domingo, 10 de agosto de 2014

Bela imagem dos sinos da igreja São Pedro, com vista para o açude público de Pataxó, distrito de Ipanguaçu/RN.
Foto: Vista dos sinos da igreja de São Pedro Pataxó ,com vista para o açude.Boa tarde a todos.
Descurtir
De: João Batista

sábado, 9 de agosto de 2014

RECORDAÇÃO DE INFÂNCIA
VELHAS BODEGAS
Ainda criança eu gostava de observar e analisar as casas comerciais e mercearias de Pedro Avelino. Muitos conterrâneos sabem que entre os anos 60 e 70 existiam algumas lojas comerciais e mercearias bem sortidas. Mas eu quero comentar é a respeito das bodegas, aquelas que exalavam um cheirinho tradicional.
Inicialmente gostaria de dizer que as bodegas tinham várias portas abertas, outras, apenas a porta de entrada, logo, deparávamos com um balcão repleto de velhos jornais, alguns litros de raiz de pau, vinho de Jurubeba Leão do Norte, Catuaba, Conhaque de Alcatrão São João da Barra, alguns pacotes de Arrozina, Maisena e sabão em barra exposto nas prateleiras de madeira e também uma lata com torneira contendo querosene.
As paredes eram decoradas com propagandas de pasta dental Kolipe, cartelas de Gillette, creme Bozzano. Alguns remédios como Sulfato Ferroso, Óleo de Peixe Boi, Pílulas de Vida Dr. Ross, Sonrisal e Melhoral. Não faltavam gatos repousando sobre sacos de estopa e perambulando embaixo do balcão.
As bodegas possuíam um cheirinho bem peculiar, bem sortidas, e sobre o balcão, papel almaço e, ao lado, um rolo de fumo e uma velha faca enferrujada, presa em um pedaço de madeira, além de caixões de madeira contendo milho, feijão e farinha. Outras bodegas exalavam um cheiro de carbureto e de querosene com um odor muito forte.
Na minha infância, eu me lembro das bodegas com pavio de candeeiro, lamparina, penico, papel de fumo, cortador de unhas, novelos de linha, óleo em retalho, sabão de coco, confeito de rapadura, feijão, açúcar, farinha, arroz, tudo em litro ou em cuia com a boca do saco arregaçada; rapadura preta, sabonete Vale Quanto Pesa, Gessy e Palmolive, café em grão, Café Vencedor, Café São Luís, querosene Jacaré, biscoito em lata, anzol, chumbo, espoleta, pólvora, canivete, mamadeira, chupeta, liga de baladeira, parafuso, porca, prego, alicate, marreta, martelo, lanterna, pilha, foquito, tinta, cola, breu, corda, cordão, barbante, caderno de caligrafia, caderneta, tabuada, cartilha do ABC, linha, botão, agulha, bobina, panela de alumínio e tantos outros produtos que eu não me recordo.
Eu como sempre fui um menino observador e, hoje, saudosista, faço essa homenagem a todos que tiveram bodega no nosso município:

'Velha bodega
De tempos antigos
Que não voltam mais,
Te louvo agora
Para preservar
As raízes culturais',

Marcos Calaça, jornalista matuto (UFRN)

Antigos documentos do Banco do Brasil de Assu/RN. Do acervo de Edmilson Lins Caldas e Sandoval Martins. 



sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Versos Escritos N'água

Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...

Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou.

*Manuel Bandeira.

imagem s/créditos
Da linha do tempo de YD
Foto: Versos Escritos N'água

Os poucos versos que aí vão, 
Em lugar de outros é que os ponho. 
Tu que me lês, deixo ao teu sonho 
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza 
Ou bem teu júbilo, e, talvez, 
Lhes acharás, tu que me lês, 
Alguma sombra de beleza...

Quem os ouviu não os amou. 
Meus pobres versos comovidos! 
Por isso fiquem esquecidos 
Onde o mau vento os atirou.

*Manuel Bandeira.

imagem s/créditos

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CAUSO

Por Valério Mesquita

José Ivan Alves chegou à cidade de Macau graças a um concurso feito no Banco do Brasil. Zé Ivan não casara, tornando-se "um rapaz velho". Inteligente e bem afeiçoado, o moço logo entrou para a política e se elegeu vereador. As moças viam em Zé Ivan um bom partido. Uma senhora de mais ou menos trinta anos começou uma paquera. O problema era que a lindona tinha marido. Certo dia, a dona parou o moço e cantou: "Meu marido viaja e eu queria ficar com você. Já sei de tudo sobre a sua vida. Dizem até que "naquela hora", você grita muito, faz escanda-lo. É verdade isso?". "Que nada. O povo tem é inveja da minha vida. Isso não acontece", disse o vereador arenista. O encontro foi marcado, depois das dez. na casa da moça. Zé Ivan não jantou. Estava ansioso. Na hora do pega pra capar, o rapaz mais seco que o Nordeste, estava se derretendo precocemente. Queria gemer, gritar, dizer do prazer que estava sentindo. "Tá vendo aí, amor". gemia o moço, "não é o que dizem de mim", e aumentando o tom de voz, "tá vendo, minha filha? Ai como tá gostoso! Ai amor! Apareça o f.d.p. que disse que eu grito, quando atinjo o orgasmo! Apareça seu covarde" Ai meu amor, eu tô me acabando!" A mulher não sabia o que fazer, pois morava numa casa cuja parede era conjugada. O mexerico estava feito e a paixão desgovernada.

REMINISCÊNCIAS:

O VIÁTICO
Uma cerimônia litúrgica celebrada pela Igreja Católica que, eu em menino tive que presenciar, sem nunca mais haver esquecido-a, foi o Viático.

Quando uma pessoa estava em estado mortal, o Vigário, paramentado, debaixo de um pálio conduzido por quatro fiéis, levava ao enfermo o Sacramento da Eucarística, isto é, a hóstia para comungar. Quase sempre havia um pequeno acompanhamento. A passagem do cortejo era reverenciada. As pessoas que estavam sentadas nas calçadas, levantavam-se em sinal de respeito. Se estavam de chapéu à cabeça, retiravam-no por devoção religiosa.

À saída do acompanhamento os sinos repicavam, deixando no ar um sentido místico que a todos envolvia. 

Esse cerimonial não era comum e, ao que parece, com o tempo desapareceu.
Fonte: Assu da Minha Meninice - Francisco Amorim - 1982. - Imagem ilustrativa.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Perdão

O que é mais importante:
Perdoar ou pedir perdão?

Quem pede perdão mostra
que ainda crê no amor.

Quem perdoa mostra que
existe amor para quem crê.

Mas não importa saber qual
das duas coisas é a mais
importate.

É sempre importante saber
que:
Perdoar é o modo mais
sublime de crescer.

E pedir perdão é o modo
mais sublime de se levantar...

Autor desconhecido
Foto: Perdão
 
O que é mais importante:
Perdoar ou pedir perdão?

Quem pede perdão mostra
que ainda crê no amor.

Quem perdoa mostra que
existe amor para quem crê.

Mas não importa saber qual 
das duas coisas é a mais
importate.

É sempre importante saber
que:
Perdoar é o modo mais
sublime de crescer.

E pedir perdão é o modo
mais sublime de se levantar...

Autor desconhecido

 Feira de Negócios de Assú e do Vale (Fenavale) será apresentada oficialmente na próxima terça-feira, 12 de agosto, às 18 horas, no auditório do SEBRAE-RN, em Assú.
Para o coquetel de apresentação a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), entidade promotora do evento, está convidando todos os parceiros do projeto, possíveis expositores e a imprensa em geral da região. Já são parceiros deste ano; Prefeitura Municipal do Assú, SEBRAE-RN, SENAC, Ministério do Trabalho, Ex-jure Advocacia, Fácil Educar, Radio Princesa-AM, 104 FM e Nova 89 FM.
A Fenavale vai acontecer na Praça São João Batista, nos dias 25, 26 e 27 de setembro, e contará nessa sua ressureição, com mais de 100 stands para exposição, praça de alimentação, praça de eventos (arena), palco cultural, e com uma área exclusiva para divulgação de pequenos negócios gerados na região.
“Vamos resgatar a nossa capacidade de fazer a melhor feira de negócios do interior do RN, gerar negócios para os empresários e divulgar nossas potencialidades” disse Edmílson Albino, presidente da CDL, confirmando os apoios já certos para a edição 2014 da Fenavale

Postado por Arafran Peter
Do blog de Aluízio Lacerda

RESGATE CULTURAL


Em 1992 fiz minha estréia no universo das letras, publicamos em edição única com 
tiragem de 500 exemplares um livro que intitulamos "Histórias Daqui Mesmo".

A façanha literária teve um sentimento especial por termos coletados dados, 
informações, paisagens, personagens, colaboradores, enfim, todos que estão i
nseridos nesta minuta literária: são elementos exclusivamente identificados com 
Carnaubais. 
Venho depois de tantos anos agradecer publicamente aos que completaram nossa 
obra: Em primeiro plano ao divino protetor por nos conceder inspiração. 

Mas, devemos por dever de oficio destacar o excelente prefácio do professor Carlos 
Augusto Pereira da Silva, Magno Marques pelo design da capa, Kardiner Manso pela 
qualidade da diagramação e Ozório Manso responsável pela impressão gráfica. 

Nossos contos são genuinamente conterrânea, 22 figurantes históricos do convívio 
social da nossa gente me serviram de motivação pra a produção do conteúdo, muitos 
já são de saudosa memória, dormindo o sono eterno. 

Hoje depois de muita busca encontrei um exemplar guardado com muito afeto por minha 
esposa Consuelo.  

A edição fora esgotada em tempo record, resta-me pedir a Deus, saúde, energia e vida,
para escrever, antes de ir pra cidade dos pés juntos  uma 2a edição. 

Aos nossos leitores, aos que guardam essa rara coletânea de causos carnaubaenses, 
verifiquem que muita coisa mudou em nosso contexto social, econômico, politico e
 cultural. 

Todavia a hospitalidade, o perfil cidadão, a marca do pioneirismo inteligente do nosso 
povo continua do mesmo jeito e que as HISTÓRIAS DAQUI MESMO. merecem serem 
sempre preservadas em nossas memórias.

Aluízio Lacerda
http://aluiziodecarnaubais.blogspot.com.br/

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Recordações
No espelho da vida
revi mil rostos,
velhos, cansados, perdidos 
em passado já distante.
Em meu espanto percebi
quem fui, pois,
na luz que refletia
finalmente eu via
o tempo que passara:
rápido, irônico, implacável.
Pedaços de mim
eram outras fisionomias,
que não eram mais
como um dia foram.
Lutei por descobrir
vestígios de outrora:
em vão!
pois eram apenas traços,
fugazes traços.
Lembranças de rostos,
sorrisos, abraços,
carinhos, beijos.
tempos passados,
passadas vidas,
uma palavra, um adeus.
Pensamentos decompostos
de imagens tão queridas.
são presentes
são feridas
que ficaram
na alma.

*Victor Motta

(Da linha do tempo de YD)

TVEscola - MORTE E VIDA SEVERINA EM DESENHO ANIMADO (1/4)

CULTURA:

NOMES DE ORIGEM INDÍGENA POTIGUAR
ACAUà- Ave da família dos Falcônidas (Herpethotherus cachinnans lin.) Espécie de gavião que mata cobras e sustenta com elas os filhos, deixando a carcaça pendurada junto ao ninho. Daí a frase no sertão: "Quem briga com cobra é acauã"
Do tupí: a-ca-uã - voz onomatopaica derivada do canto dessa ave. Também conhecida por cauã, acanã, macaá, macaná, macaguá e uacauã. Os guarani davam-lhe o nome de maranguá ou macucangá. 
Segundo Batista Caetano é a ave protetora dos índios pois ataca e devora as cobras. O canto da acauã é sinal de bom inverno no sertão. Durante a seca o agricultor ao ouvir o canto da mesma exclama: "Canta, acauã, canta acauã de Nossa Senhora". Quando chegam as chuvas e o açude ameaça arrombar, ele ainda canta, porém diferentemente:"Para acauã, para acauã fia da égua"
Nome de famoso estabelecimento comercial no interior do Rio Grande do Norte. Área do Assu*, onde vendem um delicioso tucunaré preparado de várias maneiras.

*DO BLOG: A comunidade ACAUÃ se localiza no município do Itajá. 
Fonte: Contribuição Indigena à Fala Norte-Rio-Grandense - Protásio Pinheiro de Melo.
Foto: O MZUFV.
Do blo: Assu na ponta da língua, de Ivan Pinheiro


Igreja de Pataxó. localidade do município de Ipanguaçu/RN. Foto de João Batista.

domingo, 3 de agosto de 2014

ERA ASSUENSE, O GIGANTE DA PROPAGANDA BRASILEIRA

A publicidade é uma forma de linguagem poética.

João Moacyr de Medeiros


João Moacyr de Medeiros (1921-2008) era norte-riograndense do Assu. No Rio de Janeiro ele viveu durante mais de sessenta anos. Tipo alto, magro, mistura de potiguar com carioca, bom palestrador. Era prazeroso ouvi-lo narrar a sua fantástica trajetória vivida principalmente na propaganda brasileira. Fundou em 1950, e comandou durante quarenta anos a JMM Publicidade (sigla do seu nome). Antes teria trabalhado na revista PN. "Eu sempre fui um repórter", dizia Moacyr que começou a fazer propaganda e tornou-se conhecido rapidamente ganhando credibilidade. O Café Paulista foi seu primeiro cliente.

Já famoso pelas suas criações genias, o banqueiro mineiro Magalhães Pinto contratou sua agência para fazer a publicidade do Banco Nacional de Minas Gerais (que foi seu cliente durante trinta anos). Aquela casa bancária chegou a ser considerada como um dos cinco maiores bancos privados do Brasil. E quem não se lembra da propaganda (do guarda chuva) que abria no final dos anos sessenta e na década de setenta, o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. O renomado publicitário Cid Pacheco, ja falecido (que participou ativamente da campanha de Hugo Chaves a presidência da Venezuela), que foi parceiro de Moacyr durante décadas na JMM, comenta que o guarda chuva "foi um dos maiores símbolos promocionais da publicidade de todos os tempos".

Moacyr em 1954, foi o protagonista da primeira eleição marketizada no Brasil, convidado pelo deputado Magalhães Pinto para fazer a campanha de Celso Azevedo, pela UDN (um jovem engenheiro que o povo não conhecia), para prefeito de Belo Horizonte, contra Amintas de Barrros, pelo PSD, que tinha o apoio de Juscelino Kubitschek e do PTB de Getúlio Vargas. Moacyr, ao chegar naquela terra mineira e, "mineiramente", no seu próprio dizer, escultou os taxistas, os barbeiros, entre outras pessoas daquela cidade, descobriu e explorou que Celso Azevedo seria o primeiro belo-horizontino a governar aquela capital, produziu uns versos que mandou musicar e introduziu um jingle para rodar no rádio (entre outras estratégias que ele usou), que diz assim: "O povo reclama com razão / minha casa não tem água / minha rua não tem pavimentação / mas não basta reclamar, meu senhor / é preciso votar num candidato de valor".

A moda pegou e, em apenas três semanas, Celso Azevedo que somente tinha o apoio de Magalhães Pinto e do PDC (um partido de pouca expressão eleitoral), ganhou a eleição para Amintas de Barros tido como um candidato populista e imbatível em Belo Horizonte.

Para a conceituada jornalista do jornal do Brasil Anna Ramalho (Coluna Opinião), num artigo datado de 19 de fevereiro de 2006, depõe que Medeiros "é um gênio da propaganda. O Jornal Nacional foi assim batizado por sua sugestão: na época do seu lançamento, era patrocinado pelo Banco Nacional da família Magalhães Pinto, principal cliente da agência". E vai mais adiante aquela brilhante jornalista, ao dizer que Moacyr teve outras invenções como " o tema ponte aérea, criado para Real Aerovias, ainda na década de sessenta". E aquela ex funcionária da JMM, não dispensa elogios a pessoa do seu ex patrão, afirmando que "Medeiros é um exemplo de pessoa descente, do brasileiro que soube ganhar muito com o seu trabalho, mas sempre de uma forma digna, sem cambalachos e maracutaias".

Já, o publicitário Jonga Oliveira no seu blog "Casos" da Propaganda", comenta que Moacyr "foi muito importante na história da propaganda. Não somente a carioca, como também a brasileira". E vai mais adiante aquele agente de publicidade, ao dizer que "a sua JMM constituiu-se, já na década de cinquenta, uma das agências pioneiras na reformulação da comunicação no Brasil".

Afinal, não se fala (ele presidiu, salvo engano, a Federação Nacional das Agências de Propaganda) da história da propaganda moderna no Brasil, sem antes colocar João Moacyr de Medeiros em posição de destaque.

Pena, que ele veio a falecer no Rio de Janeiro, aos 87 anos de idade,  deixando um filho chamado Antônio Carlos de Medeiros e uma neta (residentes na capital fluminense), além de uma irmã Zaíra de Medeiros Marinho também assuense (residente em Natal), sobrinhos, parentes e amigos, pelo país afora.

Em tempo: Muito me honra dizer que ele, Moacyr, é meu primo próximo pelo lado da tradicional família potiguar - os Lins Caldas de Ipanguaçu e Assu, além de outras terras do Brasil. Sua mãe Maria Francisca Caldas de Medeiros era casada com José Lúcio de Medeiros - Zé Medeiros -, duplamente pioneiro da eletrificação e irrigação no Vale do Açu. Aquele casal resida em Sacramento atual Ipanguaçu, cuja figura contribuiu muito para o desenvolvimento daquele lugar.

Fernando Caldas

http://blogdofernandocaldas.blogspot.com.br/

AINDA SOBRE O POETA JOÃO LINS CALDAS



Os livros conforme imagem abaixo, são obras de muita importância não só para a trajetória do poeta assuense João Lins Caldas (1888-1967), bem como para a literatura brasileira. O autor José Geraldo Vieira falecido em 1967 que conviveu na intimidade com o poeta Caldas na década de trinta, no Rio de Janeiro, é considerado como um dos maiores ficcionistas da prosa moderna brasileira. No livro Território Humano, editado em primeira edição em 1936, Livraria José Olímpio Editora, do Rio de Janeiro, e em segunda edição em 1974, pela Livraria Martins Editora S.A, Caldas é o personagem (segunda fase daquele romance) Cássio Murtinho. O romancista José Geraldo em Carta a Minha Filha em Prantos, outro romance de sua autoria, revela que João Lins Caldas é verdadeiramente o seu "Cássio". Fica mais um importante registro sobre a trajetória deste grande bardo potiguar.



sábado, 2 de agosto de 2014

REMINISCÊNCIAS:

A CARTA DO MAJOR
Transcrevemos o teor de uma carta escrita pelo 'Major Montenegro', a pedido do "Padre Zé Luiz", pulicada provavelmente no ano de 1999, quando o alcaide da política de Ipanguaçu e do Vale completava seus 95 anos de idade. Pelo teor da carta podemos "deduzir" o potencial intelectual do Majó. Vejamos:

"Meu caro José Luiz,

Na véspera dos meus 95 anos, você pede um testemunho do que penso sobre o nosso Vale do Açú.

Em primeiro lugar quero lhe dizer que ninguém mais do que eu, deseja vê-lo desenvolvido e feliz. procurei em toda minha vida ser correto com meus compromissos pessoais e políticos. Minha preocupação desde os 19 anos quando me casei foi deixar para meus filhos um exemplo de zêlo e honestidade. lamento em ver hoje estes critérios colocados em segundo plano. Mas tenho certeza de que um dia se saberá fazer justiça a quem viveu aqui com coragem e retidão, o caminho que devemos percorrer.

mais do que terras e bens quero deixar para meus filhos, e os filhos dos meus filhos, um exemplo de vida, dedicada à família, à minha terra e a meus amigos.

Quando meus filhos estavam na idade de colégio, eu e Candinha fomos viver com eles em Natal. Quando em Natal não havia mais estudo para eles, nos largamos para o Recife. Só voltamos, quando formados.

Aqui, retornei novamente à Picada. Vim viver onde nasci. Cada pedaço de chão tem a marca dos meus passos. 

Considero-me um homem feliz, cercado dos filhos, netos, bisnetos, conterrâneos e amigos.
Quero morrer com a certeza de que a lealdade será sempre o maior dom que deus concede a todos nós.
Com o meu abraço, a minha amizade e o meu apreço.

(assina) Manoel de Melo Montenegro"

ALGUMAS PARTICULARIDADES:

> O Major Manoel de Mello Montenegro Pessôa recebeu sua Carta Patente (cópia abaixo) por decreto de 17 de novembro de 1915, para o posto de Major Cirurgião da 21ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Assú, no Estado do Rio Grande do Norte.
> Major Montenegro foi três vezes deputado estadual (por Santana do Matos) de onde foi ao mesmo tempo prefeito, porque naquele tempo a Assembléia Legislativa só se reunia em outubro.
  
> Foi o criador do município de Ipanguaçu (antigo Sacramento) em 1948. Nunca quis ser prefeito do município. Seu filho Nelson Montenegro e a sua esposa, Maria Eugênia Maceira Montenegro, foram prefeitos com o apoio do Major. Preferia acompanhar, influenciar. 

> Com o Dr. Pedro Amorim fez um pacto: Jamais interferia na política do Assu. E assim ele fazia em relação a Ipanguaçu. Estiveram sempre unidos, mas cada um respeitando sua área de influência.

Reminiscências do nosso querido Vale.

Fonte: Assu na ponta da lingua, de Ivan Pineiro

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Pra ser político - a regra é clara como diz o Arnaldo - tem que ter valor, espírito público sobretudo. Fernando Caldas, deputado estadual - 20.222 - PSC/RN.

Foto: Pra ser político - a regra é clara como diz o Arnaldo - tem que ter valor, espírito público sobretudo. Fernando Caldas, deputado estadual - 20.222 - PSC/RN.
A’ Gosto Meu
Bem ao meu gosto voraz...
Receba meus parabéns esse moço fugaz
Agosto aniversariando surgindo...
Um ano a mais é a vida nos florindo
Gritando que julho foi para o equador
Agora a paixão é agosto meu grande amor...
Seja bem vindo pré florindo os campos
Proferindo sorrisos pelos quatro cantos
Proliferando palavras de primavera
Arrastando lentamente invernos e quimeras
Trazendo as begônias e orquídeas negras
Os imponentes antúrios e brincos de princesas
N’ outono deste inverno das estações...
Colhendo primavera em nossos corações
Estreando novidade cada ano mais lindo
Com olhar primaverando agosto bem vindo!
Navegando mais um ano como um corsário
Um pirara roubando beijos anuário
Ao gosto meu seja feliz agosto aniversário
Alegrias sem fim marque este calendário...
Renovando as forças reflorestando...
Que toque outra vez agosto orquestrando
Oitavo mês deste astral leonino regendo
Ao gosto de um gato felino namorando
Bem vindo ao nosso gosto agostiando...

UMA ESTÓRIA GRACIOSA DE RENATO CALDAS



No início da década de sessenta, o deputado Edgard Montenegro, candidato a sua reeleição, foi a Santa Luzia, então distrito de Assu, atual e próspero município de Carnaubais/RN, participar de uma concentração pública. Na sua comitiva, o afamado poeta Renato Caldas. Edgard já conhecendo aquela figura irreverente, precavido, logo que chegou naquela localidade ordenou o seu motorista ir direto para casa do seu amigo e correligionário Joel Siqueira, para deixar Renato esperando até terminar o comício que seria realizado no distrito de Entroncamento. Renato, querendo tomar 'umas e outras', disse para dona Zulmira, esposa de Joel, o seguinte: "Dona Zulmira, eu tô com umas palpitações no meu coração. Eu vou ali na rua ver se compro um remédio!". "Seu Renato. Dizem que uísque é muito bom pro coração! Você quer tomar?" Perguntou dona Zulmira ao poeta boêmio. Renato não deixou para depois, soltando essa: "Zulmira. Você acabou de salvar uma vida!" E o poeta tomou um litro de uísque sozinho, embriagando-se.

O INTELIGENTE E O SABIDO

Há duas categorias de pessoas que, sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais...