quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Câmara decide cortar "supersalários" de servidores a partir de novembro

26/11/201418h13
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília
  • Ailton de Freitas - 9.jul.2014/ Agência O Globo
    Plenário da Câmara dos Deputados, que tem 2 mil servidores ganhando acima do teto
    Plenário da Câmara dos Deputados, que tem 2 mil servidores ganhando acima do teto
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu cortar o pagamento dos salários de servidores do Legislativo que recebem acima do teto constitucional, equivalente a R$ 29,4 mil. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (26) após reunião da Mesa Diretora. A decisão segue a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) de outubro deste ano que proibiu os pagamentos a servidores públicos com salários acima desse valor. Pela Constituição, nenhum funcionário público pode ganhar mais que um ministro do Supremo.
"Nós resolvermos a partir de novembro manter o teto, cortando, portanto, os salários acima do teto hoje estabelecido",  disse o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Os salários foram pagos acima do teto entre março e outubro com base em uma liminar do ministro do STF Marco Aurélio Mello. Em outubro, porém, o STF decidiu em acórdão que os salários acima do teto deviam ser suspensos. Henrique Eduardo Alves, porém, baseado em pareceres da Aslegis (Associação dos Consultores Legislativos e de Orçamento da Câmara), descumpriu o acórdão alegando que ele ainda não havia sido publicado.
Os pagamentos acima do teto entre março e outubro custaram em torno de R$ 63 milhões. Em outubro, a Câmara chegou a cortar os "supersalários", mas retomou o pagamento após o STF conceder uma liminar ao Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Legislativo). De acordo com a Câmara, aproximadamente dois mil funcionários do Legislativo recebem acima do teto constitucional. Por mês, esse excedente custa em torno de R$ 7 milhões.
Com base na liminar, o presidente da Câmara determinou, então, os pagamentos acima do teto incluindo os valores retroativos a outubro. A decisão, no entanto, contrariou um acórdão do STF também de outubro deste ano que proibia a prática.
Henrique Alves alegou que, segundo um parecer de consultores legislativos, os pagamentos poderiam ser feitos pois a decisão proibindo os pagamentos ainda não havia sido publicada.
O presidente da Câmara disse ainda que os valores pagos a mais não serão devolvidos pelos servidores. "Não. A decisão vale a partir de hoje", afirmou. 
Leia mais em: http://zip.net/bpqh2D

"URGENTE: Família procura empresário que saiu para caminhar e desapareceu" (Jornal de Hoje, de Natal)

Carro de Zuilton Barbosa foi encontrado no Parque da Cidade, mas ele ainda não foi localizado.



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O empresário Zuilton Barbosa de Melo, de 59 anos, está desaparecido desde esta segunda-feira (24) e a família procurou a polícia para registrar boletim de ocorrência. Ele é morador do bairro de Candelária e saiu por volta das 5h da manhã de ontem para ir caminhar no Parque da Cidade, desde então, não voltou e nem deu notícias.

O carro do empresário foi encontrado no Parque da Cidade, na tarde desta terça-feira (25), fechado e com o celular dentro. A esposa de Zuilton, a senhora Maria do Rosário, disse que o marido nunca foi de sair sem avisar que não iria voltar e, por isso, o clima na família é de angustia e aflição.

De acordo com o filho do empresário, Tiago Fernandes, os familiares já procuraram em todos os hospitais e no ITEP, no entanto, não tiveram nenhuma informação sobre Zuilton. A família foi até a Delegacia de Plantão da Zona Sul e registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento.

Quem tiver alguma informação sobre o paradeiro de Zuilton pode ligar para o Disque Denúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública, através do telefone 181.

Do Jornal de Hoje

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sertão de Espinho, de Flor e de Música

OTHONIEL MENEZES
Sertão de Espinho, de Flor e de Música


Sinfonia Poética Sertaneja
A Música na Obra de Otoniel Menezes




Manuel de Azevedo

SERTÃO DE ESPINHO, DE FLOR E DE MÚSICA
Manuel de Azevedo – Professor, Poeta e Músico
santanadomatos@yahoo.com.br
manuel.serrotepreto@gmail.com

Por que deixam um menino que é do mato,
Amar o mar com tanta violência?
Manuel de Barros (1956)
Por que deixam um menino que é o do mar,
Amar o mato com tanta violência?
Manuel de Azevedo (2006)

O Sertão de Euclides, opus inspiradora. O Sertão de Guimarães Rosa e o Sertão de Manoel de Barros, duas grandes veredas literárias. O Sertão de Otoniel – a terra Potiguar, curiosa e instigante lira de um poeta praieiro. De suas veredas espinhosas, a passarada, a cruviana, o rio, o mugido do gado escasso, o aboio vaqueiro, o chocalho, o sino de uma igreja, o punho da rede, a cancela, etc, cantam a harmonia de uma terra que vive céu e inferno, água e fogo, seca e inverno, tristeza e alegria, espinho e flor, numa dualidade existencial intensa e rica, sagrando-se fonte poética inesgotável.
A obra do grande Poeta Norteriograndense Otoniel Menezes, Sertão de Espinho e Flor, publicada em 1952 pelo Departamento de Imprensa, Natal – RN é composta de dezesseis poemas, todos em sextilhas heptassilábicas (AABCCB), forma um denso cordel e honra a tradição poético sertaneja, que teve nessa modalidade literária, seus primeiros registros. O contraste seca e inverno, traduz-se na oposição harmoniosa espinho-flor, metáfora poética de um Panorama físico e social dos sertões Norteriograndenses, subtítulo da obra.

Este pequeno estudo, de uma obra singular que transita com fluência, pertinência e competência do popular ao erudito, observa a relação musical nela contida, sem deter-se nos poemas especificamente, mas, às suas referências musicais por todo o seu conjunto, tendo como matéria-prima desta análise elementos e terminologias musicais: colcheias, ritornélos, coro, surdina, bemol, ária, canto em dueto, agudos marciais, tons menores de ré, flautim, carrilhão, prato, tambô, clarim, clarinete, requinta, violino, valsa, missa solene, pauta... Percebe-se um poeta inteirado com esta arte, divina por excelência, a partir do cantar dos pássaros que povoam seus poemas. Sob um prisma poético-sinfônico, teríamos uma sinfonia em cinco movimentos: Abertura, Aboio, Música Sacra, Clássicos e Música Popular. Uma alada protofonia é Abertura composta em tom maior. Atentem para a rica sonoridade desses versos e suas referências musicais, primeiramente quando define o Concriz como Clarim da Alvorada nas marselhesas do sol, tornando sublime o amanhecer sertanejo, visto que este instrumento só se reserva as grandes celebrações. O sino também se reserva a tal, quando seu toque é vivo repicar do Cancão - um sino de penas. A melodia se completa quando encaixada na sextilha, aprecie as duas abaixo:

Centelha vivente, réstea
De sol, gorgeando! Tiveste-a,
A voz, no céu, a afinar?
Pintassilgo! És o violino
De um gênio, cujo destino
É o de morrer...de cantar!
A ária, dulcíssima, esparze-a
Nas carnaúbas da várzea,
Graúna, avatár de Orfeu!
Tua asa é a tinta do poema
Dos cabelos de Iracema,
- Que de saudades, morreu...

É interessante observar, como o cantar do pássaro é associado a um instrumento musical (...Pintassilgo! Es o violino...), e o mesmo acontecendo inversamente, ou seja, o instrumento tocando assemelhando-se ao pássaro (clarinete maguado, lembrando sabiá envultado). Cantando no mesmo tom, outros alados exemplos:
No juazeiro verdinho/tá cantando um passarinho/outro chega e pega o tom...
...Súbito, em notas extremas,/rompe o tam-tam das siriêmas...
...Amai pássaros românticos!/isto é o Cântico-dos-Cânticos,...
...Um cancão de sentinela/acua o ofídio. Martela/rasga o toque de reunir..
Casaca-de-couro. O ninho,/enorme, é todo de espinho./dá-lhe o nome, a cor que tem./canto, em dueto: alarido!/ - Grita frocudo, o marido!/ - a mulher grita também!
Sobe a névoa matutina./terno, o galo-de-campina/fere a canção do arrebol...
.
A Sinfonia Sertaneja de Otoniel segue seu curso, com o Aboio, o canto gregoriano nordestino sertanejo, que com frases melismáticas eivadas de plangências, preenche e consola a alma vaqueira. Duas passagens reservadas a esse canto, ilustram o conhecimento do autor sobre tanta densidade musical:

O aboio, ecoa maguado.
Vagaroso, torna o gado,
Na meia-luz vesperal.
Alta a craibeira florida
Esfuma a copa, estendida
Do oitão do rancho, ao curral.

Ó! O drama das retiradas!
Boiadas e mais boiadas,
Num chouto exausto, a mugir...
Aboio, ilíada rude,
Tu, só tu, tens a virtude
De tanta dor traduzir!

No mesmo diapasão, como um terceiro movimento desta Sinfonia Poética, a Música Sacra se faz presente em três momentos. Dois desses momentos estão nos versos que descrevem em acordes fiéis, um quadro de uma festa padroeira, primeiro, através da Missa Solene (missa cantada) e em seguida, com uma Banda de Música conduzindo a procissão, executando valsa bem chorosa. A religiosidade musical ainda se manifesta no canto da Ave-Maria, representando o momento místico mais freqüente no sertão, a hora em que o sertanejo, mesmo sem ir à igreja, basta-lhe um rádio ao crepúsculo, reza a Deus.


Às onze, a missa cantada
Foi linda, toda floreada
Nos tons menores de ré
(- Vi – contou-me Dona Dirce –
“Mais de uma açucena abrir-se,
No bastão de São José!”
Voz lindíssima, Argentina,
Morre no coro em surdina,
Em louvor da Conceição.
Finda, a noite. Mas é gente!
- Pelos oitões, pela frente,
Sai moça, de borbotão!
A procissão... vai na frente,
Oscilando docemente,
A Virgem, no seu andor.
De um lado e de outro, meninas.
O sol acende cravinas.
Nas pedras do resplandor...
Toca a Euterpe, caprichosa,
Uma valsa bem chorosa...
- O conjunto é firme e é bom!
Quinze figuras. Mas, vale!
Essa banda é mesmo o diale,
Com João Aprígio ao piston!

Sopra o trombone-de-vara,
Cadete Felipe ( a cara
Papuda, que nem mamão).
Fumaça é o bombardino.
Magro, alto, Antonio Sabino
Pinica no carrilhão!
Artur Aprígio é o da Caixa,
Mas a pose não relaxa!
- E quanta inveja me faz!
Por que inveja não sentires,
Do flautim de Heráclito Pires,
Tinindo agudos marciais!
Sobre a valsa, quando a quando,
Floreia um bemol, lembrando,
Na melodia louçã,
Um sabiá envultado
No clarinete maguado
Do cabra José Canã...
Sabiá, lira da tarde!
Enquanto o crepúsculo arde,
No flamboyant todo em flor,
- Na pauta da Ave-Maria
Saudade e saudade envia,
Às donas do meu amor.


Há ainda as referências aos Clássicos, tanto relativas à obra, como ao compositor. De uma forma direta (Strauss, Carlos Gomes, Patápio Silva e Mozart) ou indireta (Bach-Gounoud e Schubert através da Ave-Maria). Otoniel compara nossos Mestres Tonheca Dantas e Manoel Fernandes a Strauss e Mozart, respectivamente. O canto precioso dos canários atinge a magnificência da obra O Guarani, de Carlos Gomes, bem como o virtuosismo do grande mestre da flauta brasileira, o compositor mulato Patápio Silva (1880-1907), quando o poeta potiguar atribui a este flautista, poética comenda. A musicalidade é abundante vista a seguir:

Tonheca... Magro, anzolado,
É um gênio. Strauss, reincarnado,
Compondo valsas gentis,
- Mas, de sol! De tardes quentes!
De serranias dolentes,
De arrulhos de juritis...
Canário, rei dos troveiros!
Na bastilha de ponteiros,
Pendurada no portal!
Mesmo assim, Patápio louro,
Estalas colcheias de ouro,
- Numa pauta vertical!
E há outras figuras grandes:
- O mestre Manoel Fernandes,
O Mozart do Seridó,
Aí trouxe a requinta à festa,
Esse concurso que empresta,
Vale uma banda – ele só!
Mil canários amarelos
Corruchiam ritornelos,
A fervilhar no umarí.
De um desses lances, talvez,
- É que Carlos Gomes fez
O allegro do “Guarani”.


A Música Popular empresta seu canto e seu ritmo a esse bailado poético sertanejo, apresentando-se como movimento final deste sensível poema sinfônico, fluindo variados termos relativos aos instrumentos e gêneros musicais populares, tais como: sanfona, fole, harmonium e rabeca, a polca, o samba, a cantiga, o zambê, a valsa, o xote (chote), o baião (baiano), o serrote e o chucaio (crítica a Jazz Band). Verseja o poeta:


Queima! Vadeia, meu povo!...
O harmonium rompe de novo,
Uma polca, em si bemol.
Do chão, ao vivo compasso,
Sobe um pó vermelho e Baco,
Que ondeia, à luz do “farol”.
No patamar, seu Veríssimo
Bate no peito. É o Santíssimo.
Repique. Rescende o altar.
Vivo, a música sapeca
Uma polca de Tonheca,
Rompem cem fogos-do-ar.


A um canto, João de Binona
Coça o bucho da sanfona,
Escanchado num baú.
O zambê vai ser de arranco,
Obrigado a vinho branco,
Cachaça e mel de uruçu.
Meigo, nos longes da estrada,
Fere Ilusão desfolhada,
Um fole, chorando em lá...
Voga, na aragem do estio,
Um cheiro casto e macio
De mofumbo e reseda.
Junho, da cor das espigas,
Nada em sambas e cantigas,
Visões, impressões gentis,
Toda a passada amargura,
Esquecida, na fartura
Desse interlúdio feliz...
No alpendre de Dona Santa,
Preto-Limão cospe e canta,
Num tom de bravura e dó...,
Mistral de chapéu-de-couro,
Teu verso é uma “prima” de ouro,
Da viola do Seridó.
Num se dança mai o chote,
Nem baiano, nem serrote.
Fole num vale um tostão.
Os baile é só de infergáio...
- A musga toca é chucaio,
Prato, tambô e rabecão!
Pé-de-ouro, o Tota Veloso,
Todo enfronhado e cheiroso,
Dansa valsa, com Didi.
Tropeça...explode afobado:
- O compasso tá errado!
Eu num danso mái aqui!


A leitura de Sertão de Espinho e de Flor, por tanta melodia destilada em versos, proporciona êxtase, amalgamando poesia e música num contracanto harmônico de coro bem afinado, composto e regido pelo Maestro Otoniel Menezes, conseguindo com a simplicidade das cantantes sextilhas e poesia autêntica, anexar brilhantemente o Sertão Norte-riograndense ao grande sertão literário Brasileiro, alinhando-o ao de Canudos, ao das Gerais e ao Pantaneiro.
O presidente do Uruguai José Mugica ao saber de sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz, depõe:

“Estão loucos. Que prêmio da paz, nem prêmio de nada. Se me derem um premio desses seria uma honra para os humildes do Uruguai para conseguirem uns pesos a mais para fazer casinhas... no Uruguai temos muitas mulheres sozinhas com 4, 5 filhos porque os homens as abandonaram e lutamos para que possam ter um teto digno... Bom, para isso teria sentido. Mas a paz se leva dentro. E o prêmio eu já tenho. O prêmio está nas ruas do meu país. No abraço dos meus companheiros, nas casas humildes, nos bares, nas pessoas comuns. No meu país eu caminho pela rua e vou comer em qualquer bar sem essa parafernália de gente de Estado.”

BICICLETAS DE GUERRA

Soldados finlandeses na Força de Paz da ONU no Chipre (1964).
Soldados finlandeses na Força de Paz da ONU no Chipre (1964) i CLIQUE PARA AMPLIAR AS FOTOS

Através do ótimo blog HistóriaBlog ( http://historiablog.wordpress.com/2014/04/08/bicicletas-de-guerra/ ) trazemos aos leitores do nosso Tok de História um pouco das “magrelas” na história das guerras.

Hoje os espaços para as bicicletas são reivindicados em grandes cidades, que necessitam garantir ciclovias e ciclofaixas para a circulação de pessoas em suas “bikes” como uma sustentável e saudável opção de transporte. Muitos brasileiros já utilizam as bicicletas no deslocamento diário para o trabalho também como opção ao precário e caro serviço de transporte coletivo ou como forma de evitar o caos do trânsito automotivo. Também é crescente o volume de ciclistas que aderiram ao uso das bicicletas como forma de garantir um exercício físico divertido e produtivo através de passeios coletivos noturnos e nos fins de semana. Muitos nem imaginam o uso das bicicletas (além de triciclos e quadriciclos) para finalidades militares, mas elas também tiveram utilidade em campos de batalha (apesar de imaginarmos que isso pareça estranho hoje em dia). Aqui estão alguns modelos curiosos e interessantes.

Bicicleta suíça para artilharia pesada
Bicicleta suíça para artilharia pesada
Membros de tropa colonial do Congo Belga (1943)
Membros de tropa colonial do Congo Belga (1943)
Bicicleta dobrável britânica utilizada por paraquedistas durante a II Guerra Mundial
Bicicleta dobrável britânica utilizada por paraquedistas durante a II Guerra Mundial
Pilotos da Força Aérea dos EUA utilizando bicicletas para agilizar o deslocamento pela pista até a chegada em suas aeronaves de grande porte (1942)
Pilotos da Força Aérea dos EUA utilizando bicicletas para agilizar o deslocamento pela pista até a chegada em suas aeronaves de grande porte (1942)
Bicicleta dobrável para paraquedista
Bicicleta dobrável para paraquedista
Bicicleta dobrável projetada para uso por paraquedistas (1941)
Bicicleta dobrável projetada para uso por paraquedistas (1941)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Modelo de bicicleta Truppenfahrrad (Alemanha – Segunda Guerra Mundial)
Patrulha do exército da Finlândia em 1939
Patrulha do exército da Finlândia em 1939
Membros de tropa ciclística alemã em desfile durante o 50º aniversário de Adolf Hitler (20 de abril de 1939)
Membros de tropa ciclística alemã em desfile durante o 50º aniversário de Adolf Hitler (20 de abril de 1939)
Soldados húngaros em 1939
Soldados húngaros em 1939
Modelos de bicicletas de combate no jornal The Illustrated War News (1917)
Modelos de bicicletas de combate no jornal The Illustrated War News (1917)
Combatentes alemães em 1915
Combatentes alemães em 1915
Premier Nº 11, modelo de 1915
Premier Nº 11, modelo de 1915
Modelo de bicicleta Pope utilizada na I Guerra Mundial
Modelo de bicicleta Pope utilizada na I Guerra Mundial
Modelo de bicicleta Pope utilizada na I Guerra Mundial
Modelo de bicicleta Pope utilizada na I Guerra Mundial
Soldados do batalhão de rifles da Itália durante a I Guerra Mundial (1915)
Soldados do batalhão de rifles da Itália durante a I Guerra Mundial (1915)
Infantaria ciclística alemã durante a I Guerra Mundial (1914)
Infantaria ciclística alemã durante a I Guerra Mundial (1914)
Fuzileiros ciclistas (1910)
Fuzileiros ciclistas (1910)
Quadriciclo com metralhadora de 7.62mm produzida por F. R. Simms (1899)
Quadriciclo com metralhadora de 7.62mm produzida por F. R. Simms (1899)
Triciclos armados (1896)
Triciclos armados (1896)
Membros da Army Bicycle Corps (EUA, 1896)
Membros da Army Bicycle Corps (EUA, 1896)
Bicicleta Pope (1892)
Bicicleta Pope (1892)
Bicicleta Premier (1888)
Bicicleta Premier (1888)

 Do blog http://tokdehistoria.com.br

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

BATALHA DE MONTE CASTELLO COMPLETA 70 ANOS


VEJA A REPORTAGEM DO JORNAL HOJE SOBRE OS 70 ANOS DESTA VITÓRIA BRASILEIRA NA EUROPA - http://http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/11/batalha-de-monte-castello-na-italia-completa-70-anos.html

Só na quinta investida o Brasil derrotou os alemães.
No Monte Castello morreu a maioria dos nossos pracinhas.
Há 70 anos começou a batalha de Monte Castello, na Itália. Só na quinta investida o Brasil derrotou os alemães. Foi uma grande vitória, mas as quatro batalhas anteriores na montanha foram muito sangrentas. No Monte Castello morreu a maioria dos nossos pracinhas.

feb (1)
Na Segunda Guerra Mundial, durante a campanha da Itália, quando 25 mil soldados brasileiros lutaram contra o nazifascismo, dezenas de pracinhas se apaixonaram por jovens italianas. A guerra possibilitou mais de 50 casamentos.

Mario Pereira é filho de um deles. Era menino e já acompanhava o pai, Miguel Pereira, na divulgação da maior conquista brasileira no exterior. Hoje é guardião do Monumento de Pistoia e do museu em homenagem aos 465 expedicionários mortos no campo de batalha.


feb (3)

Os nossos pracinhas são muito conhecidos e amados na Itália. São considerados também pais da democracia italiana e europeia e deixaram uma fama de grande humanidade. Durante a Segunda Guerra ajudaram e alimentaram a população civil e demonstraram sempre muito respeito pelos prisioneiros.

feb (2)

Aos pés do Monte Castello, conquistado pelos brasileiros depois de quatro batalhas sangrentas, italianas de três gerações cresceram com as histórias ou recordações dos libertadores.
FONTE - http://g1.globo.com/jornal-hoje

Do blog http://tokdehistoria.com.br

ASSU VISTO POR HENRY KOSTER


Este livro, breve documentário sobre o Assu publiquei quando aquele importante município assuense (minha terra natal querida) completou em 1995, 150 anos (Sesquicentenário) que ganhou foros de Cidade do Assu, Neste pequeno livro, transcrevo parte de um importante depoimento sobre Assu visto pelo viajante inglês  Henrry Koster, em 1810, do seu livro intitulado "Travels in Brazil" (Viagem ao Nordeste do Brasil), "Publicado originalmente em Londres em 1816, o relato de Koster, que foi proprietário de engenho e terras no Brasil entre 1809 e 1820, contem valiosas descrições da estrutura socioeconômica do Nordeste no início do século XIX, ocupando-se da escravidão, das relações entre as etnias, da família, da religião e das mentalidades. O livro focaliza especialmente Pernambuco, mas se estende a outros estados da região, e inclui mapas e ilustrações de cenas urbanas e rurais, além de apêndices do botânico Manoel Arruda Câmara (1752-1810) sobre espécies vegetais úteis e a criação de jardins."

O livro de Koster  tem tradução do escritor Câmara Cascudo, editado em primeira edição pela Companhia Editora Nacional, 1942, e em segunda edição pela Fundação Joaquim Nabuco, do Recife. Vejamos parte do longo depoimento de Koster sobre o Assu quando Vila:

"... Dormimos esta noite numa fazenda, onde várias casas reunidas formavam uma povoação, depois de ter atravessado grandes trechos de terras cobertos de árvores. Pela manhã subsequente ainda passamos arvoredos e, perto do meio dia, chegamos a Vila do Assu. Oh! Que alegria tive vendo uma igreja!... e a perspectiva regular de uma Vila, com pessoas civilizadas, se assim as posso chamar de "civilizadas", de acordo com as idéias europeias  Nesses lugares crescem plantas rapantes, iguais as que se vêem ao longo do mar da Inglaterra. As árvores são esparsas. O fruto do caju ou cajueiro (casou-tree) e o de mangaba são deliciosos e duplamente aceitáveis. Cheguei ao Assu a 1º de dezembro após ter feito cerca de 340 milhas em 19 dias... Do Assu ao Aracati registrei as denominações dos lugares que passava. A região é mais habitada e fomos mais próximo do litoral... A Vila do Assu é edificada em quadrado e consta de cerca de trezentos habitantes, tendo duas igrejas, a Câmara Municipal e a Prisão que então se construía  O Governador fora o promotor da obra. Está situada à margem do grande Rio Assu, no ponto em que este se divide em dois braços, a curta distância. Há uma ilha de areia entre os dois braços, e o chão estava em seu estado bruto... perguntei pela morada, a um negro de profissão, que meu guia conhecia. Estava como os outros, à porta, para ver os viajantes, e logo reconheceu o amigo e avançou para falar-lhe. Foi então procurar uma casa para nosso abrigo durante a estada. Logo que terminei a instalação e me arranjei, saí para visitar o vigário que residia na melhor, ou menos feia, habitação da Vila... Disse ao Vigário que ele era a primeira pessoa na Vila que tinha o prazer de visitar... A palestra pouco demorou e a não pude alongar por estar fatigadíssimo.. Soube existir nas embocaduras do Assu muitas salinas importantes e que várias barcas pequenas, vinham, de diversos pontos das costas, carregar produção... Na manhã seguinte Júlio regressou com cavalos e, entre três e quatro horas da tarde, deixamos o Assu.

Posta por Fernando Caldas

RECONHECIMENTO: COMUNICADOR JOSÉ REGIS SERÁ AGRACIADO COM MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO

projeto
CONVITE REGIS
Por intermédio de seu Cerimonial, a Assembleia Legislativa do RN, em Natal, anuncia para a próxima quinta-feira (27), às 9h30, no interior do Plenário Clóvis Motta, a realização de uma Sessão Solene na qual haverá a entrega da Medalha do Mérito Legislativo a várias personalidades com relevantes serviços reconhecidamente prestados ao Estado.

E, dentre os homenageados com a honraria especial está o comunicador assuense José Régis de Souza, titular do programa radiofônicoRegistrando, há 17 anos ocupando a faixa campeã de audiência de 12h às 13h, todos os sábados, na Rádio Princesa do Vale.

A homenagem ao comunicador assuense – e também responsável pelo blog doPrograma Registrando – foi uma deferência do deputado conterrâneo, George Soares (PR).

Os demais contemplados com idêntico merecimento são os desembargadores Aderson Silvino. Virgílio Macêdo Júnior e Eridson João Fernandes Medeiros; o coronel PM Francisco Canindé de Araújo Silva; os industriais Paulo de Tarso Rêgo de Lima, Vicente de Paula Rêgo de Lima e Pedro Alcântara Rêgo de Lima; Luiz Soares de Macedo Neto; Dr. João Francelino Filho; jornalista Francisco Canindé Queiroz; juíza Maria Neize de Andrade Fernandes; e, o médico Silvério Soares de Souza Neto

Postado por

Blog Pauta Aberta
O coração leve, a alma em paz,
as bagagens pesadas do passado
deixei-as lá atrás.
Não há dor, não há sofrimento.
Dormem em paz,
meus cômodos sonhos de outrora
enquanto meu âmago se lança
em estranhos passos.
O presente encontra um passado bem resolvido.
Entrancei a vida no hoje,
na alma serena,
trazendo a coragem de me encontrar.
Com sinceridade, sorrindo, recomeço,
no ondular do oceano e do vento.
Em terra firme, vivo intensamente o hoje,
o amanhã é navegar incerto.


Cristina Costa, poetisa portuguesa


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O coração leve, a alma em paz,
as bagagens pesadas do passado 
deixei-as lá atrás.
Não há dor, não há sofrimento.
Dormem em paz,
meus cômodos sonhos de outrora
enquanto meu âmago se lança 
em estranhos passos.
O presente encontra um passado bem resolvido.
Entrancei a vida no hoje,
na alma serena,
trazendo a coragem de me encontrar.
Com sinceridade, sorrindo, recomeço,
no ondular do oceano e do vento.
Em terra firme, vivo intensamente o hoje,
o amanhã é navegar incerto.

✽❣──────────❀ღ✿────────•✤❥

sábado, 22 de novembro de 2014

COSTA LEITÃO - PORPINO - RENATO CALDAS

Luiz Antônio Porpino - Marechal Porpa como é mais conhecido, foi funcionário do Banco do Brasil, agência de Assu. Isso, nos idos de sessenta. Na terra assuense, Porpino também lecionou matemática, salvo engano, no Ginásio Pedro Amorim, bem como militou na política local a favor de Aluízio Alves. Pois bem, certo dia, numa conversa amistosa na calçada da prefeitura daquele município, o prefeito Costa Leitão se aproximou daquela turma de amigos (Seu Costa era natural de Umbuzeiro, interior do alto sertão da Paraíba) e saiu-se com essas palavras para com Porpino, a título de gozação: - "Mas, o Assu é muito bom! Porpino chegou hoje nesta cidade e já é professor!" - Renato Caldas presenciou o ocorrido e não deixou para depois, mandou chumbo grosso em defesa do amigo Porpino, dizendo assim:

Disse Costa, é um horror
Até falta de decência
Na terra da inteligência
Porpino ser professor.
Mas, Porpino tem Valor
Respondeu do meus jeito:
"É muita imbecilidade
Do povo desta cidade
Fazer de Costa prefeito."

Em tempo: Esta estória não tem o objetivo de denegrir absolutamente a memória de Costa Leitão, tem apenas o sentido humorístico, até porque Costa é considerado como um dos melhores prefeitos do Assu.

Fernando Caldas

O REPÓRTER POLÍTICO JOSÉ REGIS DE SOUZA VAI SER AGRACIADO COM "MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO"

Morre ‘Seu Lunga’, o personagem cearense de tolerância zero



O povo.com

Joaquim dos Santos Rodrigues, conhecido como “Seu Lunga”, morreu às 9h30 da manhã deste sábado, 22, na cidade de Barbalha, no interior do Ceará.

Seu Lunga foi internado na última quarta-feira, 19, por complicações no sistema digestivo.O quadro piorou na sexta-feira, levando ao falecimento do poeta.

Seu Lunga tinha 87 anos e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha, onde tratava de um câncer de esôfago.

A revista CONTEXTO fez reportagem com Seu Lunga em 2012, quando o personagem recebeu os jornalistas Higo Lima e Cézar Alves em sua residência no Ceará.

Veja:





“Alguma vez você já foi corrigido porque cumprimentou alguém com um simples “Ola!”? Caso sua resposta seja um não, aconselhamos que leia essa reportagem até o final para descobrir que durante toda sua vida você cometeu um dos maiores erros de relacionamento. Isso porque o personagem que nos ensina a forma correta de cumprimentar o próximo é também o interlocutor de vários outros “causos” que se espalharam pelo Brasil devido à sua fama de intolerante às perguntas bestas.

Certamente já deu pra deduzir que estamos nos referindo ao “Seu Lunga”, ou simplesmente o “homem mais bruto do mundo”, como ele popularmente ficou conhecido. Que a reputação de Padre Cícero reina em Juazeiro do Norte, cidade cearense localizada a 520 quilômetros da capital Fortaleza, disso ninguém tem dúvidas. No entanto, exatamente na Rua Santa Luzia, uma das principais vias do comércio daquela cidade, a principal atração dos turistas passa longe da devoção ao “Padim Ciço”.



Eles querem mesmo é encontrar o ponto comercial famoso na cidade por vender ferro velho, roupas usadas e todo tipo de quinquilharia que couber na sucata do comerciante Joaquim Santos Rodrigues, 83. Na grande maioria das vezes, o principal interesse não é fazer uma compra, mas atestar a real brutalidade de Seu Lunga e ainda aproveitar a oportunidade para, propositalmente, fazer uma pergunta idiota. “Ora, eu aqui na minha sucata e o cabra chega e me pergunta: Seu Lunga, essa antena [de televisão] é pra vender? Veja se tem cabimento uma coisa dessas! Se essas coisas fossem pra eu dar, aqui num era um comércio”, disse ele no primeiro exemplo para nos provar que o título de “homem bruto” é um equívoco.

Na verdade, justifica Seu Lunga, as pessoas é que insistem em fazer perguntas idiotas: “dizem que eu sou bruto, mas eu sou é esclarecido: sei escrever, sei as quatro operações de conta, converso com juiz, prefeito e ainda discurso em velório e aniversário”, aponta ele, como se essas fossem grandes competências capazes de explicar sua pouca paciência para a “ignorância” alheia. Então, de onde surgiu a fama de mal-humorado? As pessoas que trabalham nas proximidades do comércio de Lunga confirmam que, de fato, a simpatia dele é curta, porém a raiz de onde sua fama se espalhou tão rapidamente pelo Brasil é outra.

De acordo com Cícera Rodrigues Camilo, a segunda filha mais velha de Seu Lunga, a culpa pela disseminação é dos cordéis que começaram a circular pela cidade nos anos 80 trazendo histórias relacionadas a ele. Logo as publicações se multiplicaram e ganharam versões nos shows de piadas dos humoristas cearenses, parte deles oriundos da região do Cariri, onde está situada Juazeiro. Um dos primeiros cordelistas a transcrever os causos foi Abraão Batista, que por sinal está proibido pela Justiça do Ceará de mencionar Seu Lunga na narrativa dos seus cordéis. “Esse homem é um professor, uma pessoa esclarecida e mesmo assim fez isso com meu pai. Hoje todo mundo debocha dele por causa dessas mentiras que Batista começou a escrever”, desabafa Cícera.

Se os livretos de cordéis imortalizaram as respostas de Seu Lunga, na internet elas se disseminam numa velocidade imensurável. Uma busca no Google apresenta mais de 820 mil links relacionados a ele, além de quatro perfis (falsos, obviamente) no microblog Twitter (em um deles há mais de 23.300 seguidores) reproduzindo perguntas óbvias e respostas nada amigáveis.

Devido à idade avançada e ao abuso dos visitantes, a família composta por 14 filhos, sendo que 12 ainda estão vivos, sempre mantém um parente vistoriando o comércio de Seu Lunga. “A gente fica por aqui porque sempre aparece um engraçado pra curtir com a cara do meu pai. Só pra você ter uma ideia, os guias turísticos trazem comitivas de gente pra vê-lo. Enchem essa calçada e ainda acham engraçado essa pouca vergonha”, diz Cícera.

Temperamental, a filha de Seu Lunga não nega a genética e já denuncia seguir com a irritabilidade herdada do pai. Tanto que para esta reportagem o fotógrafo (César Alves) até conseguiu um diálogo com Seu Lunga, mas não obteve o mesmo sucesso com a filha, quando ela avistou os fleches da câmera. “O que você quer fazendo fotos do meu pai? Olhe, se isso for pra sair em revista de imoralidade, a história não vai dar certo”, ameaça ela, fazendo referência à reportagem publicada na edição de julho da Revista Playboy.

 
Cotidiano

Como um legítimo homem do sertão, Seu Lunga começa o dia antes do sol aparecer, mas só abre o ferro-velho por volta das 8h e permanece até o final do dia, às 17h. Isso de segunda a sexta-feira, porque aos sábados o expediente é reduzido pela metade (até meio-dia), já que no restante do final de semana a família se refugia num sítio na zona rural de Juazeiro.

Ele, a filha Cícera e a esposa Carmelita Rodrigues Camilo, 84 anos, com quem é casado há seis décadas, moram na principal rua da cidade (em frente à Praça do Memorial Padre Cícero), em uma casa com muro alto que os filhos mandaram construir para diminuir o assédio. No ferro-velho, Seu Lunga passa boa parte do tempo mexendo e mudando as quinquilharias de lugar, quando não está atendendo as tietagens.

Visitar Seu Lunga é apostar na sorte de encontrá-lo em dias de “bons amigos”, situação na qual ele ainda conversa, declama poesia, pousa para foto e até opina sobre tudo: política, economia, comportamento etc. Em contrapartida, quando o homem se irrita, não tem quem consiga um segundo de sua atenção. Quando questionado pela sua condição de celebridade, ele solta o verbo na resposta: “Olhe, isso é uma pouca vergonha! O cabra parece num ter o que fazer e vem pra cá com conversa de foto… Um dia desse a moça me perguntou se eu achava que era tão importante quanto meu ‘Padim Ciço’. Dá vontade do caba num responder um absurdo desse, a pessoa vem me comparar com Padre Cícero”.



Às vezes, brando 

O vulcão de grosserias de Seu Lunga sempre cessa quando lhe é pedido que declame uma poesia. Mulher e natureza são as temáticas mais comuns aos seus versos, que confessa não saber quantas obras já compôs. “Seu Lunga, o senhor já escreveu quantos poemas?”, perguntou um dos visitantes e ele respondeu: “você acha mesmo que eu vou contar?”, sem nem olhar para quem o questionou, ele começou:

“A mulher pra ser bonita
Precisa ser alta e bela
Tendo o corpo desenhado,
morena cor de canela,
Mas os rapazes da ribeira
Tão tudo louco por ela”

 A autoria das poesias até pode ser questionada. Não a sua arte, porque a prosa também é um trunfo para tirá-lo do mau humor. Detentor de uma oratória recheada de metáforas, Seu Lunga também, vez por outra, profere discursos em velórios e aniversários. “Há trinta anos fui ao enterro de Antônio Fininho (um de seus amigos), e lá comecei uns dizeres (o seu discurso), quando terminei de falar eu contei 15 pessoas chorando”, relembra ele com vaidade. Ele não aceita convite, só vai a essas solenidades por vontade própria. Antes do ferro-velho ele já atuou na agricultura, era proprietário de uma banca de cereais no mercado da cidade e até candidato a vereador. “Foi um louco que tem aqui que resolveu usar o nome do meu pai pra ver se conseguia votos”, diz a filha, sem deixar que Seu Lunga escute a conversa porque “ele chega a passar mal de tanta raiva quando falam nisso”, adverte.

Os vizinhos da rua desmentem o mito de brutalidade, mas não tergiversam de que a paciência de Seu Lunga realmente é frágil. “Ele é um grande conversador de causos, tem uma memória muito boa, mas a conversa não vai adiante se fizer uma pergunta ou um comentário besta”, diz um senhor que garante dividir o banco da praça nos dias em que Seu Lunga resolve sair de casa.



Antes de nos despedirmos da personalidade viva mais famosa de Juazeiro do Norte, apostamos numa última pergunta para fazer agrado a Seu Lunga: “O senhor conhece Mossoró, terra de Santa Luzia, Seu Lunga?” e a resposta veio depois de um intervalo silencioso (enquanto olhava fixo para uma prateleira cheia de ferro-velho) quando ele soltou: “meu filho, você não tinha nada mais importante pra fazer lá não? Pergunta besta essa sua!”. Cada intransigência de Seu Lunga é o suficiente para arrancar gargalhadas da pequena plateia que se aglomera na calçada do ferro-velho.

Como se ainda não estivesse sido o suficiente, um turista (e curioso) se despede de Seu Lunga com um simpático “Até mais, Seu Lunga”. Não teve jeito! Foi a deixa perfeita para ele soltar mais uma das suas explicações: “quem disse que eu vou ver esse sujeito de novo? Ora, a pessoa num sabe mais nem se direcionar ao outro porque num existe essa história de ‘Ola!’, ‘Até mais’ e agora ainda inventaram o ‘valeu’… O certo é “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”… e pronto!”

* Texto: Higo Lima
* Fotos: Cézar Alves

Morre 'Seu Lunga', o personagem cearense de tolerância zero com a burrice

 

Imagem da Web.

O sucateiro que se tornou um personagem da cultura popular nordestina, Joaquim Santos Rodrigues, conhecido como "Seu Lunga", morreu hoje pela manhã, por volta de 9h30, aos 87 anos, em decorrência de um câncer no esôfago. Ele estava internado no hospital São Vicente, em Barbalha. Seu Lunga morava com a esposa Carmelita Rodrigues Camilo e foi desse matrimônio que nasceram 13 filhos.

Biografia

Joaquim dos Santos Rodrigues nasceu em 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá no município de Caririaçu, e viveu a infância com os pais e sete irmãos no município de Assaré. Recebeu um apelido por uma senhora, que era vizinha, e passou a chamá-lo de Calunga, que mais adiante se reduziu para Lunga. Com 16 anos de idade foi morar no município de Juazeiro do Norte. Casou em 1951 e tornou-se pai de treze filhos. Lunga era dono de uma sucata em Juazeiro do Norte que vendia de tudo, desde aparelhos de televisão a frutas.

Processo

Em 2011, Seu Lunga venceu um processo contra o cordelista Abrahão Batista, que utilizava o apelido do sucateiro em suas publicações. "Eu não desejo nenhuma indenização. Quero somente que ele deixe de escrever mentiras em meu nome", disse, à época, ao Diário do Nordeste. Abrahão publicou o cordel com o título "As histórias de Seu Lunga, o homem mais zangado do mundo", que narra frases e respostas atribuídas ao comerciante.

A revista CONTEXTO, do grupo defato.com, fez reportagem especial com Seu Lunga em 2012. Leia clicando aqui.

 http://www.defato.com

QUANDO A POLÍTICA VALE A PENA

Desta plaquete (1996), feita de estórias pitorescas, bem como de alguns episódios da política potiguar, transcrevo:

A cor verde no Rio Grande do Norte representava o bloco político-partidário do ex-governador Aluízio Alves (PSD) e a cor vermelha o bloco do senador Dinarte Mariz (UDN). Isso no tempo em que a política potiguar vivia momentos de radicalismo tenso e intenso, entre Aluízio e Dinarte. Pois bem, Antônio Benevides foi em Santa Luzia, atual e próspero município de Carnaubais, grande agropecuarista. Naquele lugar, Benevides fazia política e, numa certa eleição para governador tivera insucesso nas urnas, o candidato que ele apoiou para prefeito perdera a eleição. Não gostando do resultado negativo, desabafou: - "Eu não entendo os meus eleitores. Quando eu vou pro verde, eles vão pro vermelho. Quando eu vou pro vermelho, eles vão pro verde!

O ex-deputado Edgard Montenegro, foi líder inconteste do vale do Açu durante décadas. Rdgard é veterano da política potiguar,com muitos quilômetros rodados na política do Rio Grande do Norte. Ainda vive com seus bons 94 anos, ainda lúcido. Herdou de Pedro Amorim, que foi prefeito do Assu, deputado estadual presidente da Assembleia Constituinte de 1945, o seu espólio político. Bom orador, a sua voz tem o timbre que a circunstância exige, os gestos das mãos e das pernas sempre em sintonia com as palavras. A sua voz em defesa do Vale do Açu ainda ecoam pela várzea adentro. Não existe uma importante obra naquela região que não tenha a sua participação. A Eletrificação Rural, o Canal do Pataxó, são exemplos. Financeiramente é equilibrado, 'seguro', um pão duro no dizer popular, nunca gostou de comprar o voto a ninguém. Certa vez chega um eleitor em sua casa da cidade de Assu, perguntando em voz alta: - "Edgard está? - (é de gastar?) - Conta-se  que sua mulher Maria Auxiliadora com aquele seu jeito aristocrático e pausado de falar, respondeu - "Nenhum tostão!" - Para decepção do eleitor que saiu de fininho.

José Luiz Silva na década de setenta candidatou-se a deputado federal pelo MDB, atual PMDB. No município de Pendências/RN onde foi pároco, decidiu ir buscar o voto. Lá, em Pendências, encontrou-se no Mercado Público com um velho amigo chamado Cícero que ao tomar conhecimento da sua candidatura, prometeu conseguir para ele, Zé Luiz, 10 votos. Cícero tinha um compadre chama Zé que necessitava de uma prótese dentária, o que de pronto Zé Luiz arranjou. Final da apuração Zé Luiz não obteve nenhum voto nas urnas da localidade onde votavam Seu Zé e família. Revoltado, Cícero ao encontrar seu compadre pela feira livre daquela cidade, não pensou duas vezes: - "Compadre Zé, abra a boca que eu quero ver se a dentadura ficou boa!" Zé, ao abrir a boca, Cícero retirou a dentadura e, indignado, soltou essa: - "Espere agora, filho da puta, quatro anos para sorrir outra vez!"

Em tempo: Cícero é irmão de doutor Uóston que recebeu um tiro no pescoço quando do último comício de Jessé Freire candidato ao senado, na época da "Paz Pública" em que Tarcísio Maia e Aluízio Alves se entenderam politicamente. Segundo comentários, aquele episódio não passara de mera simulação, para criar um fato novo, sensibilizar o eleitor rio-grandense e consequentemente assegurar a vitória de Jessé contra Radir Pereira. É que em política o feio é perder!

Fernando Caldas

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

    Negra

    O teu avô Costa d’África, filhinha,
    Bárbaro, de uma negra irremediabilidade,
    O teu avô, de tanga, acostumado ao Brasil.
    Noites que despertou sob o chão do chicote!
    O chão... tudo era um chão de látegos rangendo,
    E ao longe o cafezal, a mata enorme se desbravando...

    Hoje tem sangue turco em cada veia,
    Um sangue português, a gemer gargalhada.
    Um índio chegou, de solto, as tuas velas que se brilharam...

    És muitos continentes, na verdade,
    Quase negra, nos olhos,
    Deixa ver-te os cabelos, enroscados,
    Vamos, meu timbre louro,
    Tu morrestes nas raças, diluída,
    E nas raças do teu corpo eu que adoro a verdade.

    Nota: Se Guilherme de Almeida escreveu “Raça”, em 1925, uma obra “que tem como tema a gênese da nação e da formação múltipla da raça brasileira”, João Lins Caldas (nascido no Rio Grande do Norte em 1888, ano da abolição da escravatura no Brasil), já teria produzido no seu tempo de Rio de Janeiro, 1921, o poema patriótico e de exaltação ao Brasil intitulado “Negra”, que para Augusto Frederico Shimidt (1906-1965), "o negra de Caldas vale por toda uma "Raça" de Guilherme de Almeida."


terça-feira, 18 de novembro de 2014

João Batista Machado lança livro com as memórias da época que atuava como repórter político

16/11/2014 - 14:35
Argemiro Lima/NJ
Machadinho, o nome afetivo do jornalista que durante trinta anos exerceu a função de repórter político e assessor de imprensa, conta que cansou do trabalho que é publicar uma obra
O jornalista João Batista Machado, 71, arquivo rico de informações e conhecedor profundo dos bastidores políticos do Rio Grande do Norte nas últimas sete décadas, vai parar de escrever livros.  “Bastidores do Poder – Memórias de um repórter” é a derradeira de um conjunto de onze obras.

“Bastidores do Poder”,  livro memorialista, será lançado na próxima terça-feira (18), às 18h, na Academia Norte-riograndense de Letras, onde João Batista Machado ocupa uma das cadeiras de imortais. Mostra a vivência do autor como repórter político com personalidades locais, regionais, nacionais e internacionais como foram os encontros com o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, e com o Papa João Paulo II, em Natal.  

Machadinho, o nome afetivo do jornalista que durante trinta anos exerceu a função de repórter político e assessor de imprensa, conta que cansou do trabalho que é publicar uma obra. “Livro agora só se for  na próxima encarnação, se Deus permitir que eu volte”, diz. 

“É muito estressante”, desabafa Machadinho sobre  processo de fazer um livro até seu lançamento. “O que eu já tinha de contar, eu já contei”, complementa ele, que nas suas memórias faz um sumário de  41 acontecimentos que marcaram sua vida profissional e pessoal. 

No primeiro capítulo de Bastidores do Poder, Machadinho conta com minúcias os acordos entre o governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, e o deputado federal Ulisses Guimarães, para a candidatura do primeiro à presidência da República em 1985.Revela detalhes das conversas de Tancredo Neves com os governadores do Nordeste do PDS, partido de sustentação do governo militar.

Os governadores da região eram  maioria no Colégio Eleitoral e  foram decisivos para a eleição do presidente da República, que marcaria dali em diante o fim do regime militar no país.O autor fala que depois dos entendimentos do mineiro Tancredo com jovens governadores como José Agripino (RN) e Hugo Napoleão (PI), o PDS dividiu-se em dois. A ala liberal do partido apoiava Tancredo e a conservadora, Paulo Maluf,  candidato a presidente também. 

A Nova República, que estabeleceu o fim da ditadura, nasceu do rompimento do PDS. Dos noves governadores do Nordeste, somente o paraibano Wilson Braga ficou com Maluf e os demais romperam com o presidente general João Batista de Figueiredo e criaram a Frente Liberal, a dissidência do PDS.Maluf, reporta Machadinho, veio várias vezes ao RN em busca de apoio. Ele era amigo de Lavoisier Maia. 

Aqui, conta o jornalista, o paulista ameaçou José Agripino dizendo que quem era do PDS tinha que votar no PDS. Se assim não fosse, ele iria invocar a  lealdade  partidária, o que não valia para o Colégio Eleitoral, uma brecha  que o regime autoritário deixou passar. Machado, na condição de assessor de imprensa de José Agripino, comparecia às reuniões da Sudene semanalmente e via Maluf tentar se aproximar dos governadores do Nordeste. 

Teotônio Vilela, senador por Alagoas, conhecido como menestrel por sua posição em favor da redemocratização do país, também veio a Natal visitar uma sobrinha. Era o rebelde da Arena, Vilela. Com Machadinho, ele deixou os assuntos políticos de lado e falou sobre boemia e contou um fato que aconteceu em Brasília. Com um grupo de amigos, acabou em dez dias o grande estoque de bebidas que tinha em seu apartamento, encerrando o capítulo da bebida em sua vida. 

Mas o primeiro contato que Machadinho teve com Petrônio Portela, foi em Brasília, acompanhado do senador da Arena, Dinarte Mariz, que fez grande pressão para os repórteres entrarem no gabinete dele, que estava mau humorado.  Mesmo assim, ressalta Machadinho, Portela era um homem habilidoso com as palavras.
http://www.novojornal.jor.br/

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...