Desta plaquete (1996), feita de estórias pitorescas, bem como de alguns episódios da política potiguar, transcrevo:
A cor verde no Rio Grande do Norte representava o bloco político-partidário do ex-governador Aluízio Alves (PSD) e a cor vermelha o bloco do senador Dinarte Mariz (UDN). Isso no tempo em que a política potiguar vivia momentos de radicalismo tenso e intenso, entre Aluízio e Dinarte. Pois bem, Antônio Benevides foi em Santa Luzia, atual e próspero município de Carnaubais, grande agropecuarista. Naquele lugar, Benevides fazia política e, numa certa eleição para governador tivera insucesso nas urnas, o candidato que ele apoiou para prefeito perdera a eleição. Não gostando do resultado negativo, desabafou: - "Eu não entendo os meus eleitores. Quando eu vou pro verde, eles vão pro vermelho. Quando eu vou pro vermelho, eles vão pro verde!
O ex-deputado Edgard Montenegro, foi líder inconteste do vale do Açu durante décadas. Rdgard é veterano da política potiguar,com muitos quilômetros rodados na política do Rio Grande do Norte. Ainda vive com seus bons 94 anos, ainda lúcido. Herdou de Pedro Amorim, que foi prefeito do Assu, deputado estadual presidente da Assembleia Constituinte de 1945, o seu espólio político. Bom orador, a sua voz tem o timbre que a circunstância exige, os gestos das mãos e das pernas sempre em sintonia com as palavras. A sua voz em defesa do Vale do Açu ainda ecoam pela várzea adentro. Não existe uma importante obra naquela região que não tenha a sua participação. A Eletrificação Rural, o Canal do Pataxó, são exemplos. Financeiramente é equilibrado, 'seguro', um pão duro no dizer popular, nunca gostou de comprar o voto a ninguém. Certa vez chega um eleitor em sua casa da cidade de Assu, perguntando em voz alta: - "Edgard está? - (é de gastar?) - Conta-se que sua mulher Maria Auxiliadora com aquele seu jeito aristocrático e pausado de falar, respondeu - "Nenhum tostão!" - Para decepção do eleitor que saiu de fininho.
José Luiz Silva na década de setenta candidatou-se a deputado federal pelo MDB, atual PMDB. No município de Pendências/RN onde foi pároco, decidiu ir buscar o voto. Lá, em Pendências, encontrou-se no Mercado Público com um velho amigo chamado Cícero que ao tomar conhecimento da sua candidatura, prometeu conseguir para ele, Zé Luiz, 10 votos. Cícero tinha um compadre chama Zé que necessitava de uma prótese dentária, o que de pronto Zé Luiz arranjou. Final da apuração Zé Luiz não obteve nenhum voto nas urnas da localidade onde votavam Seu Zé e família. Revoltado, Cícero ao encontrar seu compadre pela feira livre daquela cidade, não pensou duas vezes: - "Compadre Zé, abra a boca que eu quero ver se a dentadura ficou boa!" Zé, ao abrir a boca, Cícero retirou a dentadura e, indignado, soltou essa: - "Espere agora, filho da puta, quatro anos para sorrir outra vez!"
Em tempo: Cícero é irmão de doutor Uóston que recebeu um tiro no pescoço quando do último comício de Jessé Freire candidato ao senado, na época da "Paz Pública" em que Tarcísio Maia e Aluízio Alves se entenderam politicamente. Segundo comentários, aquele episódio não passara de mera simulação, para criar um fato novo, sensibilizar o eleitor rio-grandense e consequentemente assegurar a vitória de Jessé contra Radir Pereira. É que em política o feio é perder!
Fernando Caldas
A cor verde no Rio Grande do Norte representava o bloco político-partidário do ex-governador Aluízio Alves (PSD) e a cor vermelha o bloco do senador Dinarte Mariz (UDN). Isso no tempo em que a política potiguar vivia momentos de radicalismo tenso e intenso, entre Aluízio e Dinarte. Pois bem, Antônio Benevides foi em Santa Luzia, atual e próspero município de Carnaubais, grande agropecuarista. Naquele lugar, Benevides fazia política e, numa certa eleição para governador tivera insucesso nas urnas, o candidato que ele apoiou para prefeito perdera a eleição. Não gostando do resultado negativo, desabafou: - "Eu não entendo os meus eleitores. Quando eu vou pro verde, eles vão pro vermelho. Quando eu vou pro vermelho, eles vão pro verde!
O ex-deputado Edgard Montenegro, foi líder inconteste do vale do Açu durante décadas. Rdgard é veterano da política potiguar,com muitos quilômetros rodados na política do Rio Grande do Norte. Ainda vive com seus bons 94 anos, ainda lúcido. Herdou de Pedro Amorim, que foi prefeito do Assu, deputado estadual presidente da Assembleia Constituinte de 1945, o seu espólio político. Bom orador, a sua voz tem o timbre que a circunstância exige, os gestos das mãos e das pernas sempre em sintonia com as palavras. A sua voz em defesa do Vale do Açu ainda ecoam pela várzea adentro. Não existe uma importante obra naquela região que não tenha a sua participação. A Eletrificação Rural, o Canal do Pataxó, são exemplos. Financeiramente é equilibrado, 'seguro', um pão duro no dizer popular, nunca gostou de comprar o voto a ninguém. Certa vez chega um eleitor em sua casa da cidade de Assu, perguntando em voz alta: - "Edgard está? - (é de gastar?) - Conta-se que sua mulher Maria Auxiliadora com aquele seu jeito aristocrático e pausado de falar, respondeu - "Nenhum tostão!" - Para decepção do eleitor que saiu de fininho.
José Luiz Silva na década de setenta candidatou-se a deputado federal pelo MDB, atual PMDB. No município de Pendências/RN onde foi pároco, decidiu ir buscar o voto. Lá, em Pendências, encontrou-se no Mercado Público com um velho amigo chamado Cícero que ao tomar conhecimento da sua candidatura, prometeu conseguir para ele, Zé Luiz, 10 votos. Cícero tinha um compadre chama Zé que necessitava de uma prótese dentária, o que de pronto Zé Luiz arranjou. Final da apuração Zé Luiz não obteve nenhum voto nas urnas da localidade onde votavam Seu Zé e família. Revoltado, Cícero ao encontrar seu compadre pela feira livre daquela cidade, não pensou duas vezes: - "Compadre Zé, abra a boca que eu quero ver se a dentadura ficou boa!" Zé, ao abrir a boca, Cícero retirou a dentadura e, indignado, soltou essa: - "Espere agora, filho da puta, quatro anos para sorrir outra vez!"
Em tempo: Cícero é irmão de doutor Uóston que recebeu um tiro no pescoço quando do último comício de Jessé Freire candidato ao senado, na época da "Paz Pública" em que Tarcísio Maia e Aluízio Alves se entenderam politicamente. Segundo comentários, aquele episódio não passara de mera simulação, para criar um fato novo, sensibilizar o eleitor rio-grandense e consequentemente assegurar a vitória de Jessé contra Radir Pereira. É que em política o feio é perder!
Fernando Caldas
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