domingo, 30 de outubro de 2016
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Rio Grande do Norte colhe primeira safra de uvas no semiárido
Produtores
finalizaram a primeira colheita de uvas em escala comercial já realizada no Rio
Grande do Norte
24/10/2016
às 18:43
Moraes Neto
Produtor
André Aleixo trocou a cultura de hortaliças pelo cultivo de uvas Itália
Por: Redação
O Rio Grande do Norte colheu em torno de 40 toneladas de uvas
do tipo Itália nesta primeira safra, que finalizou neste mês. Trata-se de uma
colheita inédita da fruta, que, até então, não havia sido cultivada em escala
comercial no estado. Numa área de dois hectares da fazenda Quixaba, zona rural
do município de Parazinho (a 116 quilômetros da capital Natal), foram colhidos
os primeiros frutos de um projeto do Sebrae para incentivar a vitivinicultura
em pleno semiárido potiguar. Em meio à paisagem seca da região, um verde
exuberante surge, comprovando a viabilidade da produção de uvas no sistema
irrigado numa área de baixa umidade e baixo índice pluviométrico.
Os responsáveis pelo feito são os produtores André Aleixo e o
irmão, José Hipólito, que decidiram deixar de lado a plantação de pimentões e
tomates, e, de forma pioneira, apostaram na cultura irrigada dessa variedade de
uva, no começo do ano passado. Após 20 meses, toda a produção já foi
comercializada internamente no Rio Grande do Norte, que apresenta uma alta
demanda de consumo, já que a maior parte das uvas que abastecem o mercado
potiguar vem de outros estados. As frutas foram todas vendidas em uma operação,
que rendeu em torno de R$ 100 mil para os empreendedores, com um único
distribuidor da Central de Abastecimento do Rio Grande do Norte (Ceasa).
A aceitação das primeiras uvas do RN foi imediata. A
explicação está na qualidade dos frutos, que têm tamanhos praticamente
uniformizados com cada cacho pesando em média 700 gramas. Mais que isso, as
uvas potiguares chegam a atingir um brix, que é o grau de doçura medido na
fruta, acima de 19°. Para se ter uma ideia de como a uva é doce, basta saber
que o padrão de exportação para a uva Itália é de 15°, que é um alto teor de
açúcar exigido pelo mercado internacional.
A plantação começou quando André Aleixo assistiu a um vídeo
do projeto com as experiências bem sucedidas da fazenda modelo de Lagoinha, na
Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e procurou o Sebrae para
implantação do parreiral, que durou seis meses. Através do programa Sebraetec,
ele contou com consultorias e visitas técnicas a vinhedos na região do Vale do
São Francisco, em Pernambuco, para consolidar o cultivo. Um investimento de
aproximadamente R$ 250 mil.
“A ideia veio porque, primeiro não existia experiências
de plantação de variedades de uvas aqui no Rio Grande do Norte e segundo, o
projeto da Ufersa dava garantia de que poderíamos plantar e, com assessoria,
não ter problemas de comercialização”, explica André Aleixo, justificando
também a cultura do pimentão e tomate, que acabavam não proporcionando muita
lucratividade devido à fixação do preço e deflação no valor da caixa das
hortaliças.
Por isso, o produtor foi em busca de uma iniciativa
inovadora, sem concorrentes na região, cultivando produtos de excelência e
proximidade do mercado consumidor. Essa foi a receita para garantir um preço
bom para comercialização – cada quilo de uva foi vendido por R$ 2,50. A
plantação da uva ocorreu em blocos, de forma que a colheita é feita em etapas,
chamadas de válvulas, e semanalmente. Do início de setembro à primeira quinzena
de outubro, os trabalhadores da fazenda colheram de 4 mil a 6 mil quilos de uvas
por semana.
“A região é propícia devido às baixas precipitações e umidade
relativa do ar. Com o sistema irrigado, foi possível programar a colheita fora
do período chuvoso, que é danoso para plantação vitícola”, explica o consultor
Django Dantas. A estimativa é que a área plantada gere duas safras por ano,
podendo ter um acréscimo de produtividade de 20% após três anos de
desenvolvimento das videiras – o que daria com a área plantada atual de cerca
de 100 toneladas por ano.
Mão de obra qualificada, um desafio
O principal gargalo para começar foi a dificuldade de acesso
aos produtos para o cultivo, desde insumos até as mudas. “Esse problema já
superamos. Agora, temos contatos diretos com os fornecedores. Já sabemos a
logística necessária para que esses produtos cheguem aqui rapidamente”, afirma
André Aleixo. Mas outro problema está relacionado à mão de obra qualificada
para o manejo. “Estamos desenvolvendo essa mão de obra aqui. Regularmente,
convidamos técnicos para repassar conhecimento ao pessoal. Tinha gente aqui que
sequer tinha visto um pé de uva. Imagine trabalhar num cultura tão complexa,
que é uva, de uma hora para outra sem conhecimento”.
Um dos beneficiados com essa capacitação prática é Raimundo
Alves, estava acostumado com a plantação de hortaliças e de uma hora para outra
se viu trabalhando no meio de um parreiral. “Quando começou, eu ficava
imaginando que eles estavam dando um tiro no pé. Plantar uvas nesse sertão não
pode dar certo. Mas agora vejo que estava totalmente errado”. Raimundo Alves
está entre os dez trabalhadores encarregados da colheita na fazenda e que sabem
técnicas de manejo, como contar a gemas para realizar a poda sistemática, fazer
o amarrio dos galhos e rateio dos cachos, que é a retirada do excesso de bagas
do cacho.
A aposta foi tão certeira que os planos dos empresários são
expandir para cultura de uvas sem sementes. Uma outra área de dois hectares da
fazenda, que tem cerca de 500 hectares, já está sendo preparada para essa
finalidade. “O consumo de uvas sem sementes vem numa curva ascendente no
Brasil. As técnicas de desenvolvimento de produtos têm elevado a produção. Como
elas têm um preço diferenciado, não podemos afastar um investimento num futuro
muito próximo”.
Projeto de Vitivinicultura
Os dirigentes do Sebrae no Rio Grande do Norte acompanharam a
primeira colheita da uva e em Parazinho para constatar o andamento do projeto
de Vitivinicultura, que vem sem implementado pela instituição com a colaboração
de outros órgãos ligados à pesquisa científica e à cadeia produtiva da fruticultura.
“A qualidade da uva aqui plantada é uma prova da viabilidade
desse projeto como alternativa a regiões que tem problemas com a falta de
chuvas. Nossa intenção é fazer que o produtor enxergue novas oportunidades de
negócios e que tenham valor agregado, como é o caso da uva”, explica a
presidente do conselho deliberativo do Sebrae-RN, José Vieira, que foi
participou da visita à fazenda Quixaba juntamente com os diretores
superintendente, José Ferreira de Melo Neto, e técnico, João Hélio Cavalcanti.
O Projeto de Vitivinicultura também está incentivando o
cultivo de uvas em outras regiões amparado em estudos da Ufersa, que demonstram
a viabilidade da vitivinicultura no estado. A instituição tem cultivos
experimentais de uvas em algumas localidades da região de Mossoró, como é o
caso do experimento de Alagoinha e da Fazenda Experimental Rafael Fernandes.
São vinhedos voltados para sucos. Em parceria com a Embrapa, estão sendo feitos
estudos para avaliar a produção de vinhos no local, assim como em outras
microrregiões da Bahia e Pernambuco.
Através de uma parceria entre o Sebrae, o Instituto Federal
de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e Ufersa, serão
desenvolvidas culturas de uvas sem sementes na Chapada do Apodi com foco na exportação.
Atualmente, os maiores compradores mundiais dessa fruta são Alemanha, Estados
Unidos e Reino Unido. Denominado Introdução de Cultivares de Videiras
Apirênicas, o projeto vai estimular variedades, como as uvas Vitória e a Isis,
sem sementes.
A proposta do projeto é incentivar mais produtores potiguares
a entrar na viticultura, além de criar unidades de beneficiamento na cidade
para processar a uva e gerar valor agregado, e aumentar o percentual de plantio
na região. Atualmente, o Nordeste é responsável por 18,7% da produção nacional
de uvas, ficando atrás apenas do Sul, que responde por 65% da produção do país.
http://agorarn.com.brSÓCIO EFETIVO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE – UMA GRANDE HONRA!
Rostand Medeiros Deixe um comentário
Autor – Rostand Medeiros
Recentemente eu recebi a informação que meu nome havia sido aprovado pelo Conselho de Admissão e Sindicância do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte-IHGRN e que no próximo dia 27 de outubro me tornarei sócio efetivo desta instituição, a mais antiga instituição cultural do Rio Grande do Norte.
Confesso que para mim foi uma grata surpresa essa indicação e só me trouxe alegrias.
Enfim eu frequento o nosso Instituto Histórico desde que me entendo por gente. Pois a lembrança mais antiga que tenho daquela casa é de ter sido levado pela mão da minha mãe, quando tinha sete anos de idade, para uma simples visita. Nunca esqueci o como fiquei fascinado com aquele ambiente, os livros nas prateleiras e os quadros pendurados com as imagens dos ilustres homens do passado.
Foi lá que se formou em minha mente o gosto e o desejo de escrever sobre História, principalmente sobre a História da minha Terra e da minha Região.
Nesta casa, fundada em 29 de março de 1902, estão arquivados acervos documentais que guardam grande parte das fontes da história colonial, imperial e republicana do Rio Grande do Norte.
Neste local descobri muitos momentos fantásticos e saborosos da terra potiguar e das pessoas que no passado fizeram parte de sua História ao passar as páginas amareladas dos antigos jornais.
A importância desta instituição para a nossa gente é enorme e fico muito orgulhoso de ter o meu nome inscrito no seu quadro de sócios efetivos.
Está naquele ambiente sempre foi para mim uma fonte de enorme prazer e satisfação e, tão importante quanto descobrir os interessantes caminhos de nossa História foi a grata satisfação dos muitos amigos que fiz nesta casa.
Perdi as contas de quantas vezes procurei a ajuda das amigas Antonieta Souza e Lúcia, duas abnegadas funcionárias da casa, sempre dispostas a ajudar os que ali buscam fontes históricas pra desenvolver milhares de pesquisas. Não me esqueço de Lucia Lima com seu amplo sorriso e alegria infinita, ou do sempre prestativo Manuel Bezerra, ou do grande José Maria Fernandes de Lima, o Zé Maria do computador, e todos aqueles que ali trabalham com dedicação e zelo.
Não posso olvidar a figura do nobre Professor Olavo Medeiros, grande pesquisador, autor de vários e importantes livros sobre Rio Grande do Norte e de sua gente. Como eram maravilhosos os papos que tivemos naquela valiosa casa da Rua da Conceição, nº 622.
Outra figura importante nas lembranças que tenho da minha passagem pelo Instituto Histórico é a do primo Antônio Luís de Medeiros, um dos maiores genealogistas potiguares, que me mostrou a importância daquela casa para a preservação da nossa memória.
Já ao dileto amigo Gutemberg Costa tenho o mais profundo agradecimento por ter tido a iniciativa de ter colocado meu nome junto ao Conselho de Admissão e Sindicância do IHGRN, uma instituição com 114 anos de atividade.
Ao presidente Ormuz Barbalho Simonetti, ao vice-presidente Roberto Lima e a Odúlio Botelho de Medeiros, membro da diretoria do IHGRN, tenho a certeza que sei que vou fazer valer esta indicação que tanto me honra, pois o respeito e devoção pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte eu já tenho de longa data.
Recentemente eu recebi a informação que meu nome havia sido aprovado pelo Conselho de Admissão e Sindicância do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte-IHGRN e que no próximo dia 27 de outubro me tornarei sócio efetivo desta instituição, a mais antiga instituição cultural do Rio Grande do Norte.
Confesso que para mim foi uma grata surpresa essa indicação e só me trouxe alegrias.
Enfim eu frequento o nosso Instituto Histórico desde que me entendo por gente. Pois a lembrança mais antiga que tenho daquela casa é de ter sido levado pela mão da minha mãe, quando tinha sete anos de idade, para uma simples visita. Nunca esqueci o como fiquei fascinado com aquele ambiente, os livros nas prateleiras e os quadros pendurados com as imagens dos ilustres homens do passado.
Foi lá que se formou em minha mente o gosto e o desejo de escrever sobre História, principalmente sobre a História da minha Terra e da minha Região.
Nesta casa, fundada em 29 de março de 1902, estão arquivados acervos documentais que guardam grande parte das fontes da história colonial, imperial e republicana do Rio Grande do Norte.
Neste local descobri muitos momentos fantásticos e saborosos da terra potiguar e das pessoas que no passado fizeram parte de sua História ao passar as páginas amareladas dos antigos jornais.
A importância desta instituição para a nossa gente é enorme e fico muito orgulhoso de ter o meu nome inscrito no seu quadro de sócios efetivos.
Está naquele ambiente sempre foi para mim uma fonte de enorme prazer e satisfação e, tão importante quanto descobrir os interessantes caminhos de nossa História foi a grata satisfação dos muitos amigos que fiz nesta casa.
Perdi as contas de quantas vezes procurei a ajuda das amigas Antonieta Souza e Lúcia, duas abnegadas funcionárias da casa, sempre dispostas a ajudar os que ali buscam fontes históricas pra desenvolver milhares de pesquisas. Não me esqueço de Lucia Lima com seu amplo sorriso e alegria infinita, ou do sempre prestativo Manuel Bezerra, ou do grande José Maria Fernandes de Lima, o Zé Maria do computador, e todos aqueles que ali trabalham com dedicação e zelo.
Não posso olvidar a figura do nobre Professor Olavo Medeiros, grande pesquisador, autor de vários e importantes livros sobre Rio Grande do Norte e de sua gente. Como eram maravilhosos os papos que tivemos naquela valiosa casa da Rua da Conceição, nº 622.
Outra figura importante nas lembranças que tenho da minha passagem pelo Instituto Histórico é a do primo Antônio Luís de Medeiros, um dos maiores genealogistas potiguares, que me mostrou a importância daquela casa para a preservação da nossa memória.
Já ao dileto amigo Gutemberg Costa tenho o mais profundo agradecimento por ter tido a iniciativa de ter colocado meu nome junto ao Conselho de Admissão e Sindicância do IHGRN, uma instituição com 114 anos de atividade.
Ao presidente Ormuz Barbalho Simonetti, ao vice-presidente Roberto Lima e a Odúlio Botelho de Medeiros, membro da diretoria do IHGRN, tenho a certeza que sei que vou fazer valer esta indicação que tanto me honra, pois o respeito e devoção pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte eu já tenho de longa data.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Aos 72, morre Carlos Alberto Torres, o maior dos capitães do futebol brasileiro
Lateral-direito levantou a taça do tricampeonato de 1970 pela seleção brasileira
Por GloboEsporte.com
A braçadeira de capitão sempre lhe caiu bem. Porte esguio, olhar penetrante, personalidade marcante. Não tinha jogador que não ouvisse com atenção suas observações, seus conselhos ou, na pior das hipóteses, suas broncas. Nem Pelé escapava, e foram muitas as vezes em que precisou até baixar a cabeça. E foi esse grande capitão que o futebol brasileiro e o mundo perderam nesta terça-feira, aos 72 anos. Morreu no Rio de Janeiro, vítima de enfarte fulminante, Carlos Alberto Torres, atualmente comentarista do SporTV. Nome e sobrenome de craque. O homem do tricampeonato mundial em 1970, que beijou e levantou a Taça Jules Rimet. Pai de Alexandre Torres, zagueiro que atuou no Fluminense e no Vasco.
O capitão do tri estava em casa quando passou mal, na Barra da Tijuca. Ainda foi levado para o Hospital Riomar, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão.
Seja como lateral-direito, onde começou na base do Fluminense, seja como zagueiro, Carlos Alberto sempre desfilou pelos gramados uma classe com a bola nos pés em que não ficava para trás nem para um astro do nível de Franz Beckenbauer. Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos tiveram em campo a sua classe. Era reverenciado no mundo todo pelo seu passado. Depois, como treinador, o Capita, como era carinhosamente chamado, teve como pontos altos a conquista do Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, da Copa Conmebol, em 1993, pelo Botafogo, e do Campeonato Carioca de 1984, pelo Fluminense.
Como jogador, Carlos Alberto conquistou uma penca de títulos. No Fluminense, clube de coração, onde começou a carreira, ganhou o Carioca em 1964, quando estourou, e depois, no seu retorno, os de 1975 e 1976, com a famosa Máquina montada pelo presidente eterno Francisco Horta. No Santos de Pelé, onde chegou em 1965, ainda garoto, e viveu o auge, atuando ao lado de craques como o próprio Rei do Futebol, Edu e Clodoaldo, companheiros de tricampeonato mundial, levou a Taça Brasil em 1965 e 1968, o Torneio Rio-São Paulo em 1966, a Recopa Sul-Americana em 1968 e muitos campeonatos paulistas - 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973.
Em sua breve passagem pelo Botafogo em 1971, emprestado pelo Santos, Carlos Alberto Torres não conquistou títulos mas teve também presença marcante, atuando ao lado de craques como Jairzinho, Paulo Cezar Caju e outros. Depois, voltou ao Peixe, ainda no mesmo ano, onde ficou até 1974. Retornou então ao Fluminense, onde viveu outro grande momento em sua carreira, com a Máquina de Rivellino, Paulo Cezar, Pintinho & Cia.
Saiu da Máquina em 1977 para atuar no Flamengo de Zico, onde também passou em branco mas viu começar ali aquela que seria a maior equipe rubro-negra da história. Depois, reviu Zico, Junior, Leandro e Adílio quando os comandou na conquista do Brasileiro de 1983.
O pouco tempo no Flamengo como jogador teve explicação. O New York Cosmos o queria. Já como zagueiro, Carlos Alberto foi para a equipe americana recém-montada para atuar com supercraques. O Cosmos ficou conhecido por reunir uma verdadeira seleção mundial, de Pelé a Franz Beckenbauer. E o Capita, por lá, foi campeão por quatro temporadas - 1977, 1978, 1980 e 1982. Levantar taça era com ele mesmo.
E quando, no estádio Azteca, levantou a Jules Rimet, a maior que conquistou, no tricampeonato de 1970, no México, Carlos Alberto eternizou não só o gesto, mas também uma geração fora de série. Zagallo sempre dizia que fora de campo era o comandante, mas, no gramado, era o seu capitão o porta-voz. O gol marcado pelo lateral-direito, o último na goleada por 4 a 1 sobre a Itália na grande final, sintetizou o que o então camisa 4 e toda aquela Seleção tinham de melhor. A jogada, que iniciou da intermediária com série de dribles de Clodoaldo, foi de pé em pé até Pelé dar um simples toque para o lateral, que vinha de trás. A bola ainda deu uma pequena subida antes de o jogador desferir o potente chute que estufou a rede.
Carlos Alberto era um jogador moderno no seu tempo. Tinha forte poder de marcação, a ponto de poder ter atuado, já como veterano, na zaga. Era também dono de uma rara habilidade e contava com fôlego e capacidade para subir ao ataque como elemento surpresa.
Liderança como jogador e técnico
Sua história na Seleção começou em 30 de maio de 1964, contra a Inglaterra, no Maracanã, na goleada por 5 a 1. Foram 69 partidas com a camisa verde-amarela e nove gols marcados. Um número considerável para um lateral-direito. Na Seleção sentiu-se à vontade como nos clubes para exercer uma liderança dentro e fora de campo, principalmente no tricampeonato mundial de 1970, ao lado de Pelé e Gerson.
Como jogador, Carlos Alberto Torres ainda teve uma breve passagem pelo California Surf, até retornar ao Cosmos e encerrar a carreira em 1982. Não demorou muito, no entanto, para o Capitão voltar a frequentar o mundo do futebol, mas como treinador. Numa decisão ousada na época, o Flamengo, em crise na tabela do Brasileirão, convidou Carlos Alberto para ser o técnico. O time tinha sido campeão em 1982, mas passava por mau momento naquele período. O Capita assumiu a equipe e a levou a uma reação na tabela rumo ao tricampeonato brasileiro, na final sobre o Santos, vencida por 3 a 0, num Maracanã com mais de 150 mil pessoas.
Ali era o começo de uma carreira como treinador com altos e baixos. Sim, Carlos Alberto não foi como técnico tão brilhante como era no gramado com a bola nos pés. Mas teve momentos importantes. No Botafogo, comandou uma equipe limitada tecnicamente rumo à conquista de uma competição internacional, a Copa Conmebol, conquistada em 1993. A final foi contra o Peñarol. Depois do 1 a 1 em Montevidéu, os dois times voltaram a empatar, mas por 2 a 2, no Maracanã. A disputa foi para os pênaltis, com vitória alvinegra por 3 a 1.
O capitão do tri estava em casa quando passou mal, na Barra da Tijuca. Ainda foi levado para o Hospital Riomar, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão.
- Globo Player v0.2.49
Seja como lateral-direito, onde começou na base do Fluminense, seja como zagueiro, Carlos Alberto sempre desfilou pelos gramados uma classe com a bola nos pés em que não ficava para trás nem para um astro do nível de Franz Beckenbauer. Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos tiveram em campo a sua classe. Era reverenciado no mundo todo pelo seu passado. Depois, como treinador, o Capita, como era carinhosamente chamado, teve como pontos altos a conquista do Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, da Copa Conmebol, em 1993, pelo Botafogo, e do Campeonato Carioca de 1984, pelo Fluminense.
No tour da Taça Fifa antes da Copa de 2014, realizada no Brasil, Carlos Alberto Torres repetiu o beijo que dera na Jules Rimet em 1970. Capitão ganhou títulos como jogador e técnico (Foto: Gaspar Nobrega / Inovafoto Divulgação)
Como jogador, Carlos Alberto conquistou uma penca de títulos. No Fluminense, clube de coração, onde começou a carreira, ganhou o Carioca em 1964, quando estourou, e depois, no seu retorno, os de 1975 e 1976, com a famosa Máquina montada pelo presidente eterno Francisco Horta. No Santos de Pelé, onde chegou em 1965, ainda garoto, e viveu o auge, atuando ao lado de craques como o próprio Rei do Futebol, Edu e Clodoaldo, companheiros de tricampeonato mundial, levou a Taça Brasil em 1965 e 1968, o Torneio Rio-São Paulo em 1966, a Recopa Sul-Americana em 1968 e muitos campeonatos paulistas - 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973.
Em sua breve passagem pelo Botafogo em 1971, emprestado pelo Santos, Carlos Alberto Torres não conquistou títulos mas teve também presença marcante, atuando ao lado de craques como Jairzinho, Paulo Cezar Caju e outros. Depois, voltou ao Peixe, ainda no mesmo ano, onde ficou até 1974. Retornou então ao Fluminense, onde viveu outro grande momento em sua carreira, com a Máquina de Rivellino, Paulo Cezar, Pintinho & Cia.
- Globo Player v0.2.49
Saiu da Máquina em 1977 para atuar no Flamengo de Zico, onde também passou em branco mas viu começar ali aquela que seria a maior equipe rubro-negra da história. Depois, reviu Zico, Junior, Leandro e Adílio quando os comandou na conquista do Brasileiro de 1983.
O pouco tempo no Flamengo como jogador teve explicação. O New York Cosmos o queria. Já como zagueiro, Carlos Alberto foi para a equipe americana recém-montada para atuar com supercraques. O Cosmos ficou conhecido por reunir uma verdadeira seleção mundial, de Pelé a Franz Beckenbauer. E o Capita, por lá, foi campeão por quatro temporadas - 1977, 1978, 1980 e 1982. Levantar taça era com ele mesmo.
E quando, no estádio Azteca, levantou a Jules Rimet, a maior que conquistou, no tricampeonato de 1970, no México, Carlos Alberto eternizou não só o gesto, mas também uma geração fora de série. Zagallo sempre dizia que fora de campo era o comandante, mas, no gramado, era o seu capitão o porta-voz. O gol marcado pelo lateral-direito, o último na goleada por 4 a 1 sobre a Itália na grande final, sintetizou o que o então camisa 4 e toda aquela Seleção tinham de melhor. A jogada, que iniciou da intermediária com série de dribles de Clodoaldo, foi de pé em pé até Pelé dar um simples toque para o lateral, que vinha de trás. A bola ainda deu uma pequena subida antes de o jogador desferir o potente chute que estufou a rede.
- Globo Player v0.2.49
Carlos Alberto era um jogador moderno no seu tempo. Tinha forte poder de marcação, a ponto de poder ter atuado, já como veterano, na zaga. Era também dono de uma rara habilidade e contava com fôlego e capacidade para subir ao ataque como elemento surpresa.
Liderança como jogador e técnico
Sua história na Seleção começou em 30 de maio de 1964, contra a Inglaterra, no Maracanã, na goleada por 5 a 1. Foram 69 partidas com a camisa verde-amarela e nove gols marcados. Um número considerável para um lateral-direito. Na Seleção sentiu-se à vontade como nos clubes para exercer uma liderança dentro e fora de campo, principalmente no tricampeonato mundial de 1970, ao lado de Pelé e Gerson.
Como jogador, Carlos Alberto Torres ainda teve uma breve passagem pelo California Surf, até retornar ao Cosmos e encerrar a carreira em 1982. Não demorou muito, no entanto, para o Capitão voltar a frequentar o mundo do futebol, mas como treinador. Numa decisão ousada na época, o Flamengo, em crise na tabela do Brasileirão, convidou Carlos Alberto para ser o técnico. O time tinha sido campeão em 1982, mas passava por mau momento naquele período. O Capita assumiu a equipe e a levou a uma reação na tabela rumo ao tricampeonato brasileiro, na final sobre o Santos, vencida por 3 a 0, num Maracanã com mais de 150 mil pessoas.
Ali era o começo de uma carreira como treinador com altos e baixos. Sim, Carlos Alberto não foi como técnico tão brilhante como era no gramado com a bola nos pés. Mas teve momentos importantes. No Botafogo, comandou uma equipe limitada tecnicamente rumo à conquista de uma competição internacional, a Copa Conmebol, conquistada em 1993. A final foi contra o Peñarol. Depois do 1 a 1 em Montevidéu, os dois times voltaram a empatar, mas por 2 a 2, no Maracanã. A disputa foi para os pênaltis, com vitória alvinegra por 3 a 1.
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