Por volta de 1939, bem no início da II Guerra Mundial
A boemia da cidade se iniciava depois das 9 horas da noite
Ruas do bairro da Ribeira nos anos 40
Quando as famílias já tinham se recolhido.
Os cabarés mais famosos de Natal situavam-se na Ribeira
Marinheiros americanos se divertindo em cabaré de Natal nos anos 40
Eles eram bastante freqüentados e populares. Eram como partes integrantes da vida boêmia da cidade.
Na vida noturna provinciana encontravam-se as prostitutas, os cáftens e os gigolôs
Maria de Oliveira Barros (“Maria Boa”) na época proprietária do maior cabaré da cidade
Eles também serviam de inspiração aos poetas e escritores.
Na época a cerveja era vendida ao preço de mil e quinhentos réis
Cédula, moedas e cervejas reais da época
E ela [a cerveja] era uma das bebidas mais consumidas pelos pândegos da boemia.
As mulheres “da noite” pediam Martini aos acompanhantes
Marinheiros americanos em Natal em um cabaré dos anos 40
E este era servido ao preço de cinco mil réis a dose.
A popularização consumidora de uísque só chegou bem depois
Militares americanos bebendo em um bar da cidade de Natal durante a 2ª Guerra Mundial
Nos cabarés, às vezes, aconteciam brigas e pancadarias pelas madrugadas
Elas aconteciam entre os freqüentadores dos cabarés, sendo necessária a presença da polícia pra acalmar os mais exaltados.
Normalmente, dentro das pensões alegres existia uma figura exótica
Uma pessoa alegre, com requebros e trejeitos femininos, cabelos oxigenados, muito conhecida pelos frequentadores. Na época havia inclusive uma que era conhecida como “Afago Verde”.
Naquele tempo as parteiras eram responsáveis por grande parte das vidas que surgiam.
O parto era feito em casa, com o resguardo de vários dias e muita canja de galinha. Em partos mais difíceis, surgia o médico, com a sua inseparável valise e o estetoscópio.
As pensões eram sempre alegres
Foto da janela de um hotel em Natal na época
E eram freqüentadas por pessoas de diferentes níveis sociais.
À noite, já com o dólar correndo solto, surgiram os vendedores clandestinos
Vendiam perfumes, isqueiros, sabonetes, whiskys, cigarros, etc.
As músicas mais tocadas nas radiolas de ficha eram os tangos e maxixes
Que aos poucos foram sendo substituídos por swings, blues e fox trotes. Isso já na década de 1940.
Naqueles anos, apareceu na zona uma novata
Uma morena, de olhos e cabelos negros, que circulou por várias casas noturnas e despertou a paixão de muitos freqüentadores. Os seus pretendentes eram selecionados pela disposição de abrir a carteira. Contam que ela terminou os seus dias abandonada e esquecida no Beco da Quarentena, tomando injeções diárias de “914”, aplicadas por um enfermeiro da Saúde Pública aos portadores de sífilis. A profilaxia era uma lavagem à base de permanganato.
As notícias da guerra via “BBC Londrina”
E retransmitidas pela “Agência Pernambucana” antes da inauguração da REN – Rádio Educadora de Natal. Elas eram geralmente acompanhadas pela “Canção do Expedicionário”, que traduzia a saudade da pátria e a esperança de vitória dos Pracinhas Brasileiros, na Itália. Por ali se tinha notícias dos últimos acontecimentos da II Guerra Mundial na Europa.
Artistas encantavam os telespectadores no primeiro cinema que existiu na cidade
O Cine Polytheama
No Cine Polytheama, na Praça Augusto Severo, Ingrid Bergman, Diana Durbin, Judy Erland e outros artistas encantavam os telespectadores.
O movimento no Porto da cidade era intenso e guarnecido pelos fuzileiros navais
Porto de Natal em 1940
Estes sob o tema “Adsumus”, que significa “aqui estamos”, eram admirados e respeitados pela população, em virtude do exemplo de dedicação e profissionalismo em defesa da pátria.
As notícias da noite corriam velozes, de boca em boca, e terminavam no bar
Bar O Grande Ponto em 1930
Os bar era o “Grande Ponto” (ou o Bar Cova da Onça), na Av. Tavares de Lira, onde o garçom, conhecido como “Cara larga”, atendia os clientes na parte de trás do estabelecimento.
De: https://curiozzzo.com