PENSAMENTO
O respeito não está no respeito que se nos dá, mas, a preço de nós, no respeito que nos damos.
(Caldas, poeta e pensador potiguar).
UM CLÁSSICO SONETO DE JOÃO LINS CALDAS
“O rio, estancado em açude, continua depois, em verde sinuoso de capinzais, copas de mangueiras, leques de coqueiros ou canaviais penteados pelo vento. Milhões de metros cúbicos de água-doce, fria e cheirosa – é que a água nos desertos também cheira – esbarrados pela muralha da parede, aninham peixes, criam vazantes, dão de beber à criação, fazem crescer raízes, caules, folhas, flores e frutos e se esclerosam em veias pela terra adentro, esverdeando em folhas os sedentos chãos cinzentos daqueles sertões.” – Oswaldo Lamartine.
Redação Tribuna do Norte - 8 de abril de 2024
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves não sangra desde 2011 | Foto: Cedida/IgarnA barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no vale do Açu, atingiu 70,46% da sua capacidade de armazenamento nesta segunda-feira (8), conforme levantamento do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR). O maior reservatório do Rio Grande do Norte acumula 1,672 bilhão m³ de água, dos cerca de 2,4 bilhões m³ possíveis. O manancial não alcança sua capacidade total desde 2011.
Nos últimos três dias, desde sexta-feira (5), a barragem registrou aumento de, aproximadamente, 44 milhões m³ de água. O montante é igual à capacidade total do açude Marechal Dutra, mais conhecido como Gargalheiras, em Acari, que iniciou sangria pela primeira vez em 13 anos na semana passada.
A barragem de Santa Cruz do Apodi, segunda maior do Estado, também teve aumento da sua capacidade e chegou aos 74,01%. O volume atual é superior aos 443 milhões m³.
Ao todo, os reservatórios do Rio Grande do Norte tem volume atual equivalente a 66,6% da sua capacidade total, segundo levantamento do SAR, que pertence à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Situação dos três maiores reservatórios do RN
Armando Ribeiro Gonçalves
Capacidade: 2.373.066.000 m³
Volume Atual: 1.672.084.667 m³
Percentual: 70,46%
Santa Cruz do Apodi
Capacidade: 599.712.000 m³
Volume Atual: 443.883.300 m³
Percentual:74,01%
Umari
Capacidade: 292.813.650 m³
Volume Atual: 266.869.390 m³
Percentual: 91,13%
De: https://tribunadonorte.com.br/
Atualmente é muito comum a postura em flexão da coluna cervical ao usar o celular. Essa postura continuada e repetida afeta diretamente a coluna. Existe uma grande preocupação de como será essa evolução no futuro, pois a grande maioria das crianças e adolescentes já convivem diariamente e constantemente com smartphones e tablets em posições não fisiológicas.
Para termos uma ideia, em uma posição correta (coluna cervical neutra), o peso da cabeça sobre a coluna é de cerca de 5kg. Com uma flexão cervical de 15 graus esse peso aumenta para cerca de 12kg. Essa carga aumenta para 18kg a 30 graus, 23kg a 45 graus e 28 kg a 60 graus.
O que antigamente era um tipo de doença ocupacional e do trabalho por outras causas de flexão continuada do pescoço, tem se tornado cada vez mais frequente nos mais diversos ambientes e situações habituais, pois passamos boa parte dos dias em contato com o smartphone.
Caso o paciente apresente estes sinais e não procure o acompanhamento médico, o quadro de dor na coluna cervical pode evoluir para uma cervicalgia, patologia crônica que prejudica o pescoço, desencadeando-se para outros quadros como estenose e osteófitos.
Atualmente, crianças vêm utilizando com frequência os tablets e smartphones, por isso, também vale a atenção dos pais para orientar a questão postural e, também, o tempo em que os pequenos são expostos à tela.
Outro ponto para o uso constante, está relacionado à saúde ocular, visto que a luz azul emitida pelas telas, pode prejudicar a visão, especialmente de crianças que ainda estão em fase de desenvolvimento. Portanto, tudo o cuidado é necessário para que os filhos possam crescer de maneira saudável.
A reabilitação motora é considerada muito eficaz no tratamento e deve ser combinada com uma boa reeducação postural global. Atividade física regular também é fundamental.
Evite a automedicação. Em caso de persistência dos sintomas ou dúvida, sempre procure ajuda de um profissional da área.
A Reeducação Postural Global (RPG), é uma terapia que visa educar o paciente para que adote posturas corretas, sem que sejam prejudiciais à sua saúde.
Durante o tratamento, diversos exercícios de fortalecimento da estrutura são propostos, a fim de que a pessoa se recupere de alterações posturais ou até mesmo, previna-se de problemas que podem acometer a coluna.
Vale destacar que a RPG parte do pressuposto da individualidade de cada um, portanto, a abordagem é direcionada de acordo com cada quadro. Aos que utilizam smartphones e tablets com frequência, por exemplo, os exercícios propostos são diferentes de alguém que sofre com problemas na região lombar.
O paciente que estiver sofrendo com tais problemas pelo uso do smartphone ou devido às más práticas de postura, pode recorrer à técnica mesmo sem a orientação de um médico. Contudo, a avaliação de um médico ortopedista especialista em coluna faz com que o direcionamento para o tratamento correto seja mais eficaz e assertivo.
SOBRE O ASSU E SUA GENTE
Gonçalo Lins Wanderley foi o primeiro proprietário de um automóvel de luxo, com cortinas de seda. Foi ele também o primeiro presidente da Câmara Municipal quando aquela casa tinha o poder de legislar e administrar. Fora, portanto, a primeira organização de um governo local, criada em 1786 e instalada a 11 de agosto de 1788, cuja data denomina-se uma das ruas na cidade de Assu.
Reconciliação e despedia
Por Walter de Sá Leitão sobre João
Lins Caldas.
Um importante depoimento póstumo, de
uma figura do Assu inteligente, chamado Walter de Sá Leitão, para um gênio filósofo
chamado João Lins Caldas. Vejamos para o nosso deleite:
Há cinco anos, mais ou menos, o velho
e amigo João Lins Caldas limitara nossa amizade a saudações e cumprimentos
simples e – não poucas vezes – estas cortesias eram para ele um
constrangimento.
Por muitos frequentara a nossa casa,
diariamente, sentindo-se à vontade, contando-me dramas da sua vida, atitudes
que tomara em certos e determinados casos, especialmente como funcionário
público, e, por fim, recitando seus formidáveis poemas e sonetos. Na sua
espetacular inteligência, havia um ponto característico dos poetas – “as
imaginações” – que lhe produziram um gênio tempestivo e absoluto para viver,
anormalmente, entre os seus semelhantes. Uma simples conversa que divergisse do
seu ponto de vista, em relação especialmente a determinadas pessoas, era o bastante
para multiplicar o número dos seus desafetos, acrescido do dialogante.
Reconhecendo-o POETA, sonhador, portando, jamais considerei suas denúncias,
acusações ou julgamentos aqueles por quem se dizia prejudicado. Isto lhe
causava um mal estar, cujos efeitos eu minorava contando-lhe anedotas picantes,
piadas, impúdicas e ele, o velho Caldas, sem arrefecer os ódios, retira-se
anotando-me no seu caderno como um indigno, também. Distanciava-se de mim,
torcia caminhos para não me encontrar, porém eu o procurava, intrometia-me nos
ambientes onde ele comparecia e, assim, ia amenizando sua intolerância, sem
conseguir modificar suas sentenças.
Como poeta era sublime, vibrações,
divinais; um disco de sonatas infindas que quanto mais se ouvia, mais desejos
se tinha de continuar ouvindo. No cotidiano da vida, era humano...
Ontem, dia 18, as seis horas da
manhã, caminhávamos em direção ao Mercado Público, quando, em frente à Padaria
Santa Cruz, os nossos caminhos cruzara-se e eu, na minha teimosia para tê-lo
amigo, provoquei o diálogo:
- Bom dia, Frutilândia!...
- Bom dia, Walter, preciso falar com
você.
- Caldas, voltarei logo para lhe
atender.
Voltei minutos depois, indo
encontra-lo na Praça da Criança, comprando uma espiga de milho verde. Ao ver-me
reiniciou o diálogo:
- Walter, você tem recebido notícias
ou carta de Moacir?
- Não, depois da última estadia aqui
não me deu notícias nem me escreveu.
- A mim, também não. Parece que está
zangado porque não lhe dei resposta às últimas cartas. Mas, vou respondê-las.
Preciso demais comunicar certos desejos e, fatos da minha vida, sobretudo
porque o meu fim está chegando e só a ele poderei contar, sabe!
- Caldas, a sua saúde, como vai? Tem
tomado os remédios e seguido a dieta?
- Não, comecei a tomar umas pílulas,
porém as suspendi. Depois de liquidar meus negócios irei cuidar da doença. O
meu mal são estas coisas...
- Tens ouvido ou lido alguma coisa?
- Ouvido, não, Caldas, porém estou
lendo um grande livro sobre Hermes Fontes, escrito por Povina Cavalcanti e
dirigido por Afonso Arinos de Mélo Franco.
- Ah! Quero vê-lo. Preciso ler. O
Hermes, como já lhe contei, morreu rompido comigo. Hoje, ou melhor, depois é
que, reconheci ser um mal entendido meu. Seria fácil, Walter, emprestar-me este
livro, agora?
- Pois não, Caldas, vou mandar
busca-lo.
Minutos depois, chegava o portador
trazendo o livro.
- Pronto Caldas, aqui o livro.
Com o livro às mãos começou a
folheá-lo e, ao deparar em uma das páginas o retrato de Hermes, fitou-o bem e
exclamou: “Hermes! Hermes!... Breve a nossa reconciliação espiritual.”
Despedimo-nos, ele saiu com o livro
na mão e a cesta na outra. Partiu para completar a sua feira e, horas depois,
completava também a sua vida atribulada de poeta e sonhador.
DEUS o tenha lá, com menos
imaginações humanas!
Assu, 19 de maio de 1967
José Varella de Sousa Barca, foto enviada por descendente Francisco Varela Barca |
Trecho de um debate na Câmara Federal entre José Moreira Brandão Castelo Branco e Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti |
Meus bisavós chamados Manoel Cavalcante de Queiroz e Vigorvina Fontes Fernandes de Queiroz (Fotografias abaixo) nasceram na então Vila de Luiz Gomes, atual município de Luiz Gomes, região serrana do alto oeste do Rio Grande do Norte. Manoel era farmacêutico naquele lugar, mas também explorou o ramo de farmácia em São Miguel, Assu (onde morou na distante década de 1920), Mossoró (aceitando um convite do amigo e também farmacêutico formado, Jerônimo Rosado), Baixa Verde, Ceará Mirim e em Natal. Em 1947, Manoel Queiroz transferiu sua farmácia para o filho Letício Fernandes de Queiroz, recém formado pela antiga Escola de Farmácia de Pernambuco/Recife, naquele mesmo ano.
UM POUCO DE TUDO Admiro Drummond de Andrade O grande Vinícius de Morais. Hoje vivem na eternidade, O poeta, não morre jamais. Não ...