguas africanas e sua influência no idioma português. Um dos fundadores
da Academia Brasileira de Filologia. Fernando Jorge, em A Academia do
Fardão e da Confusão registra que o erudito professor desancou o filólogo
Laudelino Freire, criticando ferozmente o Formulário ortographico do
sergipano, “no qual encontrou centenas de erros. Estes lhe deram a impressão
de ser uma “floresta emaranhada de cipós”.
42 Alfredo Maria Adriano d’Escragnolle Taunay, visconde de
Taunay (Rio de Janeiro/RJ, 22.02.1843-Rio de Janeiro/RJ, 25.01.1899).
Escritor brasileiro do fim do século XIX, professor, militar, político,
historiador
e sociólogo.
43 Som cavo, gutural; ronco, roncadura; ato ou efeito de regougar.
44 Pseudoseisura cristata.
45 O turco (Parkinsonia aculeata L.) é uma árvore de pequeno porte,
pertencente
à família Leguminosae – Caesalpinoideae, ocorrendo em áreas do Nordeste
do Brasil e Rio Grande do Sul.
46 Do tupi puna’re ‘. Espécie de mamífero roedor da família dos equimiídeos
(Thrichomys apereoides), de pelagem macia e cauda longa; rato-boiadeiro.
47 Antoine Hercules Romuald Florence. Chegou ao Brasil em 1824, e
durante quase 50 anos viveu na Vila de São Carlos, hoje Campinas, em São
Paulo – onde morreu em 27 de março de 1879. Entre 1825 e 1829,
participou como desenhista de uma expedição científica chefiada pelo
barão Georg Heirich von Langsdorff, cônsul geral da Rússia no Brasil.
Inventou um sistema de impressão gráfica (polygraphie) e, muito antes de
Daguerre, em 1833, usando câmera escura, chapa de vidro e papel
sensibilizado
para o contato, descobriu um processo fotográfico, dando-lhe o
nome de photographie.
48 Luiz Gonzaga Duque Estrada (Rio de Janeiro/RJ, 1863-Rio de Janeiro/
RJ, 1911). Foi um crítico de arte e escritor brasileiro. Autor de A Arte
Brasileira
(1888) e do romance Mocidade Morta (1899), dentre outras obras.
49 Eriçados, arrufados, postos em pé.
50 Assinalado como indesejável, pernicioso.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

AÇÃO PARLAMENTAR

Projeto pede reconhecimento de Luiz Soares como patrono do escotismo potiguar
Deputado George Soares apresentou hoje (23), no Dia do Escoteiro, proposta para homenagear o fundador da Associação de Escoteiros do Alecrim
No Dia Mundial do Escoteiro, comemorado hoje (23), o deputado estadual George Soares apresentou PROJETO DE LEI reconhecendo o professor LUIZ Correia SOARES de Araújo como Patrono do Escotismo no Rio Grande do Norte. Falecido em 1967, Luiz Soares é a maior referência do movimento de escoteiros no Estado. Lembrado como um homem simples e austero, mas perseverante e dinâmico, com uma notável vocação para educador. Foi o fundador da Associação de Escoteiros do Alecrim (1919), do Grupo de Escoteiros do Assu (1934), como também da Escola Profissional do Alecrim (1922) e do Grupo Escolar Frei Miguelinho.DO BLOG:  
Quem foi este homem de nome Luiz Soares?

Luiz Correia Soares de Araújo nasceu em Assu no dia 18 de janeiro de 1888 – Ano da Libertação dos Escravos no Brasil. Professor Luiz Soares era formado pela Escola Normal de Natal. Exerceu o magistério durante 54 anos. Foi o primeiro diretor do grupo Escolar Tenente Coronel José Correia - Assu, inaugurado em 07 de setembro de 1911.

Depois de dois anos a frente do referida instituição educacional, Luiz Soares foi para Natal. Naquela capital dirigiu o Grupo Escolar Frei Miguelino, a Escola Profissional e colaborou com a fundação da Associação de Escoteiros, recebendo a comenda Tapir de Prata - a mais alta insígnia mundial do escotismo.

Luiz Soares foi um grande desportista. Em sua administração, na Federação Norte-rio-grandense de Desportos, em 1929, inaugurou o estádio de futebol Juvenal Lamartine, em Natal.

Como homem influente na sociedade, contribuiu decisivamente para a criação da Policlínica do Alecrim em Natal, que hoje tem seu nome, e para criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia e da Faculdade de Direito de Natal.

Atuando na política foi vereador em Natal e presidente da Câmara.

A sua intelectualidade o fez Sócio das seguintes instituições: Associação dos Professores, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, do Conselho de Educação e Cultura, da Academia Potiguar de Letras.

O professor Luiz Soares foi o fundador do Escotismo no Rio Grande do Norte – Organização mundial masculina (atualmente é mista) de educação extraescolar, voluntária, fundada pelo general inglês Baden-Powell. O professor Luiz Soares aproveitou a oportunidade e trouxe o escotismo para o Assu. Por esta razão a rua onde esta edificada a primeira sede de escoteiros desta cidade, possui o seu nome.

Luiz Correia Soares de Araújo faleceu em Natal aos 79 anos de idade no dia 12 de agosto de 1967.

Atualmente, em Assu, existe a Rua Professor Luiz Soares - esta inserida no complexo comercial da cidade do Assu. Conta ainda com prédios residências, no entanto, um bom número de pontos comerciais ocupa aquela artéria tendo a sede dos escoteiros na esquina com a Av. Senador João Câmara. 
RECRIO-TE

Da poética nascente de minh'alma
Surgem estes versos...
Tão teus.

Trazem o brilho fulgurante
Que esparge do teu olhar.
O mirifico e dourado
Carinho do teu sorriso.

O sabor único e inolvidável
Do teu beijo.

O aroma do teu corpo
Que inebria e seduz.

Crio-te...
Com as discretas definições
Do teu existir,
Do meu sentir.

Neste instante
Confundem-se
Noite e dia
Realidade e desejo,
Poeta e poesia.

Autor: FERNANDO ANTONIO DE SÁ LEITÃO MORAIS

Nasceu em 'Assu - Terra dos Poetas'
Engenheiro agrônomo. Funcionário do SEBRAE. 
Fonte: Vertentes - Reunião com 25 poetas Assuenses contemporâneos.
Ano: 2002 - nº 01 da Coleção Assuense. 

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...