sábado, 28 de dezembro de 2013

1924 – A MAIS ANTIGA LISTA TELEFÔNICA DE NATAL

Publicado em 25/12/2013

Autor – Rostand Medeiros
Trago para os leitores do nosso blog TOK DE HISTÓRIA, diretamente da minha coleção de fotos das antigas páginas do jornal natalense “A República”, aquela que acredito ser a mais antiga lista telefônica da capital potiguar.
Nesta época eram poucos os telefones em Natal e maioria deles estavam instalados em repartições e empresas. A leitura desta lista vai apresentar ao leitor do nosso blog algumas características desta pequena capital nordestina, que talvez nem tivesse 35.000 habitantes em 1924.
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DSC05572Lista telefonica de Natal1 - Copy                                                                           DSC05573Lista telefonica de Natal2 - Copy


"Uma chuva de amor em 2014", para os meus leitores.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DURMA NO SOFÁ!

Renato Caldas era frequentador assíduo da casa de Severo Santiago, para uma boa prosa. Severo era dos severos da Lagoa do Piató, que era também fazedor de versos, como sua irmã Martinha Santiago que morava na rua Aureliano Lopo (rua do Córrego), da cidade de Assu. Tive o prazer de ter conhecido aquelas duas figuras, como também Renato. Pois bem. certa noite, na residência de Severo, conversa vai, conversa vem, cadeiras na calçada, Renato é indagado pelo dono da casa: "Ou Renato, me diga aí três coisas boas na vida da gente!" Renato que tinha a resposta na ponta da língua, saiu-se com essa: "Cerveja gelada, boi na invernada e mulher pelada!" "Muito bem poeta, agora diga três coisas ruins!" Renato não se fez de rogado, dizendo rimando: "Cerveja quente, boi doente e mulher dos outros que a gente quer pra gente!" 

A mulher de Severo deu uma boa risada e entrou em casa. Renato dirigiu a palavra a Severo da seguinte forma: "Viu, amigo, o que você provocou! Agora, durma no sofá!".

Fernando Caldas

NATAL - PREFEITURA SUSPENDE QUEIMA DE FOGOS EM PONTA NEGRA

[Ano Novo]

Prefeitura suspende queima de fogos no réveillon de Ponta Negra - http://ow.ly/s6kf8

(Foto: Rodrigo Sena /Arquivo)
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... LIVRO RECOMENDADO [RAÍZES DO BRASIL] ...

O livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, é uma das obras fundadoras da historiografia e das ciências sociais modernas no Brasil. A obra aborda aspectos centrais da história da cultura brasileira, como a do homem cordial, incapaz de agir de acordo com a letra da lei, o que explicaria a frouxidão das instituições e da organização social do país.

A obra foi lançada em 1997 (o original foi publicado em 1936) e conta com 220 páginas.

>> ATENÇÃO!!! O livro Raízes do Brasil está à venda na Livraria Saraiva (http://oferta.vc/xxg), por apenas R$ 35,50!

O ler, você vai conferir

* A importância do legado cultural da colonização portuguesa do Brasil e a dinâmica dos arranjos e adaptações que marcaram as transferências culturais de Portugal para a sua colônia americana.
* Uma análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa.
* O autor, com sua capacidade de se referir com espantosa grandeza de detalhes às relações que os habitantes de épocas diversas tinham entre si e com o meio, consegue nos mostrar as mudanças no país desde o período colonial.
* A obra traça paralelos entre as colonizações ibéricas na América. Traz luz sobre os modelos de construção e de planejamento das coroas, contrastando o português e o espanhol em seus atos e as influências por trás destes.
* O livro foi publicado originalmente pela Editora José Olympio, tendo sido posteriormente objeto de várias reedições ao longo do século XX. É considerado um dos mais importantes clássicos da historiografia e da sociologia brasileiras.
* A obra foi traduzida e editada também em italiano (1954), espanhol (1955) e japonês (1971, 1976), bem como em alemão e em francês.
* Junto com “Casa-Grande & Senzala”, de Gilberto Freire e “Formação do Brasil Contemporâneo”, de Caio Prado Jr., é considerado obra capital para o compreensão da verdade brasileira e de seus desarranjos, que até hoje nos atingem.


















Yara Darin

*O fantástico da vida é saber fazer de um pequeno instante, um grande momento. (foto s/créditos)

O VALE


O Vale era um jornal editado pelo DNOCS sobre a responsabilidade de Padre Zé Luiz que começou a circular em fins de junho de 1999. Tinha o objetivo conscientizar o povo daquela região, a construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves ou Barragem do Assu. Na fotografia, um movimento reivindicatório do religioso povo varzeano.

Fernando Caldas

UM LIVRO PARA LER E GUARDAR – CASA GRANDE E SENZALA

Publicado em 25/12/2013

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Este é um daqueles livros que são imprescindíveis para o conhecimento da história deste país. É daqueles para ler e guardar.
O livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, trata de abordagens inovadoras de vida familiar, dos costumes públicos e privados, das mentalidades e das inter-relações étnicas e revela mum painel envolvente e deliciosamente instigante da formação brasileira no período colonial.
O livro foi relançado em 2003 (o original foi publicado em 1933) e conta com 736 páginas.
Ao ler, você vai conferir
* Da arquitetura real e imaginária da casa-grande e dos fluxos e refluxos do cotidiano da família patriarcal, emergiram traços da convivência feita de intimidade e dominação entre senhores e escravos e entre brancos, pretos e índios que marcaram para sempre a sociedade brasileira.
* Valorizando o papel do negro na história brasileira, exaltando a miscigenação racial, desmistificando preconceitos e reconhecendo a originalidade de nossa cultura, tipicamente tropical, o livro caiu como um meteoro nos meios intelectuais.
* O autor tenta desmistificar a noção de determinação racial na formação de um povo e, com isso, refuta a ideia de que no Brasil se teria uma raça inferior, dada a miscigenação que aqui se estabeleceu.
* A linguagem do autor tinha uma irreverência desconhecida nas letras brasileiras, por vezes um tom de gozação, que chegou a provocar protestos de algumas correntes mais conservadoras.
* Para compor a obra, foram utilizados diários esquecidos, receitas de bolos e doces, análise de práticas cotidianas como o cafuné e a retirada de bichos-do-pé, nas quais se revelavam um exacerbado sensualismo.
* Setenta anos e muitas edições depois, o livro continua repercutindo. Menos por sua consagração como uma das obras fundamentais do pensamento brasileiro e mais porque o livro, como queira o autor, mantém-se vivo e contemporâneo.



















PSC Nacional

Na sua lista de metas para o próximo ano, você incluiu alguma atividade social? Estão com vontade de fazer a diferença no próximo ano e colaborar por um país mais justo? Filie-se ao PSC e traga suas ideias, elas podem sair do papel!
É nas palavras caladas
que te digo o quanto me fazes falta.
E calando minha solidão
grito toda a saudade de ti.
É no silêncio que me deixas
que te beijo suavemente.
Procurei-te na presença
das estrelas ocultas.
E perdi-te na indiferença
de uma lua vazia.
É na solidão do dia
que caminha lentamente
por entres as horas de silêncio
que procuro no tempo que passa
a resposta para a ausência.
Visto-me do silencio
que a alma calou.
Desisto desse amor
que um dia nasceu.
Não é de ti que me afasto
nem do tempo que passou
é deste sentir que em ti, não viveu.
Deste-me asas
nos sonhos inventados.
De emoções e carinhos
tantas vezes sonhados.
Destes-me asas
feitas de sentimentos.
Guarda de novo
as asas da minha emoção
num especial cantinho do teu coração.
Fizeste-me voar
por caminhos desconhecidos.
E a vida transformou-se em sentidos.
Prendi-te para sempre
neste abraço feito de penas
na certeza de querer amar-te apenas.
Envolvi-te no calor do meu bem-querer
abri meu coração
para nunca mais te perder.
E visto a alma de tua ausência
para nunca mais estar só
e grito o teu nome
na voz silenciosa da noite.
Já não vives em mim
sinto falta das emoções que me deste
ou que eu inventei.
A noite volta a ser oca de sonhos.
Já não vives em mim
e sinto tua falta!!
Cristina Costa


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"Amar a si mesmo é o começo de um romance para toda a vida."

Oscar Wilde
















Da web

414 anos da "Cidade do Natal", o povoado que já nasceu Cidade. Em 25 de dezembro de 1597, uma nova esquadra comandada por Manuel Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque entrava na barra do Rio Potengi. A primeira providência adotada pelos expedicionários foi tomar precauções contra os ataques indígenas e dos corsários franceses. Doze dias depois da chegada, no dia 6 de janeiro de 1598, começaram a construção de um forte sobre os arrecifes situados nas redondezas da chamada Boca da Barra. A edificação foi chamada de Fortaleza da Barra do Rio Grande e foi concluída no dia 24 de junho do mesmo ano. Nas circunvizinhanças, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de "Cidade dos Reis". Tempos depois, o povoado mudou de nome, passando a se chamar "Cidade do Natal".


















Natal. A data símbolo do capitalismo. Símbolo do consumo e do capital. Uma data onde as pessoas são incentivadas pela mídia a pensar no próximo, e consequentemente afastadas disso e aproximadas da hipocrisia pelo incentivo ao consumismo exacerbado e o fato de que durante o ano que se aproxima o sentimento de solidariedade não vai perdurar. Um cenário que se repete todos os anos, entramos em lojinhas e somos atropelado por inúmeras figuras do papai Noel, pinheiros de todos os tipos, decorações, muitos anjos, enfim, todo panorama da época. Detalhes cuidadosamente planeados para criar o que ficou convencionado como o "espírito de Natal": A necessidade de comprar, comprar e comprar. Hoje, mais do que nunca, devido o amadurecimento das lutas conquistadas esse ano, é necessário repensar as imposições culturais. Que as caridades feitas nessa data sejam transformadas em políticas efetivas de mudança social ao longo do próximo ano. Que a gente não se esqueça pelo - o quê - e por quem - lutamos. Que a gente lembre da molecada que tomou as ruas com a gente, sem rumo, sem chão, sem saber o que fazer e como fazer. Se elas continuarem a serem esquecidos ao longo deste ano que se aproxima, nada do que lutamos fará sentido. Nada causará mudanças reais. Que neste ano o trabalho de base se fortaleça, essa molecada seja politizada e incentivada a lutar por um futuro melhor. Mais educação, Mais pão, Mais amor, Menos Opressão!

“Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!”

― Mario Quintana
Foto de: Lilás amo

“Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!” ― Mario Quintana
Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas
porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.
Rubem Alves

De: Lilás Amo


Tanto Cara - Guido Renzi - Tradução

FLOR DO AMOR

Quero te ofertar a flor
Dos beijos que plantei em tua boca.
Tem o perfume suave do amor
E a ternura de almas se encontrando.

Quando vires a flor entreaberta,
Lembra - te, querido amor,
Das lágrimas que a regaram.

E sentirás, quando beija-la,
Um amargo sabor de sal
Que as pétalas trêmulas captaram.

(Maria Eugênia, poeta norte-riograndense de Assu)
Foto: FLOR DO AMOR

Quero te ofertar a flor
Dos beijos que plantei em tua boca.
Tem o perfume suave do amor
E a ternura de almas se encontrando.

Quando vires a flor entreaberta,
Lembra - te, querido amor,
Das lágrimas que a regaram.

E sentirás, quando beija-la,
Um amargo sabor de sal
Que as pétalas trêmulas captaram.

(Maria Eugênia, poeta norte-riograndense de Assu)
Juntos somos destino num só caminho!
… somos sonho
… somos sol e somos chuva!
… somos um só, somos lua
… somos harmonia
… somos amor puro
… somos uno!

Tudo o somos, mas nada o somos
Só o seremos se formos um!

O romper do elo que nos une,
Ditará o desabar do mundo perfeito
O errante caminho para a perdição
O desastre de dois corações carentes

Pois …
Quando o amor cessa, a paixão desvanece
A alma enlouquece … tudo padece!

Resta a dor …


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Henrique dispara: “Espero que o judiciário não seja invasivo em 2014”

Agência Câmara - O presidente da Câmara dos Deputados fecha 2013 e abre 2014 preocupado com o risco de posições "invasivas" do Supremo Tribunal Federal sobre a autonomia do Poder Legislativo. Especialmente em relação à reforma política, a ser votada até abril do próximo ano.

- Espero que o Judiciário contenha-se nos seus limites constitucionais, para não termos o constrangimento de partir para, não digo um enfrentamento, mas uma grave discordância entre os Poderes, disse Henrique Alves em entrevista à TV Câmara.

O Congresso acelera para reencontrar os brasileiros

Os senadores e deputados federais que mais trabalharam em 2013 por um país moderno e competitivo

Fabiano Santos

Pelo terceiro ano consecutivo, VEJA publica o que chama de "ranking do progresso", a partir do posicionamento de deputados federais e senadores em relação a propostas de ajuste na legislação brasileira capazes de contribuir para a consolidação de um país mais moderno e competitivo, segundo os critérios da revista e da Editora Abril. A iniciativa, pioneira no Brasil, leva em conta nove eixos considerados fundamentais para que se alcance tal objetivo - da diminuição da carga tributária ao aprimoramento das relações entre empregadores e empregados.
Em parceria com o Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), VEJA se debruçou sobre 243 proposições de maior relevância entre as centenas de projetos de lei, medidas provisórias e propostas de emenda à Constituição que tramitaram na Câmara e no Senado em 2013. Classificou, então, aquelas que se enquadravam, favorável ou desfavoravelmente, nos nove temas predeterminados. Sobre essa lista, o Necon trabalhou com uma metodologia que desenvolveu levando em conta todas as etapas e caminhos de uma proposição, de sua gênese aos trabalhos dentro das comissões, até o voto final, com peso específico para cada uma das fases.
Antes, porém, da entrada em cena do Necon, a revista aplicou uma "cláusula de ética" na relação dos parlamentares responsáveis pelas proposições, expurgando aqueles envolvidos em escândalos ou de reputação duvidosa. Para tanto, VEJA se valeu de critérios próprios e de levantamentos da Transparência Brasil, organização independente e autônoma comprometida com o combate à corrupção. O resultado foi submetido à minuciosa análise do advogado Alexandre Fidalgo, do escritório EGSF, que se aprofundou na situação de deputados e senadores tendo em vista a Lei da Ficha Limpa, que passou a vigorar, em eleições, a partir de 2012, controlando o acesso ao Congresso de políticos desonestos.
Ao final desse trabalho, VEJA chegou ao ranking dos melhores desempenhos de 2013, encabeçado no Senado por Armando Monteiro (PTB-PE) e na Câmara dos Deputados por Onofre Santo Agostini (PSD-SC).
O que mais chama atenção quando se analisa a base a partir da qual todo o ranking foi montado é o extraordinário crescimento no número de matérias votadas pelo Congresso Nacional neste ano - ainda que 2012 tenha sido marcado por eleições, circunstância que provoca, naturalmente, uma queda na produção legislativa. O que teria ocorrido em 2013 para impulsionar de forma tão surpreendente a atividade de deputados e senadores? A resposta é simples: as manifestações de junho.
É verdade que o ritmo do Congresso já havia registrado um considerável aumento nos primeiros meses de 2013, se levarmos em conta o mesmo período de 2012. No entanto, tal desempenho não pode nem de longe ser comparado ao que ocorreu no trimestre maio-julho, que contemplou o mês em que setores importantes do Brasil foram às ruas. Armados com reivindicações como transporte público mais barato, fim da corrupção e hospitais "padrão Fifa" - a realização da Copa das Confederações proporcionou pretextos e palcos de enorme visibilidade para os protestos -, os manifestantes pressionaram os parlamentares em busca de soluções para problemas de transparência. Intimidados, os políticos correram para votar projetos que atendiam a alguns dos mais urgentes clamores da população. Não por acaso, 43% das votações nominais da Câmara e 46% do Senado, realizadas até outubro, ocorreram entre maio e julho.
Qual o perfil dos congressistas que acabaram recebendo uma melhor pontuação no ranking de 2013? Trata-se de um grupo de parlamentares que exibem em seu currículo uma vasta experiência política, dentro e fora do Legislativo. É comum ouvirmos o comentário de que a política brasileira é mal estruturada e que no Congresso se juntam aventureiros preocupados em defender apenas os próprios interesses. Muito distante dessa visão é a realidade que emerge dos dados sobre os quais nos detemos. Os parlamentares, à margem do toma lá dá cá, revelaram neste ano um forte empenho em torno de causas cruciais para o desenvolvimento econômico do país, numa atuação tanto mais eficaz quanto maior a experiência em termos de mandatos cumpridos.
Por último, mas não menos importante, registrem-se algumas observações sobre o conjunto dos rankings.
No primeiro, referente ao ano legislativo de 2011, concluiu-se que existia oposição de qualidade na política brasileira. Já em 2012, conforme observamos antes, a produção legislativa se mostrou reduzida. Congressistas dotados de potencial para se destacarem como defensores de propostas destinadas a impulsionar o Brasil gastaram boa parte de seu tempo envolvidos nas disputas em sua cidade de origem. Mais do que isso, em um ano voltado para o julgamento do mensalão, a oposição acabou mais focada nessa questão - e menos na definição de políticas públicas de efeito direto para os seus eleitores.
Em alguma medida, o ranking atual combina com os que o antecederam.
Discutem-se, como já ocorre há alguns anos, as reais possibilidades de a oposição fazer aquilo que lhe cabe, oposição. Há imensas dúvidas a ser entendidas. Dá-se essa interrogação por força do papel desempenhado pelo Partido Social Democrático (PSD), criado em 2011 no esteio da liderança do então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Quatro deputados federais das dez primeiras colocações - incluindo o "campeão" - foram eleitos pelo Democratas, oposicionista, e depois migraram para o PSD. Mas Kassab, como é sabido, já declarou apoio à reeleição de Dilma Rousseff. No Senado Federal, o PTB aparece com destaque - o primeiro lugar pertence à agremiação; o predomínio é do PMDB e do próprio PT.
Já no que se refere à atuação dos parlamentares, em 2013 houve, tal como foi dito anteriormente, uma atenção maior às reivindicações populares - pelo menos, no calor da hora do barulho das ruas.
Assim, se por um lado tivemos em 2013 uma admirável dinâmica de interação entre as dimensões representativa e participativa da democracia, por outro, não se sabe ao certo se isso trará aperfeiçoamentos na legislação brasileira em prol de um país mais competitivo.
Fabiano Santos é cientista político, professor e pesquisador do Iesp-Uerj e coordenador do Necon

O primeiro entre os senadores
Armando Monteiro (PTB-PE)

“Um grande desafio é mudar o ICMS.
Ninguém ganha mais com essa guerra fiscal”

Cristiano Mariz
EMPREGO - Para Monteiro, o mundo globalizado exige uma legislação trabalhista com maior flexibilidade
EMPREGO - Para Monteiro, o mundo globalizado exige uma legislação trabalhista com maior flexibilidade
O Congresso deve tomar mais iniciativas para diminuir a carga tributária? 
Nosso sistema tributário é anacrônico e disfuncional. Nós fazemos o absurdo de tributar investimentos, exportações. Uma reforma tributária ampla seria o ideal, mas infelizmente há muita disputa entre os entes federativos. A saída é promover mudanças pontuais. Tenho atuado para fazer a reforma e a diminuição dessas alíquotas interestaduais. É o primeiro passo para dar fim à guerra fiscal, que, hoje, é caótica.
Por que o Congresso enfrenta tanta dificuldade para fazer a reforma tributária? 
Alguns estados não querem. O Nordeste não quer abrir mão do instrumento de redução de alíquotas. Há um ambiente na federação em que você perde uma visão de país. As empresas acabam se submetendo a situações díspares por causa das diferenças de tributação dos estados. Um dos nossos grandes desafios é começar a reforma do ICMS. Ninguém ganha mais com essa guerra fiscal. Precisamos criar as bases para ter um sistema tributário de classe mundial.
Como melhorar a gestão pública? 
Precisamos dar um freio nos gastos de custeio. Impedir que o porcentual de crescimento se dê acima do porcentual de aumento do PIB. Se fizermos isso, poderemos em dez anos chegar a uma situação bem melhor do que agora. Desse jeito, poderemos ter recursos para investir em obras de infraestrutura. Mas isso tem de partir de uma vontade ampla da sociedade, passar pelo Executivo e pelo Congresso, claro. A eleição é um bom momento para esse debate.
Como tornar mais justa a relação entre empregadores e empregados?
É muito difícil tratar disso do ponto de vista político. Mas é fato que, no mundo inteiro, a legislação tem sido menos rígida, permitindo mais acordos diretos entre os empresários e os trabalhadores. Num mundo globalizado, é preciso ter uma legislação mais flexível, pois isso significa ter uma legislação pró-emprego.
Adriano Ceolin
O primeiro entre os deputados
Onofre Santo Agostini (PSD-SC)

“A Câmara é um cartório homologatório
​ do Executivo. A culpa é do Parlamento”

Cristiano Mariz
CONSCIÊNCIA - Santo Agostini é da base aliada do governo, mas frisa que vota de acordo com as próprias convicções
CONSCIÊNCIA - Santo Agostini é da base aliada do governo, mas frisa que vota de acordo com as próprias convicções
​O Congresso pode ajudar o Brasil a ser mais competitivo? 
Nós precisamos votar mais leis que diminuam a carga tributária. É necessário acabar com distorções, exageros. É fundamental fazer um trabalho de convencimento do governo e de toda a sociedade sobre a importância disso. Infelizmente há resistências.
O senhor está exercendo seu primeiro mandato... 
Como deputado federal, sim. E já estou pensando em parar por aqui. Estou decepcionado. É muita conversa, muito faz de conta e quase nada anda. Eu sou diligente. Cobro meus projetos. Falo com o relator, com o presidente da comissão. E, ainda assim, é difícil.
Por quê? 
Não funciona. As comissões são muito subordinadas ao governo. Eu sou da base aliada, mas voto de acordo com as minhas convicções. Voto com o governo quando as coisas são boas. Quando não são, eu não voto.
Mas por que existe essa lentidão no Congresso? 
Não quero culpar só o governo. É culpa do Congresso, que se sujeita a aceitar as medidas provisórias que o governo edita. Elas deveriam ser usadas somente em casos emergenciais, mas, na prática, não é isso que ocorre. O Executivo só governa por meio de MPs. Infelizmente a Câmara dos Deputados é um cartório homologatório do Executivo. E isso é culpa do próprio Parlamento, que não se impõe.
Quais os projetos que o senhor apresentou que considera mais importantes?
Pedi o fim da cobrança de IPI para pessoas com necessidades especiais e para os aposentados. Mas eles não andam. O governo não deixa. Não quer perder arrecadação. Ao mesmo tempo, o governo não gasta onde tem de gastar. Na saúde, por exemplo, não aplica o porcentual exigido por lei. O plano do SUS é um dos melhores do mundo, mas não tem receita. Se o governo federal aplicasse o que estados e municípios aplicam, nós teríamos a melhor saúde do mundo. Sem dúvida.
Adriano Ceolin

Fonte: Veja

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...